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Gota o Doença inflamatória e metabólica que cursa com hiperuricemia, supersaturação dos líquidos orgânicos com urato e formações de cristais. o Doença resultante da deposição de cristais de urato monossódico nos tecidos e articulações, que atua, como estímulos pró-inflamatórios que podem iniciar e sustentar uma intensa resposta inflamatória. o Incidência 0,8 a 2,7 ▪ Aumento da ocorrência de gota com a idade (+/- 70 anos). ▪ Sexo masculino (95%) – Estrógeno possui efeito uricosúrico sendo raros os casos de gota em mulheres na pré-menopausa CAUSAS DE HIPERURICEMIA o Aumento da síntese de purinas ▪ Defeitos Enzimáticos: Deficiência da frutose-1-fosfato aldolase, glicose-6- fosfatase. ▪ Doenças que aumentam a produção de purinas: Doenças Hemolíticas, mieloproliferativas, psoríase e principalmente obesidade (ocorre um aumento do turnover celular que degrada mais ATP, acumula ADP e AMP e consequentemente uma síntese maior de ácido úrico). ▪ Hábitos Alimentares: Dieta rica em purinas, ácido nicotínico e etanol. o Defeitos na Depuração Renal de Urato: ▪ Doenças: Acidose lática, Cetoacidose Diabética, Desidratação, Hipotireoidismo, HAS, IRC, Sarcoidose e Obesidade ▪ Drogas: Diurético, Etanol, Levodopa, Etambutol. CLASSIFICAÇÃO E ETIOLOGIA o Gota Primária: Nenhuma enfermidade específica foi identificado como responsável. ▪ Erro inato do metabolismos das purinas: ocorre em 10% dos pacientes, é um defeito enzimático e leva a uma superprodução de ácido úrico -> uricosúria aumentada (>800mg/urina em 24h). ▪ Defeito na excreção reunião de urato: principal mecanismo, 90% dos pacientes. ▪ A síntese de purinas, no composto final, o urato vai parar, pois o humano não tem a enzima urato-oxidaste que é uma enzima que converte em composto mias soluvel, permitindo que o urato se deposite, caso em grande quantidade. o Gota Secundária: Quando a gota aparece em curso de outras doenças. ▪ Doença Mielolinfoproliferativas Leucemias, metaplasia mieloide, policitemia vera e linfomas. ▪ Hemoglobinopatias: drepanocitose, anemias hemolíticas. ▪ Drogas: diuréticos, salicilatos em baixa doses, pirazinamida, etambutol, L-dopa, quimioterápicos, ciclosporina, tacrolimo, ácido nicotinico ▪ Outras: dietas ricas em purinas, inanição, saturnismo, cetose, resistência a insulina, psoríase, sarcoidose , insuficiência renal, hiperparatireoidismo. o A purina da dieta, 20% dela vai ser responsável pelo nível de urato. 80% síntese endógena de purinas. E 1/3 vai ser eliminado pelo intestino e o restante vai ser eliminado por via renal. o A supersaturação e cristalização do urato que foi formado, vai ser responsável pela gota. o Níveis plasmáticos elevados de urato (> 6,8mg/dL) resultam na supersaturação e formação de cristais, levando à gota. o As crises agudas ocorrem os fatores desencadeantes como trauma local, ingestão de álcool, estresse cirúrgico ou psíquico, alteração súbita do nível de ácido úrico. Ex: um paciente no CTI que internou por infarto, o estresse de estar na internação pode desencadear uma crise de gota. QUADRO CLÍNICO o Caracteriza em três fases: Hiperuricemia assintomática. Gota intermitente Aguda. Gota crônica. o Gota intermitente Aguda: Episódios são autolimitados de artrite Aguda dolorosa mono/oligoarticular intercaladas com períodos intercriticos assintomáticos. ▪ Início súbito e duração da crise é curta (horas ou poucos dias). ▪ Dor de forte intensidade. ▪ Acompanhada de dor, calor e edema -> artrite ▪ Podagra: Artrite da metatarsofalangeana do hálux ▪ Artrite dos pés, Joelhos, cotovelos, mãos, punhos, bursite e tendinite o Período Intercritico: Fase assintomática que separa os episódios de gota Aguda, de duração muito variável. ▪ Uma segunda crise de gota pode ocorre depois de 6 meses a 20 anos. Alguns podem nunca acontecer. ▪ Crises de gota não tratadas favorecem a instalação de períodos intercritícos cada vez menores evoluindo para gota poliarticular crônica. o Gota Tofácea Crônica: Gota passa de crise mono e oligo e passa a ser poliarticular crônica, com o aparecimento de tofos e deformidades. ▪ Tofos: Nódulos indolores intra-auriculares e subcutâneos resultantes do acúmulo de cristais nos tecidos. ▪ Podem ulcerar e drenar uma substância brancacenta semelhante a pó de giz molhado >> infecção secundaria. ▪ Desaparecem os períodos intercritícos e o paciente passa a ter artralgia continua em várias articulações com poucos sinais inflamatórios. o Fatores de risco: Hiperuricemia, Abuso de bebidas alcoólicas, carnes, frutos do mar. Medicamentos (diuréticos, salicilatos) o Associação: obesidade, DLP, DSLP, hematológicas e renais. o Laboratório: Uricemia: dosagem de ácido úrico no sangue. ▪ Normal: até 7mg/dL no homem e até 6mg/dL em mulheres. ▪ O nível de ácido úrico não confirma ou exclui gota. Muitos pacientes com hiperuricemia não desenvolvem gota e durante o ataque agudo ao níveis serviços podem estar normais. ▪ Uricosúria: dosagem de ácido úrico na urina de 24h. Normal: 400-800mg/urina em 24h. ▪ Pesquisar comorbidades associada à gota: glicemia, lipidograma, função renal. ▪ VHS e PCR ▪ Pesquisa de cristais de monourato de sódio no líquido sinovial ou nos tofos. Com microscópios de luz polarizada. Cristais amarelo meio avermelhado vai estar paralelo no eixo e o azul perpendicular. ▪ MUS: Vemos um formato em agulha, birrefringência negativa (amarelo paralelo, azul perpendicular), birrefringência intensa na luz polarizada. o Diagnóstico por Imagem: Raio-X, comum vermos uma artrose erosiva, que são as lesões em saca bocada, a lesão da gota é grosseira. TRATAMENTO o Mudança no estilo de vida: Perder peso, controlar HAS, escutar diuréticos e preferir IECA e BRA. o Dieta: Restringir consumo de bebidas alcoólicas (principalmente cerveja que tem guanina, que é precursor de ácido úrico). Restringir carnes vermelhas e gordas, frutos do mar, enlatados ou defumados. o Medicamentoso: ▪ AINES: Crises Agudas. ▪ Colchicina: crises agudas e prevenção de novas crises nos primeiros seis meses de TTO com drogas hipouricemiantes. (Modulador da formação e função dos microtúbulos celulares, que inibe a migração e ativação de leucócitos diminuindo a resposta inflamatória) ▪ Corticóide em dose anti-inflamatórias: (0,5mg/kg/dia) nas crises agudas com contraindicação ao uso de colchicina aos AINES ▪ Medicação biológicas: inibidores da IL-1 o Agentes Hipouricemiantes: o objetivo é manter o ácido úrico < 6mg/dL, e minimizar o risco de novas crises agudas. Indicado para dois ou mais casos de gota/ano, gota tofácea. ▪ Inibidor da xantina oxidase: bloqueia conversão de xantina a urato. Alopurinol, Febuxostal (caso intolerância ao primeiro). ▪ Uricosúrico: inibe, a reabsorção de ácido úrico nos túmulos renais proximais. Probenecida e Benzobromarona. o O Alopurinol diminui a produção. Uricosúrico aumenta a excreção.
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