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Hipoteses diagnósticas HTP

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4 
DESENHOS DO H-T-P DE CRIANÇAS 
E ADULTOS: ALGUMAS QUESTÕES 
E COMPARAÇÕES 
L. Stanley Wench, Ed. D. e Donna Rait 
Ball State University 
A idade é um fator crucial para a interpretação dos desenhos do H-T-P, e a análise 
dos desenhos não deve ser iniciada sem o conhecimento das idades cronológica e 
mental. O aumento da complexidade e da sofisticação com o crescimento da idade 
foram adequadamente demonstradas por Goodenough (1926), bem como por Buck 
(1948) e Koppitz (1964). Além disso, quanto mais inteligente for o sujeito, mais com-
plexos são os desenhos, combinados, é claro, com as diferenças na estrutura da 
personalidade. Thomas e Silk (1990) concluíram que os desenhos de crianças podem 
ser divididos em cinco estágios, começando com o estágio das garatujas, dos 18 
meses aos 2 anos. Gradualmente, alguns desenhos rudimentares aparecem por vol-
ta dos 2-3 anos até os 3-4 anos de idade, quando as figuras parecem ser baseadas 
em um esquema mais primitivo. Esses desenhos vão então se tornando mais coeren-
tes à medida que a criança fica mais velha, e começam a aparecer desenhos visivel-
mente realistas quando a criança tem cerca de 8 anos de idade. 
As Tabelas 1-4 apresentam as características de desenhos que recebem diferen-
tes interpretações para diferentes faixas etárias. As características foram escolhidas 
de modo que distingam claramente entre, pelo menos, dois grupos de idade de acor-
do com pesquisadores e clínicos. A Tabela 1 inclui as características gerais dos dese-
nhos e as Tabelas 2, 3 e 4 incluem as características de desenho específicas dos 
desenhos das casas, árvores e pessoas, respectivamente. Os grupos de idades es-
pecíficos encontrados na literatura foram os seguintes: crianças mais novas, .::;8 anos; 
crianças mais velhas, 9-12; adolescentes, 13-16; adultos, 17-65; e idosos, >65. Essas 
faixas de idade são aproximadas, e, em muitos casos, a interpretação diferencial é 
apresentada para apenas dois desses grupos etários. 
 
 
 
H-T-P - Manual e Guia de Interpretação 
Em geral, considera-se que, à medida que o indivíduo se desenvolve, as hipóteses 
interpretativas relacionadas a seus desenhos tornam-se mais específicas. Também, 
características do desenho vistas como normais em crianças são consideradas como 
tendo possivelmente implicações muito sérias para os adultos e os idosos. Principal-
mente, com relação ao tamanho, desenhos muito grandes ou muito pequenos são 
considerados normais para crianças, mas são vistos de modo muito diferente quando 
desenhados por um indivíduo mais velho. Outras características, tais como detalhes 
bizarros e distorções acentuadas, despertam apenas preocupações leves quando 
desenhadas por crianças, mas podem sugerir hipóteses diagnósticas mais graves 
quando desenhadas em grupos de idade mais velhos. 
Como pode ser visto na Tabela 3, muitos menos esforços de pesquisa e observa-
ções clínicas têm focalizado as interpretações diferenciais para o desenho da árvore 
do que para os outros desenhos. Os dados de pesquisa indicam que os efeitos da 
inteligência e do aumento da maturidade são menos aparentes nos desenhos da 
árvore em comparação aos da casa ou da pessoa (Fukada, 1969). Mais especifica-
mente, os desenhos de árvores não parecem ser significativamente afetados por fa-
tores de desenvolvimento além dos 7 anos de idade. Tanto para crianças, como para 
adultos, as árvores parecem refletir uma projeção dos, assim chamados, níveis in-
conscientes da personalidade (Buck, 1950b; Cassei, Johnson & Burns, 1958). 
Tabela 1 
Características Gerais dos Desenhos com Hipóteses Diagnósticas 
Diferenciais por Grupo de Idade 
Características 
Crianças Crianças 
do desenho 
mais mais Adolescentes Adultos Idosos 
novas velhas 
Rasuras Incerteza, Raramente 
Excessivas inquietação observado 
(Schi ldkrout, (Ogdon, 1977) 
Shenker, & 
Sonnenblick, 
1972) 
Localização Autocontrole (Levy, 1950) Auto-
central insatisfação 
(Hammer, 1968) 
Comum, rigidez 
se no centro 
absoluto (Urban, 
1963) 
Localização Possível neurose Tendências 
Inferior na página (Dileo, 1973) depressivas 
(Mursell, 
1969) 
tabela continua na próxima página ... 
130 
 
