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Farmacologia da tireoide

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Eduarda Gonzalez 
Framacos Antitireoidianos 
 
A regulação do sistema endócrino ocorre através de um feedback negativo 
Endocrinopatia: é uma alteração do sistema endócrino, em uma glândula como a tireoide, uma 
tireoidopatias. Qualquer endocrinopatia se divide patologicamente em duas classificações: 
• Falta do hormônio – Hipotireoidismo 
• Excesso de hormônio - Hipertireoidismo 
A principal causa do hipotireoidismo é uma doença autoimune, devido a uma autoimunidade celular, 
pelo linfócito T autorreativo que leva a doença tireoidite de Hashimoto, que causa a destruição da 
tireoide e consequentemente vai ter um problema na função tireoidiana. É responsável por 90% das 
causas de hipotiroidismo. 
 
A principal causa do hipertireoidismo é a doença de Greves, que também é uma doença autoimune, 
sendo uma doença autoimune humoral, que vai produzir um aumento dos anticorpos que vão levar a 
ativação de maneira crônica da tireoide, produzindo muitos hormônios tireoidianos. Sendo responsável 
por 90% de hipertireoidismo. 
 
O diagnóstico clinico é feito pela palpação da tireoide, para analisar se há um crescimento da glândula, 
além de serem solicitados exames laboratoriais, como a dosagem de TSH, T3 e T4 livre. A identificação 
dessas dosagens desregulada pode identificar se é um hipo/hiper de causa primária ou secundária. 
Causas do Hipotireoidismo: 
Quando há níveis normais ou tem um aumento do TSH, mas tem uma redução do T3 e T4, o problema 
está sendo na síntese desses hormônios tireoidianos, porque o TSH está normal ou pode estar até 
aumentado, assim o problema dessa diminuição do T3 e do T4 está na produção pela glândula tireoide. 
Assim, temos um hipotireoidismo primário, por ser um problema diretamente na tireoide. 
Quando a dosagem dos níveis de T3/T4 e TSH estão reduzidos, temos um caso de um hipotireoidismo 
secundário, porque o problema é oriundo da sinalização da tireoide, ou seja, a redução de TSH vai 
diminuir a concentração de T3 e T4. Esse hipotireoidismo secundário pode ser um problema da hipófise 
(como um tumor), além de poder estar relacionado com uma compressão na região dos tireotrofos, que 
vão liberar menos TSH, caracterizando esse hipotiroidismo de causa secundaria. 
Quando a causa do Hipotireoidismo é secundaria, deve ser feito a identificação do problema, mas se não 
tiver como regular, podemos tratar com a introdução do hormônio que está em falta. No caso do 
hipotireoidismo a terapêutica principal é a Levotiroxina, é o hormônio T4. 
 
• Bioequivalência 
Bioequivalência é quando dois fármacos possuem a mesma biodisponibilidade, mas em alguns casos, 
alguns fármacos não são testados a sua bioequivalência, como no caso do Puran T4 e a levotiroxina. 
Podemos dizer que o Puran T4 tem 90% de biodisponibilidade e a levotiroxina possui apenas 60%, 
assim os fármacos são o hormônio t4, mas eles possuem uma cinética de absorção diferente e isso que 
 Eduarda Gonzalez 
faz com que eles tenham disponibilidades distintas em um tempo, assim, eles não são bioequivalentes. 
Isso significa que se prescrevermos para um paciente o Puran T4, ele vai ter que tomar pelo resto da 
vida esse medicamento, ele não pode mudar para a levotiroxina porque vai mudar a cinética e 
disponibilidade, tendo que alterar doses. Assim, a diferença não é no mecanismo de ação e sim na 
cinética dos fármacos. 
Causas do Hipertireoidismo 
No caso do hipertireoidismo, também deve ser solicitado a dosagem de T3 e de T4, quando observamos 
os resultados, haverá um aumento nessas dosagens, por estar ocorrendo um aumento na produção dos 
hormônios tireoidianos. 
Quando o TSH estiver em níveis normais ou reduzido e o T3 e T4 estiverem aumentados, temos um 
problema de hipertireoidismo devido a uma produção excessiva, ou seja, é um Hipertireoidismo 
primário. 
Quando há um aumento da quantidade de anticorpos é a doença de Graves. 
Se identificarmos que o T3/T4 e TSH estão aumentados, esse TSH aumentado pode ser devido a um 
problema de adenoma hipofisário. Assim, o problema não está diretamente na produção e sim nesse 
estimulo do TSH, que chamamos de hipertireoidismo secundário. 
 
