Buscar

apostila de educação especial 2º bimestre

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

11
	E. E. Padre João Vieira da Fonseca 
Professora: Andréia Paula Brasileiro
E M Curso Normal 
Apostila Educação Especial
Inclusão Social
Inclusão social é o ato de incluir na sociedade categorias de pessoas historicamente excluídas do processo de socialização, como negros, indígenas, pessoas com necessidades especiais, homossexuais, travestis e transgêneros, bem como aqueles em situação de vulnerabilidade socioeconômica, como moradores de rua e pessoas de baixa renda.
Ao falar em inclusão, estamos de acordo com a Declaração Universal de Direitos Humanos e também com a Constituição Federal de 1988, que apresentam direitos que devem se estender a todas as pessoas, sem exceção. Vale dizer ainda que sociedades que apresentam altos índices de exclusão social enfrentam também inúmeros outros problemas, como o aumento da criminalidade e dos índices de pobreza.
O que é inclusão social?
Na Sociologia, dizemos que a inclusão social é uma medida de controle social, ou seja, ela atua como meio de integração entre administração pública e sociedade a fim de solucionar conflitos e resolver problemas resultantes da formação da sociedade capitalista.
Historicamente, alguns grupos sociais ficaram à margem do processo de socialização, não tendo o devido acesso a direitos como educação, emprego digno, moradia, saúde e alimentação adequada. Para resolver esse problema, os governos passaram a criar, a partir do século XX, medidas de inclusão das camadas marginalizadas da população na sociedade.
Para definir mais precisamente a inclusão social, podemos também recorrer ao pioneiro e um dos maiores estudiosos de inclusão social no Brasil, o assistente social Romeu Kazumi Sassaki. Ele diz que a inclusão social é “um processo bilateral no qual as pessoas ainda excluídas e a sociedade buscam, em parceria, equacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de oportunidades para todos.
.
Para definir mais precisamente a inclusão social, podemos também recorrer ao pioneiro e um dos maiores estudiosos de inclusão social no Brasil, o assistente social Romeu Kazumi Sassaki. Ele diz que a inclusão social é “um processo bilateral no qual as pessoas ainda excluídas e a sociedade buscam, em parceria, equacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de oportunidades para todos.”
Grupos mais afetados pela exclusão social
Se analisarmos a formação das sociedades contemporâneas capitalistas ocidentais, perceberemos que essas sociedades se estabeleceram a partir da colonização e da escravização. Nesse processo liderado por países europeus, grupos sociais ficaram à margem da sociedade formada nas colônias.
Esses grupos são, em geral, os negros de origem africana e os nativos das terras colonizadas – no caso das Américas, os povos indígenas. Em decorrência da marginalização desses povos e das ideologias racistas predominantes nos processos de colonização, as quais ainda persistem até hoje, houve e há a exclusão dessas categorias do processo de formação da sociedade. Assim, as medidas de inclusão social visam a integrar esses grupos vulneráveis à sociedade, garantindo os seus direitos.
Deficientes físicos e deficientes mentais, portadores de comorbidades neurológicas e portadores de necessidades especiais, em geral, também foram, por muito tempo, excluídos da sociedade em razão de suas limitações. Durante muito tempo, pensou-se na urbanização, no lazer, na educação e no esporte voltados apenas para pessoas que não possuem limitações de mobilidade ou de desenvolvimento cognitivo.
As pessoas com deficiências físicas, por exemplo, não conseguiam e, em muitos casos, ainda não conseguem andar na rua com segurança ou acessar espaços públicos por não haver nesses locais instrumentos que viabilizem a sua inclusão, como guias para deficientes visuais ou rampas para acesso de cadeirantes a locais com escadarias.
As pessoas que convivem com problemas neurológicos que causam algum tipo de atraso cognitivo também ficaram, por muito tempo, excluídas do direito à educação escolar. Antigamente, as famílias mantinham essas pessoas em casa, pois não havia escolas adaptadas para recebê-las, o que resultava em mais atraso e na privação da educação e do convívio social com outras pessoas, levando a um quadro de não desenvolvimento de habilidades que poderiam ser desenvolvidas caso houvesse a inclusão dessas pessoas na escola.
Durante muito tempo, a homossexualidade e a transexualidade foram consideradas formas pecaminosas de degeneração do sujeito, sendo, inclusive, proibidas pelos sistemas legais de alguns países. O resultado disso foi a marginalização de homossexuais e transexuais, o que ainda pode ser observado no Brasil, principalmente em relação às pessoas transgênero e travestis.