 
 
Desenhos do H-T-P de crianças e adultos: algumas questões e comparações 
Tabela 1 
Características Gerais dos Desenhos com Hipóteses Diagnósticas 
Diferenciais por Grupo de Idade 
Características 
Crianças 
Crianças 
do desenho 
mais 
mais velhas 
Adolescentes Adultos Idosos 
novas 
Canto superior Comum Tendências regressivas 
esquerdo (Jolles, (Barnouw, 1969; Buck, 1969) 
1952) 
Pressão muito Baixo nível de energia, Hesitação, indecisão (Dileo, 
leve personalidade inibida (Urban, 1973) 
1963; Levy, 1958) 
Desenho muito Comum até Tendências agressivas e de 
grande 22,86 cm "acting out', expansividade 
(9") (Koppitz, (Urban, 1963) 
1968) 
Desenho muito Comum Sentimento de inferioridade, Comum 
pequeno (Britain, inadequação (Dileo, 1973; (Britain, 
1970) Mundy, 1972) 1970) 
Linhas de Autoconceito lnseg urança, 
esboço pobre, autocon- timidez 
fiança baixa (Dileo, 1973) 
(Schildkrout et Meticulosidade 
ai., 1972) (Jolles, 1964) 
Sombreamento Problemas de ajustamento Ansiedade, depressão (Buck, 1966; Exner, 
Excessivo (Koppitz, 1964) 1962; Wolk, 1969) 
Comum (Machover, 1960) 
Detalhes Personalidade seriamente Possível psicose (Buck, 1969; Mursell, 1969) 
Bizarros desorganizada (Dileo, 1973) 
Distorções Normais sob estresse (Britain, Autoconceito Possível psicose, deficiência 
acentuadas 1970) pobre (Bodwin mental e/ou organicidade 
Ajustamento e aproveita- & Brick, 1960} (McElhaney, 1969) 
mento escolar pobres 
(Koppitz, 1966) 
Assimetria Agressão manifesta, possível Insegurança, inadequação física, organicidade 
Acentuada organicidade (Koppitz, 1968) (Mundy, 1972) 
Transparências Comum Imaturidade, Autoconceito Contato com a realidade 
(Urban, problemas de pobre e pobre, possibilidade de 
1963) ajustamento desajustamento voyeurismo, exibicionismo 
(Hiler & (Hiler & Nesvig, (Schildkrout et ai., 1972) 
Nesvig, 1965) 1965) 
Nota. Crianças mais novas: ~ 8 anos; crianças mais velhas: 9 - 12 anos; adolescentes: 13 - 16; adultos: 17 - 65; 
idosos: > 65 anos. Essas faixas são aproximadas e, em muitos casos, interpretações diferenciais são apresentadas 
apenas para dois desses grupos de idade 
131 
 
 
 
