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O CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

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O CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS) NO PROCESSO DE VIABILIZAÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS
Tatyane Barbosa Torres[footnoteRef:1] [1: Tatyane Barbosa Torres ] 
Werika Marlene Lins Rocha Costa[footnoteRef:2] [2: Werika Marlene Lins Rocha Costa 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNISSELVI – Serviço Social – turma: FLX2078 – Reconhecimento dos Espaços de Atuação do Assistente Social – 09/12/2019] 
RESUMO: O presente trabalho tem por objetivo analisar as contribuições do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) no processo de viabilização dos direitos sociais. O CRAS é um órgão público estatal pertencente a Política de Assistência Social, instituído pelo Sistema único de Assistência Social (SUAS), compondo assim a proteção social básica deste sistema. Para realização deste trabalho foi fundamental a realização de pesquisa bibliográfica. A partir deste trabalho foi possível constatar que o CRAS é um importante instrumento no processo de viabilização dos direitos sociais para aqueles que se encontram em quadro de vulnerabilidade social, pois através dos benefícios ofertados por este serviço muitos indivíduos conseguem emancipar-se em face da sociedade.
Palavras-chaves: Vulnerabilidade social, CRAS, direito. 
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho apresenta como temática: o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) no processo de viabilização dos direitos sociais, compreendendo assim este equipamento estatal da proteção social básica como sendo um importante instrumento no processo de viabilização dos direitos sociais para aqueles que se encontram em quadro de vulnerabilidade social. Neste respectivo trabalho apresentaremos também uma breve contextualização referente a Política de Assistência Social, trazendo considerações em relação a mesma desde os primórdios chegando até os dias atuais, período em que a mesma se encontra consolidada e com diversos equipamentos no processo de viabilização dos direitos sociais, dentre estes o CRAS.
Diante da importância deste equipamento do modelo de proteção social básica, surge a seguinte indagação: de que forma os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) contribui no processo de viabilização dos direitos sociais? Tendo assim por objetivo este trabalho analisar as contribuições do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) no processo de viabilização dos direitos sociais. 
	 Quando se trata da atenção dada por parte do Estado as Expressões da questão social decorrente do modo de produção e reprodução capitalista, nem sempre tivemos um Estado atuante. Antes da promulgação da Constituição Federal de 1988 aqueles que se encontravam em quadro de vulnerabilidade social ficavam à mercê da filantropia e das obras de caridade, que eram quase sempre realizadas pela igreja. Só a partir da Constituição Federal de 1988 é que “A Política de Assistência Social é concebida como Política Pública no Brasil [...]” (COUTO, ET. AL, 2014, p. 24). Com a promulgação da carta magna de 1988, a assistência passa a ser considerada como direito do cidadão e dever do Estado, sendo disponibilizada para todos aqueles que necessitarem. 
Integrando a política de Assistência Social temos dois instrumentos normativos fundamentais, a Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e o Sistema único de Assistência Social (SUAS). O Sistema único de Assistência Social (SUAS):
[...] é fruto de um acordo federativo entre as três instâncias de governo (federal, estaduais e municipais) a fim de promover uma gestão descentralizada no que toca o financiamento e monitoramento dos serviços socioassistenciais. Tendo como ponto de partida para sua implementação a Norma Operacional Básica (NOB/SUAS), aprovada pelo CNAS - Resolução n° 130 de 15/10/05. Tem como características principais a proteção social, a defesa de direitos socioassistenciais e a vigilância social, atribuindo a política em questão uma nova lógica de organização das ações, classificadas em níveis de complexidade, considerando as peculiaridades territoriais e regionais. (SANTANA, SILVA, SILVA, 2013, p. 5). 
	
	Como supracitado o SUAS foi criado em 2005, este trouxe consigo duas modalidades de proteção social, a básica e a especial. Dentro destas duas modalidades de proteção social temos instituídos equipamentos que visam promover a inclusão social dos indivíduos em face da sociedade. Dentre estes equipamentos destaca-se o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) pertencente a proteção social básica, sendo este o objeto de estudo deste trabalho, estes que tem por finalidade segundo Simões (2009) promover ações que permitam os indivíduos saírem de situações de vulnerabilidade social. 	
2. BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
Em seus primórdios não apenas aqui no Brasil mais em muitas sociedades a assistência social sempre esteve ligada a práticas assistencialistas praticadas geralmente pela igreja. No caso do Brasil a igreja foi quem mais desempenhou este papel, especificamente a partir da década de 30 quando o Brasil começa a passar por transformações não apenas do ponto de vista político e econômico, mas também social. 
O processo de industrialização desencadeado no governo do presidente Getúlio Vargas iniciado em 1930, trouxe consigo avanços para economia e problemas sociais para a população no geral, principalmente para aqueles que se encontravam as margens da sociedade.
 A partir da referida década “[...] Vargas estimulou o desenvolvimento industrial.” (COTRIM, 2005, p. 490). O processo de industrialização desencadeado por Vargas apesar de desencadeado no Brasil de forma tardia trouxe consigo as mesmas mazelas sociais que se apresentaram nas demais sociedades que já tinham passado por tal processo. Apesar do Brasil não ter sido “[...] o berço da Revolução Industrial e as relações sociais tipicamente capitalistas desenvolveram-se aqui de forma bem diferente dos países de capitalismo central, ainda que mantendo suas características essenciais”. (BEHRING, BOSCHETTI, 2011, p. 71). Tais características são as expressões da questão social inerentes do modo de produção e reprodução capitalista. É neste respectivo momento que a igreja passa a desempenhar ações de caráter assistencialista em prol daqueles que se encontravam em situação de vulnerabilidade social. 
É ainda na era Vargas, que temos um significativo avanço no que corresponde a assistência social no país, visto que é especificamente em 1942, que é criada a primeira instituição Brasileira de Assistência no Brasil, a Legião Brasileira de Assistência – LBA. Essa surge logo após o engajamento do Brasil na segunda guerra mundial, tendo por finalidade prestar serviços as famílias daqueles que haviam sido “convocados” para participarem da guerra. Com o tempo a LBA, além de prestar serviços a famílias dos “convocados” passa a:
[...] atuar em praticamente todas as áreas de assistência social, inicialmente para suprir sua atividade básica e em seguida visando a um programa e ação permanente. Nesse sentido se constituirá em mecanismos de grade impacto para a reorganização e incremento do aparelho assistencial privado e desenvolvimento do Serviço Social como elemento dinamizador e racionalizador da assistência. (IAMAMOTO, 2006, p. 251, 252)
	A Legião Brasileira de Assistência – LBA, permaneceu desenvolvendo serviços assistências por um longo período, sendo extinta no ano de 1995. Como podemos perceber a LBA permaneceu desenvolvendo suas ações até mesmo depois da promulgação da Constituição Federal de 1988, conhecida constituição cidadã. Tal designação em relação à carta magna de 1988 ocorre pelo fato de a mesma ter ampliado os direitos sociais para a população brasileira. 
	Em se tratando dos avanços obtidos no campo social a partir da Constituição Federal de 1988, cabe destacar que tais direitos foram obtidos através de muitas lutas, tendo como um de seus principais protagonistas os movimentos sociais, que almejava a participação de um Estado mais atuante no que corresponde aos enfrentamentos das expressõesda Questão Social, essa que pode ser compreendida como “[...] tudo aquilo que põe em risco a integração da sociedade: a pobreza, a estratificação social, o desemprego, a concentração de poder e renda, entre outros.” (MOREIRA, 2011, p.57). 
Em relação aos direitos sociais instituídos na década de 80, período de redemocratização do país podemos afirmar que “A conjuntura de democratização da sociedade brasileira nos anos 1980 foi favorável a esse avanço [...].” (BARROCO, TERRA, 2012, p. 48). É diante de um momento de efervescência social desencadeado por múltiplos atores sociais na década de 80, que a Constituição cidadã é promulgada trazendo consigo uma abrangência de direitos sociais, instituindo assim o tripé da seguridade social, sendo este composto por: Saúde, Previdência e Assistência Social.
