Buscar

APELAÇÃO Tarefa 5 - Prática ordinária

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

AO JUÍZO DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE PATOS-PB 
 
Processo nº: 555 
 
 
PAULO SOARES, já devidamente qualificado, por intermédio de seu advogado 
legalmente constituído através de instrumento procuratório em anexo, nos autos da Ação com 
Pedido de Indenização por Dano Material que move em face de CARLOS SOUSA, vem mui 
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, tendo em vista a respeitável sentença, 
interpor: 
 
APELAÇÃO 
 
Com fundamento nos arts. 1.009 e seguintes do NCPC/2015, conforme razões em 
anexo. 
Outrossim, requer seja o presente recurso recebido no efeito devolutivo e no efeito 
suspensivo, intimando-se a parte contrária para, querendo, apresentar suas contrarrazões, no 
prazo de 15 (quinze) dias. 
Requer, ainda, e remessa dos autos para o Egrégio Tribunal de Justiça, para seu 
processamento e julgamento. 
Por fim, requer a juntada das custas de preparo, devidamente quitadas, que esta 
seguem em anexo. 
 
Termos em que, 
Pede e espera deferimento 
 
Patos-PB, 14 de Abril de 2021. 
 
 
 
ADVOGADO OAB Nº 
 
 
 
 
RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO 
 
 
Apelante: Paulo Soares 
Apelado: Carlos Sousa 
Autos nº: 555 
Vara de Origem: 2ª Vara Cível da Comarca de Patos-PB 
 
 
 
Egrégio Tribunal 
Colenda Câmara 
Nobres Julgadores 
 
 
BREVE SÍNTESE DOS FATOS 
 
Paulo Soares ajuizou, em face de seu vizinho Carlos Sousa, Ação com Pedido de 
Indenização por Dano Material suportado em razão de ter sido atacado pelo cão pastor alemão 
de propriedade do vizinho. Tal demanda gerou o Processo nº 555. 
 
Segundo relato do autor (Paulo Soares), o animal, que estava desamarrado dentro 
do quintal do Sr. Carlos Sousa, o atacara, provocando-lhe corte profundo na face. Em 
consequência do ocorrido, o Sr. Paulo Soares alegou ter gasto R$ 3.000,00 (três mil reais) em 
atendimento hospitalar e R$ 2.000,00 (dois mil reais) em medicamentos. Os gastos 
hospitalares foram comprovados por meio de notas fiscais emitidas pelo hospital em que 
Paulo Soares fora atendido, entretanto, este não apresentou os comprovantes fiscais relativos 
aos gastos com medicamentos, alegando ter-se esquecido de pegá-los na farmácia onde 
comprou. 
O Sr. Carlos Sousa, devidamente citado, apresentou contestação, alegando que o 
ataque ocorrera por provocação de Paulo Soares, que jogava pedras no cachorro. Alegou, 
 
 
 
ainda, que, ante a falta de comprovantes, não poderia ser computado na indenização o valor 
gasto com medicamentos. 
Houve audiência de instrução e julgamento, na qual as testemunhas ouvidas 
declararam que a mureta da casa de Carlos Sousa media cerca de um metro e vinte 
centímetros e que, de fato, Paulo Soares atirava pedras no animal antes do evento lesivo. 
O Juiz da 2ª Vara Cível da Comarca de Patos-PB proferiu sentença condenando 
Carlos Souza a indenizar Paulo Soares pelos danos materiais, no valor de R$ 5.000,00 (cinco 
mil reais), sob o argumento de que o proprietário do animal falhara em seu dever de guarda e 
por considerar razoável a quantia que o autor alegara ter gasto com medicamentos. Utilizou 
como fundamento o art. 936, do CC/2002. Pelos danos morais decorrentes dos incômodos 
evidentes em razão do fato, Carlos Sousa foi condenado a pagar indenização no valor de R$ 
6.000,00 (seis mil reais). 
A sentença foi publicada e Carlos Sousa, não conformado, procurou advogado 
para tomar as medidas cabíveis. Carlos Sousa também deseja suspender os efeitos da sentença 
que lhe condenou a pagar a indenização enquanto recorre desta. 
 
DAS RAZÕES RECURSAIS 
 
I. NULIDADE DA SENTENÇA POR VIOLAÇÃO AOS LIMITES DO PEDIDO 
 
Senhores, o juiz, conforme a sentença originária, ora recorrida, levantaram 
questões não suscitadas pelo recorrente e violaram o preceito de limitar a sentença no âmbito 
do pedido, trazido pelos artigos 141 e 492 do CPC, vejamos: 
Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe 
vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte. 
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem 
como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi 
demandado. 
Este é o entendimento do TRF-4: 
PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. SENTENÇA. 
EXTRA PETITA. NULIDADE. 1. É nula a sentença que viola os 
artigos 141 e 492 do Código de Processo Civil de 2015, por conter 
julgamento diverso da pretensão formulada pela parte. 2. Deve ser 
 
 
 
declarada a nulidade da sentença, determinando o retorno do feito à 
origem para que seja proferido novo decisum. 
(TRF-4 - AC: 50701955320174049999 5070195-53.2017.4.04.9999, 
Relator: LUIZ FERNANDO WOWK PENTEADO, Data de 
Julgamento: 17/04/2018, TURMA REGIONAL SUPLEMENTAR 
DO PR) 
 