H-T-P - Manual e Guia de Interpretação 
Tabela2 
Características do Desenho da Casa com Hipóteses Diagnósticas Diferenciais 
por Grupo de Idade 
Características 
Crianças Crianças 
do desenho 
mais mais Adolescentes Adultos Idosos 
novas velhas 
Ausência de Abaixo de 6 A ausência de qualquer detalhe essencial sugere deterioração 
detalhes essen- anos: comum intelectual e/ou sérios distúrbios emocionais (Beck, 1955; Buck, 
ciais (ex. janela, (Beck, 1955; 1948) 
parede, telhado Buck, 1948) 
e chaminé) 
Tulipas ou flores Comum (Buck, 1948; Imaturidade (Buck, 1966; Hammer, 1954a) 
semelhantes a Hammer, 1954a) 
margaridas 
Casas Comum Regressão (Meyer et ai., 1955) 
antropomórficas (Jolles, Baixa capacidade mental e organicidade (Jolles, 
1964) 1964) 
Chaminé em Comum Regressão, 
ângulo reto com (Jolles, baixa capaci-
o telhado 1964) dade mental ou 
organicidade 
(Jolles, 1964) 
Paredes: Comum (Jolles, 1952) Defesas 
perspectiva regressivas 
dupla com (Jolles, 1952) 
paredes laterais Baixa 
(extremas) capacidade 
estreitas mental e/ou 
organicidade 
(Jolles, 1952; 
Buck, 1950b) 
Perspectiva Até os 8 Manutenção da 
Simples (apenas anos: comum "persona" 
uma parede (Jolles, aceitável (Buck, 
mostrada) 1952) 1950b) 
Evasão 
(Hammer, 1954) 
Paredes Comum Julgamento e 
transparentes (Hammer, contato com a 
1958) realidade 
deficientes, 
compulsividade/ 
ou baixa capaci-
dade mental 
(Jolles, 1964) 
Nota. Crianças mais novas: _s; 8 anos; crianças mais velhas: 9 - 12 anos; adolescentes: 13 - 16; adultos: 17 - 65; 
idosos: > 65 anos. Essas faixas são aproximadas e, em muitos casos, interpretações diferenciais são apresentadas 
apenas paradois desses grupos de idade. 
132 
 
 
 
Desenhos do H-T-P de crianças e adultos: algumas questões e comparações 
Tabela 3 
Características do Desenho da Árvore com Hipóteses Diagnósticas 
Diferenciais por Grupo de Idade 
Características Crianças 
Crianças 
mais Adolescentes Adultos Idosos do desenho mais novas 
velhas 
Detalhes Até 7 anos: A ausência de qualquer detalhe essencial em pessoas de 
essenciais: comum (Buck, inteligência média acima de 7 anos sugere deterioração 
tronco e um 1948) intelectual (Buck, 1948; Jolles, 1964) 
galho 
Macieiras Necessidades Acima de 7 Desejo infantil 
de depen- anos: (Jolles, 1964) 
dência; se as possível Desconfiança 
maçãs imaturidade em mulheres 
estiverem no ou regressão (Marzolf & 
chão, senti- (Fukada, Kichner, 1972) 
mentas de 1969) 
rejeição (Buck, 
1966) 
ÁNore muito Rebeldia à autoridade Possível 
grande (Landesberg, 1969) agressividade 
(Buck, 1948) 
Supercompen-
sação em 
pensamentos 
e ações (Buck, 
1950b) 
ÁNore fálica Até 8 anos: comum (Jolles, Desajustamento; preocupação 
1964) ou imaturidade psicossexual em 
homens a partir dos 9-1 O anos 
de idade (Allen, 1958) 
Nota. Crianças mais novas:::; 8 anos; crianças mais velhas: 9 - 12 anos; adolescentes: 13 - 16; adultos: 17 - 65; 
idosos: > 65 anos. Essas faixas são aproximadas e, em muitos casos, interpretações diferenciais são apresentadas 
apenas para dois desses grupos de idade. 
133 
 
 
 
