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Patologia mamária resumo

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Patologia Mamária 
A mama possui duas estruturas principais (ductos e 
lóbulos), dois tipos de células epiteliais (luminal e 
mioepitelial), e dois tipos de estroma (interlobular e 
intralobular). Cada elemento pode originar uma lesão 
benigna ou maligna. 
As porções superficiais dos ductos são recobertas por 
epitélio escamoso queratinizado que muda 
abruptamente para um epitélio de dupla camada (células 
luminais ou mioepiteliais). Sucessivas ramificações dos 
ductos principais, eventualmente, levam à formação da 
unidade ducto lobular terminal. Em mulheres adultas, os 
ductos terminais se ramificam em um conglomerado de 
pequenos ácinos, em forma de cacho de uva, para 
formar o lóbulo. 
 
Somente com o início da gravidez que a mama se 
torna madura e funcional. 
ÇÃ
Na gravidez, os lóbulos aumentam progressivamente 
em número e tamanho. Ao final da gravidez, a mama é 
quase inteiramente composta por lóbulos separados por 
estroma escasso. Após o parto, os lóbulos produzem 
colostro (rico em proteínas), que se transforma em leite 
(rico em gordura e calorias) em até 10 dias, enquanto os 
níveis de progesterona diminuem. 
*As alterações produzidas durante a gravidez podem 
explicar a diminuição dos riscos de câncer de mama 
observadas em mulheres que engravidaram durante a 
juventude. 
 
Ao fim da lactação, o epitélio mamário e o estroma 
entram em remodelação. As células epiteliais entram 
em apoptose e observa-se uma regressão dos lóbulos. 
Entretanto, não há uma atrofia completa, tendo como 
resultado, um aumento permanente no número e 
tamanho dos lóbulos. 
Depois da terceira década, os lóbulos e seu estroma 
especializado começam a atrofiar e o estroma 
interlobular, antes fibroso e radiodenso, é substituído 
por um tecido adiposo radiolucente. 
Ç
A, As mamografias em mulheres jovens são 
tipicamente radiodensas ou brancas, dificultando a 
detecção das lesões ou calcificações que formam 
massas (que também são radiodensas). 
 B, A densidade da mama de uma mulher jovem se dá 
por causa do predomímio do estroma interlobular 
fibroso e da escassez de tecido adiposo. Antes da 
gravidez, os lóbulos são pequenos e revestidos por 
estroma intralobular celular frouxo. 
C, Durante a gravidez, as ramificações dos ductos 
terminais produzem lóbulos maiores e mais numerosos. 
As células luminais dentro dos lóbulos passam por 
alterações de lactação, um precursor da produção do 
leite. 
 D, Com o avanço da idade, os lóbulos diminuem de 
tamanho e número, e o estroma interlobular é 
substituído por tecido adiposo. 
 E, As mamografias são mais radiolucentes com a idade, 
um resultado do aumento do tecido adiposo, que facilita 
a detecção de massas radiodensas e calcificações. 
Ç Á
Os sintomas mais comuns relatados por mulheres com 
doenças mamárias são: 
❖ Dor 
❖ Massa palpável 
❖ “Encaroçamento” – sem massa nítida 
❖ Descarga papilar 
Massas palpáveis devem ser distinguidas de 
nodulosidade normal. As lesões palpáveis mais comuns 
são cistos, fibradenomas e carcinomas invasivos. 
A descarga papilar é uma descoberta menos comum e 
mais indicativa de carcinomas quando é espontânea e 
unilateral. 
*Descargas hemorrágicas ou serosas são mais 
comumente causadas por papilomas ductais e cistos. 
O rastreamento mamográfico foi introduzido em 1980 
como um meio de detectar carcinomas de mama 
pequenos, não palpáveis e assintomáticos, e atualmente 
é o meio mais comum de detecção do câncer de 
mama. A sensibilidade e especificidade da mamografia 
aumentam com a idade, como resultado da substituição 
do parênquima fibroso, radiodenso, das jovens, pelo 
parênquima gorduroso, radiolucente, de mulheres idosas. 
Os principais sinais mamográficos de carcinoma 
mamário são: 
❖ Densidades - Densidades arredondadas são 
mais comumente alterações benignas, 
fibradenomas ou cistos, enquanto os 
carcinomas invasivos geralmente formam 
massas irregulares 
❖ Calcificações - são formadas em secreções, 
restos necróticos ou estroma hialinizado. 
Calcificações consideradas benignas são 
frequentemente associadas a grupamento de 
cistos apócrinos, fibradenomas hialinizados e 
adenose esclerosante. Calcificações malignas 
são geralmente pequenas, irregulares, 
numerosas e agrupadas. 
Ú Ó
á
A ectasia ductal apresenta-se como uma massa 
palpável periareolar, frequentemente associada a 
descarga papilar espessa, esbranquiçada, e 
ocasionalmente com retração da pele. Dor e 
vermelhidão são incomuns. Essa alteração tende a 
ocorrer durante a 5ª ou 6ª década de vida, geralmente 
em multíparas. 
Morfologia 
Ductos dilatados são preenchidos por secreções 
espessas e numerosos macrófagos repletos de lipídios. 
Quando rompidos, ocorre uma reação inflamatória 
crônica intersticial e periductal, composta por linfócitos, 
macrófagos e número variado de plasmócitos. Os 
granulomas podem se formar em volta dos depósitos 
de colesterol e secreções. A consequente fibrose 
produz uma massa irregular com retratação da pele e 
do mamilo. 
 
