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Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ Aprendizagem Conectada Atividades Escolares e Tarefa Semanal 4ª semana 2ºAno/EM História ESCRAVIDÃO NO BRASIL 1 Origem A escravidão no Brasil foi implantada nas primeiras décadas da colonização e aconteceu na década de 1530, quando os portugueses implantaram o sistema das capitanias hereditárias e deram início ao processo de colonização da América Portuguesa. Até então, a relação de trabalho utilizada pelos portugueses baseava-se no escambo com os indígenas na exploração do pau-brasil. A partir de 1534, os portugueses implantaram as capitanias hereditárias, com isso, passaram a incentivar o cultivo de cana-de-açúcar e o desenvolvimento de engenhos para produzir açúcar. Como essa era uma atividade complexa e que necessitava de 1 As referências estão publicadas na aba das orientações. Nome da Escola Nome do Estudante Ano/Ciclo CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS Unidade 1 https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/capitanias-hereditarias.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/capitanias-hereditarias.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/paubrasil.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/economia-acucareira.htm Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ mão de obra, os portugueses encontraram na escravidão a saída para a falta de trabalhadores – já que eles próprios não queriam realizar o trabalho pesado. Assim, o primeiro grupo a sofrer com a escravização foram os indígenas. Escravização dos indígenas Os indígenas foram a principal mão de obra escrava dos portugueses até meados do século XVII, quando, então, começaram a ser superados em números pelos escravos africanos. Escravizar um indígena, em comparação com um africano, era muito mais acessível para os colonos portugueses, mas uma série de questões tornava essa prática mais problemática. Primeiro, havia a questão cultural, uma vez que os índios não estavam familiarizados com a ideia de trabalho contínuo para produção de excedente, o que fazia parte da cultura europeia. Além disso, os indígenas eram vistos pelos padres jesuítas como rebanho em potencial para serem convertidos ao catolicismo. Isso criava um impasse muito grande, porque os colonos queriam escravizar os indígenas irrestritamente, enquanto que os jesuítas criavam barreiras para isso. Os conflitos entre colonos e jesuítas foram frequentes, e foi muito comum que bandeirantes atacassem missões jesuíticas para sequestrar os índios instalados lá e revendê- los como escravos. De toda forma, a pressão dos jesuítas contra a escravização dos indígenas poderia gerar inúmeros problemas jurídicos para os colonos que não os escravizavam em caso de “guerra justa”. A pressão dos jesuítas sobre a Coroa para proibir a escravização dos indígenas resultou em uma lei proibindo a escravização dos índios em 1570. Apesar da lei, os índios continuaram sendo escravizados, sobretudo em locais que não tinham economia tão próspera, e que a quantidade de africanos enviados era pequena. Outro obstáculo para a escravização dos indígenas era a suscetividade deles para doenças, como varíola, gripe, sarampo etc. A falta de defesa biológica foi algo marcante na história da colonização da América. Ao longo desse período, aconteceram inúmeras epidemias que mataram indígenas aos milhares. A mortalidade dos indígenas também ocorria por meio da guerra e da própria escravização. Chamados de “negros da terra”, os indígenas eram até três vezes mais baratos que um escravo africano. O historiador Stuart Schwartz afirmou que, na década de 1570, um escravo indígena custava cerca de 7 mil-réis, enquanto que um escravo africano custava cerca de 20 mil- réis. E, nessa época, era necessário que um escravo africano trabalhasse de 13 a 16 meses para que o seu senhor recuperasse o valor gasto. https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/os-jesuitas-no-brasil.