H-T-P - Manual e Guia de Interpretação 
Tabela 4 
Características do Desenho da Pessoa com Hipóteses Diagnósticas 
Diferenciais por Grupo de Idade 
Características 
Crianças Crianças 
do desenho 
mais mais Adolescentes Adultos Idosos 
novas velhas 
Cabeça muito Até 7 anos: Agressividade e pensamento expansivo, ego inflado, 
grande comum supervalorização da inteligência, fantasia (Urban, 1963) 
(Koppitz, 
1968) 
Cabeça muito Problemas de ajustamento Inadequação intelectual, social ou sexual (Jolles, 
pequena (Dileo, 1970) 1964) 
Características Ajustamento pobre, Evasão e superficialidade (Urban, 1963) 
faciais omitidas possível obsessividade Possíveis tendências de afastamento (McElhaney, 
(Koppitz, 1966) 1969) 
Olhos omitidos Ajustamento pobre, Personalidade ineficaz, sem discernimento (Gurvitz, 
pensamento obsessivo, 1951) 
ansiedade e/ou depressão Alucinações visuais (Jolles, 1964) 
(Schildkrout et ai., 1972) Esquizofrenia (Hammer, 1969) 
Olhos fechados Distúrbio Hostilidade encoberta (Schildkrout et ai., 1972) 
emocional 
(Koppitz, 
1968) 
Ênfase no nariz Comum (Machover, 1960) Dificuldades sexuais e Hipersensibilidade, 
inferioridade (Buck, 1966) desconfiança; 
defensividade e 
perda da masculi-
nidade em homens 
mais velhos (Wolk, 
1969) 
Nariz omitido Timidez, retraimento Sentimentos de castração 
(Koppitz, 1968) (Schildkrout et ai., 1972) 
Ênfase na boca Dependência normal e Autoconceito Defesas Incapacidade de 
imaturidade (Urban, 1963) pobre (Bodwin regressivas, comunicação 
& Bruck, 1960) oralidade (Wolk, 1969) 
(Urban, 
1963) 
Boca omitida Possíveis obsessões e Sentimentos de culpa Condições 
ansiedade (Haworth, relativos à agressividade oral respiratórias 
1962) (Urban, 1963) somáticas 
Timidez, síndrome Condições depressivas (Machover, 1949) 
depressiva de retraimento (Koppitz, 1968) 
(Koppitz, 1968) 
tabela continua na próxima página ... 
134 
 
 
 
Desenhos do H-T-P de crianças e adultos: algumas questões e comparações 
Tabela 4 
Características do Desenho da Pessoa com Hipóteses Diagnósticas 
Diferenciais por Grupo de Idade 
Características 
Crianças Crianças 
do desenho 
mais mais Adolescentes Adultos Idosos 
novas velhas 
Bocas côncavas Comum (Machover, 1960) Passividade e dependência 
(Schildkrout et ai., 1972) 
Dentes visíveis Agressividade (comum) Tendências 
(Buck, 1966; Hammer, agressivas, 
1965) infantis ou 
sádicas; 
"acting ouf' 
(Buck, 1966; 
Goldstein & 
Rawn, 1957) 
Sorriso aberto Comum (Machover, 1949) Simpatia 
forçada; afeto 
inadequado 
(Machover, 
1949; Urban, 
1963) 
Pescoço omitido Ajustamento pobre Impassividade (Mundy, 1972) 
(Mundy, 1972) Posswel organicidade (Koppitz, 
1968) 
lrvt..,..h • .,j,-.1,,,,.j,.. """"'" "'",r,,. ..-.1,...fini,...n+,...,r,,. 
11110.LUI IUO.UV \JVI I IV I IVOJ uv11vu:.1 m::;;;:, 
mentais e pessoas regredidas 
(Mundy, 1972) 
Omissão de Comum Sérios distúrbios psicológicos, talvez psicose 
partes (McElhaney, (Buck, 1948; Burton & Sjoberg, 1964) 
importantes do 1969) 
corpo 
Assimetria do Agressão ou lesão cerebral Posswel 
Corpo (Koppitz, 1968) personalidade 
histérica 
(Gilbert, 1969) 
tabela contínua na próxima página ... 
135 
 
 
 