As apresentações clínicas da necrose gordurosa são 
variáveis - como uma massa palpável indolor, 
espessamento ou retratação da pele, ou densidades 
mamográficas ou calcificações. A maioria das mulheres 
afetadas possuem história prévia de trauma mamário ou 
cirurgia. 
Morfologia 
As lesões agudas podem ser hemorrágicas e conter 
áreas centrais de necrose gordurosa liquefativa com 
neutrófilos e macrófagos. Com o passar dos dias, 
fibroblastos proliferados e células inflamatórias crônicas 
rodeiam a lesão. Sequencialmente células gigantes, 
calcificações e hemossiderina aparecem, e 
eventualmente o foco é substituído por tecido cicatricial 
ou é circundado e cercado por tecido fibroso. 
Macroscopicamente, observam-se nódulos firmes e mal 
delimitados, de coloração branco-acinzentada, contendo 
pequenos focos de calcificação. 
 
Micro: a mudança inicial é a interrupção de células de 
gordura, onde vacúolos com os restos de células de 
gordura necróticas são formadas. Eles, então, tornam-se 
rodeados por macrófagos carregados de lipídios e 
infiltrado neutrofílico. Posteriormente, ocorre 
substituição por linfócitos, histiócitos, proliferação 
fibroblástica podendo haver calcificação. 
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As lesões epiteliais benignas são classificadas em três 
grupos, de acordo com o risco subsequente de 
desenvolvimento de câncer de mama: 
❖ alterações mamárias não proliferativas 
❖ doença mamária proliferativa e 
❖ hiperplasia atípica. 
A maioria desperta atenção clínica quando detectada 
pela mamografia ou como achados incidentais em 
espécimes cirúrgicos. 
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Também conhecidas como alterações fibrocísticas. 
Essas lesões não possuem relação com o câncer de 
mama. 
É a desordem mais comum da mama. Maior incidência 
entre 20 e 40 anos. Desordens hormonais (Excesso de 
estrogênio ou deficiência de progesterona). 
Clínica 
As mamas podem ter um aumento difuso, 
nodularidades, descarga papilar ou não apresentarem 
alterações. 
Existem três principais alterações morfológicas: 
❖ alteração cística, muitas vezes com metaplasia 
apócrina 
❖ fibrose 
❖ adenose 
Pequenos cistos são formados pela dilatação dos lóbulos 
e podem coalescer para formar grandes cistos. Os 
cistos são recobertos por um epitélio atrófico plano ou 
por células apócrinas metaplásicas. 
 
Frequentemente os cistos se rompem, liberando seu 
conteúdo para o estroma adjacente. A inflamação 
crônica e a fibrose secundárias contribuem para o 
aspecto nodular na palpação da mama. 
 
