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ABORDAGEM-GRUPAL-EM-TERAPIA-OCUPACIONAL

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SUMÁRIO 
1 Introdução......................................................................................................3 
2 Considerações Históricas..............................................................................4 
3 Terapia Ocupacional......................................................................................8 
3.1 Surgimento......................................................................................................9 
3.2 Implantação................................................................................................10 
3.3 Atuação........................................................................................................13 
4 Primeiras Experiências com Grupos...........................................................15 
5 Análise dos Grupos no Brasil......................................................................16 
6 Ponderações Teóricas.................................................................................17 
7 Terapia Ocupacional e os Grupos...............................................................18 
7.1 Conceitos Práticos........................................................................................22 
7.2 Atributos Estruturais......................................................................................23 
7.3 O Contrato....................................................................................................23 
8 Gerenciamento de Grupos............................................................................24 
9 O Coordenador - sua atribuição...................................................................26 
10 A Formação do Coordenador......................................................................27 
10.1 Supervisão.................................................................................................27 
10.2 Grupos de Estudos.....................................................................................29 
10.3 Acompanhamento e Participação de Grupo...............................................29 
10.4 Formação Pessoal......................................................................................30 
12 Referências Bibliográficas.............................................................................32 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1 Introdução 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão 
a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as 
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão 
respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
4 
 
2 Considerações Históricas 
Desde a sua fundação, a terapia ocupacional sempre foi considerada uma 
profissão da área da saúde, tornou-se um recurso, meio e comportamento médico, 
e os conceitos de saúde, doença e tratamento sempre estiveram relacionados com 
a geração de conhecimento. Não havendo então, de um modo geral, uma história 
específica desmembrada das ciências da saúde e educação. É importante 
compreender como os terapeutas ocupacionais usam as atividades humanas em 
diferentes momentos, em diferentes momentos históricos e contextos 
socioculturais. 
Portanto, não existe uma relação linear na história da terapia ocupacional, mas 
no cotidiano das relações sociais, seja de ordem profissional ou pessoal, são todas 
histórias construídas dialeticamente. 
 
 
Fonte: www.orebrosimallians.com 
 
 
5 
 
Nos séculos XVII e XVIII, acreditava-se que todas as pessoas que causavam 
rejeição ou medo - pobres, indigentes, preguiçosas, prostitutas, incapacitadas, 
deficientes, loucas - eram vistas como uma ameaça à sociedade e deveriam ser 
isentas de interação em um espaço isolado da sociedade. Eram recolhidos para 
serem cuidados, mas na verdade eram isolados e excluídos para proteger a 
sociedade da loucura e das pessoas com deficiência, dos perigos que 
representavam. Nesses abrigos, que já foram hospitais de hanseníase na Idade 
Média, as pessoas marginalizadas eram submetidas a ações punitivas em regimes 
semi-penitenciário. Todos eram reunidos nos mesmos locais por estarem sob o 
mesmo estatuto legal e classificados na categoria geral de doidos. Aconteciam 
diferenciações devido às exigências disciplinares, nada associado à preocupação 
por tratamento. Alguns agentes institucionais em oposição à existência de alienados 
nos centros de detenção, propuseram a criação de espaços médicos nessas 
instituições, além de que os pacientes fossem divididos e detidos de acordo com o 
tipo de comportamento patológico (base da tecnologia do asilo). 
Embora os hospitais tenham surgido como método de tratamento no final do 
século XVIII, foi apenas no século XIX que surgiram a medicina hospitalar e os 
hospitais terapêuticos como os que conhecemos hoje, não havendo caráter 
hospitalar antes disso. Quando propostos como tratamento, foram reorganizados 
em instituições especializadas, mas mantiveram as mesmas características sociais 
discriminatórias da antiga organização hospitalar. Com a mudança na natureza e 
no propósito do hospital, os médicos ganharam o poder e a responsabilidade da 
organização hospitalar, que deveria se tornar um método de tratamento totalmente 
terapêutico. A essência das atividades de terapia asilar era a “terapia moral '', que 
propunha a ideia do asilo como uma instituição de educação de caráter especial, 
onde o espírito do paciente deveria ser reformado através de métodos 
comportamentais disciplinares a partir do isolamento do meio social e familiar. Os 
resultados ou eficácia das estratégias de tratamento nesta disciplina não poderiam 
ser avaliados pelo índice de "cura", mas sim pela função da instituição, pois o 
propósito da reforma autoritária era remodelação dos pacientes para prevenir 
doenças. Nessa perspectiva, é interessante destacar a seguinte afirmação Elso 
 