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/entradas-bandeiras.htm Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ Como mencionamos, os indígenas foram a principal mão de obra escrava até meados do século XVII e existem inúmeros levantamentos que mostram que o número de escravos indígenas era superior nos engenhos instalados pelo país. Essa situação começou a se modificar aos poucos, e foi a prosperidade da economia açucareira que permitiu que locais, como Pernambuco e Bahia, recebessem tantos africanos. Escravização de africanos Os primeiros africanos começaram a chegar ao Brasil na década de 1550 e foram trazidos por meio do tráfico negreiro, negócio que fez fortunas ao longo de três séculos. Os portugueses tinham feitorias instaladas na costa africana, desde o século XV, e, desde então, mantinham relações comerciais com reinos africanos, dos quais incluía a compra de escravos. À medida que a colonização do Brasil se desenvolveu, a necessidade por trabalhadores era tão grande que fez que esse comércio prosperasse em larga escala. O sucesso do tráfico negreiro está relacionado, dessa forma, com a necessidade da colônia por trabalhadores e esse negócio foi altamente lucrativo para os traficantes, assim como para a Coroa. Ao longo dos 300 anos de existência do tráfico negreiro, cerca de 4,8 milhões de africanos foram trazidos para o Brasil, o que significa que nosso país foi o que mais recebeu africanos para serem escravizados ao longo de três séculos em todo o continente americano. O trabalho dos escravos africanos, a princípio, foi utilizado para atender as demandas da produção de açúcar nos engenhos. A vida de um escravo era dura e era marcada pela violência dos senhores e das autoridades coloniais. A jornada diária de trabalho poderia se estender por até 20 horas por dia e o trabalho no engenho era mais pesado e perigoso que trabalhar nas plantações. Nas moendas – local onde a cana era moída para extrair o seu caldo – eram comuns acidentes que faziam com que escravos perdessem mãos ou braços. Nas fornalhas e caldeiras – local de cozimento do caldo da cana – as queimaduras eram o acidente mais comum que atingia os escravos. Essa etapa do trabalho era tão dura, que era reservada para os escravos mais rebeldes e fujões. Engenhos grandes chegavam a possuir 100 escravos ou mais e, por isso, o senhor de escravos nem sempre tinha contato direto com todos os escravos. Os escravos dormiam no chão duro na senzala e lá eram monitorados para evitar que fugissem. A alimentação era pobre e insuficiente, e os escravos precisavam complementá-la com os alimentos obtidos de uma pequena lavoura que cultivavam aos domingos. Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ Os escravos que trabalhavam na casa-grande, residência do senhor de escravos, eram mais bem tratados, mais bem alimentados e mais bem-vestidos em relação aos escravos que trabalhavam na lavoura ou no engenho. Existiam também escravos que trabalhavam nas cidades em ofícios dos mais variados tipos. Muitos dos escravos eram acorrentados para evitar que fugissem e outros utilizavam máscaras de ferros, como a máscara de flandres, utilizada para impedir os escravos de engolir diamantes (nas regiões mineradoras), ou para impedir que se embriagassem ou mesmo para impedir que cometessem suicídio por meio da ingestão de terra. A violência praticada sistematicamente contra os escravos tinha o objetivo de incutir-lhes o temor de seus senhores e impedir que fugas e revoltas acontecessem. No caso das escravas, a violência ganhava outra dimensão, pois além de tudo que sofriam em relação ao trabalho, ainda eram vítimasde estupros frequentes praticados por seus senhores e feitores. Os escravos rebeldes ou os que cometessem algum delito (por menor que fosse) poderiam receber punições pesadas. Entre as punições praticadas contra os escravos, podem ser destacados os açoitamentos. Muitos dos escravos punidos com o açoite eram castigados com 300 ou mais chibatadas – o suficiente para levar um ser humano à morte. O historiador Thomas Skidmore resgatou um relato que afirma que “por ofensas insignificantes jogavam seus escravos vivos na fornalha, ou os matavam de várias maneiras bárbaras e desumanas”. A forca e o envenenamento também eram formas utilizadas para executar os escravos. Os escravos africanos, porém, não aceitavam a escravização e a violência direcionadas a eles de maneira passiva. A história da escravização africana no Brasil é marcada pela resistência e luta dos africanos que fugiam, formavam quilombos, revoltavam-se, matavam seus feitores e senhores etc. Dois grandes episódios de resistência escrava foram a formação do Quilombo dos Palmares e a Revolta dos Malês. Fim da escravidão O Brasil foi o último país do continente americano a abolir o trabalho escravo e isso ocorreu por meio da Lei Áurea, aprovada pelo Senado e assinada pela princesa Isabel, em 13 de maio de 1888. O fim da escravidão no Brasil não foi por um ato de bondade da monarquia brasileira, mas foi uma conquista realizada por meio do engajamento popular e da resistência dos escravos. O abolicionismo ganhou força em nosso país a partir da década de 1870, mas um ponto de partida importante a ser considerado foi a proibição do tráfico https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/quilombos.