IMAGEM: Os cistos são revestidos por células apócrinas 
com núcleo arredondado e citoplasma granular 
abundante. Note a calcificação luminal, que se forma nos 
resíduos da secreção. 
Adenose - é definida como um aumento no número de 
ácinos por lóbulo, ou seja, hiperplasia glandular. 
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As lesões caracterizadas pela proliferação das células 
epiteliais, sem atipia, estão associadas a um pequeno 
aumento no risco de carcinomas subsequentes em 
qualquer mama.Essas lesões não são clonais e 
geralmente não estão associadas a mutações. Embora 
elas sejam preditoras de risco, provavelmente não são 
reais precursoras do carcinoma. 
Raramente formam massas palpáveis. Podem 
apresentar como densidades mamográficações ou 
serem diagnosticadas somente em biópsias. 
Morfologia 
Hiperplasia epitelial 
Os ductos e lóbulos mamários normais são revestidos 
por uma dupla camada de células mioepiteliais e células 
luminares. Na hiperplasia epitelial, o aumento do número 
de células luminais e mioepiteliais preenche e distende 
os ductos e lóbulos. 
 
Adenose esclerosante 
Há um aumento no número de ácinos, que estão 
comprimidos e distorcidos na porção central da lesão. A 
fibrose estromática pode comprimir completamente as 
luzes, criando um aspecto de cordões sólidos ou 
camada dupla de células repousando em um estroma 
denso, um padrão histológico que algumas vezes simula 
um carcinoma invasor. 
A adenose esclerosante desperta a atenção clínica 
como um nódulo palpável, uma densidade radiológica, 
ou como calcificações. 
IMAGEM: A unidade ducto lobular terminal envolvida 
está alargada, e os ácinos são comprimidos e 
distorcidos pelo estroma denso. As calcificações estão 
presentes em algumas luzes. 
Lesão esclerosante complexa 
são lesões estreladas, associadas a traumas ou cirurgias 
prévias. Caracterizada por um ninho central de glândulas 
num estroma hialinizado. 
Papiloma ductal 
Os papilomas crescem dentro de um ducto dilatado e 
são compostos por múltiplas ramificações com eixos 
fibrovasculares. 
Geralmente se encontram próximos aos mamilos e se 
associam a descargas papilares serosas ou 
hemorrágicas. 
 
Fibroadenoma 
É o tumor benigno mais comum de mama, com maior 
incidência antes dos 30 anos. Podem ser uni ou 
bilaterais e multifocais. É uma neoplasia composta por 
tecido fibroso e glandular proliferado. 
Quando ele maligniza, vira um sarcoma. 
→MACRO: nódulo, encapsulado, móvel, de coloração 
brancacenta, consitência firme-elástica. Pode apresentar 
microcalcificação (microcalcificação grosseira). 
→MICRO: estroma fibroblástico, celular que envolve 
espaços císticos ou glandulares que são revestidos por 
epitélio com dupla camada celular. 
Quando esse tumor se maligniza, se transforma em 
Tumor Phyllodes 
O Tumor Phyllodes pode nascer como um tumor 
phyllodes, sendo benigno ou maligno, ou se originar de 
um fibroadenoma. 
*Quando evolui do fibroadenoma é sempre maligno
 
 
IMAGEM 2: Tumor Phyllodes 
 
ç á
A hiperplasia atípica é uma proliferação clonal que tem 
algumas, mas não todas, características histológicas 
necessárias para o diagnóstico do carcinoma in situ. 
As doenças proliferativas com atipia incluem hiperplasia 
ductal e lobular atípica. 
Morfologia 
A hiperplasia ductal atípica consiste em uma 
proliferação relativamente monomórfica de células 
espaçadas regularmente, por vezes em padrão 
cribriforme. 
* É distinguida do CDIS por preencher parcialmente os 
ductos envolvidos 
A hiperplasia lobular atípica consiste em células idênticas 
àquelas do carcinoma lobular in situ, mas as células não 
preenchem ou distendem mais de 50% dos ácinos em 
um lóbulo. Na hiperplasia lobular atípica, as células 
lobulares atípicas podem repousar na membrana basal 
dos ductos, sobrepondo-se às células luminais normais. 
 
