Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Bruna Thomas – 8º período – XLIV Saúde Mental REUMATISMOS DE PARTES MOLES: DOR EM MMII 1. QUADRIL Qual a origem da dor? ● Intra-articular (osteoartrite, 1ª causa de dor) ● Periarticular (bursite trocantérica, 2ª causa de dor) Teste de Patrick ou Faber: testar coxofemoral e sacroilíaca. Com o paciente em decúbito dorsal, coloca-se o calcanhar sobre o joelho do lado oposto aplicando-se força sobre o joelho fletido e outra sobre a espinha ilíaca anterossuperior contralateral. 1. DOR NO QUADRIL EM CRIANÇAS Sinovite transitória de quadril: inflamação do quadril autolimitada, de início súbito que em geral dura de 1 a 10 dias. ● Causa mais comum de claudicação dolorosa em crianças ● Habitualmente em meninos (2M:1F), pico aos 6 anos ● Muitas crianças apresentam uma história recente de uma infecção respiratória alta – artrite reativa Doença de Leff-Calvé-Perthes: Necrose avascular da cabeça femoral, que acontece mais em meninos 4:1, com pico de 6 anos. ● Manifesta-se por dor incapacitante no quadril; precisa de repouso para não desabar ● A doença se resolve espontaneamente Artrite séptica de quadril: O comprometimento do estado geral, febre alta e dor intensa com bloqueio total dos movimentos, direcionam o diagnóstico para infecção intra-articular. 2. BURSAS NO QUADRIL - PERIARTICULAR 2.1 Síndrome da dor trocantérica Bursite trocantérica é a mais comum, marcada por dor ao subir e descer escadas, andar muito, deitar de lado A bursa trocantérica situa-se entre o tendão do músculo glúteo máximo e a proeminência póstero-lateral do trocânter maior do fêmur. O paciente refere dor no quadril, e quando é perguntado sobre a localização da dor, aponta para a face lateral da pelve, com a área de maior dor localizada no trocânter maior do fêmur, com irradiação na face lateral da coxa até o joelho. Pode haver dor noturna e o paciente não consegue deitar-se sobre o lado acometido. A dor noturna com o decúbito lateral e um ponto dolorido à digitopressão na região do grande trocânter, com reprodução da dor, são evidências fortes a favor de bursite Se nessa posição a dor piorar, pensar em síndrome da dor trocantérica. Tratamento: se dá retirando o fator agravante, anti-inflamatórios (ex: Naproxeno) e alongamentos. Se não melhorar, pode-se infiltrar com corticoide no ponto máximo de dor. 2.2 Meralgia parestésica Compressão do nervo cutâneo femoral lateral, provocando parestesia intermitente em uma área oval, na face anterolateral da coxa. Meralgia parestésica é uma neuropatia compressiva comum na coxa A compressão resulta de traumatismos, da inclinação pélvica resultante de um membro mais curto, do aumento da circunferência abdominal por gordura e gravidez ou de cinto apertado Bruna Thomas – 8º período – XLIV Saúde Mental 2. JOELHO Maior articulação do corpo humano, possuindo três compartimentos bem definidos: patelofemoral e tibiofemorais lateral e medial. Uma dor de etiologia patelofemoral é, caracteristicamente, anterior e se acentua nas posições que submetem esta articulação a maior carga Já a dor de etiologia meniscal se manifesta em uma das interlinhas articulares do joelho, acentuando-se com os movimentos torcionais ou de hiperflexão A dor da sinovite crônica, muito frequentemente, manifesta-se posteriormente pela distensão da cápsula posterior 1. DOR NA REGIÃO ANTERIOR 1.1 Na inserção do tendão patelar ● Doença de Sinding-Larsen-Johansson no adolescente ○ Adolescentes com dor no polo inferior da patela ● Joelho do saltador no adulto ● Doença de Osgood-Schlatter: apofisite de tração da tuberosidade tibial no ponto da inserção do tendão patelar ○ Estresse repetitivo imposto pela tração constante do músculo quadríceps, como subir escadas, ajoelhar-se ou chutar, sendo mais comum em meninos adolescentes (14 anos) engajados em atividades atléticas ○ O diagnóstico é baseado em uma história de dor ao nível da tuberosidade anterior tibial, que é agravada pela atividade e aliviada pelo repouso, além de hipersensibilidade (dor à palpação) e tumefação (edema) do tubérculo tibial A dor é desencadeada quando se faz a extensão da perna (contração do quadríceps) contra resistência. O tratamento é através do repouso e AINH. Condição autolimitada. 