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/revolta-males.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/abolicao-escravatura.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/princesa-isabel.htm Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ negreiro, que aconteceu por meio da Lei Eusébio de Queirós, em 1850. Com essa lei, cortava- se a fonte que renovava os números de escravos no território brasileiro. A força do abolicionismo em nosso país apresentou-se de diversas maneiras. Associações abolicionistas surgiram aos montes no país, conferências abolicionistas foram organizadas, eventos públicos realizados, levantaram-se fundos para pagar a alforria de escravos, advogados passaram a atuar efetivamente contra senhores de escravos, jornalistas publicavam textos defendendo a abolição e populares abrigavam escravos fugidos em suas casas. Os escravos também atuaram na desestabilização da escravidão e realizavam fugas em massa ou fugas individuais, formavam quilombos que se tornavam centros de resistência, organizavam revoltas que resultavam na morte de seus senhores etc. A década de 1880 registrou inúmeros casos de revoltas e fugas de escravos. A pressão realizada pela população livre e pelos escravos era tamanha que o clima de desordem no final da década de 1880 era evidente: o Império não tinha mais o controle sobre a situação. Pressionado, o Império teve de agir, dessa forma, aprovou-se a Lei Áurea em 13 de maio de 1888. A reação da população mediante a lei foi de festa, e as celebrações estenderam-se por dias. A abolição, porém, não foi acompanhada por medidas de suporte aos negros libertos, e eles continuaram sendo vítimas do preconceito, violência e sofreram com a falta de acesso ao estudo e às boas oportunidades. Fonte: SILVA, Daniel Neves. Escravidão no Brasil. Formas de resistência dos escravos indígenas e africanos na América Não podemos entender a escravização indígena e africana no território americano, sobretudo no período colonial, sem considerar as formas de resistência por parte desses grupos. Durante muito tempo, indígenas e pretos (o termo negro ainda não era utilizado) foram considerados apenas vítimas da ação colonizadora. Essa visão provoca uma distorção histórica: leva muitas pessoas a entender esses sujeitos como pessoas sem ação e até como grupos homogêneos. Além disso, ela não possibilita compreender como aqueles seres humanos poderiam resistir tanto fisicamente como Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ culturalmente à imposição do processo colonial que existiu desde o norte da América do Norte até o sul do nosso continente [...]. 2 Ainda sobre resistência [...] é possível verificar que, embora a escravidão tenha sido sem questionamentos um ato irreparável de violência contra muitas vidas, os escravos ainda assim conseguiram perseverar em suas atitudes criativas e inteligentes, buscar seus direitos e viver de uma forma um pouco menos “mutilada”. Suas raízes identitárias, seja na família, na cultura e na religião (embora não tenhamos comentado), se faziam presentes, pois essa continuidade era motivo de luta, de originalidade diante de momentos em que “camuflar” a cultura era necessário. Por tudo isso, a imagem de passivo do escravo não se associa mais a certas interpretações da historiografia a respeito dos escravos. O ato de ceder, negociar e resistir eram constantes, assim como a luta pela liberdade. 3 Sugestão de vídeo: OS BANDEIRANTES PAULISTAS - HISTÓRIA DO BRASIL PELO BRASIL, EP.5 (Débora Aladim). Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=NhpPJIlOq10>. Acesso em: 24 abr. 2020. Desafios – História 1. (UFPE) As razões que fizeram com que no Brasil colonial e mesmo durante o império a escravidão africana predominasse em lugar da escravidão dos povos indígenas podem ser atribuídas a (à): a. Setores da Igreja e da Coroa que se opunham à escravização indígena; fugas, epidemias e legislação antiescravista indígena que a tornaram menos atraente e lucrativa. b. Religião dos povos indígenas, que proibia o trabalho escravo. Preferiam morrer a ter que se submeterem às agruras da escravidão que lhes era imposta nos engenhos de açúcar ou mesmo em outros trabalhos. c. Reação dos povos indígenas, que, por serem bastante organizados e unidos, toda vez que se tentou capturá-los, eles encontravam alguma forma de escapar ao cerco dos portugueses. 2 As referências estão publicadas na aba das orientações. 