IMAGEM 1: Hiperplasia ductal atípica. Um ducto está 
preenchido por uma população mista de células 
colunares orientadas na periferia e células mais 
arredondadas dentro da porção central. Embora alguns 
espaços sejam arredondados e regulares, os espaços 
periféricos são irregulares e em fenda. Essas 
características são altamente atípicas, mas não 
preenchem o diagnóstico de carcinoma ductal in situ. 
IMAGEM 2: Hiperplasia lobular atípica. Uma população 
de células monomórficas pequenas, redondas e não 
coesas preenche parcialmente o lóbulo. Embora as 
células sejam morfologicamente idênticas às células do 
carcinoma lobular in situ, a extensão do envolvimento 
não é suficiente para esse diagnóstico. 
*As hiperplasias lobular e ductal atípicas podem ser 
adquiridas através de mutações cromossômicas como a 
perda do cromossomo 16q ou ganho do 17p, que 
também são observadas no carcinoma in situ. A 
hiperplasia lobular atípica também mostra perda da 
expressão da molécula de adesão E-caderina, uma 
característica compartilhada com o carcinoma lobular in 
situ. Essa forma de disseminação intraepitelial é chamada 
de “pagetoide”. 
 
Á
O carcinoma da mama é a neoplasia maligna 
extracutânea mais comum em mulheres, perdendo 
apenas para o câncer de pulmão como causa de 
mortes por câncer. O câncer de mama é raro em 
mulheres com idade inferior a 25 anos, mas a incidência 
aumenta rapidamente depois dos 30 anos. 
O número de casos RE-positivos detectados em 
mulheres mais velhas aumentou, como resultado do 
rastreamento mamográfico e terapias hormonais da 
menopausa (que estão associadas com um aumento 
dessa forma de câncer). Como resultado, os casos com 
RE-negativo e HER2-positivo abrangem quase metade 
dos cânceres em mulheres jovens, mas menos de 
20% dos casos em mulheres mais velhas. 
Fatores de Risco 
❖ Mutações hereditárias - Aproximadamente 5% 
a 10% dos carcinomas de mama ocorrem em 
pessoas com mutações hereditárias nos genes 
supressores de tumores. 
❖ Parentes em primeiro grau com câncer de 
mama 
❖ Raça/etnia. 
❖ Idade 
❖ Menarca precoce 
❖ Idade tardia de primeira gestação 
❖ Doença mamária benigna 
❖ Exposição estrogênica - A reposição hormonal 
da menopausa aumenta o risco de câncer de 
mama 
❖ Densidade mamária – quanto maior a 
densidade, maior o risco 
❖ Risco aumentado em mulheres com CA de 
mama contralateral e CA de endométrio. 
❖ Exposição a radiação 
❖ Influência geográfica (EUA, Europa) 
❖ Dieta (rica em gordura e consumo de álcool) 
❖ Tóxicos ambientais 
 
A amamentação entra como um fator protetor para o 
câncer de mama. A lactação suprime a ovulação e 
pode desencadear diferenciações terminais das células 
luminais 
Etiologia e Patogenia 
O câncer de mama pode ser hereditário, 
desenvolvendo-se em mulheres com mutações em 
genes supressores tumorais, ou esporádico. Contudo, 
os fatores ambientais atuam diretamente na influência 
das formas hereditárias do câncer de mama, e tanto os 
fatores genéticos quanto os ambientais contribuem para 
as formas esporádicas do câncer. 
→50% originam no QSE, 10% nos outros quadrantes e 
20% na região central. 
Forma hereditária 
Aproximadamente 12% dos casos de câncer de mama 
ocorrem devido à hereditariedade de um gene ou 
genes suscetíveis. A probabilidade de uma etiologia 
hereditária aumenta quando existem parentes de 
primeiro grau afetados, idade precoce, múltiplos 
cânceres ou membros da família com outros cânceres 
específicos. 
Os genes mais importantes e de maior suscetibilidade 
envolvidos com o câncer de mama familiar conhecidos 
(BRCA1, BRCA2, TP53 e CHEK2) são genes 
supressores tumorais que participam normalmente no 
processo de reparo do DNA e na manutenção da 
integridade genômica. É provável que a perda completa 
de função dessas proteínas crie um fenótipo “mutante”, 
aumentando a propensão de acumular lesões genéticas 
que aceleram o desenvolvimento da neoplasia. 
As mutações no BRCA1 e BRCA2 são responsáveis por 
80% a 90% dos casos de câncer de mama hereditários 
de “gene único” e de aproximadamente 3% de todos 
os casos de câncer de mama. 
Forma esporádica 
Os principais fatores de risco para o câncer de mama 
esporádico são aqueles relacionados à exposição 
hormonal: gênero, idade da menarca e menopausa, 
história reprodutiva, amamentação e estrogênios 
exógenos. 
A exposição hormonal estimula o crescimento da 
mama durante a puberdade, ciclos menstruais e 
gravidez, aumentando assim o número de células com 
potencial para originar o câncer. A proliferação do 
epitélio mamário durante o ciclo menstrual também 
propiciaum acúmulo de lesões no DNA, e o intervalo 
temporário na divisão celular que ocorre durante a 
última parte do ciclo menstrual permite que ocorram 
reparos no DNA alterado e que as mutações sejam 
excluídas do genoma. 
ÇÃ Á
Quase todas (>95%) as neoplasias malignas da mama 
são adenocarcinomas que se originam primeiramente a 
partir do ducto/sistema lobular na forma de carcinomas 
in situ; no momento do diagnóstico clínico, a maioria (ao 
menos 70%) terá infiltrado a membrana basal e 
invadido o estroma.. 
→O termo carcinoma in situ se refere a uma 
proliferação neoplásica de células epiteliais que está 
limitada aos ductos e lóbulos pela membrana basal. 
→O carcinoma invasivo (sinônimo de carcinoma 
“infiltrante”) é aquele que infiltra a membrana basal e se 
desenvolve em meio ao estroma. Nesses casos, as 
células têm potencial para invadir a vascularização e, 
consequentemente, atingir linfonodos regionais e sítios 
distantes. 
Na ausência de rastreamentos mamográficos, os 
carcinomas invasivos geralmente se apresentam como 
uma massa de pelo menos 2 a 3 cm de tamanho. A 
aparência mamográfica e macroscópica do carcinoma 
invasivo é muito variada, dependendo da reação 
estromática ao tumor. Quando o tumor envolve a 
porção central da mama, pode ocorrer retração do 
mamilo. 
Tipos mais comuns: carcinoma ductal e carcinoma 
lobular. 
 
