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Histopatologia mamária Daniela Augustin Silveira Generalidades v As mamas são glândulas sudoríparas modificadas que se localizam no tecido subcutâneo, sendo consideradas anexos cutâneos. v São encontradas em ambos os sexos e o seu desenvolvimento varia de acordo com a idade. v Origem embrionária: linhas mamárias, engrossamento do ectoderma. v Função: nutrição do recém-nascido v Alterações: funcionais e estruturais Embriogênese: início do desenvolvimento 4/5 ᵃ semana até 9ᵃ quando para de migrar na região torácica anterior O desenvolvimento completo da mama se dá em torno dos 20 anos de idade e apresenta alterações atróficas significativas a partir dos 40 anos e após a menopausa. Generalidades - Histologia v A glândula mamária é uma glândula exócrina, túbulo-acinosa composta, apócrina, constituída por 15 a 20 lobos onde cada um é uma glândula independente com um conduto que desemboca no mamilo. v Apresenta alterações no tamanho, textura de acordo com a fase do ciclo menstrual. v Cada lobo está separado por tecido conjuntivo denso que contém muitas células adiposas. Este tecido conjuntivo e adiposo por sua vez divide-o em lóbulos e dá sustentação (ligamento de Cooper) Generalidades - Histologia ØDos 15 a 20 lobos que constituem o parênquima mamário cada um possui seu sistema excretor que se abre no mamilo por meio de um ducto lactífero ØOs lobos mamários estão constituídos por numerosos lóbulos. Os lóbulos (10- 100 ácinos) – ducto terminal: produzem a secreção láctea e estão rodeados por células mioepiteliais. ØÁcino – ducto terminal – ducto lobular recolhe toda a secreção láctea de todos os ácinos de um lóbulo – ducto interlobular – ducto lobular segmentar – seio lactífero ØTodos os ductos são revestidos por epitélio cúbico ou cilíndrico simples com células mioepiteliais. Ramos cutâneos anteriores e laterais do 4-6 nervo intercostal Desenvolvimento mamário Sob estímulos hormonais ovarianos dá-se o crescimento alométrico da mama Componentes funcionais da mama feminina adulta • Mamilo: consiste predominantemente de tecido fibroso denso entremeado com músculo liso (erétil e amamentação). • Mamilo e aréola revestimento epidérmico com camada córnea espessa – proteção para traumas durante a amamentação e pigmentação escura (Sinal de Hunter) sob estímulo hormonal. • A pele nessa área possui unidades pilossebáceas e é uma das poucas áreas do corpo que apresenta glândulas sudoríparas apócrinas e écrinas. Há também glândulas sebáceas na aréola com função de proteção (Tubérculos de Montgomery) • Na ponta da aréola: Presença de terminações nervosas livres, corpúsculos de Meissner, na porção lateral corpúsculos de Paccini Desenvolvimento mamário Estrogênio: • Promove o crescimento longitudinal dos ductos. • Efeito mitótico no epitélio mamário. • Aumento do tecido conjuntivo peri-ductal. • Aumento do tamanho Progesterona: • Efeito mitótico acentuado no epitélio mamário • Promove diferenciação dos componentes lobulares • Promove desenvolvimento lobular (aumento no número de ductos terminais dentro de um lóbulo) • Edema do estroma intra-lobular Prolactina /Ocitocina: • Atua no desenvolvimento do tecido adiposo e do epitélio mamário. • Estimula o início da lactogênese. • Atua na diferenciação da célula produtora de leite. Desenvolvimento mamário • Alterações com o ciclo menstrual: v Aumento na 2ª metade (aumento de tamanho, densidade, nodularidade e sensibilidade), como consequência do aumento do tamanho do lóbulo. v Engurgitamento do estroma, lóbulos e ductos. v Na fase pós-menstrual, existe diminuição. Malformações Amastia/Hipomastia Polimastia Malformações Síndrome de Poland v Em 1841, Alfred Poland descreveu, baseado em dissecção anatômica, a associação de defeito da parede torácica e defeito da mão, ausência da porção esterno costal do músculo peitoral maior, ausência do músculo peitoral menor, hipoplasia do músculo oblíquo