3 As referências estão publicadas na aba das orientações. https://cursoenemgratuito.com.br/a-conquista-da-america/ https://www.youtube.com/watch?v=NhpPJIlOq10 Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ d. Ausência de comunicação entre os portugueses e os povos indígenas e à dificuldade de acesso ao interior do continente, face ao pouco conhecimento que se tinha do território e das línguas indígenas. e. Um enorme preconceito que existia do europeu em relação ao indígena, e não em relação ao africano, o que dificultava enormemente o aproveitamento do indígena em qualquer atividade. 2. (PUC-RIO 2009) Sobre as características da sociedade escravista colonial da América portuguesa estão corretas as afirmações abaixo, exceto uma. Indique a que não está correta. a) O início do processo de colonização na América portuguesa foi marcado pelos índios – denominados “negros da terra” – como mão de obra. b) A partir do século XVI, com a introdução da mão de obra escrava africana, a escravidão indígena acabou por completo em todas as regiões da América portuguesa. c) Em algumas regiões da América portuguesa, os senhores permitiram que alguns de seus escravos pudessem realizar uma lavoura de subsistência dentro dos latifúndios agroexportadores, o que os historiadores denominam de “brecha camponesa”. d) Nas cidades coloniais da América portuguesa, escravos e escravas trabalharam vendendo mercadorias como doces, legumes e frutas, sendo conhecidos como “escravos de ganho”. e) O termo “criadomudo” remonta ao período colonial, no qual o escravo era obrigado a passar a noite ao lado da cama de seu senhor, com um pote de água nas mãos. 3. (FUVEST 2009) Trabalho escravo ou escravidão por dívida é uma forma de escravidão que consiste na privação da liberdade de uma pessoa (ou grupo), que fica obrigada a trabalhar para pagar uma dívida que o empregador alega ter sido contraída no momento da contratação. Essa forma de escravidão já existia no Brasil, quando era preponderante a escravidão de negros africanos que os transformava legalmente em propriedade dos seus senhores. As leis abolicionistas não se referiram à escravidão por dívida. Na atualidade, pelo artigo 149 do Código Penal Brasileiro, o conceito de redução de pessoas à condição de escravos foi ampliado de modo a incluir também os casos de situação degradante e de jornadas de trabalho excessivas. 4 (Adaptado de Neide Estergi. A luta contra o trabalho escravo, 2007.). 4 As referências estão publicadas na aba das orientações. Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ Com base no texto, considere as afirmações abaixo: I. O escravo africano era propriedade de seus senhores no período anterior à Abolição. II. O trabalho escravo foi extinto, em todas as suas formas, com a Lei Áurea. III. A escravidão de negros africanos não é a única modalidade de trabalho escravo na história do Brasil. IV. A privação da liberdade de uma pessoa, sob a alegação de dívida contraída no momento do contrato de trabalho, não é uma modalidade de escravidão. V. As jornadas excessivas e a situação degradante de trabalho são consideradas formas de escravidão pela legislação brasileira atual. São corretas apenas as afirmações: a) I, II e IV b) I, III e V c) I, IV e V d) II, III e IV e) III, IV e V Geografia Origem do Capitalismo 5 Olá! Caro Estudante, nesta unidade você vai estudar sobre a origem do capitalismo. Você sabe como o capitalismo influencia a sua vida? O capitalismo pode ser entendido como um sistema econômico e social baseado na propriedade privada e na acumulação de capital. Este modelo econômico está gerindo a maioria dos sistemas econômicos dos países. Então vamos compreender suas origens. A explicação sobre as origens do 5 As referências estão publicadas na aba das orientações. Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ capitalismo remonta uma história de longa duração em que nos deparamos com as mais diversas experiências políticas, sociais e econômicas. Em geral, compreendemos a deflagração desse processo com o renascimento comercial experimentado nos primeiros séculos da Baixa Idade Média. Nesse período, vemos uma transformação no caráter autossuficiente das propriedades feudais na qual as terras começaram a ser arrendadas e a mão de obra começou a ser remunerada com um salário. Essas primeiras mudanças vieram junto do surgimento de uma classe de comerciantes e artesãos que viviam à margem da unidade feudal habitando uma região externa, chamada de burgo. Foi baseado nesse nome que a classe social anteriormente referida ganhou o nome de burguesia. A burguesia medieval implantou uma nova configuração à economia europeia na qual a busca pelo lucro e a circulação de bens a serem comercializados. A prática comercial experimentada imprimiu uma nova lógica econômica em que o comerciante substituiu o valor de uso das mercadorias pelo seu valor de troca. Isso fez com que a economia começasse