O CDIS é uma proliferação clonal de células epiteliais 
malignas, limitadas aos ductos e lóbulos pela membrana 
basal. As células mioepiteliais estão presentes em 
lóbulos e ductos, apesar de poderem estar em menor 
número. O CDIS pode se disseminar pelo sistema ductal 
e produzir lesões extensas envolvendo um setor inteiro 
da mama. 
O CDIS é quase sempre detectado na mamografia. A 
maioria é identificada como um resultado de 
calcificações associadas a secreções ou necrose; menos 
comumente, fibrose periductal envolvendo alguns casos 
de CDIS forma uma densidade mamográfica ou massa 
palpável. Raramente, o CDIS produz uma descarga 
papilar ou é detectado como um achado incidental em 
biópsias por outra lesão. 
Morfologia 
O CDIS pode ser dividido em dois grandes subtipos 
arquiteturais, comedocarcinoma e não 
comedocarcinoma. 
 
Comedocarcinoma - pode produzir, ocasionalmente, 
alguma nodularidade, mas geralmente é detectado em 
mamografias como áreas de calcificações agrupadas, 
lineares e ramificações. Ele é definido por duas 
características: (1) células neoplásicas com núcleo 
pleomórfico de alto grau e (2) áreas de necrose central. 
 
Não comedocarcinoma - não exibem o núcleo de alto 
grau e a necrose central. Vários padrões podem ser 
reconhecidos. CDIS cribriforme pode ter espaços 
arredondados (como um cortador de biscoitos) em 
meio a ductos, ou um padrão sólido. O CDIS 
micropapilífero é reconhecido pelas protrusões bulbares 
sem eixos fibrovasculares, frequentemente arranjadas 
em complexos padrões intraductais. Em outros casos, o 
CDIS produz verdadeiras papilas, com núcleos 
fibrovasculares desprovidos de células mioepiteliais. As 
calcificações também podem ser observadas na forma 
não comedocarcinoma do CDIS, associadas à necrose 
focal ou a secreções intraluminais. 
Doença de Paget do mamilo é uma manifestação rara 
do câncer de mama (1% a 4% dos casos) que se 
apresenta como uma erupção eritematosa unilateral 
com uma crosta escamosa. Prurido é comum, e a lesão 
pode ser confundida com eczema. Células neoplásicas 
(células de Paget) se disseminam pelo sistema ductal, 
atravésdos seios galactíferos, para a pele do mamilo, 
sem infiltrar a membrana basal. As células neoplásicas 
rompem a barreira epitelial normal, permitindo que o 
fluido extracelular seja exteriorizado pela superfície do 
mamilo. 
O CLIS é uma proliferação clonal de células dentro de 
ductos e lóbulos que crescem em uma maneira não 
coesa, geralmente devido à perda da proteína de 
adesão tumoral E-caderina. 
O CLIS é sempre um achado incidental de biópsia, já 
que não está associado a calcificações ou reações 
estromáticas que produzem densidades mamográficas. 
*As células da hiperplasia lobular atípica, do CLIS, e do 
carcinoma lobular invasivo são morfologicamente 
idênticas. 
Morfologia 
O CLIS consiste numa população uniforme de células 
com núcleos ovais ou arredondados e pequenos 
nucléolos, envolvendo ductos e lóbulos. Células 
mucoprodutoras com aspecto de “em anel de sinete” 
estão comumente presentes. A falta de E-caderina 
resulta em uma forma arredondada, sem coesão de 
células adjacentes. A disseminação “pagetoide”, a 
presença de células neoplásicas entre a membrana 
basal e as células luminais sobrejacentes, é comumente 
visto na mama, mas o CLIS não envolve a pele dos 
mamilos. 
→O CLIS quase sempre expressa RE e RP. A 
superexpressão do HER2 não é observada. 
 
