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NOEMI ANDRADE 1 Relembrando a divisão anatômica.... A primeira coisa importante é a divisão do estômago, o qual teremos o corpo (body), o fundo (fundus), antro (antrum) e os esfíncters que é o piloro (pylorus) e a cardia que a transição do estomago para esôfago. A úlcera gástrica e o câncer gástrico será comum próximos a pequena curvatura. O estomago possui fossetas gastricas onde teremos as células especializadas para produção da secreção que vai variar conforme a localização dentro do estomago. Então, as células mais superficiais vão ser responsáveis pela produção do muco e do bicarbonato. Já na parte do fundo e do corpo estomacal teremos as células parietais que são as celulas que produzem o ácido cloridrico e o fator intrisenco, teremos também as células principais que são as células que irão produzir o pepsinogênio e lipase e ainda temos a celulas enterocromafim Like que irão produzir a histamina. Já no antro gastrico vamos ter as células G que produzem a gastrina (potente estimulador da secreção ácida) e a celulas D que produzem a somatostatina (que inibem as celulas G e as cel parietais, regulando a secreção gastrica). As células do epitelio possuem uma taxa de renovação celular extremamente alta, isso acontece porque a mucosa gastrica é ricamente vascularidade. Isso é possivel devido as prostaglandinas estimulam as propriedades da barreira da mucosa, como renovação celular, proteção gastrica entre outras. ÚLCERA DEFINIÇÃO Úlcera péptica é a perda circunscrita de tecido que ocorre nas porções do trato digestivo expostas à secreção cloridropéptica: terço inferior do esôfago, estômago, duodeno proximal e divertículo de Meckel com mucosa gástrica ectópica. A úlcera vai ser uma solução de continuidade que vai pelo ao menos até a submucosa, se for só a camada mucosa não será ulcera e sim uma erosão. E as duas principais causas de úlcera são pela infecção pos H. pylori e o abuso excessivo de AINES. Podem ser classificadas em ulcera primaria e secundária. A úlcera primária ocorre na ausência de doenças sistêmicas subjacentes, enquanto a secundária está associada a doenças agudas como sepse, lesões ou trauma cranioencefálicos, queimaduras extensas, acidose, hipoglicemia, choque, insuficiência NOEMI ANDRADE 2 respiratória e ao uso de drogas como ácido acetilsalicílico, drogas antiinflamatórias não esteróides e corticosteróides. ÚLCERA E O H.PYLORI A Bactéria denominada Helicorbacter Pylori , é um bastonete Gram-negativo microaerofílico encontrado com mais frequência nas porções mais profundas do gel mucoso que reveste a mucosa gástrica ou entre a camada mucosa e o epitélio gástrico. Pode fixar-se no epitélio gástrico, porém em circunstâncias normais não parece invadir as células. Sua organização estratégica lhe permite viver dentro do ambiente agressivo do estômago. Tem um formato em S (cerca de 0,5 a 3 μm de tamanho) e contém múltiplos flagelos envolvidos por bainha. Inicialmente, o H. pylori reside no antro, porém com o passar do tempo migra para os segmentos mais proximais do estômago. Entre essa enorme quantidade de proteínas, existem fatores que são determinantes essenciais da patogênese e da colonização mediadas por H. pylori, como a proteína da membrana externa (proteínas Hop), urease e a citotoxina responsável pela formação de vacúolos (Vac A). Então para viver em pH muito baixo o H. pylori produz urease é uma molécula que vai neutralizar a acidez gástrica, por isso que ao redor de uma infecção por H.pylori teremos um micro ambiente alcalino que favorece a proliferação da bactéria, além disso tem a presença do flagelo que faz com que a bact. se movimente de maneira eficaz e tenha capacidade de penetrar na barreira mucosa que recobre o epitélio gástrico. Com isso, terá a bactéria causando dano a mucosa devido a reação inflamatória causada pela presença dela. Inicialmente o H.pylori se instala no antro gástrico e lá haverá um processo inflamatório que causara uma gastrite crônica ativa e essa gastrite começa a destruir as células D que produzem a somatostatina que inibem as células G que produzem gastrina, mas a diminuição da somatostatina teremos uma produção maior de ácido cloridrico já que a gastrina é potente estimulador do HCl, gerando uma hipercloridria. NOEMI ANDRADE 3 A partir disso, teremos um cenário em que haverá uma maior quantidade de acido que sera liberado para a primeira porção do intestino o duodeno, que não está acostumado com um pH tão baixo levando o aparecimento de uma úlcera duodenal. Mas outra situação que pode ocorrer é que o H.pylori que estava no Antro, migre para parte mais superior como o corpo ou fundo do estomago gerando uma gastrite atrofica. A partir do momento que haverá uma atrofia multifocal to tecido, teremos a destruição dessas celulas que serão as celulas parietais produtoras de HCL, gerando uma hipocloridria. E isso acaba predispondo ao aparecimento da ulcera gastrica, ou seja, a úlcera gastrica não aparece apenas em em ambientes hiperacidos e sim em ambientes basicos, pois não se pode esquecer a ação da H.pylori atuando no local, provocando a reação inflamatoria e gerando lesoes. OBS: Essa gastrite atrofica e multifocal é uma predisposição para formação de uma neoplasia. PATOGÊNESE DETALHADA A infecção pelo H. pylori no adulto leva a alterações importantes da fisiologia gástrica, em especial dos mecanismos de secreção ácida que estão intimamente ligados à gênese da doença. Na infecção, especialmente por amostras citotoxigênicas cytotoxin-associated gene