a se basear em cima de quantias que determinavam numericamente o valor de cada mercadoria. Dessa maneira, o comerciante deixou de julgar o valor das mercadorias tendo como base sua utilidade e demanda, para calcular custos e lucros a serem convertidos em uma determinada quantia monetária. Com esse processo de monetarização, o comerciante passou a trabalhar tendo como fim máximo a obtenção de lucros e o acúmulo de capitais. Essas transformações que marcaram a passagem da Idade Média para a Idade Moderna incentivaram o nascimento do chamado capitalismo mercantil e das grandes navegações. Além de possibilitar uma impressionante acumulação de riquezas, o capitalismo mercantil criou uma economia de aspecto concorrencial na qual as potências econômicas buscavam acordos, implantavam tarifas e promoveram guerras com o objetivo de ampliar suas perspectivas comerciais. No entanto, a relação harmônica entre a burguesia e os monarcas ganhou uma nova feição na medida em que a manutenção dos privilégios da nobreza se transformava em um empecilho ao desenvolvimento burguês. Foi nesse período que os princípios da filosofia iluminista defenderam uma maior autonomia das instituições políticas e criticaram a ação autoritária da realeza. Foi nesse contexto de valores que as revoluções liberais foram iniciadas pela convulsão sociopolítica que ganhou espaço na Inglaterra do século XVII. Na ilha britânica, observamos a primeira experiência de limitação do poder real em favor de uma maior autonomia da economia durante o processo da Revolução Inglesa. Pela primeira vez, as autoridades monárquicas passaram a estar submetidas ao interesse de outro poder com forte capacidade de intervenção política. Essa mudança na Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ Inglaterra beneficiou diretamente a burguesia nacional ao conceder maiores liberdades para empreender acordos diplomáticos e articular os diversos setores da economia britânica ao interesse das atividades comerciais. Não é por acaso que foi nesse mesmo lugar que o capitalismo passou a ganhar novas forças com a Revolução Industrial. A experiência da revolução imprimiu um novo ritmo de progresso tecnológico e integração da economia no qual percebemos as feições mais próximas da economia experimentadas no mundo contemporâneo. O desenvolvimento tecnológico, a obtenção de matérias-primas a baixo custo e a expansão dos mercados consumidores fez com que o sistema capitalista conseguisse gerar uma situação de extrema ambiguidade: o ápice do enriquecimento das elites capitalistas e o empobrecimento da classe operária. No século passado, o capitalismo viveu diversos momentos de crise nos quais percebemos claramente os problemas de sua lógica de crescimento permanente. Apesar disso, vemos que novas formas de rearticulação das políticas econômicas e o afamado progresso tecnológico conseguiram dar suporte para que o capitalismo alcançasse novas fronteiras. Com isso, muitos chegam a acreditar que seria impossível imaginar um outro mundo fora do capitalismo. No entanto, seria mesmo plausível afirmar que o capitalismo nunca teria um fim? Para uma afirmativa tão segura e linear como essa, podemos somente lançar mão do tempo e de suas transformações para que novas perspectivas possam oferecer uma nova forma de desenvolvimento. Sendo imortal ou mortal, o capitalismo ainda se faz presente em nossas vidas sob formas que se reconfiguram com uma velocidade cada vez mais surpreendente. Vídeos para pesquisas: Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=jNeUx0LAJXQ>. Acesso em: 27 abr. 2020 Desafios – Geografia 1. Observe a imagem abaixo e de acordo com texto estudado defina as principais características do Capitalismo comercial. https://www.youtube.com/watch?v=jNeUx0LAJXQ Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 2. Observe a foto abaixo e estabeleça pontos de contato entrea imagem e o modelo de produção capitalista. ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ __________ Sociologia As transformações recentes no mundo do trabalho 6 6 As referências estão publicadas na aba das orientações. Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ Novas transformações ocorreram na sociedade capitalista, principalmente depois da década de 1970, e todas têm a ver com a busca desenfreada por mais lucro. Como a recessão aumentou por causa da crise do petróleo, os capitalistas inventaram novas formas de elevar a produtividade do trabalho e expandir os lucros. Começaram, então, a surgir formas de flexibilização do trabalho e do mercado. Em seu livro Condição pós-moderna, o sociólogo estadunidense David Harvey chamou essa fase de pós-fordismo, ou fase de acumulação flexível. Existem duas formas de flexibilização próprias desse processo que merecem ser lembradas aqui: a flexibilização dos processos de trabalho e de produção e a flexibilização e mobilidade dos mercados de trabalho. A primeira forma ocorre com a automação e consequente eliminação do controle manual por parte do trabalhador. Desse modo, o engenheiro que entende de programação eletrônica, de supervisão ou análise de sistemas passa a ter uma importância estratégica nas novas instalações industriais. Com o processo de automação, não existe mais um trabalhador específico para uma tarefa específica. O trabalhador deve estar disponível para adaptar-se às diversas funções existentes na empresa. Os que não se adaptam normalmente são despedidos. A nova configuração mundial do trabalho cria, assim, muita incerteza e insegurança; por isso, a situação dos trabalhadores no mundo de hoje é bastante sombria. A flexibilização e mobilidade dos mercados de trabalho ocorre quando os empregadores passam a utilizar as mais diferentes formas de trabalho: doméstica e familiar, autônoma, temporária, por hora ou por curto prazo, terceirizada, em outras. Elas substituem a forma clássica do emprego regular, sob contrato, sindicalizado, permitindo alta rotatividade da mão de obra e, consequentemente, baixo nível de especialização e forte retrocesso da ação dos sindicatos na defesa dos direitos trabalhistas. A sociedade salarial está no fim? Até há pouco tempo, o trabalhador podia entrar numa empresa, trabalhar anos seguidos e aposentar-se nela. Era o chamado posto fixo de trabalho. Hoje, isso está desaparecendo, conforme explica o sociólogo francês Robert Castel, em seu livro A metamorfose da questão social: uma crônica do salário. O sociólogo mostra que, na França, essa situação está dando lugar a uma nova sociedade, na qual o trabalho e a previdência já não significam segurança, o que causa transtornos terríveis em termos sociais e individuais. Ele destaca quatro aspectos que parecem estar se generalizando no mundo: Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ • A desestabilização dos estáveis. As pessoas que têm emprego estão sendo “invalidadas” por vários motivos. Algumas porque são consideradas “velhas” (em torno de 50 anos); outras porque não têm formação suficiente para o que se quer; há ainda aquelas que são consideradas jovens demais para se aposentar. • A precariedade do trabalho. Há um desemprego constante nos últimos anos, e a maioria dos trabalhadores desempregados normalmente só encontra postos de trabalho instáveis, de curta duração ou em períodos alternados. • O déficit de lugares. Não há postos de trabalho para todos, nem para os que estão envelhecendo, nem para os mais novos que procuram emprego pela primeira vez. Isso sem falar naqueles que estão desempregados há muito tempo e até participam de programas de requalificação. • A qualificação do emprego. Há tantas exigências para a formação do trabalhador que se cria uma situação aparentemente sem solução. É o caso dos jovens, que não são contratados porque não têm experiência, mas nunca poderão ter experiência se não forem contratados. Pessoas em torno de 20 anos ficam vagando de estágio em estágio ou de programas de estágio para outros programas. Há, ainda, jovens com boa qualificação que ocupam empregos inferiores, tirando o trabalho dos que têm pouca qualificação. Todas essas situações criam indivíduos como que estranhos à sociedade, pois não conseguem se integrar nela, desqualificando-se também do ponto de vista cívico e político. Eles próprios consideram-se inúteis sociais. Ocorre praticamente uma perda de identidade, já que o trabalho é uma espécie de “passaporte” para alguém fazer parte da sociedade. No Brasil, tudo isso acontece, principalmente nos grandes centros urbanos. Para conhecer mais sobre as transformações recentes no mundo do trabalho, assista ao vídeo no link abaixo: Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=knE89EcI-LI>. Acesso em: 25 Abr. 2020. Desafios – Sociologia 1. “Sem trabalho eu não sou nada Não tenho dignidade Não sinto o meu valor https://www.youtube.com/watch?v=knE89EcI-LI Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ Não tenho identidade Mas o que eu tenho É só um emprego E um salário miserável Eu tenho o meu ofício Que me cansa de verdade Tem gente que não tem nada E outros que tem mais do que precisam Tem gente que não quer saber de trabalhar”. 