O conceito de seguridade social foi instituído, pela Constituição Federal de 1988, em garantia do direito à saúde, à previdência e à assistência social, considerado fundamental a estabilidade da sociedade democrática. Distinguisse do conceito de seguro social, sinônimo de previdência social, no Brasil. (SIMOES, 2009, p. 95). 
O tripé da seguridade social composto pelas políticas supracitadas visa promover a garantia de direitos para a sociedade brasileira. A saúde a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988 passou a ser concebida como um direito universal, ou seja, todos possuem direito a mesma independente de situação econômica ou social. Já a previdência Social passa a ser disponibilizada para aqueles que realizarem contribuições prévias para que assim possam fazer jus aos benefícios desta política. 
Em relação a assistência social está passa a ser considerada como: “direito do cidadão e dever do Estado, é política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento as necessidades básicas.” (BRASIL, Lei n° 8.742, 1993). 
Diferente da previdência social e da saúde a assistência social passa a ser disponibilizada para aqueles que se encontrarem quadro de vulnerabilidade social. Com a promulgação da carta magna de 1988, como supracitado a assistência social perde seu perfil de caráter filantrópico o qual perdurou durante muito tempo. Segundo Oliveira (2005, p. 25) no que tange a assistência social ao decorrer da história afirma-se que:
Na história da humanidade, a assistência aparece inicialmente como prática de atenção aos pobres, aos doentes, aos miseráveis e aos necessitados, exercida, sobretudo, por grupos religiosos ou filantrópicos. Ela é antes de tudo, um dever de ajuda aos incapazes e destituídos, o que supõe uma concepção de pobreza enquanto algo normal e natural ou fatalidade da vida humana. Isto contribuiu para que, historicamente e durante muito tempo, o direito à Assistência Social fosse substituído por diferentes formas de dominação, marginalização e subalternização da população mais pobre. 
	Diante disto podemos afirmar que a implementação da assistência social na Constituição Federal de 1988, como uma política pública é um avanço significativo, tendo em vista que a mesma passa a ser considerada um direito do cidadão, perdendo assim o caráter assistencialista. Com tal promulgação a assistência social passa a ser responsabilidade do Estado, sendo este o setor que terá primazia em disponibilizar benefícios e serviços sociais para aqueles que se encontram em quadro de vulnerabilidade social. 
	No dia 7 de dezembro de 1993, a assistência social passa a ser regulamenta pela Lei de Nº 8.742, Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), tendo assim por objetivo de acordo com seu art. 2º inciso I:
[...] a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da incidência de riscos, especialmente: a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; b) o amparo às crianças e aos adolescentes carentes;   c) a promoção da integração ao mercado de trabalho; d) a habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; e  e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família;[...]. (BRASIL, LEI Nº 8.742, 1993).
	Apesar dos retrocessos desencadeados na década de 90 devido a ideologia neoliberal a qual prevê a mínima participação do Estado no enfrentamento das mazelas sociais, ainda sim a Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) é instituída, visando assim reverter os quadros de exclusão social desencadeado pelo modo de produção e reprodução capitalista. A LOAS permitiu uma maior maturidade legal aos benefícios e serviços assistenciais, contribuindo assim no reconhecimento de direitos para aqueles que se encontram a margem da sociedade. 
Visando fortalecer ainda mais a assistência social no Brasil é instituída no ano de 2004 a resolução de nº 145, a qual trata da Política Nacional de Assistência Social – PNAS. Tal resolução tem como finalidade promover a defesa dos benefícios e serviços socioassistenciais que são disponibilizados para aqueles que se encontram em quadro de vulnerabilidade social. Por meio da PNAS são desenvolvidas ações que tem por finalidade prevenir, proteger e promover a inserção social dos indivíduos que se encontram em quadro de exclusão social, além disto tal resolução vem trazendo também um conjunto de direitos e segurança no que tange a assistência social. 
Nesse sentido, pode-se afirmar que a implantação da PNAS [...] tem liberado, em todo território nacional, forças políticas que, não sem resistência, disputam direção social da assistência social na perspectiva da justiça e dos direitos que ela deve consagrar, a partir das profundas alterações que propõe nas referências conceituais, na estrutura organizativa e na lógica de gestão e controle das ações na área. (COUTO, ET. AL, 2014, p. 61). 