6 
 
Arruda referindo-se à Pinel: A terapêutica do trabalho foi, então, introduzida como 
parte integrante de sua reforma. Afirmou Pinel: “ o trabalho constante modifica a 
cadeia de pensamentos mórbidos, fixa as faculdades do entendimento, dando-lhes 
exercício e, por si só, mantém a ordem num agrupamento qualquer de alienados. 
(1962, p.25) 
Portanto, até meados do século XIX prevalecia o movimento de alienação, 
caracterizado pela complascência ao louco, considerados pacientes que deveriam 
receber intervenção terapêutica. No entanto, foi criada uma base médica para a 
exploração de pacientes, objetivos econômicos ou objetivos profissionais são 
vinculados. A escola da "Terapia Moral" é a escola predecessora da terapia 
ocupacional. Esta ocorreu durante a reforma assistencial psiquiátrica após Philipe 
Pinel assumir a direção do hospício em Bicêtre, na França, em 1973, que baseando-
se em ideais de liberdade, racionalidade e humanidade, simbolizou a quebra da 
cadeia que mantinham presos os alienados. BENETTON (1999) descreve que: “o 
nascimento da psiquiatria se deveu a Vincenzo Chiaruzi (1759-1820) na Itália, 
William Tuke (1732-1822) na Inglaterra e Joahan Christian Reil (1759-1813) na 
Alemanha, mesmo antes de Pinel. Foram eles, e muitos outros os verdadeirosconstrutores e também promotores da disseminação do tratamento moral em todo 
mundo ocidental.” (BENETTON, 1999, P23) 
 Este movimento se caracterizou por práticas educaticas, nas quais uma série 
de elementos eram manipulados para orientar os alienados a transformar seus 
comportamentos estranhos em atitudes de obediência e adaptação à organização 
manicomial. As instituições de internação psiquiátrica transformavam-se 
instrumentos terapêuticos por embasar-se a partir de uma sistema geral de 
internação que priorizava aspectos de caráter moral, disciplinador e normativo. 
 O asilo deveria ser organizado de modo que o tempo e o espaço do alienado 
fossem criteriosamente regulados por gentes responsáveis pela vigilância que 
ocupavam posição privilegiada no topo da hierarquia administrativa. Pretendia-se 
com esta forma de estruturação, que a obediência para com os funionários 
determinasse a maneira como os lienados deveriam comportar-se no interior da 
instituição e, consequentemente, na sociedade. (Kirschaum, 1994). A ocupação 
 
7 
 
precisava se compreendida como um recurso utilizado com o propósito de 
estabilizar o comportamento caótico do alienado, além de resgatá-lo para o convívio 
social. Para isso a instituição deveria ser construídas em lugares que 
possibilitassem o desenvolvimento de atividades agrícolas, indicadas aos alienados 
mais confusos, objetivando a realização de tarefas mais simples. Já para aqueles 
mais controlados e em recuperação, atividades mais complexas eram indicadas, 
pois acreditava-se que estas seriam mais adequadas para prepará-los para se 
reintegrarem à sociedade (Birman, 1978). 
 Desta forma, em termos de tratamento moral, as atividades relacionadas ao 
entretenimento e distração, e as atividades relacionadas ao trabalho, passaram a 
ser utilizadas em quase todas as organizações de auxílio ao alienado. Dentre as 
atividades realizadas relacionadas ao trabalho, abrangem desde atividades 
agrícolas até operações e tarefas mais complexas (como marcenaria, serraria, 
costura, etc). 
 
 
 
camilabragab.wordpress.com 
 
8 
 
 
3. Terapia Ocupacional 
A terapia ocupacional é uma profissão de saúde que tradicionalmente atua 
no campo da reabilitação. No processo de reabilitação, os terapeutas ocupacionais 
usam ações humanas por meio das atividades reais e da vida diária das pessoas 
que atendem. Segundo Soares (1991, p.139), a Terapia Ocupacional surgiu, 
basicamente, de dois processos: da ocupação de doentes crônicos em hospitais 
de longa permanência e da restauração da capacidade funcional dos 
incapacitados físicos. Nos hospitais de longa permanência, o plano de tratamento 
utilizava atividades recreativas ocupacionais e laborais no contexto da dinâmica 
institucional. No programa de reabilitação de pessoas com deficiência, as atividades 
de autocuidado, lazer ou produção visavam restaurar a capacidade funcional e o 
desempenho profissional na vida diária. 
 
 
 
https://www.ufes.br 
 
9 
 
No início do século XX, foi vizualizado o renascimento e a restauração do 
conceito do valor e da importância da profissão terapêutica inculcada na terapia 
moral. Um grupo heterogêneo de profissionais (psiquiatras, enfermeiros, arquitetas, 
professores, entre outrso) desenvolveu os conceitos de ocupação como agente 
curativo e da pessoa como sujeito ativo na promoção da saúde. Hagedorn (1999). 
Nessa perspectiva, a história da terapia ocupacional está intimamente relacionada 
a diferentes conceitos de comportamento humano, incorporada às estratégias de 
reabilitação, asilos para doentes mentais ou psiquiátricos e nas instituições de 
reabilitação para pessoas com deficiência física. 
3.1 Surgimento 
A terapia ocupacional surgiu como uma profissão de saúde nos Estados 
Unidos, e sua primeira escola foi fundada em Chicago em 1915. Nos Estados 
Unidos, a fim de minimizar o impacto da Primeira Guerra Mundial, propôs-se a 
prestação de assistência na reabilitação de deficientes físicos, regressos do campo 
de batalha. Segundo Ferrigno “...numa época em que as instituições precisavam 
responder às necessidades de assistência aos incapacitados de guerra, aos 
trabalhadores acidentados de trabalho e à carência de mão-de-obra das indústrias. 
Estes aspectos indicam que a Terapia Ocupacional foi instituida não apenas para 
responder às reivindicações dos trabalhadores e melhorar o nível de atendimento 
das pessoas com disfunções na realização de atividades, mas também para 
atender aos interesses do capitalismo. Para tanto, o sistema social implementou 
políticas sociais, entre as quais a reabilitação, buscando neutralizar as pressões 
populares em relação às condições de saúde. Ao mesmo tempo nos países onde o 
processo de industrialização estava se desenvolvendo, teve como objetivo o 
exército industrial de reserva. Foi assim se desenvolvendo para atender 
principalmente, a demana pela reabilitação profissional dos trabalhadores.” 
(FERRIGNO, 1991) 
 No Brasil, a história da profissão pode ser rastreada oficialmente no pós-
Segunda Guerra Mundial, e as estratégias de implementação de programas de 
 