H-T-P - Manual e Guia de Interpretação 
Tabeia 4 
Características do Desenho da Pessoa com Hipóteses Diagnósticas 
Diferenciais por Grupo de Idade 
Características Crianças 
Crianças 
mais Adolescentes Adultos Idosos 
do desenho mais novas velhas 
Omissão do Comum em Ajustamento Possível 
tronco crianças pobre e baixo organicidade, 
muito novas aproveita- retardo mental; 
(Gurvitz, mento escolar tendências 
1951) (Koppitz, "voltadas para 
1968) dentro" e 
hipocondríacas 
(McElhaney, 
1969) 
Linha da cintura Comum (Machover, 1960) Conflito ou perturbação sexuais 
forte agudos (Buck, 1966; Hammer, 
1954a) 
Genitais Agressão manifesta e Possível Psicopatologia, Regressão 
presentes patologia séria (Dileo, 1973; preocupação e possível primitiva 
Koppitz, 1968) curiosidade psicopatia (Wolk, 
sexuais (Urban, (Deabler, 1969; 1969) 
1963 Dileo, 1973) 
Braços curtos Ajustamento pobre (Koppitz, Falta de ambição, sentimentos de 
1968) inadequação e dependência 
(Schildkrout et ai., 1972; Gilbert, 
1969) 
Menos de cinco Organicidade (Koppitz, 1968) Sentimentos de inadequação 
dedos (Schildkrout et ai., 1972) 
Dedos sem Comum (Schneidman, 1958) Tendências de 
mãos ataque infantis 
e agressividade 
(Schneidman, 
1958) 
Mais de cinco Organicidade Ambição, força, 
dedos (Koppitz, ganância 
1968) (Urban, 1963) 
Pernas juntas Possível distúrbio emocional Tensão, possível desajustamento 
pressionadas (Koppitz, 1968) sexual, temor de ataque sexual 
uma à outra fantasiado (Machover, 1949) 
Postura Possível impulsividade, agres- Insegurança e dependência relati-
inclinada são, organicidade, e pobre vasa alcoolismo, epilepsia e pro-
realização (Koppitz, 1968) blemas orgânicos (Deabler, 1969) 
tabela continua na próxima página ... 
' Em inglês: "convolutional" 
136 
 
 
 
Desenhos do H-T-P de crianças e adultos: algumas questões e comparações 
Tabela 4 
Características do Desenho da Pessoa com Hipóteses Diagnósticas 
Diferenciais por Grupo de Idade 
Características 
Crianças Crianças 
do desenho 
mais mais Adolescentes Adultos Idosos 
novas velhas 
Roupa Comum (Machover, 1960; Voyeurismo e/ou exibicionismo 
transparente Urban, 1963) (Machover, 1949) 
Desordem de caráter (Deabler, 
1969) 
Condições psicóticas regredidas 
(McElhaney, 1969) 
Ênfase nos Comum Dependência Imaturidade, dependência (Halpem, 
botões (Buck, 1966) materna 1958) Regressão (Wolk, 1969) 
(Jolles, 1964) 
Ênfase na Preocupação Homens acima de 
gravata sexual (Buck, 40 anos: inade-
1966) quação sexual 
(Buck, 1966) 
Ênfase nos Meninas Possível 
sapatos púberes: impotência 
comum (Levine (Machover, 1949) 
& Sapolsky, Homens: possí-
1969) veis tendências 
homossexuais 
(Hammer, 1968) 
Cottlboys Comum (Urban, 1963) Possível Imaturidade e 
desordem de dissimulação"®S 
caráter, necessidades 
delinqüência (Hammer, 1958) 
(Deabler, 1969) 
Figuras Imaturidade, sentimentos de Organicidade 
desumanisadas, despersonalização (Dileo, (Small, 1973) 
ex., mecânicas 1973) Possível psicose 
ou monstros (McElhaney, 1969) 
Figuras Comum Mulheres: histeria 
sedutoras (Machover, e narcisismo 
1960) (McElhaney, 1969) 
Figuras palitos Comum Tendências 
(Machover, evasivas, 
1960) insegurança 
(Hammer, 1958) 
Negativismo e/ ou 
hostilidade 
(Hammer, 1958) 
Nota. Crianças mais novas: '.ó: 8 anos; crianças mais velhas: 9 - 12 anos; adolescentes: 13 - 16; adultos:17 - 65; 
idosos: > 65 anos. Essas faixas são aproximadas e, em muitos casos, interpretações diferenciais são apresentadas 
apenas para dois desses grupos de idade. 
137 
 