1.2 Síndrome patelofemoral ● Síndrome do Desalinhamento Patelofemoral ● Condromalácia da Patela (“amolecimento da cartilagem da patela”) ● Patela alta Mecanismo extensor e dor na região anterior do joelho por mau alinhamento (desalinhamento) patelofemoral. A contração do músculo quadríceps gera uma força em “corda de arco” que traciona a patela lateralmente, para fora do sulco intercondilar do fêmur e, devido a isso, a faceta lateral da patela recebe compressão e fricção sobre o côndilo femoral lateral – atrito da região lateral da patela com o fêmur A maioria dos problemas clínicos relacionados à patela resulta da fraqueza dos componentes mediais do músculo quadríceps, principalmente do vasto medial oblíquo, que leva ao predomínio dos componentes laterais (reto femoral, vasto intermédio e vasto lateral) e, consequentemente, ao aumento de um vetor lateral na articulação patelofemoral, alterando o trajeto da patela, levando a uma pressão aumentada na faceta lateral da patela, com subsequente dano de sua cartilagem articular e à dor. A dor pode ser reproduzida pela compressão da patela contra o sulco intercondilar do fêmur, com o joelho estendido, enquanto a rótula é empurrada com movimentos de vaivém, de alto para baixo, resultando em crepitação e dor (Sinal de Rabot) Outro sinal é a ascensão ativa da patela (pela contração do quadríceps), sendo essa patela contrariada pela mão do examinador (Sinal de Zolben) Quadro clínico: ● Dor e crepitação na região patelar durante as atividades que exigem flexão do joelho em condições de sobrecarga, como subir e descer escadas ou rampas. ● O “sinal do cinema” consiste em dor patelofemoral após períodos prolongados na posição sentada, com os joelhos fletidos (como ocorre ao viajar de automóvel ou ficar sentado na escola ou no teatro), aliviada pela posterior extensão do joelho. 2. BURSITE Bursite pré-patelar e infrapatelar: pessoas que permanecem ajoelhadas por muito tempo, tais como instaladores de piso e religiosas, são muito propensas à dor na região anterior dos joelhos por bursite traumática ● Na região anterior (pré-patelar e infrapatelar) está mais relacionada com trauma – quem fica mais ajoelhado ● Na região medial em mulheres e pacientes obesos aos 50 anos Bruna Thomas – 8º período – XLIV Saúde Mental ● Na região lateral por osteoartrite 2.1 Bursite anserina ou pata de ganso Dor na região medial do joelho, 5 cm abaixo da linha articular, na junção dos tendões dos músculos sartório, grácil e semitendíneo, que se inserem na face medial da tíbia. ● A dor noturna é mais típica da bursite anserina, levando o paciente a dormir com uma almofada entre os joelhos ● A osteoartrite é achado frequente ao Rx, podendo não ser a causa da dor no joelho, por isso, perguntar ao paciente o local da dor O tratamento consiste na colocação de almofada entre os joelhos, AINE ou infiltração no local da dor. 3. DOR NA REGIÃO LATERAL DO JOELHO 3.1 Síndrome da banda iliotibial Síndrome de fricção do trato iliotibial; normalmente em homens e atletas; há encurtamento da banda; esforço excessivo; dor pode irradiar para a tíbia A dor é na face lateral do joelho localizado nos 2 cm acima da linha articular. Normalmente é provocada por corridas de longa distância ou ciclismo, que causam fricção excessiva entre a banda iliotibial e o côndilo femoral lateral. 