Essas pessoas sofrem preconceito na escola, o que leva à evasão escolar, e também no mercado de trabalho. Sem emprego e sem escolaridade, muitas travestis e transexuais entram para a prostituição como única saída para sobreviver e acabam levando uma vida de sofrimento e exclusão social.
No caso de pessoas de baixa renda, há a necessidade de se integrar essas pessoas aos serviços básicos garantidos, constitucionalmente, a todas as pessoas, sem restrições de classe social, gênero, sexualidade, religião ou cor da pele. Tais direitos são a atenção à saúde, a alimentação adequada, a moradia digna, a educação e o emprego.
O problema é que, historicamente, populações de baixa renda não acessam os serviços básicos de qualidade. O serviço público de educação e saúde oferecido nos centros urbanos, por exemplo, é precário, o que coloca essas pessoas em desvantagem em relação às que podem pagar por serviços particulares.
Nas comunidades rurais isoladas ou em pequenas cidades, o problema é muito maior, pois, muitas vezes, nem existem hospitais e escolas públicas que possam atender satisfatoriamente as populações de baixa renda.
Inclusão social e os Direitos Humanos
A principal justificativa para se promover a inclusão social de categorias marginalizadas está no fato de que existe uma categoria universal e indistinta de direitos que deve atender a todas as pessoas. Estamos falando dos Direitos Humanos.
Em 1948, três anos após o fim da Segunda Guerra Mundial e visando a evitar outro genocídio como o Holocausto, a ONU promulgou uma carta chamada Declaração Universal dos Direitos Humanos, que indica que toda pessoa humana, independentemente de sua origem, opinião política, crença religiosa, classe social ou cor, deve ter seus direitos básicos atendidos.
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é um documento que se alinha à Declaração Universal dos Direitos Humanos para estabelecer, ao menos juridicamente, a necessidade de se incluir as categorias marginalizadas da sociedade no pleno exercício de seus direitos. O problema é que muito precisa ser feito para que esses direitos sejam garantidos.
Consequências da ausência de medidas de inclusão
Sociologicamente falando, a necessidade de se pensar em controle social se dá pelo fato de que a desigualdade social e a marginalização de pessoas é um fator de atraso para as sociedades. Quando uma sociedade possui um alto índice de exclusão social, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dessa sociedade fica prejudicado.
Também há um índice de cálculo, chamado de Coeficiente de Gini, que mede a desigualdade social de um país. Quanto maior a exclusão de determinadas categorias, sendo outras privilegiadas, maior a desigualdade social. O índice de Gini é exposto em um número que varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 0, menos desigual é a sociedade, quanto mais próximo de 1, maior é o índice de desigualdade social. O Coeficiente de Gini também é um dos fatores que influenciam o IDH de um local.
Quanto menor o IDH, maior o índice de pobreza e de exclusão social, e quanto mais pobreza e exclusão social, maiores são os índices de violência. Quando não há educação, emprego, renda, moradia e alimentação adequada, maior é a revolta e menor é a expectativa de crescimento social.
Esses fatoreslevam as pessoas a verem no crime a única saída para a sua sobrevivência, o que torna as sociedades mais violentas e mais corrompidas pelo crime. Portanto, medidas de controle social que visam à inclusão de categorias marginalizadas da população na plena garantia de direitos são benéficas para a sociedade como um todo.
Inclusão social na escola
O parágrafo 1º do artigo 58 da Lei 9.394/1996, conhecida como Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, diz que, havendo necessidade de equipar a escola pública para atender portadores de deficiência, o poder público deve fazê-lo. Esse foi um primeiro passo tomado nos anos 1990 para promover a inclusão social dentro da escola, mas ainda não era um passo que resolvesse o problema.
O parágrafo 2º do artigo 227 da Constituição Federal de 1988 também fala da obrigatoriedade de haver acessibilidade para deficientes físicos em prédios públicos e no transporte público. Em relação à escola, o que mudou nos anos 2000 é que todos os prédios públicos devem ser adequados ao uso de cadeiras de rodas e a outras dificuldades de mobilidade, além de haver também a inclusão de portadores de atrasos cognitivos e deficiências mentais em escolas regulares.