 
 
H-T-P - Manual e Guia de Interpretação 
Desenhos do H-T-P de Crianças Abusadas 
Abuso Físico 
Berk (1989) define abuso físico como ataques a crianças que produzem dor, cor-
tes, marcas, contusões, queimaduras, fraturas e outros danos. Esses ataques ten-
dem a diminuir à medida que a criança cresce (American Association for Protecting 
Children lnc., 1985). Os agressores costumam ser os pais, sendo que as mães têm 
uma probabilidade um pouco maior. Os meninos são mais submetidos à violência do 
que as meninas (Gelles, 1978, Russel & Trainor, 1984). 
Enquanto o abuso físico deixa evidências observáveis, ele também provoca se-
qüelas emocionais que podem afetar muito o desenvolvimento social, educacional e 
emocional da criança (Williams, 1978). Essas dificuldades geram conseqüências de 
longo alcance e podem se manifestar na idade adulta na forma de distúrbios nos rela-
cionamentos interpessoais, de predisposição a distúrbios emocionais e de potencial cres-
cente para o abuso de seus próprios filhos (Kempe, Silverman, Steele, Droegemuller 
& Silver, 1962; Martin & Rodeheffer, 1976). O abuso infantil está relacionado a um 
crescimento do comportamento anti-social, agressividade, e delinqüência juvenil em 
crianças, adolescentes e adultos (Lewis, Shanok, Pincus & Glaser, 1979). Em casos 
menos sérios, retraimento, passividade, depressão e apatia têm caracterizado adul-
tos que sofreram abusos quando crianças (Green, 1978; Galdston, 1965). 
Segundo Wisson (1989), as respostas comportamentais de crianças fisicamente 
abusadas variam desde inibição baseada em ansiedade até "acting ouf'. Os padrões 
de vínculo em crianças abusadas parecem ser mais ansiosos do que seguros. À 
medida que a criança amadurece, esses padrões manifestam-se em interações agres-
sivas com os outros. Além disso, as crianças abusadas mostram menor capacidade 
para interpretar e responder a sinais sociais, o que causa ainda mais problemas em 
situações sociais. Uma outra causa para as pobres habilidades sociais de crianças 
abusadas é a sensação de impotência da criança, o sentimento de que as ações dos 
outros controlam sua vida. A auto-estima é pobremente desenvolvida, uma vez que 
as crianças abusadas são incapazes de assumir a responsabilidade não só por seus 
fracassos, como também pelos seus sucessos. Elas irão sempre evidenciar ansieda-
de, quando se defrontarem com novos desafios e, freqüentemente, mostram baixa 
tolerância à frustração. À medida que estas crianças ficam mais velhas, a depressão 
é uma característica emocional saliente de sua forma de ser. As características emo-
cionais específicas que podem aparecer nos desenhos de crianças abusadas incluem: 
• dificuldades com situações de dependência 
• necessidade exagerada de controle 
• auto-estima baixa 
• agressividade, raiva 
• retraimento tanto social como emocional 
• sensação de desconfiança 
• ansiedade, medo, desamparo 
138 
 
 
 