Como o hipertireoidismo é o excesso de produção, a terapêutica deve envolver a diminuição do T3 e do 
T4. 
A terapêutica vai se dividir em A, B e C e como primeira linha de tratamento farmacológica temos a 
utilização das Tionamidas, mas também tem a possibilidade de usar o iodo radioativo. 
A questão do iodo radioativo envolve muito a questão de que a maior prevalência desses problemas de 
hiper e hipotireoidismo envolve mulheres, e esse tratamento com iodo radioativo pode interferir no 
desenvolvimento fetal e até atravessar a barreira placentária, dessa forma, deve ser avaliado se a 
paciente esta gravida ou pretende engravidar, para podermos escolher a melhor terapêutica. 
 
No sistema neuroendócrino temos a região 
da hipófise e do hipotálamo, que vão se 
comunicar a partir da produção do 
hormônio do hipotálamo (TRH) que vai 
estimular a hipófise a produzir TSH 
(hormônio estimulante da tireoide). 
A comunicação entre o hipotálamo e a 
hipófise é uma comunicação portal. 
 
Formação do T3 e do T4 
Na tireoide temos uma região basolateral (contato com sangue) e uma região apical (contato com 
coloide). Na porção basolateral temos um canal simporte de sódio e iodo (NIS), assim o sódio e o iodo 
que estão circulantes vão ser captados pela célula tireoidiana. Quando o sódio entra, o iodo vai 
acompanhar essa entrada, mas esse iodo que entra é um iodo reduzido. 
 Eduarda Gonzalez 
O iodo tem uma afinidade muito grande pela tirosina, e essa tirosina que é produzida na tireoide vai ser 
sintetizada pelo reticulo endoplasmático e quando ele é sintetizado, vai liberar a tiroglobulina (TG). A 
tiroglobulina é uma estrutura com muita tirosina na sua estrutura, mas esse iodo reduzido não 
consegue se ligar a tirosina, porque o iodo só consegue se ligar a tirosina se ele estiver oxidado. Assim, 
é necessário oxidar o iodo para poder se ligar a tirosina. 
Para que ocorra a sua oxidação, o iodo deve entrar na célula e ir em direção ao coloide. Para que esse 
iodo consiga passar do citoplasma para o coloide, ele deve passar pelo canal de pendrina. Essa proteína 
pendrina vai estar localizada na região apical e ao lado da pendrina temos a enzima tireoperoxidase 
(TPO), que vai agir oxidando o iodo, assim o iodo chega ao coloide de forma oxidada. 
 
A tiroglobulina (TG) sai 
do citoplasma e vai em 
direção ao coloide, mas 
ela não vai passar pela 
pendrina nem sofrera 
ação da 
tireoperoxidase. 
Quando a tiroglobulina 
chega ao coloide, ela vai 
ser associada ao iodo 
oxidado, formando um 
mono-iodotirosina 
(MIT), pode ter 
também 2 iodos 
associados a 
tiroglobulina, 
formando o di-
iodotirosina (DIT). 
 
A associação de 1 MIT com um DIT forma o T3 e a associação de dois di-iodotirosina (DIT), vai formar 
o T4. E esse processo de formação no coloide é chamado de organificação do iodo. 
O complexo formado vai sair do coloide em direção ao citoplasma da célula tireoidiana e teremos 
proteases que vão separar o iodo da região da tiroglobulina. No caso de ter um excesso de iodo, vai 
ocorrer uma conversão para o iodo reduzido, e essa conversão ocorre a partir da ação da desiodase do 
tipo 2, que vai pegar o iodo oxidado em excesso e reduzi-lo, realizando esse processo de turnover. 
 
