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Aluna: Fernanda Alves Fagundes Matrícula: 172112080279 Polo: Angra dos Reis AD1 – Educação e Trabalho Entrega 02/03/2019 Questão 1: Assim como a educação, o trabalho é atividade essencialmente humana, pois só os seres humanos (dotados da racionalidade) são capazes de executá-lo. É por meio do trabalho, da ação transformadora sobre a natureza e não de simples adaptação a ela, que os seres humanos produzem /reproduzem a sua existência. Ao longo da história da humanidade, isto é, das comunidades primitivas ao atual modo de produção capitalista - o trabalho adquiriu distintos formatos, produto das relações humanas. Com base no texto de Suzana Albornoz (aula 1) e de Demerval Saviani (aula2), disserte sobre o conceito de trabalho, demonstrando a forma que o trabalho adquire no atual estágio capitalista, além de explicar a que grupos da sociedade o desenvolvimento da tecnologia tem beneficiado em maior proporção. O conceito de trabalho é histórico, e no decorrer do tempo novas determinações surgem. O modo de organização do homem, bem como da divisão de trabalho para produzir difere de época para época, de cultura para cultura, o mesmo ocorre quando a própria práxis muda, exigindo uma nova ressignificação de trabalho. Em algumas culturas, por um período, tinha-se como trabalho todo esforço, toda atividade física e toda atividade intelectual não era considerada um trabalho. Na antiguidade o trabalho era uma pratica comum a todo membro da sociedade. Educação e trabalho caminhavam juntos, aprendia-se trabalhando. Com a problemática do controle privado sobre a terra e dos meios de produção, essa pedagógica mudou, a divisão de trabalho e de classes foi determinante na separação de educação e trabalho. Na Idade Média moderna e contemporânea a divisão da sociedade em classes se firmou, vários critérios definiam a classe social aqui o homem pertencia, mas o principal era o econômico. A educação, o conhecimento que na antiguidade era como a todos, pois era compartilhado, passou a ser privilégio de poucos. A realeza e a burguesia estava designada a melhor educação e ao plebeu, proletariado somente o necessário para exercer o seu trabalho. Nesses períodos, o sistema econômico passa de feudal para mercantil, chamado por alguns pensadores de Pré-Capitalismo e o trabalho se firma como mercadoria. Na modernidade, com a Revolução Industrial, ocorre a consolidação do sistema econômico capitalista. As máquinas substituem os homens no processo de produção e o sistema de divisão de classes se mantem entre os que tem muito, dos que tem pouco ou quase nada, e a relação do homem com o trabalho também. Modelos de sistemas de produção surgem (Taylorismo e Fordismo), a manufatura perde espaço para produção manufaturada (produzido de forma industrial). Questão 2: Embora não seja possível ao homem viver sem trabalho, já que é por meio do trabalho que os homens garantem a produção/reprodução da sua existência, a apropriação privada da propriedade tornou possível aos proprietários viverem do trabalho alheio (do trabalho dos não-proprietários), dando origem às sociedades de classes. Saviani (2007) demonstra que a divisão dos homens em classes irá produzir a divisão do trabalho, a divisão na educação e a emergência histórica da separação entre trabalho e educação. Explique como se deu historicamente a separação entre trabalho e educação, a que objetivos atende e como essa separação se configura na atual sociedade de mercado. Para Dermeval Saviani, sua perspectiva embasada no pensamento dos estudiosos Berguison (1979) e Marx e Engels(1974), entendeu como trabalho “o ato de agir sobre a natureza transformando-a em função das necessidades”. E diz que “a essência do homem é o trabalho”. Ora se a essência do home é o trabalho, a partir do momento que o homem passa a existir com ele também o trabalho? A fim de dar continuidade com a espécie humana, lidando com a natureza, relacionando-se uns com os outros, os homens educavam e se educavam, aprendiam a trabalhar trabalhando, e o que era comprovado pela experiência, eram preservado e transmitido as novas gerações. Nas sociedades primitivas tinham como parte da identidade o modo de produção coletiva e a educação, como toda a ação desenvolvida pelo homem, corresponde ao processo de trabalho era comum a todo membro da sociedade, ou seja a ação de educação e trabalho eram coincidentes e não havia distinção de pessoas, todos participavam na formação/ construção da sociedade, não havia divisão de classes. Somente a partir do escravismo antigo que passa a haver essa divisão da educação e trabalho. A educação dividiu-se em duas modalidades uma voltada para a classe proprietária e outra para a classe não proprietária, esta por sua vez voltada para o trabalho e a primeira voltada para a atividade intelectual, e foi esta primeira modalidade que deu início ao que chamamos hoje de escola. Com o surgimento do sistema capitalista a divisão de classe se solidificou, se antes todos trabalhavam com a privatização da terra os proprietários passaram a viver do trabalho dos não proprietários. O trabalho que antes consistia na sobrevivência para dar continuidade a espécie passa a ser vendido para sua própria sobrevivência e dos seus, e também para o lazer, conforto e enriquecimento dos que não trabalhavam. Com o impacto da Revolução Industrial uma nova forma de produção da existência humana passou a existir exigindo um redimensionamento das relações sociais, as maquinas se tornam o centro do processo de trabalho. A fim de integrar o homem no processo produtivo, a escola familiarizou-os aos códigos formais capacitando para tal. Há quem diga hoje que a educação escolarizada para a classe popular não mais se assemelha a isso, mas esta voltada para inclusão do homem como um todo na sociedade, mas romper com essa modalidade de ensino tem se mostrado bastante dificultoso, pois este modo de educação bem distinta entre ricos e pobres, ainda se faz necessário para a sobrevivência do sistema capitalista, exemplo disso é o Novo Ensino Médio, implantado pelo governo Temer e que vigora em nosso país, nele o aluno escolhe que área do saber que lhe convém estudar, preparando-o para o mercado de trabalho, mas antes dele já haviam escolas técnicas e politécnicas público e privados. Quem não lembra do Telecurso 2000?