	É através da PNAS, que fica evidente a necessidade de ampliação e articulação das políticas no processo de enfretamento das expressões sociais. É por meio de políticas como a PNAS, que a política pública de Assistência Social de forma articulada com outras políticas setoriais desenvolve ações que tem por finalidade possibilitar a garantia dos mínimos sociais para aqueles que se encontram as margens da sociedade. 
Em se tratando da Política Nacional de Assistência Social – PNAS, está tem por objetivo:
Prover serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social básica e, ou, especial para famílias, indivíduos e grupos que deles necessitarem. Contribuir com a inclusão e a equidade dos usuários e grupos específicos, ampliando o acesso aos bens e serviços socioassistenciais básicos e especiais, em áreas urbana e rural. Assegurar que as ações no âmbito da assistência social tenham centralidade na família, e que garantam a convivência familiar e comunitária. (BRASIL, 2004, p. 33). 
	Outro instrumento normativo importante no processo e consolidação dos direitos no âmbito da assistência social, é o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), este teve sua gênese no ano de 2005 por meio da implementação da Norma Operacional Básica (NOB/SUAS), a qual foi aprovada pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) – Resolução nº 130 de outubro de 2005. 
O SUAS é constituído por um acordo federativo entre as três estâncias de governo que possuímos: federal, estudais e municipais, tendo assim por finalidade promover uma gestão descentralizada no que corresponde ao financiamento e monitoramento dos benefícios e serviços pertencentes a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS). O SUAS tem como objetivos: 
I - consolidar a gestão compartilhada, o cofinanciamento e a cooperação técnica entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que, de modo articulado, operam a proteção social não contributiva e garantem os direitos dos usuários; II - estabelecer as responsabilidades da União, dos Estados, doDistrito Federal e dos Municípios na organização, regulação, manutenção e expansão das ações de assistência social; III - definir os níveis de gestão, de acordo com estágios de organização da gestão e ofertas de serviços pactuados nacionalmente; IV - orientar-se pelo princípio da unidade e regular, em todo o território nacional, a hierarquia, os vínculos e as responsabilidades quanto à oferta dos serviços, benefícios, programas e projetos de assistência social; V - respeitar as diversidades culturais, étnicas, religiosas, socioeconômicas, políticas e territoriais; VI - reconhecer as especificidades, iniquidades e desigualdades regionais e municipais no planejamento e execução das ações; VII - assegurar a oferta dos serviços, programas, projetos e benefícios da assistência social; VIII - integrar a rede pública e privada, com vínculo ao SUAS, de serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social; IX - implementar a gestão do trabalho e a educação permanente na assistência social; X - estabelecer a gestão integrada de serviços e benefícios; XI - afiançar a vigilância socioassistencial e a garantia de direitos como funções da política de assistência social.(BRASIL, 2012, p. 16). 
	É através do SUAS, que a política de assistência social se organiza, promovendo assim a vigilância socioassistencial, defesa dos direitos e proteção social daqueles que se encontram em processo de exclusão social. Além disso o SUAS se evidencia por ser um sistema de caráter não contributivo, descentralizado e participativo. 
	Visando a prestação de serviços e benefícios sociais para os indivíduos em situação de vulnerabilidade social, temos instituídos pelo SUAS duas modalidades de proteção social: especial e a básica. A proteção de caráter especial tem por finalidade prestar:
[...] atendimento assistencial destinada a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e, ou, psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medidas socioeducativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, entre outras. (BRASIL, 2004, p. 36). 
	O modelo de proteção especial é subdividido em serviços de média e alta complexidade. A média complexidade corresponde aos serviços que são prestados a indivíduos e famílias, que tiveram seus direitos violados, mas que não possuem seus vínculos familiares e comunitários rompidos. No modelo de atenção especial de média complexidade são realizados os seguintes serviços:
[...] serviço de orientação e apoio socio-familiar. Plantão Social. Abordagem de Rua. Cuidado no Domicílio. Serviço de Habilitação e Reabilitação na comunidade das pessoas com deficiência. Medidas socioeducativas em meio-aberto (Prestação de Serviços à Comunidade – PSC e Liberdade Assistida – LA). (BRASIL, 2004, p.38).