10 
 
reabilitação na América Latina recomendados por organizações internacionais 
(ONU, OIT, Unesco). Com efeito, embora já houvesse experiências de uso das 
“ocupações com objetivo terapêutico” em instituições asilares psiquiátricas no 
Brasil, devido à influência norte-americana, os cursos de formação em Terapia 
Ocupacional foram implantados, preferencialmente, na área da reabilitação física 
(BARTALOTTI; DE CARLO, 2001, p.31). Gradualmente, na formação dos 
terapeutas ocupacionais, os estágios foram incorporados à assistência psiquiátrica. 
 
 
 
https://camilabragab.wordpress.com/ 
3.2 Implantação 
Sobre a implantação do programa de reabilitação física no Brasil, ocorreu no 
início dos anos 50, quando uma comissão da ONU visitando a América Latina 
aponta o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de 
São Paulo como o local mais apropriado para a implantação de um Centro de 
Reabilitação. Em 1956, foi implantado o Instituto Nacional de Reabilitação (INAR), 
na Clínica de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da USP. O 
Instituto de Reabilitação começou a ter um duplo propósito: realizar assistência aos 
 
11 
 
“deficientes” acometidos por afecções do aparelho locomotor e promover cursos de 
formação técnica em áreas como fisioterapia e terapia ocupacional, que tinham 
inicialmente dois anos de duração, ulteriormente três, sendo fortemente influenciado 
pelo modelo norte-americano voltado para reabilitação profissional. 
Segundo referência de profissionais da área, a formação técnica em 
terapia ocupacional era “restrita e específica das profissões técnicas de 
reabilitação (eminentemente clínica, referente à sintomatologia, à intervenção 
médica específica, aos princípios de indicação terapêutica etc.), sendo a Terapia 
Ocupacional responsável somente por membros superiores e pelas técnicas em 
atividades de vida diária”(BARTALOTTI; DE CARLO, 2001, p.34). Os planos de 
tratamento ocupacional seguiam as indicações médicas e se concentravam nas 
doenças patológicas ou orgânicas do paciente. O primeiro modelo curricular 
brasileiro para Terapia Ocupacional, vigorou de 1963 a 1982 e estava calcado na 
preparação de um profissional subordinado ao médico e voltado exclusivamente à 
área de reabilitação. O parecer número 388/63 não faz qualquer segredo sobre as 
intenções de formar pessoal subalterno e menos qualificado. (Magalhães, 1989) 
 
 
 
Fonte: www.tangledfingers.com 
 
12 
 
Somente em 1969, através do Decreto-Lei nº 938, a profissão foi reconhecida 
como de ensino superior. Em 2001, havia 29 escolas de treinamento em terapia 
ocupacional no Brasil. A despeito, o processo de aprovação doensino superior em 
Terapia Ocupacional não se deu sem o desgosto da classe médica, “que 
não desejava esse tipo de emancipação”. A Terapia Ocupacional já havia 
integrado em seus pressupostos teórico-metodológicos o modelo biomédico. 
Em vista disso, o terapeuta ocupacional, para superar a condição de 
“submissão” em relação à classe médica procurou tornar-se um profissional 
“high tech” e incorporar “conhecimentos científicos de anatomia, fisiologia, técnica 
de reparos, acompanhando os avanços da cirurgia e dos cuidados emergenciais 
(...) demonstrando competência clínica e tecnológica em relação à abordagem 
de seus pacientes”(GOLLEGÃ; LUZO; DE CARLO In: BARTALOTTI; DE 
CARLO, 2001, p.139). 
Devido ao retrocesso da economia mundial e a consequente redução das 
despesas médicas, fidando os anos 70, os terapeutas ocupacionais deparados com 
a necessidade de comprovar a "cientificidade" de sua prática, precisaram envolver 
sua profissão em um mercado de trabalho altamente competitivo; o que “levou a 
um movimento de crescente pressão para que os terapeutas ocupacionais se 
tornassem mais pragmáticos, desenvolvendo práticas ‘comprovadamente eficazes’ 
(enfatizando os aspectos mensuráveis do seu trabalho) e ‘competentes’ (em 
relação a promoção de melhoria da independência funcional e inserção dos 
pacientes), para serem mais competitivos no mercado de trabalho” (BARTALOTTI; 
DE CARLO, 2001, p.37). Crescendo a necessidade de intervenções cada 
vez mais táticas em Terapia Ocupacional, com respostas motores e 
operacionais eficazes e quantitativamente mensuráveis. De fato, os terapeutas 
ocupacionais foram gradativamente incluídos entre os profissionais de grandes 
instituições profissionais, que são compostas por equipes multidisciplinares 
(fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, assistentes sociais, 
médicos, psicólogos, dentre outros) localizadas em grandes centros urbanos e 
fiscais do progresso tecnológico na reabilitação. 
 