7 Sobre a centralidade do trabalho no mundo contemporâneo, marque V para verdadeiro e F para falso: ( ) o desemprego é resultado da falta de vontade de trabalhar. ( ) o desemprego interfere na integração social do indivíduo. ( ) o emprego influencia a formação da identidade pessoal. ( ) o emprego desempenha um papel central para obtenção de renda. Agora, assinale a opção que apresenta a sequência CORRETA. a) V - F - V - F b) V - V - F - V c) F - V - F - F d) F - V - V - V e) V - F - V - V 2. Com a crise dos anos 80-90 do século XX, foi adotado um novo paradigma tecnológico organizacional, ao qual seria inerente um novo perfil de qualificação da força de trabalho, ou 7 As referências estão publicadas na aba das orientações. Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ seja, um tipo de trabalhador com habilidades e capacidades intelectuais para se adaptar à produção flexível. 8 Sobre o novo perfil da força de trabalho na acumulação flexível, marque V para verdadeiro e F para falso: ( ) Pede-se aos trabalhadores que sejam ágeis, estejam abertos a mudanças a curto prazo, assumam riscos continuamente, dependam cada vez menos de leis e procedimentos formais. ( ) Pede-se que esse trabalhador tenha capacidade de abstração, de seleção, interpretação e processamento de informações; autonomia intelectual e moral/ética; atenção e responsabilidade. ( ) Pede-se ao trabalhador conhecimento e dedicação a atividade que foi contratado, que consiga realizar cada vez mais rápido o movimento de sua tarefa, e mantenha sua visão focada na repetição. Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA a) V - V - V b) V - F - F c) F - V - F d) V - V - F e) F - F - V Filosofia No livro a República 9 , Platão formula seu modelo ideal de cidade, a cidade justa, que serve de contraste para a cidade concreta, Atenas, cujo sistema político é injusto, corrupto e decadente. Para definir o que é a cidade justa, Platão começa a examinar o que é a justiça, o que o leva a investigar o conhecimentoda justiça e, por fim, o próprio conhecimento. A Alegoria, ou Mito da Caverna, que se encontra no referido livro de Platão, consiste precisamente em uma imagem construída por Sócrates para explicar a seu interlocutor, Glauco, o processo pelo qual o indivíduo passa ao se afastar do mundo do senso comum e da opinião em busca do saber e da visão do Bem e da Verdade. É este precisamente o percurso do prisioneiro até transformar-se no sábio, no filósofo, devendo depois retornar à caverna para cumprir sua tarefa político-pedagógica de indicar a seus antigos companheiros o caminho da verdade e da liberdade. 8 As referências estão publicadas na aba das orientações. 9 As referências estão publicadas na aba das orientações. Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ A seguir leia os quadrinhos 10 intitulado “As sombras da vida”, produzido por Maurício de Souza. O desenho se refere à “A Alegoria da caverna”, um pequeno texto que aparece no Livro VII de A República. É uma obra clássica de Platão, escrito no século IV a.C. A “Alegoria” é a representação de algumas ideias mais abstratas por meio de imagens; como no caso realidade, verdade, ilusão. 10 As referências estão publicadas na aba das orientações. Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ Desafios – Filosofia O quadrinho logo abaixo é um fragmento da obra do cartunista Maurício de Souza em que é abordada ludicamente a Alegoria da caverna de Platão. Acerca da referida alegoria, analise as assertivas a seguir e assinale a alternativa correta 11 . 1. Para Platão, a condição de quem vive nas sombras é de completa vida enganada, portanto, cabe ao filósofo fazer com que ele enxergue um mundo que está além das sombras e da caverna. I- Apesar da “distância histórica” da obra de Platão (427-347 a. C), a mesma continua exercendo influência nos dias de hoje devido aos temas que suscita, relacionados à liberdade, alienação, ceticismo, dentre outros. II- No Mito da Caverna, Platão demonstra, alegoricamente, a dualidade da existência humana, o conflito entre realidade e aparência. III- O papel do filósofo no Mito da Caverna é desmistificar as diversas construções da “realidade”. IV- Para Platão, a condição de quem vive nas sombras é de completa vida enganada, portanto, cabe ao filósofo fazer com que ele enxergue um mundo que está além das sombras e da caverna. a)( ) Apenas I está correta. b) ( ) Apenas I e III estão corretas. c) ( ) Apenas I e IV estão corretas. d) ( ) Apenas IV está correta. e) ( ) Todas as assertivas estão corretas. 11 As referências estão publicadas na aba das orientações. Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ Em qual livro foi escrito o diálogo a Alegoria da Caverna 12 ? a) ( ) Menón. b) ( ) República. c) ( ) Protágoras. d) ( ) Neméia. e) ( ) Piteco. 12 As referências estão publicadas na aba das orientações.
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