Desenhos do H-T-P de crianças e adultos: algumas questões e comparações 
Blain, Bergner, Lewis e Goldstein (1981) descobriram um conjunto de seis caracte-
rísticas de desenho que, quando ocorrem juntas, sugerem que a criança tenha tido 
experiência de abuso físico. Sua amostra incluiu 109 crianças entre 5 e 12 anos de 
idade. Um grupo de crianças (N=32) que estava em tratamento, e considerava-se que 
tivessem sofrido abuso físico com um alto grau de certeza. Um segundo grupo de 
crianças (N=32), que estavam em tratamento, mas foram julgadas com um alto grau 
de certeza que não tivessem sofrido abuso físico. O terceiro grupo (N=45) era com-
posto por crianças bem ajustadas da escola primária e provenientes de lares em que 
o abuso físico era altamente improvável. Os autores relataram que um quarto das 
crianças que sofreram abuso físico incluíram em seus desenhos quatro ou mais ca-
racterísticas listadas na Tabela 5. Apenas três das crianças que estavam em trata-
mento, que foram consideradas como não abusadas fisicamente, incluíram tantas 
dessas características em seus desenhos, e nenhuma criança considerada bem ajus-
tada incluiu quatro ou mais dessas características em seus desenhos. Este resultado 
deve ser interpretado com cautela, já que a média de idade das crianças de cada 
grupo não foi relatada, e pelo menos três dos seis indicadores (simetria dos mem-
bros, tamanho da cabeça, ausência de janelas no andar térreo) podem estar simples-
mente associados ao desenvolvimento grafomotor. 
Tabela 5 
Características do H-T-P Associadas a Abuso Físico 
Fumaça na chaminé da casa 
Ausência de janelas no andar térreo da casa 
Cabeça da pessoa maior do que 1/4 
da altura total 
Nota. N = 109 
Abuso Sexual 
Pés da pessoa omitidos 
Desenho da pessoa feito apenas com formas 
geométricas 
Membros da pessoa muito assimétricos 
Existe grande concordância entre os clínicos de que as crianças sexualmente abu-
sadas constituem um dos mais difíceis desafios para avaliação. Muitas vítimas que 
estão em idade pré-escolar ou são muito pequenas não possuem capacidades de 
linguagem para verbalizar suas experiências. A presença de ansiedade excessiva e a 
compreensão limitada da criança sobre as circunstâncias freqüentemente fazem par-
te das dificuldades na avaliação. Segundo Helfer & Kempe (1976), o abuso sexual é 
comumente definido como envolvendo crianças ou adolescentes dependentes e ima-
turos, em atividades sexuais consideradas socialmente como tabu. As atividades se-
xuais incluem exposição dos genitais do adulto ou da criança, carícii;i nos genitais, 
estimulação (manual ou oral) dos genitais, intercurso vaginal ou anal, e inclusão da 
criança em pornografia ou prostituição. Lefrancois (1992) expandiu a definição ao 
incluir qualquer ato sexual indesejado envolvendo contato físico, ou ações tais como 
proposta, sugestão, sedução verbal ou exibicionismo. 
De modo diferente do abuso físico, o sexual raramente deixa sinais ou traumas. 
Entretanto, há seqüelas emocionais, que parecem ser consistentes na literatura sobre 
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H-T-P - Manual e Guia de Interpretação 
os efeitos dos abusos sexuais em crianças. Como os adultos, as crianças sexualmen-
te abusadas podem sofrer disfunções sexuais (Finkelhor, 1984; Browne & Finkelhor, 
1986), e têm o funcionamento pessoal e emocional prejudicados (Steele & Alexander, 
1981) tal como depressão, ansiedade (Briere, 1990; Briere & Runtz, 1988; Peters, 
1985; Sedney & Brooks, 1984) e auto-estima baixa (Courtois, 1979; Herman, 1981). 
Finkelhor e Browne (1986) identificaram quatro componentes gerais em crianças 
sexualmente abusadas que eles dizem ser "dinâmicas traumatogênicas'. A primeira 
delas é a sexualização traumática, que é a introdução de experiências sexuais impró-
prias no âesenvoivimento. A segunâa é a traição, que inciui a perâa âa confiança e âa 
segurança. A terceira é a impotência, que envolve ansiedade, medo e desamparo 
sentidos pela criança quando é incapaz de impedir ou conter o abuso. A última dinâ-
