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Inclusão, segregação, integração e exclusão

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EXCLUSÃO
INCLUSÃO
 INTEGRAÇÃO
SEGREGAÇÃO
 A primeira figura retrata um ambiente escolar de Inclusão, um conceito que não se estabelece apenas no “estar junto” num mesmo espaço educativo, ou na reconfiguração da acessibilidade mobiliária e arquitetônica das escolas. Trata-se das atitudes e adaptações necessárias as quais toda comunidade escolar deve compartilhar, para que os sujeitos desse processo possam interagir, num ambiente real de estímulo, de cooperação, empatia e respeito mútuo, onde todos possam aprender juntos independentemente das dificuldades, deficiências, origens e cultura. 
 A palavra Inclusão constantemente está associada à inserção de pessoas com deficiência nos espaços coletivos, porém seu sentido é muito mais abrangente, alcança os marginalizados da sociedade por sua origem socioeconômica, moradores de rua, refugiados ou imigrantes, analfabetos, pessoas da terceira idade entre outros. 
 Todas as pessoas que integram esse processo devem contribuir ativa e constantemente para que essas barreiras histórica e culturalmente construídas possam ser quebradas, assim os conceitos e atitudes comportamentais excludentes serão alterados, permitindo o acolhimento de todos, a interação e partilha de experiências, que são ingredientes fundamentais para o desenvolvimento integral dos sujeitos.
 A segunda figura retrata a Exclusão ou rejeição social ao “diferente”, ao que não se enquadra no perfil padronizado de normalidade imposto pela sociedade. Processo esse que veio desde a idade Antiga ao qual já possibilitou, juridicamente inclusive, as famílias a execução de seus filhos que nasciam com qualquer tipo de deficiência. Posteriormente com a expansão do Cristianismo, os dogmas religiosos tratavam as deficiências de modo geral como associadas ao sinal da ira divina, como uma punição para o deficiente ou a sua família. Com o processo de reconhecimento dos direitos universais do cidadão pós Revolução Francesa e também o advento do incentivo ao trabalho e aumento da produção nos séculos XIX e XX essas pessoas aos poucos foram ocupando espaços na sociedade através de muita luta e esforço.
 Entretanto no que se diz respeito a escola, os atendimentos estavam impedidos até meados dos anos 60, comprometendo significativamente a aquisição da escolarização, demonstrando uma sociedade muito engajada, em busca dos avanços tecnológicos, mas totalmente alheia aos direitos fundamentais dessa população excluída.
 A escola excludente é aquela que antes de tudo cerceia o acesso, seu trabalho pedagógico não está voltado ao desenvolvimento integral do sujeito, não promovendo dessa forma o bem-estar social, atua como reprodutora e legitimadora das desigualdades sociais. Ao ignorar as diferenças, a dinâmica escolar fica comprometida e os atores desse processo reforçam ainda mais a estigmatização.
 A terceira figura está relacionada ao conceito de Segregação, em que pessoas com algum tipo de deficiência é tida como “inapta” a conviver nos espaços de escola comum, e por suas necessidades especiais devem frequentar instituições especializadas. Trata-se também de mais um processo educacional excludente pois os aspectos pedagógicos acabam ficando em segundo plano, o atendimento assistencialista tem foco na saúde e em terapias ocupacionais. Todos os direitos a uma educação integral, adequada e acolhedora ficam de lado para o atendimento muitas vezes em instituições sem nenhum convívio com os seus pares, e segundo essa perspectiva estariam assim sendo protegidos dos demais, validando como a forma ideal de atendê-los.
 Foi assim que a sociedade resolveu lidar com as deficiências, que passou a ser enxergada como uma doença ou patologia, algo incomum que foge ao natural e que precisa ser cuidada ou consertada para o real convívio social. Em algumas situações acreditava-se que devido à tamanha limitação, tal indivíduo não possuía potencialidades, sendo assim incapaz de oferecer algo para a sociedade lhe restando apenas o atendimento medicamentoso ou psicológico.
 A quarta figura retrata a Integração, é o conceito de estar junto, porém, separado. A partir da década de 1960 muitos esforços no sentido de incluir as pessoas com deficiência nos espaços de saber foram feitos e assim surgiram as “Salas Especiais”, um espaço dentro das escolas para o atendimento educacional desses sujeitos, embora estivessem no mesmo prédio, muitas vezes até os recreios eram separados. De modo geral quase nenhuma adaptação era feita para que esse público pudesse desenvolver suas atividades, restando a eles o papel de se auto - adaptarem para participar desse ensino oferecido.
 A formação nesse contexto tem bastante foco no preparo do sujeito para atender a uma demanda específica da sociedade. Quando o aluno da sala especial se encontrava “preparado”, aí poderia participar da sala de aula “comum”, porém sem nenhum tipo de adaptação nos recursos pedagógicos disponíveis, configurando mais uma vez uma prática totalmente excludente. Isso ficou visível de modo que os altos índices de abandono, evasão e repetência refletem isso.
 A Integração é considerada uma etapa preparatória e de transição para a Inclusão que ganha muito destaque a partir dos anos 1990.
 A Inclusão é um processo e embora esteja em andamento, muitas vezes não enxergamos ao nosso redor o reflexo desse trabalho desenvolvido. Ela está acontecendo em todas as partes do mundo e há um grande esforço para que estas mudanças profundas e necessárias aconteçam. 
 O convívio entre alunos com e sem deficiência são realmente transformadores, pois os mesmos terão a oportunidade de se conhecer, ajudar, orientar, aprender e se emocionar com as situações da sala de aula e da vida. Os alunos com deficiências devem ter acesso a todos os recursos e adaptações necessárias para sua necessidade. É dever e função da escola o tratamento de todos com igualdade, ter um olhar cuidadoso e despertar a empatia e a cooperação. Seu objetivo central deve ser o de promover a igualdade de direitos a todos e educar para cidadania, isso requer inclusão social.
 A pessoa com deficiência não precisa ser consertada, precisa ser motivada a vencer os entraves que aparecerão ao longo da sua vida na sociedade nas mais diferentes situações, isso só irá acontecer se todos os sujeitos que passarem pelos espaços de saber forem educados para a autonomia, dessa forma alcançarão o seu pleno desenvolvimento.
 Aqui no Brasil, temos já muitos instrumentos constitucionais previstos a respeito da Inclusão, muitas dessas leis consideradas progressistas e de boa qualidade, mas a realidade da Inclusão ainda fica restrita nas grandes capitais, onde há também um engajamento populacional maior e ainda assim encontra muita resistência. Já é possível notar nos shoppings, cinemas, teatros e elevadores por exemplo uma série de adaptações que visam a acessibilidade. Entretanto a escola ocupa um papel de diálogo importante com a comunidade, de conscientização da população, demonstrando a necessidade de estabelecermos uma sociedade mais inclusiva, mais humanizada, pois embora muitas conquistas tenham sido feitas, há ainda um longo caminho a percorrer.
 É papel da escola demonstrar os benefícios mútuos da convivência, sobre o prisma da diversidade, dentro do mesmo espaço, com recursos adequados a cada necessidade. Existem muitas dificuldades ainda por enfrentar nesse processo, é imprescindível que as escolas tenham seu Projeto Político Pedagógico baseado nessas necessidades, que sua estratégia e seus recursos pedagógicos contemplem a diversidade e supram a necessidade de todos os alunos. Os professores precisam de apoio, orientação e de formação contínua para que possam enfrentar esses desafios de forma positiva pois muitas dúvidas surgem nessa jornada especial.
 A Segregação social ainda é um incômodo entrave para o desenvolvimento do nosso país, somente viabilizando a democratização dos espaços através da Inclusãoé que daremos a oportunidade de todos terem sua autonomia, vislumbrarem seus direitos e participarem ativamente da comunidade. A Inclusão sendo trabalhada no espaço escolar desde a primeira infância, através da socialização ali desenvolvida, é uma ferramenta poderosa de transformação e ascensão social e de pleno exercício da cidadania.
 Gostaria de finalizar com uma frase do psicanalista, educador, teólogo e escritor Rubem Alves :
 “Sem a educação das sensibilidades, todas as habilidades são tolas e sem sentido” (ALVES, Rubem 2002 , p. 98)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A primeira figura r
etrata um ambiente escolar de
 