 
13 
 
 
3.3 Atuação 
A Terapia Ocupacional é profissão de nível superior voltada aos estudos, à 
prevenção e ao tratamento de indivíduos portadores de alterações cognitivas, 
afetivas, perceptivas e psico-motoras, decorrentes ou não de distúrbios genéticos, 
traumáticos e/ou de doenças adquiridas, através da sistematização e utilização da 
atividade humana como base de desenvolvimento de projetos terapêuticos 
específicos, na atenção básica, média complexidade e alta complexidade. Sua 
intervenção compreende avaliar o cliente, buscando identificar alterações nas suas 
funções práxicas, considerando sua faixa etária e/ou desenvolvimento, sua 
formação pessoal, familiar e social. 
A base de suas ações compreende abordagens e/ou condutas 
fundamentadas em critérios avaliativos com eixo referencial pessoal, familiar, 
coletivo e social, coordenadas de acordo com o processo terapêutico 
implementado. O Terapeuta Ocupacional compreende a Atividade Humana como 
um processo criativo, criador, lúdico, expressivo, evolutivo, produtivo e de auto 
manutenção e o Homem, como um ser práxico interferindo no cotidiano do usuário 
comprometido em suas funções práxicas objetivando alcançar uma melhor 
qualidade de vida. As atividades do profissional estendem-se por diversos campos 
das Ciências de Saúde e Sociais. O terapeuta ocupacional avalia seu cliente para 
a obtenção do projeto terapêutico indicado; que deverá, resolutivamente, favorecer 
o desenvolvimento e/ou aprimoramento das capacidades psico-ocupacionais 
remanescentes e a melhoria do seu estado psicológico, social, laborativo e de lazer. 
(COFFITO). 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
https://pronatec.pro.br 
Ressalta-se que os objetivos das atividades desenvolvidas no âmbito da 
"terapia ocupacional" visam ampliar a atuação de cada paciente. Tudo é para 
estimular suas habilidades funcionais e buscar a felicidade humana. Portanto, as 
atividades desenvolvidas pelos terapeutas ocupacionais visam aprimorar e 
capacitar os pacientes que sofrem com as referidas condições. 
 
 
Fonte: drafernandagranja.com.br 
 
15 
 
 
4 PRIMEIRAS EXPERIÊNCIAS COM GRUPOS 
Embora a primeira experiência clínica de participação no grupo tenha sido 
em 1905, quando Joseph H. Pratt intuitivamente criou um método de aula em grupo 
para tratar pacientes com tuberculose, foram os trabalhos de Sigmund Freud e 
outros estudiosos (como Gustave Le Bon e MacDougall) que agregaram conceitos 
específicos para compreender a função dos grupos humanos. 
O psicodrama, idealizado por Jacob Levi Moreno na década de 1930, 
expressara um novo conceito de terapia de grupo. No psicodrama, pode se perceber 
alguns elementos da terapia pelo grupo de caráter fraternal. Entretanto, o método 
psicodramático é um instrumento mais sofisticado e profundo, pois consiste na 
dramatização dos conflitos psicológicos do paciente, ao lado da catarse e da 
personificação lúdica. (Grinberg, et al, 1976). 
 Ainda na mesma década, do ponto de vista sociológico, Kurt Lewin 
apresentaria conceitos importantes sobre a dinâmica de grupo e o domínio do 
grupo. O campo do grupo é formado por uma variedade de fenômenos e elementos 
psicológicos (intrínsecos e extrínsecos). Eles estão conectados entre si de tal forma 
que na interação entre todas as pessoas, as mudanças de cada um terão um 
impacto sobre os outros. Todo grupo humano se organiza. Essa organização se dá, 
qualquer que seja sua finalidade. Os grupos parecem funcionar conforme processos 
que lhes são comuns. Da noção lewiniana da dinâmica de grupo, pressupõe-se que 
um grupo é um sistema de forças, onde se distinguem as forças de 
desenvolvimento, aquelas que impulsionam os grupos para sua finalidade e as 
forças de coesão, aquelas que motivam a permanência do grupo. (Lapassade, 
1983). 
 
 
 
16 
 
 
5 Análise dos Grupos no Brasil 
No Brasil, o estudo de grupos se destacaram em meados da década de 1980, 
quando estavam sendo desenvolvidos trabalhos de pessoas como Benetton, 
Ferrari, Maximino, Tedesco, Ballarin e Samed. 
Benetton descreveu dois tipos de dinâmicas relacionadas ao uso de 
atividades, a saber, grupos de atividades e atividades em grupo. Em um grupo de 
atividades, cada membro realiza uma atividade e mantém um relacionamento 
pessoal com o terapeuta; em uma atividade de grupo, os membros do grupo 
realizam uma atividade juntos, para que o terapeuta possa manter o relacionamento 
geral do grupo. 
Ferrari enfatizou a importância dos chamados grupos não-verbais, cujas 
atividades são utilizadas como mediadoras da relação terapeuta-paciente-grupo, a 
fim de ampliar o escopo de expressão e experimentar outras formas de 
comunicação. A partir de atividades de grande peso e potencial expressivo, o grupo 
pode trocar conteúdos internos e experimentar outras formas de fazer as coisas. 
“A indicação de atividades é entendida por nós enquanto ação interpretativa, 
ou seja, uma intervenção com valor interpretativo, uma vez que valida que algo 
precisa ser expresso e que experimentar alguns dos aspectos desta expressão, 
viabilizada pelo vínculo, tem fins terapêuticos.” (FERRARI, 1991) 
Tedesco extraiu observações relevantes sobre o trabalho com o grupo a 
partir da anál ise de fundo da intervenção do terapeuta ocupacional em clínicas de 
dependência. 
Maximino realizou uma detalhada revisão bibliográfica dos diversos grupos 
em terapia ocupacional e descreveu suas funções, entendendo-a 
fundamentalmente como um espaço potencial e uma caixa de ressonância. Como 
um espaço potencial, esse conjunto de atividades deve proporcionar ao paciente 
um ambiente confiável para que gradativamente assuma o risco de estabelecer 
relações interpessoais e usar objetos, e estimulá-lo a experimentar. Como caixa de 
 