Antes da Constituição de 1988, não havia obrigatoriedade de instituições de ensino, tanto particulares quanto públicas, de aceitarem alunos com deficiência. A obrigatoriedade a instituições privadas de ensino somente ocorreu com a promulgação da Lei 13.146/2015, chamada Lei Brasileira de Inclusão.
Segundo essa lei, todas as instituições de ensino, privadas, públicas ou conveniadas, devem adequar-se para receber alunos com qualquer tipo de deficiência e garantir a sua manutenção e aprendizado efetivo. Nessa lei, a inclusão de deficientes mentais, portadores de atraso cognitivo e portadores de transtornos que dificultam o aprendizado, como o Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno Opositor Desafiador (TOD) e dislexia, deve ser garantida.
O problema que as instituições públicas e privadas de ensino ainda enfrentam é o modo como garantir o aprendizado e a inclusão dessas pessoas no ambiente escolar, visto que é necessário muito mais que a simples adequação do espaço físico, sendo necessária a contratação de pessoal especializado para o cuidado e a inclusão dessas crianças.
Para que a inclusão seja efetiva, é necessária uma equipe interdisciplinar que envolva psicólogos, psicopedagogos e assistentes sociais. Além disso, a formação de professores deve contemplar o atendimento e o ensino efetivo das pessoas com deficiência.
Exemplos de inclusão social
· Cotas em universidades públicas e concursos públicos para negros e indígenas oriundos de escolas públicas e para estudantes de escolas públicas em geral;
· Inclusão de deficientes físicos ou portadores de atrasos cognitivos em escolas regulares;
· Programas de assistência social a pessoas de baixa renda e pessoas em situação de vulnerabilidade social, como moradores de rua;
· Programas de profissionalização de jovens oriundos de famílias carentes;
· Programas de assistência psicossocial e profissionalização de homossexuais, transexuais e travestis;
· Acessibilidade para portadores de necessidades especiais, como cegos, surdos e cadeirantes, em espaços públicos ou espaços coletivos geridos pela iniciativa privada, além da acessibilidade em calçadas e passarelas do passeio público.
EDUCAÇÃO INCLUSIVA EM UMA VISÃO HOLÍSTICA TENDO COMO BASE OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO
Os métodos pedagógicos tem se renovado periodicamente em razão da conquista do conhecimento nas suas diferentes áreas. E com relação à educação Inclusiva não é diferente, isso porque a discussão acerca da inclusão em nossas escolas é importante e urgente, pois a boa qualidade na educação para os portadores de deficiência, não é uma realidade em todas as escolas, sejam elas públicas ou privadas. Infelizmente, a inclusão passou a ser um instrumento político que até hoje permanece na teoria, mas, é preciso mudar. Todos nós precisamos de atenção, respeitando as particularidades que nos fazem seres únicos. Numa sala de aula temos que adequar o ensino ao ritmo e as características de cada aluno. Todos merecem o mesmo respeito e a mesma atenção, assim como todos precisam se adaptar às peculiaridades de cada professor. O sucesso da inclusão de alunos com deficiência na escola regular decorre, portanto, das possibilidades de se conseguir progressos significativos desses alunos na escolaridade, por meio da adequação das práticas pedagógicas à diversidade dos aprendizes, para tanto, o professor da atualidade frente aos novos desafios, precisa articular-se, tornar-se um professor-pesquisador e a relevância da família em todo o processo é de suma importância. Pois, a proposta de educação inclusiva dentro de uma Visão Holística tem por objetivo integrar a pessoa ao social e ao ambiental, trabalhar todas as áreas, corpo, mente e espírito e é sob esse enfoque tendo como base os quatro pilares que isso passa a ser possível.
 Estamos vivendo em uma sociedade à beira de mudanças radicais. O que nos remete a não deixarmos de compreender que mudanças, geram mudanças. Como essa velocidade num mundo tão globalizado, é intensa, a sociedade se ver em constante transformação e em um ritmo cada vez mais acelerado. A educação não serve só para qualificar pessoas, mas enquanto fim último do desenvolvimento e na educação inclusiva, o trabalho é ainda mais intenso, isso porque essa é uma educação em desenvolvimento, há muito a ser feito e outra porque, infelizmente, não temos escolas bem estruturadas.