4. DOR NA REGIÃO POSTERIOR DO JOELHO 4.1 Cisto de Baker (cisto poplíteo) Como a bursa posterior se comunica com a cavidade articular, a distensão desta “bolsa” reflete derrame articular causada por artrite. A ruptura do cisto também pode interferir com o retorno venoso, provocando edema na perna, que pode ser confundido com trombose venosa profunda – sinais de hemorragia. 3. PERNAS 1. DOR DE CRESCIMENTO Algumas crianças apresentam um desconfortonos membros inferiores para o qual não se consegue encontrar uma causa. Os locais mais comuns da dor ficam nas panturrilhas e atrás dos joelhos O período da infância que vai dos 3 aos 12 anos não é o período de crescimento mais rápido, o que levou muitos autores a desprezarem o crescimento em si como causa subjacente. Habitualmente a dor ocorre no final do dia ou à noite, alivia com massagens, sendo de curta duração. A criança acorda pela manhã sem dor Qual tumor ósseo que piora à noite e melhora com AAS? Osteoma osteoide. 2. SÍNDROME DAS PERNAS INQUIETAS Diagnóstico exclusivamente clínico ● Ao deitar as duas pernas começam a incomodar, paciente precisa movimentar para aliviar, dar uma caminhada ● Exercício alivia essa dor. Pode-se usar remédio para Parkinson ou Pregabalina ● Pode ser desencadeado por ansiedade, frio, etc 3. ERITEMA NODOSO Mulheres jovens com dor nas duas pernas; nódulos eritematosos, dolorosos, bilaterais na região anterior das pernas ● Autolimitada, com desaparecimento em 3 semanas ● Utiliza-se corticoide 20 mg Bruna Thomas – 8º período – XLIV Saúde Mental 4. TORNOZELO E PÉ O pé é dividido em três segmentos chamados de antepé (metatarsos e falanges), mediopé e retropé (região posterior do tarso: talo e calcâneo). 1. FASCITE PLANTAR Dor localizada sob o calcanhar é causada mais frequentemente por uma fascite plantar. A queixa é de dor na região plantar do retropé, particularmente no primeiro apoio pela manhã ou ao se levantar, após um tempo sentado Ao exame físico, existe dor localizada, o qual é a chave para o diagnóstico Causas: aumento de peso, sapato reto (rasteira), ficar muito tempo em pé, longas caminhadas ou por um processo inflamatório da osteoatrite, AR, artrite psoriásica Tratamento: diminuir a sobrecarga no calcanhar – um sapato mais alto e macio, por exemplo. O ideal é um tênis mais alto com amortecedor atrás. 2. ESPORÃO DE CALCÂNEO Proeminência óssea (ossificação) que se desenvolve na inserção da fáscia plantar (aponeurose plantar) no tubérculo medial do calcâneo, por produção de osso inflamatório reativo ou secundário à tração. 3. RUPTURA DO TENDÃO DE AQUILES Tendão do calcâneo, sensação de pedrada no calcanhar Evitar infiltração nessa localidade! Pode romper o tendão 4. PÉ CHATO, PLANO OU CALCÂNEO VALGO As órteses usadas na correção dos problemas do pé são chamadas de palmilhas. No mediopé temos os apoios de arco para o pé plano (pé chato ou calcâneo valgo) 5. METATARSALGIA Dor na região anterior dos pés, principalmente em mulheres devido ao uso de salto alto – desvio do peso para a ponta dos pés 6. JOANETE É uma deformidade do primeiro dedo do pé em que ocorre um desvio para o lado de fora, formando uma saliência que dói, principalmente devido ao atrito com os calçados. Bruna Thomas – 8º período – XLIV Saúde Mental 7. BURSITE INTERMETATARSAL Também pode ser causa de dor por sobrecarga, processo inflamatório 8. NEUROMA DE MORTON Neuropatia por compressão do nervo digito-plantar por calçados apertados em seu terço anterior e de saltos altos durante muitos anos. ● Ocorre mais frequentemente em mulheres de meia-idade ● Localização mais frequente é entre o 3º e 4º dedos dos pés ● A dor irradia de um local próximo às cabeças metatársicas para os dedos, e vem acompanhada de parestesias ○ De início a dor se dá somente ao sustentar peso, mas por fim ocorre também durante o repouso, com o desejo de tirar o calçado e massagear o pé
Compartilhar