A (cagA)-positivas, há aumento da expressão de citocinas pró-inflamatórias, incluindo interleucina-8 (IL-8), IL-1ß e fator de necrose tumoral alfa (TNF-a), que afetam enormemente o muco e a concentração de HCO3- da superfície celular, bem como a secreção ácida. Isso é uma decorrência de atuarem nas células D, inibindo a produção de somatostatina com conseqüente hipergastrinemia e aumento da secreção ácida. Entre outras conseqüências da infecção, vale mencionar que a bactéria induz a liberação de vários compostos, entre eles a enzima ciclo-oxigenase 2 (COX-2), que pode comprometer a proteção da mucosa pela formação de outras substâncias pró-inflamatórias, como espécimes reativas do oxigênio(ROS). ÚLCERA INDUZIDA POR AINES É preciso lembrar que os AINES possuem a ação de inibir a COX 1 e 2. No entanto, a COX1 está relacionada com a produção de prostaglandinas que exercem efeitos fisiológicos como como proteção gástrica, agregação plaquetária, homeostase vascular e manutenção do fluxo sanguíneo renal. As prostaglandinas desempenham importante papel na manutenção da integridade e no reparo da mucosa gastroduodenal. Portanto, depreende- se que a interrupção da síntese das prostaglandinas pode prejudicar a defesa e o reparo da mucosa, facilitando, assim, a lesão da mucosa por meio de um mecanismo sistêmico. Então sem a presença de COX1 não haverá a proteção gástrica para o Hcl, NOEMI ANDRADE 4 resultando em uma gastrite que se não cuidada, uma ulcera peptídica. OBS: Esse efeito causador da gastrite e ulcera independe do meio de administração. QUADRO CLINICO Quadro clinico do paciente o qual apresenta úlcera gástrica pode ser: • Dor epigástrica em queimação • Saciedade precoce • Plenitude pós-prandial • Relação com a alimentação (úlcera duodenal) • Síndrome dispéptica (75% funcional) Em pacientes que relatam síndrome dispéptica podemos analisar se o paciente for menor que 45 anos e sem sinais de alarme, os sinais de alarme podem ser: perda ponderal, anemia, sangramento digestivo, disfagia progressiva, vômitos persistente, adenopatia abdominal, história familiar de câncer gástrico. Se o paciente não tem não tiver nenhum desses sinais de alarme, pode ser feito o teste não invasivo par H.pylori, o principal teste é o teste respiratório para H.pylori porvia oral, é uma solução de ureia que possui um carbono, se tiver o a bactéria ele vai converter essa ureia pela urease em amônia e CO2 e vai cair na circulação sanguínea e vai levar com si o carbono 13 marcado e ai vai marcar a presença de H.pylori. Os métodos não invasivos, que não necessitam de endoscopia, são três, apresentados a seguir: 1. Teste sorológico: pode ser realizado em laboratórios de referência ou por um teste rápido desenvolvido para o consultório. Geralmente, a IgG está aumentada em pessoas contaminadas pelo microrganismo. NOEMI ANDRADE 5 Como se trata de uma infecção crônica e que não melhora espontaneamente, o achado de IgG elevada não significa infecção ativa, uma vez que os níveis de anticorpos decrescem vagarosamente após a erradicação da infecção. Portanto, não deve ser utilizado nos casos em que há necessidade de controle imediato de tratamento, embora uma queda acentuada dos níveis de anticorpos observada 6 a 12 meses após o tratamento antimicrobiano signifique sucesso na erradicação. 2. Teste respiratório com ureia marcada: quando positivo, ao contrário do teste sorológico, sempre significa infecção atual. Pode indicar cura do H. pylori oito semanas após a terapia antibiótica, período em que os testes com anticorpos ainda são positivos. Nesse teste, o paciente ingere ureia marcada com carbono 14 (radioativo) ou carbono 13 (não radioativo). Este último, por não ser radiativo, é seguro, podendo ser utilizado em mulheres grávidas, crianças e também para transporte de um local para outro (análise laboratorial em outra localidade). Se a bactéria H. pylori estiver presente, ele transforma a ureia em amônia e dióxido de carbono marcado. Este pode ser detectado e quantificado no ar expirado 30 minutos mais tarde em um balão de coleta. 3. Pesquisa do antígeno fecal: método que identifica, por reação imunoenzimática, antígenos do H. pylori nas fezes dos pacientes. É bastante conveniente para pesquisa da bactéria em população pediátrica. Os testes não invasivos também podem ser utilizados para confirmar a negatividade do H. pylori ao teste da urease em pacientes ulcerosos nos quais não foram obtidos fragmentos de biópsia para estudo histológico. →Ou o diagnostico pode ser feito através da endoscopia e biopsia TRATAMENTO O tratamento é habitualmente feito com 3 fármacos por 7 a 14 dias com: Um inibidor da bomba de prótons (Omeprazol, Pantoprazol ou Lanzoprazol) + dois antibióticos, como Claritromicina e Amoxicilina ou Claritromicina e Metronidazol. →O tratamento de primeira linha deve ser feito com amoxicilina 1g + claritromicina 500mg + omeprazol 20mg (ou outro IBP – p.ex: pantoprazol 40 mg, lansoprazol 30 mg, esomeprazol 20 mg, dexlansoprazol 60mg), todos os medicamentos a cada 12 horas, por 14 dias. A duração do tratamento de erradicação do H. pylori deve ser de 14 dias, conforme as mais recentes diretrizes, tanto brasileira como internacionais, especialmente nos esquemas tríplices, compostos por dois antibióticos e um inibidor de bomba de prótons (IBP). NOEMI ANDRADE 6 →Para retratamento, o esquema de segunda linha mais utilizado é feito com a substituição da claritromicina por levofloxacino. Este esquema pode ser feito por 10 a 14 dias.
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