	Um dos equipamentos da modalidade de proteção especial, que realiza algumas das ações supracitadas é o Centro de Referência de Assistência Social (CREAS). Segundo Simões (2009, p. 318) o:
[...] CREAS é um equipamento estatal, que preta serviços de proteção social especial de média complexidade, junto a famílias, seus membros e indivíduos, com seus direitos violados; mas cujos vínculos familiares e comunitários ainda não foram rompidos. Neste sentido, requerem maior estruturação técnico-operacional e atenção especializada e mais individualizada ou de acompanhamento sistemático e monitorado. 
	O serviço que direciona as ações realizadas pelo Centro de Referência de Assistência Social (CREAS) é o de Proteção e Atendimento Especializado a Família e indivíduos (PAEFI). Este Serviço visa prestar apoio a indivíduos e famílias que tiveram ou estejam tendo seus direitos violados, ou até mesmo em situação de ameaça. 
Por meio dos direcionamentos feitos pelo PAEFI o CREAS enquanto serviço busca possibilitar a promoção dos direitos, como também a preservação e o fortalecimento dos vínculos comunitários, familiares e sociais. 
Para conseguir viabilizar os direitos sociais para aqueles que se encontram tendo seus direitos violados o CREAS, articula-se com os demais serviços que compõe a rede socioassistencial. O serviço em questão realiza suas ações de forma sistemática, e continuada para que assim consiga atingir seus objetivos em prol do fortalecimento de vínculos. 
3. O CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS) NO PROCESSO DE VIABILIZAÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS.
	Como já mencionado temos duas modalidades de proteção social instituída pelo Sistema Único de Assistência Social (SUAS), já apresentado as considerações em relação ao serviço de proteção especial daremos ênfase a partir de então a proteção social básica, a qual estar incluso o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), sendo este o objeto de estudo deste respectivo trabalho.
	 Diferentemente da proteção social especial, a proteção social básica tem como finalidade prevenir situações de risco por meio dos benefícios e serviços ofertados pelos equipamentos que compõe este modelo de proteção. Tal modelo de proteção se destina aqueles que se encontram em quadro de vulnerabilidade social decorrente da ausência de renda, ausência de serviços públicos, entre outros. No que tange ainda a atenção básica podemos destacar de forma abrangente que a mesma:
[...] preveni situações de risco, por meio do desenvolvimento de potencialidades, com fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Sua função prioritária é a de promover atenção às situações de vulnerabilidade social, decorrentes da pobreza, ausência de renda, acesso precário ou inexistente de serviços públicos; fragilização de vínculos afetivo-relacionais e de pertencimento social (discriminação etárias, étnicas, de gênero ou por necessidades especiais, entre outras); e prevenções de potencial risco pessoal ou social, contribuindo para inclusão social e autonomia das famílias, seus membros e indivíduos, bem como para a redução dos índices de eventos. É operada pelo CRAS, por rede de serviços socioeducativos, pelo BPC e serviços e projetos de inserção economicamente produtiva. (SIMOES, 2009, p. 314). 
	A atenção básica possui um conjunto de serviços, projetos, programas, benefícios. Todos os serviços disponibilizados pela atenção básica são ofertados numa perspectiva inclusiva, e são disponibilizados através da rede socioassistencial e demais serviços públicos, que são reconhecidos constitucionalmente como direitos do cidadão.
	O serviço a qual operacionaliza os benefícios e serviços ofertados pela atenção básica do Sistema único de Assistência Social (SUAS), é o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). O CRAS é o equipamento estatal que promove o desenvolvimento de todos os serviços socioassistenciais, visando assim por meio dos benefícios e serviços possibilitar prevenção e proteção social, principalmente para famílias que se encontram em quadro de vulnerabilidade social. Estes serviços devem ficar localizados em lugares que apresentam um índice elevado de pessoas em situação de vulnerabilidade social, para isto se faz necessário uma análise crítica do território por parte da equipe que visa a implementação deste equipamento estatal.