A inclusão conceitua-se como o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais, pessoas consideradas diferentes da comunidade a que pertença. Ela ocorre num processo bilateral no qual as pessoas, ainda excluídas, e a sociedade buscam juntas, equacionar problemas, discutir soluções e equiparar oportunidades para todos.  Incrementar a diversidade é promover a igualdade de chances para que todos possam desenvolver seus potenciais. No caso das pessoas com deficiência, devemos começar garantindo-lhes o direito de acesso aos bens da sociedade – educação, saúde, trabalho, remuneração digna etc.
Dessa forma, aqueles que antes estavam fora do processo educacional porque tinham alguma diferença, têm agora, por força da lei, o seu espaço assegurado dentro do sistema regular de ensino, devendo a escola adaptar-se para acolhê-los nas suas necessidades educacionais especiais. Com um mundo tão exigente, a educação deve ser aplicada de forma coerente a fim de satisfazer a sociedade. E dessa forma, é urgente o início de um trabalho de divulgação dos direitos que os deficientes possuem, para que assim, eles possam, de fato, lutar por tais direitos.
            O processo educacional dentro de uma visão holística tem como objetivo a transdisciplinariedade. Despertar e desenvolver a razão, intuição, sensação e sentimento. E trabalha com a crença de que alguns sujeitos precisam "aprender a aprender". Para este aprender é preciso buscar todas as potencialidades deste indivíduo.
            Para melhor compreensão da educação inclusiva em uma visão holística tendo como base os quatro pilares da educação e da pessoa com deficiência, começaremos apresentando a história da humanidade e dos deficientes nela existente e suas peculiaridades culturais, promovendo modos diferenciados de relacionamentos. Uma análise e reflexão a respeito das políticas de inclusão, levando em conta os paradigmas conceituais e princípios que vem sendo progressivamente defendidos em documentos nacionais e internacionais necessário. A inclusão é um movimento mundial de luta das pessoas com deficiências e seus familiares na busca dos seus direitos e lugar na sociedade.
            A educação tradicional prioriza o aprendizado através de conteúdos programado, enquanto que os professores da educação holística estão sempre atentos a todos os acontecimentos da sala de aula, da sociedade, e da vida do aprendiz, para fazer destes acontecimentosoportunidade de aprendizagem, eles não ficam presos a conteúdos de um programa, portanto, não seria justo excluir toda essa dinâmica na educação inclusiva. Nesta sociedade capitalista torna-se cada vez mais difícil encontrar pessoas com as características essenciais para um professor atuar na educação holística, mas não impossível.
1. EDUCAÇÃO INCLUSIVA
1.1 A DEFICIÊNCIA NA HISTÓRIA
Ao longo da história da humanidade as pessoas portadoras de deficiência tiveram uma vida marcada por forte rejeição, discriminação e preconceito, o que levava, sempre à segregação, exclusão, a depender das ideias que marcavam cada momento histórico vivido. Entretanto, a visão que se tinha a respeito da deficiência foi se modificando. Vale ressaltar que, a história da humanidade e a história dos deficientes diferem de cultura para cultura, isso no que se referem às crenças, conceitos, valores e ideologias que, transformadas em práticas sociais, provocam modos diferenciados de relacionamentos. Para tanto, quando se diz a respeito de pessoa deficiente é inevitável destacar seu aspecto histórico porque este pode ser percebido em épocas anteriores.
Na antiguidade o tratamento desumano às pessoas deficientes, permaneceu durante muito tempo em diversos países no mundo. Tal forma pode ser analisada em muitas culturas. Como exemplo da total irrelevância que se dava aos excluídos, podemos destacar Esparta, onde os meninos deveriam estar a serviço do exército a partir dos 07 aos 37 anos. E muitos ficavam à margem desse dever ou direito do cidadão da época, pois para atender a esta exigência, essas pessoas tinham que ser capazes e saudáveis para defenderem o Estado nas incessantes batalhas. Naquela época, aquelas que apresentassem qualquer tipo de deficiência eram desconsideradas aptas para o exercício da guerra. A criança era lançada neste abismo, causando sua morte. Em Atenas, Capital da Grécia, não foi tão diferente, pois quando um bebê nascia com alguma deficiência, o próprio pai deveria matá-lo. Tal prática também acontecia em Roma.