IMAGEM A, População monomórfica de células 
pequenas, redondas e pouco coesas preenchendo e 
expandindo o ácino de um lóbulo. 
→O CLIS é um fator de risco para carcinomas 
invasivos. 
O carcinoma ductal invasivo (ou infiltrante) é o tipo mais 
comum de câncer de mama. Cerca de 80% dos 
cânceres de mama invasivos são carcinomas ductais 
invasivos. 
MACRO: muitos tumores são firmes a endurecidos e 
tem bordo irregular. 
MICRO: Carcinomas bem diferenciados (grau 1) mostram 
formação tubular proeminente, núcleos pequenos e 
arredondados e raras figuras mitóticas 
Carcinomas mediamente diferenciados (grau II) podem 
ter formações tubulares, mas agrupamentos sólidos ou 
células infiltrantes únicas também estão presentes. Estes 
tumores possuem alto grau de pleomorfismo nuclear e 
contem figuras mitóticas. 
Carcinomas pouco diferenciados (grau III) 
frequentemente invadem como nichos desorganizados 
ou lâminas sólidas de células com núcleo aumentado e 
irregular. São comuns uma taxa proliferativa alta e áreas 
de necrose tumoral. 
 
O carcinoma lobular é o subtipo com a associação mais 
clara de fenótipo e genótipo. A maioria dos casos 
mostra uma perda bialélica da expressão CDH1, o gene 
que codifica a E-caderina. 
Morfologia 
O carcinoma lobular geralmente forma uma massa 
irregular, semelhante aos outros carcinomas de mama, 
mas (conforme mencionado) também pode ter um 
padrão infiltrativo difuso, com desmoplasia mínima. Esses 
tumores são difíceis de serem detectados pela 
palpação ou por imagens. 
A marca histológica registrada é a presença de células 
tumorais infiltrativas não coesas, geralmente na forma 
de células em anel de sinete, contendo gotículas de 
mucina intracitoplasmática. Não há formação tubular. As 
variantes alveolar e sólida consistem em agrupamentos 
circunscritos de células tumorais. 
 
●1 a 5% dos CA de mama. Mulheres mais jovens. Gen 
BRCA1. 
. O carcinoma medular é mais macio que outros 
carcinomas devido a uma desmoplasia mínima, e 
geralmente se apresenta como um nódulo bem 
circunscrito. Ele é caracterizado por: 
❖ Ninho sólido, de aspecto sincicial, composto por 
grandes células com núcleo pleomórfico, e 
proeminente nucléolo, que compõe mais de 
75% da massa tumoral 
❖ Figuras mitóticas frequentes 
❖ Infiltrado linfoplasmocitário de moderado a 
intenso ao redor e dentro do tumor 
❖ Borda abaulada (não infiltrativa) 
● 1 a 6%. Mulheres mais idosas, crescimento lento 
O carcinoma mucinoso (coloide) é macio ou elástico e 
tem a consistência e o aspecto de uma gelatina pálida 
azul-acinzentada. As bordas são abauladas ou 
circunscritas. As células tumorais estão dispostas em 
ninhos e em pequenas ilhas de células dentro de 
grandes lagos de mucina 
 