	No que tange ao Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), podemos compreende-lo de forma mais específica como sendo:
[...] um equipamento estatal de base territorial, localizado em áreas de vulnerabilidade social, abrangendo a um total de até mil famílias, com a finalidade de organizar coordenar e executar os serviços de proteção social básica da política assistencial. Tem como objetivo ser uma referência local de assistência social e concretizar os direitos socioassistenciais, ofertando e coordenando, em rede, as ações que previnam situações de risco social, por meio do desenvolvimento de potencialidades e do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Organiza a vigilância social e sua área de abrangência por meio da produção e sistematização de informações que possibilitem a elaboração de indicadores e índices territorializados,das situações de vulnerabilidade e riscos que incidem sobre pessoas e famílias, nos diferentes ciclos da vida (crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos). (SIMOES, 2009, p. 315). 
	Dentre os serviços ofertados pelos CRAS destaca-se o de Proteção Integral à Família (PAIF) e o Serviço de Convivência Familiar e Fortalecimento de Vínculos (SCFV). O PAIF teve sua gênese a partir do reconhecimento existente das vulnerabilidades e riscos sociais, que atingem as famílias em situação com dificuldades sociais e econômicas. O trabalho realizado pelo PAIF ocorre de forma continuada visando assim fortalecer a proteção as famílias, prevenindo desta maneira a ruptura dos vínculos familiares. As ações realizadas por este programa podem ser de caráter individual ou coletivo. Por meio deste programa:
O CRAS atua com famílias e indivíduos em seu contexto comunitário, visando a orientação e o convívio socio-familiar e comunitário. Neste sentido é responsável pela oferta do Programa de Atenção Integral às Famílias. Na proteção básica, o trabalho com famílias deve considerar novas referências para a compreensão dos diferentes arranjos familiares, superando o reconhecimento de um modelo único baseado na família nuclear, e partindo do suposto de que são funções básicas das famílias: prover a proteção e a socialização dos seus membros; constituir-se como referências morais, de vínculos afetivos e sociais; de identidade grupal, além de ser mediadora das relações dos seus membros com outras instituições sociais e com o Estado. (BRASIL, 2004, p. 35). 
	O PAIF pode ser considerado um dos principais programas que constitui os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), isto porque atua pautado na viabilização dos direitos e fortalecimentos dos vínculos familiares, não considerando apenas como família o modelo tradicional que perdurou durante muito tempo em face de nossa sociedade. A ações desenvolvidas pelo referido programa desperta uma visão ampliada no desenvolvimento das atividades ofertas pelo CRAS. 
Os termos que constitui o PAIF, sendo estes: prevenir, fortalecer e promover, se direciona para um caráter antecipador a situações de vulnerabilidade social e risco social, ou seja, visa atuar antes que as situações se apresentem na vida das famílias e indivíduos. 
Outro serviço ofertado pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), é o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), que também compõe a proteção social básica, tendo por objetivo prevenir a ocorrência de situações de risco social e fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. Este serviço se organiza através de grupos, visando assim ampliar as trocas culturais e de vivências entre os usuários do programa, permitindo assim através destas ações que os indivíduos desenvolvam um sentimento de pertença e de identidade.
	De acordo com a Resolução de nº 01, de 21 de fevereiro de 2013, a qual dispõe sobre o Serviço de Convivência Familiar e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), em seu art. 2º afirma-se que este:
é um serviço de proteção social básica realizado em grupos, organizado a partir de percursos, de modo a garantir aquisições progressivas aos seus usuários, de acordo com seu ciclo de vida, a fim de complementar o trabalho social com famílias e prevenir a ocorrência de situações de vulnerabilidade e risco social. (BRASIL, 2013, p.2 ). 
	O SCFV é pautado na defesa e viabilização dos direitos para os usuários do serviço (CRAS), através das ações realizadas pelo SCFV busca-se desenvolver as potencialidades dos usuários, pautando-se na no alcance da emancipação dos sujeitos e como já destacado no enfrentamento das vulnerabilidades sociais. 