17 
 
ressonância, o grupo pode trabalhar ampliandoas possibilidades de intervenções, 
pois a intervenção para o paciente pode ser realizada como um todo. Também se 
apóia na teoria de Winnicott, buscando estabelecer uma conexão entre a 
composição do grupo e o sujeito. Num grupo de atividades de terapia ocupacional, 
a tarefa manifesta é a própria execução de atividade, seja ela artística, 
profissionalizante, artesanal, etc., enquanto que a tarefa implícita, ou seja, o objetivo 
do grupo, é o tratemento e tudo o que este implica.(Maximino, 1997) 
Ballarin desenvolveu pesquisa clínica teórica em terapia ocupacional com 
base na estrutura da atividade psicológica e enfatizou a situação real da gestão de 
grupo. Samea utiliza os referenciais teóricos e práticos de E. Pichon-Riviére para o 
grupo de operação para buscar estabelecer uma relação com o grupo de terapia 
ocupacional. 
De maneira geral, pode-se dizer que a análise do trabalho realizado por 
esses terapeutas ocupacionais brasileiros mostra que, por um lado, são 
considerados diversos os aspectos e, por outro, a influência de referenciais teóricos 
relacionados à psicanálise e à psicologia social. Buscando conectar-se com os 
princípios básicos da terapia ocupacional a fim de estabelecer uma base de 
conhecimento e embasar as ações dos profissionais que utilizam esse recurso. 
Portanto, na perspectiva da terapia ocupacional, nos úlimos anos, percebe-
se cada vez mais terapeutas ocupacionais, em diferentes áreas da saúde pública, 
realizando grupos de atividades ou atividades grupais, de cunho terapêutico com 
pacientes de saúde mental. 
6 Ponderações Teóricas e Práticas 
Entre as várias ideias existentes sobre grupos, algumas formulações seguem 
descritas: 
 
 A pessoa nasce para ser gregária e desde que nasceu participou de diversos 
grupos; 
 Um grupo não existe independentemente da realidade em que está inserido; 
 
18 
 
 Um grupo não é apenas uma soma de indivíduos, mas uma nova entidade 
formada. 
 
Além das afirmações já descritas, os conceitos de fenômenos de 
transferência, o ambiente, a estrutura, o processo de tratamento e o papel do 
coordenador originados no campo da psicologia também são ferramentas valiosas 
para a compreensão da gestão de grupo. Compreende-se que, de fato, muitas das 
ferramentas utilizadas para construir o conhecimento em grupo na terapia 
ocupacional são emprestadas e ajustadas de outras áreas do conhecimento. 
Porém, vale ressaltar que, conforme proposto na terapia ocupacional, inserir 
atividades em um contexto grupal irá gerar novos fenômenos que precisam ser 
estudados. 
 
 
 
http://www.unicap.br 
 
 
http://www.unicap.br/
 
19 
 
 
7 Terapia Ocupacional e os Grupos 
Desde a década de 1930, a perspectiva do uso de atividades com grupos 
tem sido aplicada sistematicamente à terapia ocupacional. Nos Estados Unidos, o 
foco inicial do trabalho com grupos estava relacionado às metas de socialização, 
que permaneceu até os anos 50, ocasião que os neurolépticos começaram a ser 
utilizados no tratamento de distúrbios psiquiátricos, o que permitiu maior domínio 
dos sintomas. Este aspecto contribuiu positivamente para que, no âmbito da Terapia 
Ocupacional, os profissionais passassem a estabelecer metas terapêuticas que não 
se restringiam somente à socialiação, buscando maior entendimento nos processos 
dos indivíduos e suas atividades. (Howe & Schwartzberg, 1986) 
Fidler & Fidler(1963) estudaram as atividades de pesquisa como formas de 
comunicação e expressão através de métodos psicodinâmicos, formas de relações 
terapêuticas e fenômenos de grupo em terapia ocupacional. Referem o grupo como 
um instrumento de importante potencial terapêutico. 
Ao longo da década de 60, nos Estados Unidos, os programas comunitários 
de saúde mental que procuravam a desintitucionalização dos assistidos 
psiquiátricos inspiraram grandemente os tratamentos de grupo. Estes passaram a 
utilizar as atividades como meio de aprendizagem e a enfatizar as relações 
interpessoais, especialmente as estabelecidas entre paciente e terapeuta. (FALK-
KESSLER, et al., 1991) 
Para McDonald et al (1972) referem-se aos grupos como forma de estimular 
relacionamentos e apontam diversas atividades. Geralmente prescrevem atividades 
de entretenimento, atividades físicas, sociais e perninentes ao trabalho. Para que 
as atividades sejam apontadas, o terapeuta ocupacional deve ter em vista o tipo de 
grupo do qual pretende participar. Já Mosey (1970) avalia o grupo como um 
conjunto de pessoas que partilham um incentivo em comum, numa atividade 
proativa, onde o foco do terapeuta ocupacional é fomentar o crescimento de 
variadas facetas do self dos pacientes. A autora classifica cino tipos de grupos: 
 