1.2 AS NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS E A PRÁTICA PEDAGÓGICA
Tornar a escola inclusiva implica uma ação conjunta entre o sistema regular de ensino e a educação especializada. O MEC sugere através das Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (BRASIL, 2001.p. 67) diversas possibilidades de interação entre a escola comum e a escola especial. Esses serviços devem ocorrer no espaço da escola regular e pode ser de três tipos: Nas classes comuns: o planejamento seria realizado pelo professor da classe comum em conjunto com o professor especializado – da Instituição Especial – visando garantir a inclusão da criança. Nas salas de recursos: processo de aprendizagem realizado na sala de recursos ou em outro espaço da escola que não a sala de aula, com o professor especializado. O aluno deve frequentar esse local em horário que não coincida com o seu período em sala de aula. Itinerância: visitas sistemáticas do professor especializado à escola, com a finalidade de apoiar e orientar o professor da classe comum nas dificuldades que estejam na prática inclusiva (BRASIL, 2001, p.).
1.2.1 ATENDIMENTO EM CLASSES E ESCOLAS ESPECIAIS
As classes especiais são classes criadas a partir das necessidades dos alunos. Se na escola existem alunos que necessitam de uma atenção constante do professor especializado, a escola regular pode criar um espaço específico para eles, desde que seja em caráter transitório. Chamamos a sua atenção para o fato de que essa solução só deve ser utilizada de forma extraordinária, pois, esses alunos deverão permanecer apenas por um tempo limitado nessa situação de segregação.
O atendimento nas escolas deve ser oferecido a alunos que necessitem de ações individualizadas contínuas, sistemáticas e intensas, requerendo profissionais especializados para a sua execução. Entretanto, estes alunos, assim como aqueles que estão em classes especiais, devem estarem constante avaliação, a fim de que não se perca de vista a possibilidade de serem incluídos na escola comum.
Lembramos, contudo, que o momento histórico que vivemos atualmente é regido pelo Paradigma da Inclusão. Assim, na Escola Especial devem permanecer apenas os alunos com quadros comportamentais muito severos, e mesmo para eles deve existir a possibilidade de, em algum momento do seu desenvolvimento escolar, ser possível ingressar na escola comum em alguma das modalidades descritas.
1.2.2 O PAPEL DO PROFESSOR
A postura do professor deve ser a de proporcionar ao aluno trocas com o meio, ao tempo em que valoriza a sua autonomia e independência, sem descuidar de suas limitações. Por isso, o educador deve ter bastante cuidado, o seu papel é estar sempre atento, estimulando as crianças para que participem dos momentos de compartilhamento e troca dos conhecimentos, sejam eles sociais, afetivos ou cognitivos. É dessa forma, assumindo o papel de mediador entre a criança e o mundo, que ele favorecerá a interação social entre os alunos.
A formação do educador deve estar centrada no estudo e discussão das teorias atuais que abrangem a prática pedagógica. Ele deve ter como objetivo principal do seu trabalho o desenvolvimento e a aprendizagem de todos os seus alunos, independente das diferenças que eles apresentem. Sabemos que, no geral, os professores são bastante resistentes às inovações educacionais, como a inclusão, ainda mais quando se trata dentro de uma visão holística.
Também reconhecemos que as inovações educacionais abalam a identidade profissional, e o lugar conquistado pelos professores em uma dada estrutura ou sistema de ensino, atentando contra a experiência, os conhecimentos e o esforço que fizeram para adquiri-los. Os professores acreditam que os conhecimentos que lhes faltam para ensinar as crianças com deficiência ou dificuldade de aprender por outras incontáveis causas referem-se primordialmente à conceituação, etiologia, prognósticos das deficiências e que precisam conhecer e saber aplicar métodos e técnicas específicas para a aprendizagem escolar desses alunos.
Se de um lado é preciso continuar investindo maciçamente na direção da formação de profissionais qualificados, não se pode descuidar da realização dessa formação e estar atento ao modo pelo qual os professores aprendem para se profissionalizar e para aperfeiçoar seus conhecimentos pedagógicos, assim como reagem às novidades, aos novos possíveis educacionais. Portanto, uma educação dentro de uma visão holística não é uma proposta pronta, com "receitas", e sim uma forma de pensar e perceber a vida, ela se faz presente em várias propostas educacionais. E todas estas contribuem em muito para uma nova forma de educação onde podemos trabalhar melhor.