	 Através de serviços como os que foram supracitados é que o CRAS consegue atingir seus objetivos no processo de viabilização dos direitos sociais para aqueles que se encontram a margem da sociedade devido a exclusão social acarretada pelo desenvolvimento capitalista, o qual favorece de forma mais intensa a burguesia. É devido ao processo de exclusão social que o CRAS se torna um importante instrumento no que corresponde a inclusão social, sendo este:
Conforme vimos, a unidade pública estatal, descentralizada da política de assistência social, responsável por organizar a oferta dos serviços de proteção social básica do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), nas áreas de vulnerabilidade e risco social dos municípios. Sua capilaridade nos territórios faz desta unidade a principal porta de entrada do SUAS. (BRASIL, 2010, p. 72). 
	O CRAS conforme supracitado, por ser a porta de entrada dos benefícios socioassistenciais é um dos equipamentos da política de assistência social que possui mais visibilidade pelos usuários algo que se torna importante no processo de reconhecimento de diretos para estes. Apesar dos retrocessos que estamos tendo nas políticas sociais ainda assim a assistência por meio de equipamentos como CRAS vem possibilitando a viabilização de direitos sociais para os que estão a margens da sociedade.
4. MATERIAS E MÉTODOS
Para realização deste respectivo trabalho foi fundamental a leitura de artigos científicos que tratam da temática apresentada, além disso foi realizada a leitura de livros e legislações que contemplam o assunto. Esse tipo de pesquisa realizado se caracteriza como sendo de caráter bibliográfica, de acordo com Gil (2008, p. 50) a pesquisa bibliográfica “[...] é desenvolvida a partir de material já elaborado, construído principalmente de livros e artigos científicos”. Para a construção deste trabalho a pesquisa bibliográfica foi indispensável. 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos expostos podemos perceber que a assistência social em cada contexto histórico se apresentou de uma determinada maneira, passando assim por evoluções até se instituir como política pública na Constituição Federal de 1988, compondo assim o tripé da seguridade social juntamente com a Saúde e a Previdência Social. Diante do que foi apresentado foi possível constatar que o tripé da seguridade social pode ser considerado como uma conquista conjunta da sociedade em que se teve a participação de diversos atores, dentre estes os movimentos sociais. 
É indiscutível as contribuições que a política de assistência social tem no processo de enfrentamento das expressões a questão social. Além disso podemos perceber que a política de assistência social é uma política pública bem consolidada, que através de atos normativos como a Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), consegue por meio de serviços como o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) desenvolver ações sociais importantes para os que se encontram as margens da sociedade. 
Em se tratando especificamente do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) nosso objeto de estudo no processo de viabilização dos direitos sociais, sendo este como descrito no corpo do texto um equipamento da política de assistência social operacionalizado pelo Sistema Único de Assistência Social (SUAS), podemos perceber por meio da amplitude dos benefícios, programas e serviços ofertados por este equipamento que o mesmo pode ser considerado como essencial no enfrentamento das mazelas sociais inerentes do modo de produção e reprodução capitalista, contribuindo desta forma significativamente no processo de viabilização dos direitos sociais para as classes menos favorecidas socialmente, que sofrem com o processo de exclusão social, e que se não fosse por serviços como o CRAS ficariam à mercê das ações sociais sem estrutura, algo que não ocorre devido a existência deste instrumento de transformação social. 
A desigualdade social é inerente das sociedades capitalistas, por isto diante destas, serviços como CRAS, devem ser considerados como prioridades na promoção dos direitos e na consolidação da cidadania. 
REFRÊNCIAS 
BRASIL, Ministério do Desenvolvimento Social. Política Nacional de Assistência Social – PNAS. 2004. 
__________ Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.Norma Operacional Básica – NOB SUAS. 2012. 
__________Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS. Brasília – DF, 1993.
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral – V. Único, 8º - Ed – Saraiva, 2005.
COUTO, Berenice Rojas et al. O sistema Único de Assistência Social no Brasil: uma realidade em movimento. 4. Ed. – São Paulo: Cortez, 2014.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. Ed. – São Paulo: Atlas 2008. 
MOREIRA, J. D. D. Estratégias de redução da pobreza e das desigualdades no Brasil. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento da Universidade Federal do Rio de Janeiro – Instituto de Economia. Rio de Janeiro, 2011.
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