Buscar

DO PAPEL DA PERÍCIA ANTROPOLÓGICA NA AFIRMAÇÃO DOS DIREITOS DOS ÍNDIOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO
DIRETORIA DE GRADUAÇÃO FORA DE SEDE E PARCELADAS
 BACHARELADO DE DIREITO
DO PAPEL DA PERÍCIA ANTROPOLÓGICA NA AFIRMAÇÃO DOS DIREITOS DOS ÍNDIOS 
RESENHA CRÍTICA
 
COMODORO
2021
RESENHA CRÌTICA- DO PAPEL DA PERÍCIA ANTROPOLÓGICA NA AFIRMAÇÃO DOS DIREITOS DOS ÍNDIOS 
1- DADOS SOBRE O AUTOR:
De acordo com o Lattes: Possui graduação em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal da Paraíba (1980), mestrado em Direito Público (LLM) pela University of London (1995).
Atua como Procurador Regional da República na 5ª Região (Ministério Público Federal) , sendo, nessa qualidade, membro da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão – Populações Indígenas e Minorias -, da Procuradoria Geral da República. 
Também é membro do Comitê Nacional Contra a Tortura, da Secretaria de Direitos Humanos, da Presidência da República. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Público. Atuando principalmente nos seguintes temas: Combate à Tortura, Segurança pública, Política criminal.
2- RESUMO DA OBRA:
Maia, inicia explicando o conceito de perícia, que de acordo como o CPC (art. 145) consiste na pesquisa, exame, verificação, acerca da verdade ou da realidade de certos fatos, quando a prova de tais fatos depender de conhecimento técnico ou científico, feita por profissional universitário com conhecimento na área de especialidade da matéria, e é destinada a assistir o Juiz no esclarecimento da matéria de fato, contribuindo para o processo decisório.
Sobre a perícia antropológica, defende que seja necessária diante de alguns fatos sociais, quando estes apresentam uma certa complexidade, nisso ela se aprofundará em relação: crenças, seus costumes, seus hábitos, suas práticas, seus valores, sua interação com o meio ambiente, suas interações sociais recíprocas, suas ordens internas, a organização grupal, fatores que geram concepção de pertencimento, entre outros.
Explica que a perícia antropológica é realizada geralmente na busca da compreensão da realidade: dos índios, quilombolas, ciganos, populações tradicionais, suas comunidades e organizações.
Sobre a necessidade da perícia antropológica, esclarece que esta é essencial na identificação de um grupo étnico enquanto tal (índios, quilombolas, ciganos, gerazeiros, populações tradicionais, etc.); trazendo todo o desenho organizacional, contido na revelação de seus usos, costumes, tradições, modos de ser, viver, se expressar; pela documentação de sua memória e sua ação (reconstruindo sua trajetória de luta e de vida, de resistências e transformações, de deslocamentos e perdas, de insurgências e ressurgências).
Em relação aos direitos destes (tidos como minorias “índios, ciganos, quilombolas, e outras populações tradicionais”), a perícia contribui para a promoção da permanência cultural e proteção da mesma. Mencionando ainda que o sistema das Nações Unidas com desenvolvimento como herança da atuação sob a Liga das Nações, tem proporcionado um dos mais amplos sistemas de proteção às minorias.
Sobre o conceito de minoria, explica que as Nações Unidas ainda não formalizaram uma definição de minoria universalmente aceita, porém, são encaixados, aquelas cujas definições possuam os seguintes aspectos relevantes: grupos não-dominantes (que podem ser em maior ou menor número que os integrantes dos grupos dominantes, que exercem o poder, na sociedade); com características distintas da sociedade envolvendo, sendo estas étnicas, linguísticas ou religiosas; permanência como grupos distintos, preservando suas características distintivas.
Baseando-se em Alfredsson e Ferrer (1998), explica que as minorias não são sempre homogêneas, nem constituem sempre menor número da população, acrescentando que os membros das minorias estão entre os mais pobres e marginalizados da população.
Diante disso, para que aconteça a plena defesa dos direitos das minorias – índios, ciganos, quilombolas, gerazeiros e outras populações tradicionais, faz-se necessário a equação dos fatores objetivos em conjunto com os subjetivos, sendo que os tratos culturais tidos como relevantes para o discrímen o são pelo grupo minoritário, e não pela sociedade envolvente.