20 
 
 Grupo paralelo – onde os pacientes desenvolvem as atividades 
individualmente, não necessitando da interação com os demais 
participantes; nesse modelo, o terapeuta ocupacional é o 
coordenador, em razão dos participantes não terem condições de 
realizar muitos papéis; 
 Grupo de projeto – tem como concepção a execução de atividade 
coletiva; o terapeuta ocupacional busca ajudar na seleção da atividade 
proposta, observando individualmente o desempenho de cada 
participantes do grupo; 
 Grupo egocêntrico – cooperativo – onde os participantes escolhem e 
realizam as atividades que se delongam; buscam saciar as demandas 
emocionais através das interações. O terapeuta ocupacional age 
como suporte e apoio da tarefa; 
 Grupo cooperativo – os participantes são estimulados a demonstrar 
seus sentimentos e emoções e buscam compensar suas demandas 
emocionais com a realização da atividade; o terapeuta ocupacional 
expoe seus pensamentos e emoções, atuando como conselheiro; 
 Grupo maduro – neste modelo os participantes desenvolvem as 
atividades de modo concordante aos seus papéis e ao desempenho 
do grupo, associando produtividade e satisfação pessoal; neste 
modelo o terapeuta ocupacional interage como participante do grupo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 
http://www.ccs.ufpb.br 
Um grupo de terapia ocupacional pode ser definido como: Os participantes 
se encontram no mesmo horário e local na presença do terapeuta ocupacional para 
realizar uma atividade. Uma das concepções que norteiam a prática desse 
profissional é que fazer isso tem efeito terapêutico. Portanto, no contexto do grupo, 
os participantes podem experimentar outras formas de se conectar e vivenciar 
situações inéditas relacionadas ao fazer, para que a ação adquira sentido e 
significado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
 
Fonte: interfisio.com.br 
Nessa perspectiva, as equipes de terapia ocupacional podem assumir 
diferentes formas em diferentes instituições e / ou contextos, o que, sem dúvida, 
exigirá uma coordenação profissional. 
Duncombe e Howe descrevem 10 tipos de grupos utilizados na terapia 
ocupacional. Eles são descritos como exercício, tarefas, atividades de culinária, 
atividades de vida diária, arte e destreza, integração sensorial e motora, discussão 
orientada pela realidade, discussão orientada por sentimento e atividade 
educacional. (CAVALCANTI & GALVÃO, 2007). 
7.1 Conceitos Práticos e Técnicos 
A coordenação e gestão do grupo de terapia ocupacional envolvem múltiplos 
aspectos técnicos. Normalmente, o terapeuta deve voltar sua atenção para a 
dinâmica das funções do grupo. Esta é determinada pelos participantes do grupo, 
incluindo a relação que estabeleceram entre si e com o próprio coordenador. 
Outro conceito importante é o da relação estabelecida dos participantes com 
a atividade, o fazer e as intervenções realizadas pelo coordenador no seguimento 
do processo terapêutico ocupacional. 
 
23 
 
No entendimento técnico, a etapa de formação se destaca primeiro. Com isso 
em mente, para começar a trabalhar com o grupo, o coordenador deve considerar 
os critérios de seleção dos participantes, características estruturais, ambiente deterapia ocupacional, contratos de grupo estabelecidos, metas e vários aspectos do 
ambiente em que grupo está inserido. Na atuação clínica, observa-se que nem 
todos os indivíduos se favorecem de um ambiente de grupo. Em algumas situações 
e circunstâncias, é contra-indicado que intervenha no grupo e no seu processo de 
tratamento. 
 
 
Fonte: peqengenhariajr.com.br 
 
7.2 Atributos Estruturais 
A base do grupo pode ser definida como o motivo que propicia ao grupo as 
qualidades de seu reconhecimento. Quanto à base, um grupo pode ser determinado 
como aberto, fechado, pouco aberto, homogêneo e heterogêneo. 
Um grupo aberto é aquele em que os integrantes não se repetem a cada 
encontro; assim sendo, a conjuntura se altera continuamente. Já num grupo fechado 
 
24 
 
não há entrada de novos integrantes após o início do processo, de forma que, 
ocorrendo a saída de um dos integrantes, este não é substituído. Um grupo pouco 
aberto é compreendido como aquele em que um novo integrante pode ser incluído 
no contexto grupal de modo a suprir a saída de outro. 
Um grupo é heterogêneo na ocasião em que se agregam integrantes com 
características e dificuldades de diversas estruturas. O processo de compatibilidade 
dos integrantes fundamenta-se em diagnóstico, temperamento, participação verbal, 
desempenho ocupacional, entre outros. Um grupo homogêneo distingue-se como 
aquele em que os integrantes são desiguinados embasados em algum obstáculo 
em comum. 
A quantidade de integrantes que compõem um grupo também é uma 
condição especial a ser analisada pelo coordenador, e deve estar particularmente 
associada aos propósitos sugeridos. Uma alteração sensata do número de 
integrantes é de cinco a oito participantes. Quando o contexto do serviço de grupo 
está relacionado a situações como discussão livre, reunião, sala de estar, etc., este 
número pode mudar consideravelmente. Nesses casos, o número de membros 
pode ser superior a 15 integrantes. 
7.3 O Contrato 
Outro aspecto relacionado que interfere na gestão de um grupo de terapia 
ocupacional é o contrato estabelecido entre o terapeuta e o participante do grupo. 
O contrato inclui dois aspectos relacionados ao tempo de serviço, o número de 
visitas semanais, o tempo e a particularidade das atividades humanas e 
configurações do serviço. 
Distintivamente dos grupos verbais e psicoterapêuticos coordenados por 
outros profissionais, os grupos de terapia ocupacional depreendem o fazer como 
recurso indispensável do processo. 
O ambiente é definido como um local onde várias atividades devem ser 
realizadas. Este espaço será afetado pelas características dos profissionais que o 
coordenam. 
 