O T3 e T4 vão sair da tireoide e vão cair na circulação sanguínea e na circulação teremos algumas 
proteínas, como a albumina e a proteína ligadora de tiroglobulina (TBG). Os hormônios tireoidianos 
vão se ligar preferencialmente ao TBG. 
No caso de gravidez e inflamação, vai ter um aumento de TBG e esse aumento de TBG vai sinalizar o 
aumento de T3 e de T4, pois no período de gravidez vai aumentar a hidrolise do T4, assim aumenta o 
TBG para evitar essa hidrolise. 
O T3 é muito importante para o desenvolvimento encefálico e ósseo do bebe, tanto quea deficiência de 
T3 causa uma deficiência no recém-nascido, o cretinismo. 
 Eduarda Gonzalez 
O T3 é o hormônio biologicamente ativo, mas o T4 é hormônio que é mais produzido, com cerca de 90% 
da produção sendo de T4. E produzimos mais T4 porque ele é a forma de ser reservado, tem uma meia 
vida maior, sendo mais estável que o T3 e também pelo fato do T4 poder ser convertido em T3 
(conversão periférica T4 em T3). 
 
Ação periférica 
Quando o T4 entra no tecido adiposo, ele é convertido automaticamente em T3, pela conversão 
periférica que ocorre devido a ação da deiodinase tipo 1, que converte o T4 em T3. Esse T3 vai ser 
responsável por ativar a enzima lipase intracelular, e essa lipase intracelular vai levar a um aumento da 
lipólise, portanto há uma perda do tecido adiposo. 
Como ocorre um aumento da lipólise, também vai ocorrer um aumento do 
acido graxo livre e esse ácido graxo vai se associar a glicosaminoglicanos. 
Esses glicosaminoglicanos estão presentes na matriz celular do tecido 
conjuntivo e é o glicosaminoglicano que vai dar a sustentação do tecido, 
assim, quando há a associação do ácido graxo com o glicosaminoglicano, vai 
ocorrer uma clivagem do glicosaminoglicanos, perdendo o tecido de 
sustentação. No olho, essa situação devido a um excesso de T3 vai levar a 
exoftalmia, isto é, a ruptura do tecido ocular dessa região de sustentação, 
desenvolvendo uma saliência anormal do globo ocular (olhos saltados). 
 
Na pele essa situação de excesso de T3, vai desenvolver um aumento muito 
grande dessa lipólise, que consequentemente vai acumular ácido graxo nos 
glicosaminoglicano, levando a um aumento da espessura da pele, 
principalmente na região da tíbia, onde a pele vai lembrar uma casca de 
laranja, por ficar com uma crosta e com uma cor laranjada, onde esse padrão 
clinico é chamado de mixedema pré-tibial. 
 
 
 
No caso do tecido muscular, esse excesso de T3 vai clivar o glicogênio muscular e isso vai fazer com que 
aumente a energia, desenvolvendo aumento de tremores. Esse aumento de energia que causa os 
tremores, na musculatura esquelética, pode sinalizar a região do hipotálamo a aumentar a temperatura, 
causando uma hipertermia. Assim, o paciente vai apresentar tremores constantes. 
No fígado há a conversão do T4 em T3 e nessa conversão, o hormônio tireoidiano vai mobilizar a glicose 
do fígado para o sangue, aumentando a glicemia, por quebrar o glicogênio. Além disso, o T3 pode se 
ligar a células cardíacas ou o próprio T4 pode entrar nas células cardíacas e levar a ativação dessas 
células e a partir disso, vai aumentar a o fluxo de cálcio e o aumento desse influxo vai aumentar a 
contração cardíaca e consequentemente ocorrera um aumento da frequência cardíaca. O aumento da 
FC vai levar a arritmias e taquicardia. 
• Assim, o excesso de T3 pelo hipertireoidismo, pode levar ao aumento de lipólise, então a pessoa 
fica magra, tendo um aspecto de caquexia, exoftalmia, mixedema pré-tibial, hipertermia, 
aumento da glicemia, arritmias cardíacas. 
 Eduarda Gonzalez 
• O T3 que é produzido diretamente da tireoide vai bloquear a hipófise e o T4 vai bloquear 
principalmente o hipotálamo. 
O TSH vai se ligar em receptores de TSH e quando ele se liga, vai estimular o NIS, que vai captar mais 
iodo e desenvolvera um aumento de T3 e de T4. Além disso, o TSH vai permitir o aumento do TPO, assim 
tendo um aumento na captação do iodo e no processo de organificação do iodo. Assim, o THS pode gerar 
uma hipertrofia da glândula tireóidea. 
Quando temos um problema de autoimunidade, como na doença de Graves, vai ter a produção de um 
anticorpo chamado Trab, que é muito semelhante ao TSH e por isso vai se ligar ao receptor de TSH e ao 
se ligar, vai fazer as mesmas funções do TSH, que consequentemente vai aumentar as concentrações de 
T3 e T4. 
Terapêutica 
O tratamento no caso do excesso de TSH é de remover cirurgicamente a glândula neuroendócrina, mas 
se o problema não for na hipófise, se for diretamente na tireoide, a primeira linha terapêutica para o 
Hipertireoidismo é as: 
Tionamidas 
As Tionamidas vão agir inibindo a TPO, como exemplo de Tionamidas temos a Propiltiouracil (TPZ) e a 
Metilmazol (MTZ). Quando elas inibem o TPO, não vai ocorrer a oxidação do iodo, porque ela é a enzima 
que vai oxidar o iodo, assim, não haverá oxidação do iodo e muito menos a organificação do iodo. 
Portanto o TPZ e o MTZ vão atuar diminuindo a produção de T3 e de T4 por diminuir a organificação 
do iodo. 
Em gestantes, deve ser dado apenas o Metilmazol, porque o Propiltiouracil atravessa a barreira 
placentária. Assim, a diferença entre os dois medicamentos é apenas de farmacocinética, não há 
diferença farmacodinâmica. 
O TPZ possui outra função, a de inibir a deiodinase periférica, cortando a conversão do T4 em T3 e por 
isso, o TPZ vai inibir a conversão periférica. 
Se mesmo usando o TPZ e continuar com a FC alta e arritmias devido a ação do T3 e do T4, deve ser 
dado os betas bloqueadores para evitar que a noradrenalina se ligue e aumente a frequência 
cardíaca, assim, vitando as arritmias e também que os hormônios tireoidianos ativem canais de cálcio. 
Betabloqueadores: Propanolol, vai inibir a deiodinase do tipo 1 e por isso vai prevenir a conversão do 
T4 em T3, mas como ele não é seletivo, ele não pode ser usado para asmático porque causa 
broncoconstricção. 
Outros betabloqueadores são o metoprolol (é mais especifico), atenolol (é antagonista seletivo 
relativo). 
 