1.2.3 O PAPEL DA FAMÍLIA
 A família, como grupo social primário, desempenha uma função determinante na formação e no desenvolvimento afetivo, cognitivo e social das crianças e jovens. Lembramos que, o ambiente no qual será inserida a criança forma-se antes do seu nascimento. Assim, quando a criança nasce com deficiência, quase sempre é necessário o apoio de terceiros para que a família possa lidar com essa nova situação. Por isso, um ambiente positivo, estimulador, deve ser constituído desde às primeiras relações da criança com o mundo. Pois, quanto maior for a participação da pessoa no contexto social, maior será a sua chance de assumir um novo papel na família. A família tem total responsabilidade no tocante a implementação do direito à educação de suas crianças e adolescentes.
1.3 AS PERSPECTIVAS NUMA EDUCAÇÃO HOLÍSTICA TENDO COMO BASE OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO
A escola para a maioria das crianças é o único espaço de acesso aos conhecimentos universais e sistematizados, ou seja, é o lugar que vai lhes proporcionar condições de se desenvolver e de se tornar um cidadão, alguém com identidade social e cultural. Melhorar as condições da escola é formar gerações mais preparadas para viver a vida na sua plenitude, livremente, sem preconceitos, sem barreiras.
Então, o movimento inclusivo, nas escolas, pormais que seja ainda muito contestado, pelo caráter ameaçador de toda e qualquer mudança, especialmente no meio educacional, é irreversível e convence a todos pela sua lógica, pela ética de seu posicionamento social. A inclusão está denunciando o abismo existente entre o velho e o novo na instituição escolar brasileira. A inclusão é reveladora dessa distância que precisa ser preenchida com as ações que relacionamos anteriormente. Assim sendo, o futuro da escola inclusiva está ao nosso ver, dependendo de uma expansão rápida dos projetos verdadeiramente embutidos do compromisso de transformar a escola, para se adequar aos novos tempos.
Também, não podemos esquecer que avaliação no currículo inclusivo deve ser flexível, porém objetivo. Precisamos ter a preocupação com modelos de aprovação facilitada, pois se o aluno com deficiência acabar passando de uma série para outra, sem ter necessários conhecimentos, estaremos reproduzindo os mesmos problemas do Ensino Especial. É por isso que estamos buscando um novo modelo educacional, e a educação inclusiva sob enfoque holístico, é a saída para uma educação de qualidade, pois essa favorece e é ainda necessário, visar os quatro pilares básicos da Educação: O aprender a fazer; aprender a conhecer;  aprender a ser;  aprender a viver juntos. Portanto, à Visão Holística permite lograr por um perfil de sujeito que deva ser ativo e autodeterminado para reconstrução do mundo, o que deve estar na implementação da escola de qualidade, que é igualitária, justa e acolhedora para todos, é um sonho possível. 
  A educação não se apoia exclusivamente, numa única fase da vida. Os tempos mudaram e as áreas da educação devem ser repensados. Com base nos quatro pilares da educação, compreendemos que profundas mudanças precisam ocorrer no sistema de ensino secular. Pode levar algum tempo para aceitarmos que só se aprende participando, vivenciando, tomando atitudes diante dos fatos, escolhendo procedimentos para atingir determinados objetivos. Não se ensina só pelas respostas dadas, mas principalmente pelas experiências proporcionadas, pelos problemas criados, pela ação desencadeada.
Não temos nenhuma proposta de inclusão que possa ser generalizada ou multiplicada, pois, ainda é incipiente, no entanto, é de consenso que esse processo é de responsabilidade de toda a sociedade e, portanto, é preciso que a escola esteja aberta para a "escuta", favorecendo assim, as trocas para a construção do processo de inclusão escolar. Falar de inclusão, em nossa sociedade, é um desafio. Porque simplesmente, esta dita sociedade possui barreiras para separar as escolas regulares dos alunos com necessidades especiais. Desta forma, é urgente o início de um trabalho de divulgação dos direitos que os deficientes possuem, para que assim, eles possam, de fato, lutar por tais direitos.
As escolas devem organizar possibilidades educacionais eficientes para favorecer o desenvolvimento dos talentos e a participação ativa dos alunos com altas habilidades na sociedade. Mas, é imprescindível rever a pedagogia da escola, ampliar os objetivos propostos para o ensino e modificar a metodologia de trabalho, a fim de possibilitar o desenvolvimento do potencial de todos os alunos conforme suas habilidades e interesses individuais é o desafio para a construção de uma escola inclusiva democrática, é essa a intenção da educação holística.

Mais conteúdos dessa disciplina