externo, ausência de parte do músculo serrátil anterior, a mão esquerda era menor que a direita, as falanges médias eram curtas, a não ser a do dedo médio e havia sindactilia entre as falanges proximais. v Fazem parte ainda da Síndrome de Poland: Hipoplasia ou agenesia (atelia) do mamilo, hipoplasia ou agenesia (amastia) da mama, hipoplasia do tecido celular subcutâneo, ausência de cartilagens costais (II,III e IV ou III, IV e V) e hipoplasia da porção proximal das costelas. Malformações v Politelia v Simastia v Telarca prematura – desenvolvimento mamário antes dos 8 anos sem outros sinais de puberdade Condições não inflamatórias v Hipertrofia juvenil ou ginecomastia: ambos os sexos, uni ou bilateral, regressão espontânea- expansão do estroma fibroso, aumento no número de ductos e hiperplasia epitélio ductal ( os lóbulos ainda não estão formados ) v Hipertrofia neonatal – hormônios maternos v Gigantomastia v Mama ectópica v Ectasia ductal v Necrose gordurosa Patologia Mamária -Benigna v Cerca de 80% dos tumores mamários palpáveis são alterações benignas e que não aumentam, significativamente, o risco de câncer da mama. v Entre as patologias benignas destacam-se: Ø Alteração fibrocística Ø Secreção Mamária Ø Cistos mamários Ø Fibroadenoma Ø Abscesso Subareolar Crônico Recorrente Doenças benignas da mama v Mais de 50% das mulheres em todo o mundo ao longo da sua vida sofre de patologia mamária benigna. v Os sintomas ocorrem predominantemente entre a menarca e a menopausa, com uma média aos 39 anos e uma variação entre 18-67 anos. v Os fibroadenomas predominam nas jovens, enquanto os cistos na peri- menopausa. v Parece importante uma história familiar de doença benigna • Etiologia: Ø Disfunção neuroendócrina com conseqüente desequilíbrio hormonal Ø Aumento dos níveis de estrógeno Ø Baixa relativa de progesterona Ø Ação da prolactina Doenças benignas da mama v Entidade Complexa = Alterações fibrocísticas/Condições fibrocísticas v Reação exagerada da mama às variações hormonais (excesso de estrógeno e predominância sobre a progesterona) v Não representa uma entidade específica v A mais comum das patologias benignas da mama v Importante diagnóstico histológico Alterações fibrocísticas Tecido mamário com alterações fibro-císticas clássicas, com cistos e densa fibrose (daí o nome fibro-cística). Porque é uma alteração e não doença ? É uma situação benigna muito frequente nas mulheres a partir dos 45/50 anos, praticamente todas as mulheres têm um cisto ou fibrose na mama. Doenças benignas da mama Mastalgia/Mastodinia ü Aumento da produção de estrógeno ü Diminuição da produção de progesterona ü Hiperprolactinemia ü Alteração da sensibilidade dos receptores Doenças benignas da mama Nodularidade: ü Resposta do parênquima e estroma aos hormônios circulantes. ü Pode ser finamente granular ü Pode ser localizada ü Corresponde à alteração fibrocística Doenças benignas da mama Nódulo dominante – fibroadenoma ü Na mulher jovem ü Massa firme, móvel, solitária e elástica ü 55% no QSE ü Na menopausa calcificam-se Doenças benignas da mama Nódulo dominante –Fibroadenoma ü Mamograficamente: ü Imagem densa circular rodeada por halo de gordura Nódulo dominante –Fibroadenoma ü Ecograficamente /US ü Lacuna hipoecogênica Doenças benignas da mama • Fibroadenoma Ø Tumor benigno de elementos mesenquimais (fibroblastos) e epiteliais Ø O mais comum dos tumores sólidos Ø Baixa celularidade sem atipia Doenças benignas da mama Ø Nódulo Dominante – Cisto Ø Espaços capsulados cheios de líquido Ø Micro ou macrocistos Ø Originam-se da unidade lobular ductal Ø São: Ø Bilaterais Ø Unilaterais Ø Redondos Doenças benignas da mama Ø Cisto Ø Mamograficamente: opacidade arredondada homogênea Ø Ecograficamente /US: Lacuna anecóica Ø Citopunção: Liquido colorido Nódulo Dominante – Galactocelo Ø Cisto simples cheio de leite Ø Massa firme não dolorosa Ø Aspiração do cisto é terapêuticaDoenças benignas da mama Tumor Phyllodes (Cistossarcoma filóide) ü Benignos/Borderline/Malignos ü Raros, geralmente grandes (podem ocupar toda a mama) ü Apresentação clínica dramática (crescem rapidamente) ü Mais na peri-menopausa, não se sabe a causa ü Tendência para recorrer após a cirurgia Doenças benignas da mama Corrimento /Descarga mamilar v Galactorreia vCorrimento mamilar anormal Doenças benignas da mama • Galactorreia Ø Emissão de liquído pelo mamilo (leitoso não fisiológico, espontâneo, bilateral) • Causas: Ø Endócrinas Ø Drogas Ø Tumores (renais, pulmonares) Ø Aumento da concentração da prolactina por: Ø Inibição do PIF Ø Secreção aumentada Doenças benignas da mama Corrimento /Descarga mamilar anormal Ø Leitoso – Galactocelo Ø Purulento – Abcesso ØMulticolorido – ectasia ductal, mastite ØSero-hemática – ectasia ductal ou ØPapiloma intraductal ØHemático – papiloma intraductal Doenças benignas da mama Inflamação- Infecção mamária Ø Mastite Ø Abcesso Subareolar crônico recorrente Ø Mastite aguda associada a macrocistos Ø Infecção extrínseca Doenças benignas da mama v Risco de desenvolvimento de câncer v Risco absoluto é maior- Lesões proliferativas atípicas v História familiar de câncer de mama v Lesões não proliferativas – risco pequeno v Lesões proliferativas sem atipia 1,9 vezes > que LNP v Lesões proliferativas com atipia 5,3 vezes > que LNP Lesões não proliferativas e Lesões proliferativas (típicas ou atípicas) das mamas. Alterações benignas- Lesões não proliferativas Alteração fibrocística – não aumenta o risco de ca de mama. Cistos às vezes com metaplasia apócrina, fibrose e adenose Alterações benignas- Lesões proliferativas Hiperplasia epitelial - sem atipia – risco de 1,5 a 2,0 para ca de mama com outros fatores associados (se há atipia risco de 4,0 a 5,0) Ø Papiloma intraductal: Ø Crescimento papilar neoplásico benigno. Ø Mais frequentemente observado em mulheres pré-menopausa. Normalmente são isoladas e encontradas dentro dos ductos. Ø Na apresentação clínica pode ter secreção mamilar serosa ou sanguinolenta, retração do mamilo e pequeno tumor subareolar. • Que alterações histológicas distinguem os padrões de alterações fibrocísticas: proliferativas e não proliferativas? Proliferativas Adenose (aumento do número de ductos/glândulas) Hiperplasia epitelial com ou sem atipia (proliferação do epitélio para dentro dos ductos). Alterações fibrocísticas Não proliferativas Cistos Fibrose Porque esta distinção é importante? • As alterações proliferativas têm um risco discreto a moderado (1,5 a 5x) de desenvolver câncer de mama enquanto que as alterações não proliferativas não têm aumento de risco. • Entre as alterações proliferativas, as mulheres que têm hiperplasia com atipia correm um maior risco e aquelas que ainda por cima possuem uma história familiar de câncer da mama têm um agravamento deste rico. Câncer de mama v 1º da mulher- 2% das Neoplasias malignas; 2ª causa de morte v A incidência tem aumentado nos últimos anos sendo já considerado por vários autores a existência de uma verdadeira epidemia. Câncer de mama • O câncer de mama tem um indiscutível componente hereditário ou genético, sendo dividido em: Ø CMH – câncer da mama hereditário Ø CMF – câncer da mama familiar Ø CME – câncer da mama esporádico • 90% Ca esporádicos, sem hereditariedade • 5-10% geneticamente transmissíveis – uma ou mais mutações Câncer de mama Fatores de risco para o câncer da mama Ø Idade Ø História prévia de câncer – mama contralateral. Ø História familiar Ø Mãe ou irmã com Ca após menopausa não há risco significativo ØMãe ou irmã com Ca bilateral pré-menopausa= 40-50% ØMãe ou irmã Ca unilateral, pré-menopausa=30% Câncer de mama ØCâncer hereditário: Ø BRCA1 – cromossomo 17q21 Ø BRCA2 – cromossomo 13q12-13 Ø 2 genes supressores de tumor, quando mutados ocorre 90% Ca hereditário ØMutação BRCA1 – 87% Ca Mama e 44% ovário e cólon. Ø É responsável por metade de todos os Ca precoces da mama e a maior parte da síndrome