25 
 
A organização do ambiente e os elementos materiais desfrutados no 
atendimento de um grupo são relevantes elementos na constituição do setting 
terapêutico ocupacional. Estes devem ser trabalhados pelo coordenador do grupo 
já na etapa de planejamento de preparação do grupo. 
8 Gerenciamento de Grupo 
Para que esse grupo seja uma ferramenta de tratamento eficaz, é importante 
entender seu manejo. Portanto, pode-se dizer que a gestão do grupo inclui todos os 
movimentos do coordenador em direção ao grupo na direção do objetivo. Serão, 
portanto, os métodos de intervenção do terapeuta ocupacional, demonstrados por 
meio da comunicação, do colocar-se entre, externar-se concentrado, entendendo a 
importância de estar e do fazer, buscando o conceito da ação. 
Na gestão de um grupo, é também imprescindível que o coordenador se 
mantenha atento às ocorrências dos fenômenos mentais peculiares do encontro 
grupal. Ademais, necessita direcionar-se ao grupo estando ativo nas ações do 
grupo, pois as intervenções são baseadas pela ação e comunicação, continuamente 
ponderando os movimentos e os fenômenos transferenciais e contratransferenciais. 
Na situação grupal, as transferências acontecem a partir de processos permanentes 
de identificação projetiva e introjetiva. No caso de um grupo, a transferência ocorre 
a partir do processo permanente de reconhecimento projetivo e introjetivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
 
Fonte: euniverso.net.br 
 
A transferência pode ser identificada como o seguinte processo: os desejos 
inconscientes de um indivíduo são renovados sobre certos objetos em um certo tipo 
de relação com eles e, especialmente, no âmbito de uma relação terapêutica. 
Um outro ponto a ser destacado quanto a gestão do grupo se refere à ideia 
de estabelecer representantes dentro da equipe. Em outras palavras, pode-se citar 
que, num grupo que se estabelece, a representação que os integrantes têm de si 
se aprimora junto com as representações do grupo, que se produzem 
gradativamente. Portanto, mesmo que um grupo de pessoas comungue o mesmo 
tempo e espaço, não necessariamente concebe um grupo, pois sua existência 
implica uma compreensão da unidade imaginária. 
Nessa lógica, refletindo o processo vivenciado por um grupo em terapia 
ocupacional, se almeja a suplantação da serialidade e a reocupação da essência 
do fazer, da criatividade e da existência. 
 
 
 
 
27 
 
 
9 O Coordenador – sua Atribuição 
A atribuição do terapeuta ocupacional coordenador de grupo é 
correlacionada a diversos papéis, que se reflete de forma proeminente no 
planejamento, promoção e coordenação. Como mencionado anteriormente, ações 
planejadas realizadas por terapeutas ocupacionais e coordenadores de grupo 
integra: 
A formação do grupo – considerando-se as características estruturais, os 
objetivos, o número de participantes, etc.; O contrato terapêutico – considerando-
se o local e o tempo de atendimento, a especificidade da terapia ocupacional, que 
enfatiza o fazer e a realização da atividade; A preparação do ambiente e dos 
recursos materiais que poderão ser utilizados no atendimento. (CAVALCANTI & 
GALVÃO, 2007). 
Como facilitador, o coordenador deve propiciar um espaço que favoreça a 
criatividade. 
Para exercer tal função, o terapeuta ocupacional deve estar pronto para ser 
moderado, ter a habilidade de perceber as comunicações pré-verbais ou verbais do 
grupo, desempenhando a função de holding. 
Quando a situação de tratamento está relacionada ao atendimento grupal, o 
papel do holding não é desempenhado apenas pelo coordenador do grupo, como 
também pela matriz do grupo, sendo fundamental que esta compreenda as 
necessidades do grupo. No grupo de terapia ocupacional, o holding associa-se às 
reservas necessárias fornecidas pelo terapeuta ocupacional, incluindo não só 
emoções, mas também conteúdos relacionados à preparação do ambiente e 
materiais que devem ser utilizados para a realização das atividades. 
No que tange a função de coordenação atribuída ao terapeuta ocupacional, 
é possivel dizer que está relacionada à intervenção por ele realizada. Portanto, a 
intervenção e outras funções atribuídas (como planejamento, facilitação e 
 
28 
 
sobreposição de muitas outras funções) estão dinamicamente relacionadas entre 
si. 
10 A FORMAÇÃO DO COORDENADOR 
O uso de grupos como recurso para a terapia ocupacional tem exigido dos 
profissionais um treinamento mais aprofundado nessa área. 
Tendo em vista a situação atual da formação nessa área, verifica-se que os 
cursos de terapia ocupacional em grupo de diferentes universidades brasileiras têm 
sido realizados nas disciplinas específicas na graduação,e que experiências de pós-
formação, organizacionais ou não,estão se instituindo, ainda que lentamente. 
No entanto, é necessário debater o caminho e alguns métodos (atuação em 
supervisão, grupo de pesquisa, participação e assistência em grupo e treinamento 
individual) para tornar a formação de mais qualidade e específica à sua 
particularidade. 
 