II. DA NECESSIDADE DE REFORMA DE SENTENÇA CONDENATÓRIA 
 
Durante a fase de investigação, as testemunhas comprovaram a relação causal 
entre as ações do agente e o ocorrido. O fato de ter exercido pressão sobre o animal, atirando 
pedras, provou a culpa do autor, provando assim que não houve culpa do réu. 
Cumpre ressaltar que o Juiz de primeiro grau não aplicou de forma correta o 
direito material ao reconhecer a responsabilidade do apelante. Em sentido diametralmente 
oposto ao que consta na sentença, afirma o art. 936 do CC/2002 que o dono do animal não 
será responsabilizado se provar culpa da vítima. Foi exatamente o que restou demonstrado nos 
autos. 
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se 
não provar culpa da vítima ou força maior. 
O pedido inicial buscou uma indenização no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), 
devido a custos de medicamentos não comprovados no processo. Não se pode presumir que 
haja danos materiais, cabendo ao reclamante prová-lo, conforme artigo 373, CPC: 
Art. 373. O ônus da prova incumbe: 
 
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
 
Vejamos o entendimento do TJ-PA: 
PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANO EM 
PRÉDIO URBANO. ALEGAÇÃO DE QUE CORTE NA PAREDE 
PARA COLOCAR CALHA TERIA CAUSADO INFILTRAÇÃO 
NA PAREDE DE VIZINHO. SENTENÇA QUE JULGOU 
IMPROCEDENTE O PEDIDO DO AUTOR, POR AUSÊNCIA DE 
PROVAS. APELAÇÃO CONHECIDA E DESPROVIDA. NÃO 
JUNTARAM COMPROVANTE DOS VALORES GASTOS PARA 
REPARAÇÃO DAS INFILTRAÇÕES, NEM QUALQUER 
DOCUMENTO QUE COMPROVE QUE OS DANOS FORAM 
DECORRENTES DO CORTE. DANO MATERIAL NÃO SE 
 
 
 
PRESUME, DEVENDO SER COMPROVADO UM MÍNIMO 
SUBSTANCIAL PARA AFERIÇÃO DE VALORES. SENTENÇA 
MANTIDA. I- Da análise da documentação acostada aos autos nota-
se que os apelantes apenas juntaram fotografias do corte realizado na 
parede e das infiltrações (fls. 08/13), mas não juntaram sequer um 
comprovante dos valores gastos para reparação das infiltrações 
(notas fiscais, orçamentos, dentre outros), nem qualquer documento 
que comprove que os danos foram decorrentes do corte (laudo ou 
perícia). II- Muito embora a parte apelada tenha confirmado em 
audiência que contratou um pedreiro e este foi quem realizou o corte 
na parede dos apelantes, tal afirmativa não é suficiente para embasar 
uma condenação em danos materiais, visto que dano material não se 
presume, devendo ser comprovado um mínimo substancial para 
aferição de valores. III- o apelante não conseguiu comprovar que o 
nexo causal entre a atitude da apelada e o dano alegado, bem como o 
valor despedido para reformar a parede. IV- Recurso conhecido e 
não provido, sentença mantida. 
(TJ-PA - AC: 00049382220168140128 BELÉM, Relator: GLEIDE 
PEREIRA DE MOURA, Data de Julgamento: 26/03/2019, 1ª 
TURMA DE DIREITO PRIVADO, Data de Publicação: 08/05/2019) 
 
 
III. DA CULPA EXCLUSIVA 
 
Restando comprovada a imprudência, não há que se falar em indenização a ser 
paga pelo dano causado pelo animal, tanto mais quando se verifica que a vítima atirava 
pedras no animal antes do evento lesivo. O simples fato de que ocachorro causador das 
lesões sofridas pelo apelante pertence ao apalado, não significa a caracterização da culpa, 
nem mesmo em razão de que tais lesões foram sofridas no quintal da propriedade do 
apelado, para tanto, era necessário que fosse demonstrado que tomou as devidas cautelas, 
procurando evitar o acidente. 
Observemos a decisão do TJ-MG: 
APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS 
MORAIS E MATERIAIS - ATAQUE DE CACHORRO - CULPA 
EXCLUSIVA DA VÍTIMA CONFIGURADA - AUSÊNCIA DO 
DEVER DE INDENIZAR. - O dono ou detentor do animal responde 
objetivamente pelos danos causados a terceiros, salvo se comprovada 
a culpa exclusiva da vítima ou força maior, nos termos do art. 936, 
do Código Civil de 2002. 
 
 
 
(TJ-MG - AC: 10390050113815001 Machado, Relator: Generoso 
Filho, Data de Julgamento: 31/05/2011, Câmaras Cíveis Isoladas / 9ª 
CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 13/06/2011) 
 
DOS PEDIDOS 
 
Por todo o exposto, requer: 
 
a) Seja o presente recurso conhecido e provido, anulando-se a sentença ora combatida, 
por violação aos limites do pedido (extra petita), remetendo-se os autos para o 
primeiro grau de jurisdição, para que a presente demanda possa ser novamente 
julgada; 
b) Se, da não declaração de nulidade, que seja devolvida ao juízo para correção do erro 
na sentença a fim de que seja proferida outra; 
c) Reconhecimento do nexo de causalidade com culpa exclusiva do autor; 
d) Não reconhecimento do valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) referentes, segundo o autor, a 
gastos com medicamentos, não comprovados no curso do processo. 
e) A inversão do ônus da sucumbência e a fixação de honorários em seu favor. 
 
 
Termos em que 
Espera e pede deferimento. 
 
Patos-PB, 14 de Abril de 2021. 
 
 
 
ADVOGADO (A) OAB Nº XXX

Outros materiais