Inclusão
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um conceito que não se 
estabelece apenas no 
“
estar junto
”
 
num 
mesmo espaço
 
educativo,
 
ou na
 
reconfiguração 
da
 
acessibilidade
 
mobiliária e 
arquitetônica
 
das 
escolas.
 
Trata
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se 
das atitudes
 
e
 
adaptações
 
necessárias
 
as quais
 
toda comunidade escolar deve
 
compartilhar, para
 
que 
os sujeitos desse processo possam 
interagir
, num ambiente 
real 
de 
estímulo,
 
de 
cooperação
, empatia 
e
 
respeito mútuo, 
onde
 
todos possam aprender juntos 
independentemente das dificuldades, 
deficiências,
 
origens e cultura. 
 
 
 
A palavra Inclusão
 
constantemente está associa
da à
 
inserção de
 
pessoas 
com 
deficiência
 
nos 
espaços
 
coletivos
,
 
porém seu senti
do é muito mais 
abrangente, alcança
 
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INTEGRAÇÃO
 
INCLUSÃO
 
EXCLUSÃO
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A primeira figura retrata um ambiente escolar de Inclusão, um conceito que não se 
estabelece apenas no “estar junto” num mesmo espaço educativo, ou na reconfiguração 
da acessibilidade mobiliária e arquitetônica das escolas. Trata-se das atitudes e 
adaptações necessárias as quais toda comunidade escolar deve compartilhar, para que 
os sujeitos desse processo possam interagir, num ambiente real de estímulo, de 
cooperação, empatia e respeito mútuo, onde todos possam aprender juntos 
independentemente das dificuldades, deficiências, origens e cultura. 
 A palavra Inclusão constantemente está associada à inserção de pessoas com 
deficiência nos espaços coletivos, porém seu sentido é muito mais abrangente, alcança 
SEGREGAÇÃO INTEGRAÇÃO 
INCLUSÃO 
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