mica é a estigmatização, que leva à auto-estima baixa e ao sentimento de ter a vida 
arruinada. Essas dinâmicas podem fornecer um modelo para a compreensão da psi-
codinâmica das crianças sexualmente abusadas. 
Os indicadores emocionais específicos de crianças sexualmente abusadas que 
podem aparecer nos desenhos incluem (McFadden, 1989; Rosenfeld & Wasserman, 
1990; Wissow, 1989): 
• indicadores sexuais e agressivos não apropriados 
• perda do sensação de segurança; incapacidade para confiar 
• ansiedade, medo, desamparo (impotência) 
• auto-estima baixa 
• depressão 
• conflitos familiares 
• idéias suicidas 
• agressão, raiva 
• sentimento de culpa, vergonha 
• desconforto nas relações íntimas 
• ligação exagerada a adultos (dependência) 
Hibbard e Hartman (1990) compararam a presença dos indicadores emocionais de 
Koppitz (Koppitz, 1964) nos desenhos da figura humana de65 crianças que afirma-
ram ser vítimas de abuso sexual com os desenhos de 64 crianças supostamente não 
abusadas. Os sujeitos tinham de 5 a 8 anos; 94 eram mulheres e 35, homens. As 
vítimas de abuso sexual tenderam a desenhar com mais freqüência as pernas pres-
sionadas uma à outra, mãos grandes e genitais. Ãs vítimas de abuso sexuai tiveram 
pontos mais freqüentemente nos indicadores emocionais da categoria de ansiedade 
do que o grupo de crianças de comparação. A categoria ansiedade inclui sombrea-
mento da face, sombreamento do corpo e/ou dos membros, sombreamento das mãos 
e/ou pescoço, nuvens e omissão dos olhos. 
Em um estudo focalizando cinco partes do corpo, Hibbard, Roghmann e Hockelman 
(1987) constataram que as vítimas que alegavam abuso sexual e crianças vítimas 
que se tinha certeza de abuso sexual tendiam a desenhar com maior freqüência geni-
tais do que as crianças de comparação. Entretanto, os autores avisam que, embora a 
presença de genitais em desenhos de crianças possa alertar os examinadores para 
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Desenhos do H-T-P de crianças e adultos: algumas questões e comparações 
considerarem uma história de abuso infantil, ela não o prova, bem como a ausência 
dos genitais não exclui o abuso. 
Yates, Beut!er e Crago (1985) compararam desenhos de crianças vítimas de in-
cesto, com os de crianças sem problemas sexuais em 15 dimensões. As dimensões 
incluíram sexualização da figura, grau de dependência, qualidade das defesas do ego 
e adequação do controle de impulsos. As crianças vítimas de incesto foram conside-
radas como possuindo controle dos impulsos precariamente desenvolvido e uma es-
trutura defensiva que enfatizava regressão. Os resultados dessas crianças foram 
significantemente mais variáveis na expressão de características sexuais do que o 
grupo de controle, mas menos variáveis na maturidade avaliada e na tendência para 
usar a sublimação como uma defesa da ansiedade. 
Spring (1985) discutiu a simbologia em desenhos de 14 mulheres que haviam sido 
emocional, física ou sexualmente abusadas na infância ou que haviam sofrido espan-
camento ou estupro na idade adulta. As análises indicaram que essas mulheres fre-
qüentemente usaram formas e olhos triangulares em seus desenhos. 
A Tabela 6, que resume os dados relativos às características dos desenhos do H-T-P 
apresentadas nesta seção, que foi compilada considerando as dinâmicas de perso-
nalidade encontradas na literatura e na experiência dos autores. 
Tabela 6 
Características do H-T-P Associadas a Abuso Sexual 
Nuvens em qualquer desenho 
Genitais desenhados na pessoa 
Mãos muito grandes 
Olhos da pessoa enfatizados e muito grandes 
Olhos da pessoa pequenos ou omitidos 
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Ptlrn~~ ri~ pt:1~~n~ j• 1nh:u:. tl prQi~~inn~rl~~ 11m~ 
à outra 
Árvores fálicas 
Sombreamento da face, do corpo, dos mem-
bros, das mãos ou do pescoço da pessoa 
Formas triangulares enfatizadas no desenho 
da pessoa 
Ênfase vertical no desenho da casa

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