mama/ovário Câncer de mama Ø Câncer esporádico: Ø História reprodutiva e fatores hormonais Ø Menarca precoce – menopausa tardia. Ø A lactação não afeta a incidência de Ca da mama, mas o nascimento sim Ø Nulíparas > risco Ø Multíparas < risco Ø Parece ser a idade do primeiro nascimento que altera a incidência Ø Primigesta mais velha > incidência. Câncer de mama Ø Artigos divergentes em relação aos AO e TRH Ø AO convincente evidência em 54 estudos epidemiológicos– pequeno aumento no risco relativo com uso regular e que parou há <10 anos. (duração do uso, idade inicio, dose, tipo não são fatores importantes). Ø TRH Nurse Health Study – risco relativo 1,32 e 1,41 respectivamente com ou sem progestágeno. Ø Dieta: O consumo de álcool parece aumentar o risco de Ca da mama. Ø > 10gr dia – 9% Ø > 60gr dia – 41% Ø Não é claro que a obesidade é um fator de risco específico Câncer de mama vDiagnóstico v Anamnese v Exame físico v Imagem Câncer de mama vMais da metade das mulheres com queixas mamárias não tem qualquer patologia mamária real. v 65% dos nódulos mamários - detectados pela paciente v A dor é normalmente devida a doença proliferativa benigna, mais que carcinoma v Haagensen: v 48% não tem doença - processo fisiológico v 20% carcinoma v 20% mastopatia fibrocística v 7,5% fibroadenoma v 4,5% diversos (lesões infecciosas, ectasia, papilomas…) Câncer de mama • Classificação Tumoral • Tamanho do tumor – T0 –sem tumor – Tis –tumor in situ ou doença de Paget – T1 –tumor até 2 cm – T2 –de 2 até 5 cm – T3 –mais de 5 cm – T4 –extensão à parede torácica, formação de edema de pele, ulceração, inflamação ou presença de nódulos satélites • Gânglios linfáticos regionais – N0 –sem adenopatias – N1 –adenopatias móveis (metástases) – N2 –adenopatias fixas (metástases) – N3 –metástases nos gânglios mamários internos • Metástases à distância – M0 –não existem metástases • M1 –existem metástases. Câncer de mama- Classificação anátomo patológica • Carcinoma in situ– Tumor localizado, diagnosticado no seu estadio inicial, representa 10- 15% dos cânceres de mama – Ductal • paredes dos canais lactíferos. • 75% casos são microcalcificações. • restrito a uma área • removido por cirurgia – Lobular • glândulas lactíferas • não detectado na palpação • 25 e 30% das mulheres com esta patologia desenvolvem câncer infiltrativo • Carcinoma infiltrativo- pode disseminar-se e destruir outros tecidos, o tumor é localizado ou metastático • Ductal – mais frequente – 65 e 80% do total de casos – massa palpável dura e irregular – Detectada na mamografia como um nódulo acinzentado ou esbranquiçado. • Lobular – glândulas mamárias ou lóbulos – Pode propagar-se a outras partes do corpo Câncer de mama- Classificação anátomo patológica • Carcinoma inflamatório • Diagnóstico em estadios avançados, como IV ou IIIb • Sobrevida de 25-50% em 5 anos de evolução, por causa de uma invasão linfática precoce • Doença de Paget • Lesão eczematoide crônica do mamilo • Massa palpável em 50% dos casos. • Associação com CDIS Câncer de mama- Tratamento • Cirurgia • Radioterapia • Terapia Sistêmica Adjuvante: Quimioterapia e Hormonioterapia • Reabilitação Diagnóstico da patologia mamária v História clínica v Exame Físico v Mamografia v Ultrassonografia v Ressonância Magnética v Punção Aspirativa com Agulha Fina v Biopsia v Receptores hormonais (estrógeno e progesterona) Caracterização Radiológica das massas mamárias Caracterização Radiológica das microcalcifiocações • Tipo I–regulares, anelares ou redondas, normalmente benignas • Tipo II–arredondadas e uniformes, sendo que 10 a 20% são malignas • Tipo III–puntiformes, sendo 20 a 40% malignas • Tipo IV–irregulares, tipo grão de areia, sendo 70% são malignas • Tipo V–vermiculares,ramificadas, lineares, sendo normalmente malignas Câncer de mama Auto-exame Câncer de mama • Rastreio década de 1980 – Mamografia Rastreio • Permite detecção precoce do câncer de mama • Duas incidências – Crânio-caudal – Oblíqua • A arma mais eficaz para melhorar a sobrevida é a detecção precoce e o melhor método de rastreio é a mamografia Câncer de mama Taxa de crescimento do câncer de mama, indicando longa fase pré-clínica HISTÓRIA NATURAL Duplicação média: 100 dias 10 mm 10 9 10 12 Período clínico 5 mm Período Mamográfico 1 mm 10 6 invasão Câncer de mama • Mamografia • Original: baixa Kilovoltagem- dose radiação 10CGy podia induzir maior n.