 
Ó
O prognóstico para mulheres com câncer de mama 
depende das características biológicas do carcinoma 
(tipo histológico ou molecular) e da extensão da 
disseminação do câncer (estágio) no diagnóstico. 
❖ Carcinoma in situ – prognóstico excelente. 
❖ Metástases a distância - Uma vez presentes, a 
cura é improvável 
❖ Metástases linfonodais. - O status dos linfonodos 
axilares é o fator prognóstico mais importantepara o carcinoma invasivo na ausência de 
metástases a distância. 
❖ Tamanho do tumor - O risco de metástases 
linfonodais axilares aumenta com o tamanho do 
tumor primário, mas ambos são fatores 
prognósticos independentes 
❖ Doença local avançada - Carcinomas que 
invadem a pele ou a musculatura esquelética 
são usualmente grandes e podem ser difíceis 
de tratar cirurgicamente. 
❖ Carcinoma inflamatório - Carcinomas de mama 
que se apresentam com eritema mamário e 
espessamento cutâneo têm prognósticos muito 
ruins, já que a maioria das pacientes 
comprovadamente tem metástase a distância. 
❖ Invasão linfática e vascular - As células tumorais 
estão presentes nas luzes vasculares (tanto em 
linfáticos quanto em pequenos capilares) em 
cerca da metade dos carcinomas invasivos. 
Esse achado está fortemente associado à 
presença de metástases ganglionares. 
❖ Subtipo molecular - O subtipo molecular, 
determinado pela expressão de RE e HER2 e 
proliferações, é um fator 
❖ prognóstico importante. 
❖ Tipos histológicos especiais - A taxa de 
sobrevida em mulheres com algum tipo 
especial de carcinoma invasivo (tubular, 
mucinoso, lobular, papilar, adenoide cístico) é 
maior que a de mulheres com carcinomas sem 
tipos especiais. 
❖ Grau histológico 
❖ Índice de proliferação – deve ser analisada pelo 
marcador Ki67, que indica o quanto as células 
estão se proliferando. 
❖ Receptores de estrogênio e progesterona – 
altas chances de resposta a terapia hormonal. 
Apesar disso, RE positivos respondem menos à 
quimioterapia. Tumores bem diferenciados 
geralmente expressam RE e RP. 
❖ HER2 - A superexpressão HER2 está associada 
à baixa sobrevida, já que se relaciona a um 
menor período livre de metástases. 
Três principais subtipos de câncer de mama são 
diferenciados por alterações características no DNA 
genômico, mRNA, proteínas e morfologia. 
RE-positivo, HER-negativo 
É a forma mais comum de carcinoma invasivo. Com 
base nas taxas de proliferação, ele é subdividido em 
dois subgrupos. 
Luminal A 
RE-positivo, HER2-negativo, baixa proliferação. Eles 
respondem bem aos tratamentos hormonais, e, apesar 
do fato de frequentemente haver resposta incompleta 
à quimioterapia, os casos de doença metastática 
mostram longa sobrevida. 
 
Luminal B 
RE-positivo, HER2-negativo, alta proliferação. 
Diferentemente dos carcinomas RE-positivos de baixo 
grau, cerca de 10% desses tumores apresentam uma 
resposta completa à quimioterapia. 
Expressam HER2 e genes relacionados a HER2. Esses 
carcinomas são relativamente mais comuns em 
mulheres jovens e em mulheres não caucasianas. 
Quando presente, a expressão RE é geralmente baixa; 
a expressão dos receptores de progesterona 
geralmente está ausente. 
TESTE FISH 
Teste que confirma a presença de cerb positivo 
quando o teste de reação do tecido dá inconclusivo 
❖ 0, +1 – negativo 
❖ +2 – inconclusivo 
❖ +3 - positivo 
 
RE-, RP- e HER2 – expressam genes das células 
mioepiteliais e basais. 
Devido à alta proliferação e ao rápido crescimento, 
esse tipo de neoplasia pode se apresentar como massa 
palpável no intervalo entre os rastreamentos 
mamográficos. 
 
 
❖ Mastectomia, quadrantectomia. 
❖ Linfadenectomia (análise linfonodo sentinela ou 
axilar) 
❖ Radioterapia 
❖ Quimioterapia 
❖ Hormonioterapia

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