10.1 Supervisão 
 
A supervisão pode ser entendida como uma forma especial de integrar 
conhecimentos teóricos e práticos relevantes, que se caracteriza pelo processo de 
ensino eaprendizagem. No campo da terapia ocupacional, a supervisão tem 
exercido uma modalidade complementar de treinamento, que pode ser individual ou 
em grupo. Ressalta-se porém, a necessidade da supervisão da equipe na formação 
profissional para o trabalho em grupo, pois diversos fenômenos vivenciados nessa 
situação possibilitam a identificação do processo, a troca de experiências e a 
estimulação contínua do processo de ensino. 
 
 
 
 
29 
 
 
 
http://www2.ebserh.gov.br 
 
Hahn descreveu diferentes métodos e técnicas de supervisão em terapia 
ocupacional. Estes podem ser definidos como observação direta, discussão de caso 
clínico, revisão de caso clínico, discussão de questões institucionais, entre outros 
(CAVALCANTI & GALVÃO, 2007). 
A supervisão de grupo em terapia ocupacional diferencia-se da supervisão 
instituída em outras esferas do conhecimento, visto que certos aspectos formam 
dados singulares do campo de atuação. Assim, se enfatiza a relação terapeuta-
paciente-atividade definida no processo de terapia ocupacional e as extensões 
específicas da ocupação humana. Destaca-se que a supervisão de grupo deve 
incluir momentos de debate e reflexão acerca de questões relacionadas à atividade 
inserida no grupo, a forma como os membros do grupo interagem com o processo 
da atividade, o procedimento de análise da atividade, os materiais e equipamentos 
 
30 
 
envolvidos. na produção, e na atividade, o conceito dos elementos expressos, o 
contexto de inserção do grupo, a dinâmica do grupo, etc. 
Geralmente, a experiência acumulada no processo de supervisão de grupo 
pode promover o desenvolvimento de competências e habilidades, ao passo que 
promove o amadurecimento das posturas profissionais, ampliando o conhecimento 
do papel do terapeuta ocupacional como coordenador de grupo. 
 
10.2 Grupos de Estudo 
 
Se organizam ambientes de ensino, onde um grupo de pessoas tem 
encontros sistemáticos sob a coordenação de um dos membros ou de um técnico 
convidado. O objetivo principal é refletir, discutir e estudar determinados temas, 
neste caso, o foco do tema se concentra nos conhecimentos relativos às 
abordagens grupais, as dinâmicas de grupo, a experiência de participação no grupo 
de ensino e a compreensão do referencial teórico-prático específico relacionado à 
terapia ocupacional. Para alguns acadêmicos, um grupo formado com o objetivo de 
refletir sobre sua própria experiência como grupo seria o ponto de partida do 
chamado grupo de reflexão. 
 
10.3 Acompanhamento e Participação de Grupo 
 
Participar como observador ou co-terapeuta em um grupo torna possível 
desfrutar de uma experiência de treinamento muito rica. O contato com a prática 
clínica diária mostra que desafios e inquietudes vão surgindo gradativamente, 
portanto, a probabilidade de experienciar o espaço compartilhado com outro 
profissional, sendo por vezes veterano, propicia uma análise e debate dos pontos 
 
31 
 
teóricos e práticos relacionados à dinâmica e aos processos da equipe, 
engrandecendo a formação dos profissionais de forma processual. 
 
 
 
 
 
Fonte: limpandosuapele.com.br 
 
 
10.4 Formação Pessoal 
 
O processo de formação do terapeuta ocupacional circunda aspectos 
teóricos quanto práticos, assim como aspectos relacionados à ocupação e à 
identidade pessoal. Além de valorizar o espaço de formação acima mencionado 
(supervisão, grupo de pesquisa, participação em grupo) e mudar seu nível de 
experiência para caracterizar suas habilidades, a instrução individual também 
promove sobremaneira os profissionais a realizarem a autorreflexão e a 
 
32 
 
autoavaliação. Transforma o processo de ensino em experiência de crescimento e 
maturidade profissional e emocional. 
Principalmente no campo da terapia ocupacional, é necessário ampliar 
gradativamente o sistema de conhecimento de conceitos e técnicas relacionados a 
grupos e métodos grupais para que o comportamento dos profissionais que utilizam 
esse recurso seja subsidiado e fundamentado. A formação profissional e a 
necessidade de realização de pesquisas nesta área tem sua importância 
evidenciada. 
Como descrito por Schwartzberg (2002), é ilógico ver o terapeuta 
ocupacional conduzindo grupos em seus atendimentos sem considerar as 
propriedades únicas do grupo. Assim, é fundamental entendê-lo como um valioso 
recurso e instrumental teórico-técnico, e não somente como um encontro aleatório 
de pessoas em que a ótica econômica predomina. 
 
 
 
 
https://www.fiojovem.fiocruz.br 
 
 
 
 
33 
 
 
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