º de câncer • Atualmente – 0,2 – 0,3 CGy – risco virtual. • Melhor método para Ca não palpáveis, ocasionalmente para algumas massas palpáveis ou ecograficamente detectadas. • A mamografia é mandatória: • Em todas as mulheres com massasdominantes • Em doentes com gânglios axilares ou supraclaviculares • Antes de operações cosméticas Objetivo Detecção precoce (fase pré-clínica) História natural da doença 30% Mortalidade Rastreamento mamográfico Câncer de mama • Dois estudos EUA: HIP (Health Insurance Plan) e BCDDP (Breast Cancer Detected Demonstration Project) • Revelaram diminuição de 25-30% de mortalidade em mulheres submetidas a rastreio vs. não rastreadas. • Mamografia detectou 90% dos Ca encontrados no rastreio • 1/3 eram Ca in situ ou microinvasores <1cm • ACS (American Cancer Society): Mamografia anual a partir dos 40 anos, com história familiar a partir dos 35 anos MAMOGRAFIA Alto Risco Ø Início aos 35 anos Ø Anual Rastreamento (Periodicidade) Baixo Risco Ø Início aos 40 anos Ø Anual Ø > 50 anos (anual x bienal) Câncer de mama Microcalcificações Câncer de mama Ca lobular Câncer de mama Cirrus da mama Nomenclatura Padronizada - BI-RADS™ BREAST IMAGING REPORTING AND DATA SYSTEM AMERICAN COLLEGE OF RADIOLOGY, 1996 4 ª EDIÇÃO, 2003 Classificação de BI- RADS Câncer de mama • Ecografia v A mama foi dos primeiros órgãos a ser examinada por ecografia v A ecografia mamária tem uma sensibilidade e especificidade bastante menor que a mamografia. v As suas principais limitações são: v Piores resultados em seios adiposos v Não detecta microcalcificações v Dificuldades para detectar lesões sólidas <1cm v Dificuldade para diferenciar lesões sólidas malignas e benignas Câncer de mama • Indicações a destacar: v Exame adjuvante da mamografia para determinar a natureza sólida ou liquida das lesões palpáveis ou não palpáveis v Exame alternativo à mamografia quando a densidade do parênquima mamário limita a definição das lesões palpáveis. v A complementação do exame mamário e follow-up de mulheres jovens, grávidas ou com patologia fibrocística v Pode detectar lesões císticas a partir de 2mm de diâmetro (lesões com limites ant. e post. bem definidos, arredondados, ovais ) v Carcinomas: Lesões irregulares, bordos cortantes, não homogêneos v 10% margens bem definidas que podem mimetizar lesões sólidas benignas Câncer de mama • Biópsia v A confirmação da caracterização histológica de um Câncer de mama assume cada vez mais um papel determinante nas condutas terapêuticas a instituir: v Permite estudar fatores de prognóstico reconhecidos e que podem condicionar a terapêutica v Tendência para cirurgia conservadora invertendo a tendência clássica da mastectomia radical Câncer de mama Câncer de mama Câncer de mama v Diagnosticado o câncer deve-se estadiar e tratar. v Estadiamento v Análises laboratoriais v Rx tórax v Ecografia abdomino-pélvica v Cintilografia óssea (não obrigatório) Carcinoma ductal Carcinoma ductal Carcinoma lobular Linfonodo sentinela Os principais fatores prognósticos (no momento do diagnóstico) : Metástases na axila (mais importante) Metástases a distância Tamanho do tumor Tipo histológico Outros fatores prognósticos Há 2 tipos de antiestrogenios: os inibidores da aromatase (inibem a síntese de estrogênios, ex: anastrozole) que não atuam no receptor e os antagonistas deste receptor (ex: tamoxifeno que é uma molécula muito parecida com o estrogênio) Diferenças entre os dois: - tamoxifeno aumenta o risco de pólipo, hiperplasia e câncer de