Em relação ao conteúdo do direito das minorias, ainda não há um conjunto de direitos aos quais os grupos minoritários sejam mais fortemente vinculados. Individual e coletivamente, membros de minorias têm direito ao gozo e fruição de todos os direitos humanos. Preserva-se os princípios de igualdade e não discriminação são requeridos para informar o regime que governa os direitos das minorias.
Sobre o direito a identidade, está ligado as características desses grupos, lembrando que a Identidade cultural é expressão chave para compreensão da identidade dos grupos minoritários, particularmente índios e ciganos, entre outros, destarte o trabalho da Antropologia é indispensável, para que essa preservação aconteça.
A perícia antropológica, geralmente é presente nos casos que se referem a processos de identificação e demarcação de terras, ou pra compreender se índios, envolvidos em práticas criminosas, tinham ou não consciência da ilicitude de suas condutas.
Sobre a atuação dos laudos antropológicos na demarcação de terras, explica que consiste num processo administrativo que se desenvolve em vários momentos, por iniciativa e sob a orientação da FUNAI. Onde no primeiro momento, acontece a identificação: que é a fase em que um grupo específico reivindica o reconhecimento da identidade indígena, e o reconhecimento de sua presença histórica em determinada área.
Na demarcação dessas terras são realizados estudos etnohistoriográficos, demográficos e sociológicos e faz levantamento cartográfico e fundiário da região onde se encontram, por isso, podemos dizer que, todo esse processo é fundamentado em estudos antropológicos de identificação
Portanto, um Laudo Antropológico, além de servir de base para o reconhecimento de uma terra como indígena, traz consigo uma consequência séria e grave, pronunciada pela Justiça: a nulidade dos títulos jurídicos incidentes sobre a área identificada. Sendo capaz não apenas de dizer de uma posse indígena que se faz presente., mas pode documentar a dinâmica de esbulho e expulsão a que se viu submetido um determinado grupo indígena (ou quilombola, e.g.).
Sobre os danos do meio ambiente, organização social, entre outros, os laudos antropológicos servem para documentar situação de violação de outros direitos dos índios, ciganos, quilombolas, e suas comunidades. Nisso, uma perícia antropológica, voltada a apurar os danos morais, é capaz de constatar as violações à cultura, ao modo de ser e viver índio, à organização social, quando ocorrente.
Já a perícia antropológica relacionada a responsabilidade penal, analisa todas as condições pessoais, subjetivas, de capacidade penal, ou seja, consciência do caráter ilícito da conduta praticada pelo membro de uma etnia, normalmente por um indígena.
Em todos os casos, o Ministério Público Federal, quando há qualquer tipo de ação penal contra indígenas, solicita a realização de perícia antropológica, para documentar o grau de compreensão que o suspeito ou acusado tem do caráter ilícito e culpável de sua conduta.
3- CONCLUSAÕ/ CRÍTICA/ INDICASÃO DA RESENHISTA:
Maia, busca tratar como e todos os campos, que a perícia antropológica atua. Fornecendo ao leitor, informações extremamente relevantes, principalmente por ser um tema que foge do nosso debate cotidiano.
Sendo um material, muito importante, não somente para o campo do estudo voltado ao Direito, mas, também para estudos sociológicos, de criminologia, ciências políticas, entre outros.
A compreensão do contexto social e cultura dos indígenas é muito importante, já que não é assemelhado a sociedade organizada (não que a indígena não seja, mas tratando-se ao fato de termos códigos, normas, legislações positivadas).
Vimos que tanto a perícia quanto os laudos antropológicos são essenciaisna busca da compreensão da realidade, preservação e garantia dos direitos bem como a proteção destes, dos grupos tidos como minorias.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
MAIA, Luciano Mariz. Biografia. Disponível em: <http://www.ccj.ufpb.br/pos/contents/pdf/docentes-permanentes/luciano-mariz-maia.pdf>. Acesso em 19 de janeiro de 2021.
___________, DO PAPEL DA PERÍCIA ANTROPOLÓGICA NA AFIRMAÇÃO DOS DIREITOS DOS ÍNDIOS. EM PERSPECTIVA. p.48, 2017.

Continue navegando