O esporte e fatores genéticos

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O esporte e fatores genéticos 
Pesquisas cientificas apontam que o fator determinante para o potencial de um atleta é a sua herança genética. Isso ocorre porque temos dois tipos diferentes de células nos músculos, as células de contração rápida e as células de contração lenta. Algumas pessoas podem possuir um número maior de fibras musculares que estão mais associadas à velocidade de contração do que força, tornando esse individuo mais propicio a esportes de velocidade e resistência, como por exemplo, o atletismo. Essa característica é bastante observada em indivíduos da raça negra.
No atletismo já é bastante evidente que nas ultimas décadas todos os grandes nomes são atletas de raça negra o que no sentido cultural, serve de exemplo e motivação principalmente para os jovens e crianças pois o esporte em si é um fator importante na inclusão social e também pode servir como uma oportunidade de ascensão financeira. 
 Apesar de ser obvia a ascensão de negros em esportes como o atletismo, futebol e basquete, ainda se é notório que em outras modalidades esportivas como a natação, a participação de atletas negros entre as elites são muito raras e isso se deve a fatores sociais, visando que indivíduos da raça negra não têm os mesmos acessos a piscinas profissionais como os da raça branca, lembrando que até o fim da década de 50 negros se quer tinham o direito de entrar em clubes, além de todo o preconceito envolto, nessa modalidade já foi dito que o negro não teria densidade corporal e comprimentos de membros adequados para nadar, outra dificuldade, seria as toucas de natação que não acomodam cabelos crespos, ou um robusto “black power” , com tudo estudos foram realizados e dizer que negros têm características fisiológicas que desprivilegiam o auto rendimento na natação, é mentira.
 O único medalhista brasileiro negro em natação em uma olimpíada é Edvaldo Valério que conquistou medalha de bronze no revezamento 4x100 livre em Sydney em 2000 e apenas na edição de 2016 dos jogos olímpicos do Rio, é que uma mulher negra disputou os jogos pela delegação do país, Etiene Medeiros que foi também a primeira mulher que conquistou uma medalha de ouro em um campeonato mundial de natação e em jogos pan-americanos. 
O nadador olímpico César Cielo da minha cidade de Santa Barbara D’Oeste, foi o primeiro atleta brasileiro a conquistar a medalha de ouro nos 50m livre nos jogos olímpicos de 2008 e em 2009 ele quebrou o recorde mundial nas provas de 50 e 100m livres no mundial de natação em Roma, e em 2010, Cielo criou o Instituto César Cielo, com o objetivo de incentivar e promover a prática e o desenvolvimento da natação à população mais carente. Na cidade de Santa Barbara D’Oeste também em 2010 foi lançado o “Polo Aquático César Cielo” idealizado pelo atleta, em parceria com a prefeitura municipal e esse projeto audacioso previa uma piscina olímpica em nível internacional, além de um museu aquático que contaria a trajetória do célebre atleta barbarense. Destaco que Cielo apenas apoiou na divulgação e na elaboração, sendo da iniciativa publica a total responsabilidade com o projeto que em 2012 teve suas obras paradas sendo até hoje motivo de chacota em nossa cidade, além de gerar muitas duvidas sobre aonde foi usada as verbas liberadas pelo governo na época. Atualmente segundo a administração municipal, não há como precisar as retomadas das obras, pois esta depende dos trâmites e análises do órgão gestor da Caixa Econômica Federal. Ainda na minha cidade ressalto o trabalho do Jesse Silva que é técnico e atleta de atletismo, foi o 3º colocado no campeonato paulista juvenil na prova de 800m em 2008 e atualmente formado em educação física, trabalha como técnico de iniciação e treinamento ao atletismo e vem ganhando cada vez mais espaço e reconhecimento nesse meio, incentivando crianças e jovens. 
Com tudo nota-se que a presença de indivíduos da raça negra na elite dos esportes, ainda se é envolta de preconceito e o contexto social e socioeconômico é um fator que pode acarretar a escolha de um determinado esporte, fato que explica por que ainda vemos a maioria de atletas brancos em água e atletas negros em esporte de chão, contexto que podemos mudar através de ações e projetos, como os de Cielo e Jesse , que buscam inclusão no esporte independente de raça.