Iodo Radioativo 
Em caso de pessoas que são refratarias as Tionamidas e que não estão gravidas ou pretendem 
engravidas, pode ser dado como terapêutica o iodo radioativo (Iodo 132). 
Quando o paciente recebe esse iodo, ele vai ser captado pela tireoide e ele vai emitir calor, fazendo com 
que destrua as células tireoidianas pela emissão de calor. 
 Eduarda Gonzalez 
Esse iodo radioativo vai ser usado para evitar uma terapêutica mais invasiva, como a retida da tireoide. 
Hipotireoidismo Iatrogênico 
O uso de Tionamidas, cirurgia ou iodo radioativo, pode acabar desenvolvendo outro tipo de 
hipotireoidismo, pela diminuição excessiva do T3 e do T4, o hipotiroidismo iatrogênico. Esse tipo de 
hipotireoidismo é proveniente da terapêutica. 
Alguns indivíduos que fazem uso de Carbamazepina (anticonvulsivantes) ou neurolépticos para 
tratamento de bipolaridade e esquizofrenia como o carbamato de lítio ou que usam de maneira crônica 
o corticoide, vai diminuir a produção de T3 e de T4, então esses fármacos podem induzir o 
hipotireoidismo. 
O Lugol pode causar esse hipotireoidismo iatrogênico porque há um uso indevido do lugol, onde 
pessoas que não possuem deficiência usam e por isso pode desenvolver essa situação. 
Wolff Chakioff 
Quando há um aumento discreto da concentração do iodo, pode desenvolver um aumento da captação 
do iodo e consequentemente aumentar a organificação do iodo, podendo aumentar a produção de T3 e 
T4 gerando um hipertireoidismo. 
Quando há um aumento excessivo do iodo, vai inibir a captação e isso faz com que diminua a produção 
do T3 e do T4, causando o hipotireoidismo. 
Esse é um fenômeno fisiológico que permite a regulação da produção do T3 e do T4 através do iodo 
circulante. A amiodarona é um antiarrítmico de classe 3, que possui iodo na sua composição e ele age 
na contração cardíaca. Assim, a concentração um pouco alta de Amiodarona pode causar 
hipertireoidismo e se for uma concentração muito alta, pode gerar o hipotireoidismo e é justamente por 
isso que os efeitos colaterais desse medicamento é hiper/hipo tireoidismo.

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