endométrio - tamoxifeno é mais seletivo, menos osteoporose - tamoxifeno é via oral e o anastrozole é injetável - tamoxifeno aumenta o risco de tromboembolismo -tamoxifeno é muito mais barato (100 vezes menos) Contudo, o tamoxifeno ao fim de 5 anos deixa de ter efeito. Alguns tumores são resistentes ao tamoxifeno desde o início e tem que se utilizar os inibidores da aromatase. Porque é que em vez de se dar inibidores da aromatase não se retiram os ovários? Porque o estrogênio é produzido também em outros tecidos como supra-renal. Inibidores de Aromatase Mecanismo de ação Androstenediona Testosterona TCSC Enzima Aromatase Estrona Estradiol98% Outros fatores prognósticos Ø Receptor hormonal positivo (RH+): Cerca de 70% de todos os cânceres de mama são RH+ e são mais comuns em mulheres após a menopausa Ø HER2-positivo (HER2+): correspondem a 20% dos casos – tendem a crescer e se espalhar mais rápido do que outros tipos de cânceres de mama. Ø Triplo positivo (RH+, HER2+): Os cânceres triplo-positivos são positivos para os receptores de estrogênio, receptores de progesterona e proteína HER2. Este tipo de câncer pode ser tratado com quimioterapia, medicamentos hormonais, bem como terapias-alvo que visam melhorar a eficácia do tratamento hormonal e controlar o aumento da proteína HER2 Ø Triplo negativo (RH-, HER2-): Cerca de 10% a 20% dos canceres de mama são conhecidos como “triplo negativo” porque não possuem receptores de estrogênio e progesterona, e também não apresentam aumento da proteína HER2. Esse tipo de câncer ocorre em mulheres mais jovens e cresce mais rapidamente do que a maioria dos outros tipos de câncer de mama. Outros fatores prognósticos CD 31 – marcador de células endoteliais: Os vasos sanguíneos estão corados de castanho e localizam-se principalmente na periferia do tumor. Quanto maior a angiogênese, maior o risco de metástases à distância. A angiogênese acontece porque há produção de EGF devido à hipóxia. Os vasos, além de melhorarem a capacidade de nutrição do tumor, permitem que as células tumorais entrem em circulação e propiciam a formação de metástases a distância. Além dos gânglios linfáticos da axila, que outros órgãos são frequentemente envolvidos por metástases de carcinoma da mama? Pulmão, Fígado e Osso (este último é o local mais frequente) Ovários, supra-renal, SNC (menos frequentes) · Outros fatores prognósticos As duas imagens mostram a super-expressão da proteína HER2 por imuno-histoquímica em (a) e a amplificação do gene HER2 por hibridização in situ (FISH) em (b). Outros fatores prognósticos • A que família de receptores de superfície pertence o HER2? • Família dos receptores de fatores de crescimento epidérmico (tírosina cínases) • HER1 - EGFR • HER2 – Human Epidermal Growth-factor Receptor 2 • HER3 • HER4 Qual é a diferença entre fator prognóstico e fator preditivo? A diferença entre um fator de prognóstico e um fator preditivo é que o primeiro está relacionado com a sobrevida e recidiva local e o segundo com a resposta à terapêutica. Outros fatores prognósticos • Porque é importante determinar o HER2 em carcinomas da mama? • É um fator de prognóstico (as que têm superexpressão do HER2 têm pior prognóstico). • A outra vantagem de se pesquisar é porque há um tratamento específico. • Esta molécula HER2 é um alvo terapêutico para o tratamento com anticorpos monoclonais (trastuzumab) dirigidos contra a sua porção extramembranar. Este ac é feito num camundongo, humanizado, que vai se ligar só a célulasque têm amplificação do HER2; as células normais não são afetadas (porque têm uma quantidade de HER2 mínima). • Ao contrário da quimioterapia, este tratamento é seletivo e não tem tantos efeitos adversos (queda de cabelo, por exemplo). • O principal efeito colateral é a cardiotoxicidade (porque o miocárdio tem uma maior quantidade de HER2 do que as outras células) que ocorre em 20-25% das doentes. • Um tratamento completo custa 100 000 dólares