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Doenças da tireoide - Fisiologia: O iodeto é ingerido a partir de sua adição no sal e ingestão. A partir disso, ele é absorvido pelo trato gastrointestinal e distribuído pelo líquido extracelular. O iodo circulante é transportado para o tireócito por um simporte sódio-iodo. Já dentro, o iodo vai sofrer oxidação e essa reação vai ser catalisada, ou seja, aumentar a velocidade pela tireoide peroxidase. O que vai ser gerado se ligará aos resíduos de tiroglobulina, formando a monoiodotirosina e a di-iodotirosina (processo conhecido como organificação). Essa tireoperoxidase também catalisará o acoplamento da monoiodotirosina e di-iodotirosina e formando o T3 e T4. Após a proteólise da tireoglobulina, o T3 e T4 são secretados na corrente sanguínea. Mesmo o T4 sendo produzido em maior escala, o que vai ser mais necessário é o T3, por isso que a enzima desioxidade vai retirar uma molécula de iodo do T4 e converter para T3. - Controle da função tireoidiana: Tudo começa no SNC, no hipotálamo, que produz o TRH (hormônio liberador de tireotropina), que vai para a hipófise se ligar em receptores para estimular a síntese de TSH (tireotropina). Quando esse hormônio é sintetizado, ele vai para corrente sanguínea e segue para tireoide afim de se ligar em seu receptor que está presente nos tireócitos para estimular a síntese dos hormônios tireoidianos. Caso os níveis de T3 e T4 estejam acima do necessário, eles mandam um feedback negativo a nível hipotalâmico para diminuir a síntese de TRH e TSH. - Efeitos dos hormônios tireoidianos no organismo: Seu excesso faz uma aceleração do metabolismo basal, pois o T3 é capaz de provocar o aumento da produção dos receptores beta-adrenérgicos (ligado pela adrenalina). Esse aumento de receptores acaba aumentando a superfície de ligação da adrenalina, o que faz induzir um metabolismo mais acelerado. (DECORREM DO AUMENTO DE T3) - Insônia - Perda de peso - Taquicardia - Hipertensão - Tremores de extremidade - Sudorese (DECORREM DA DIMINUIÇÃO DO T3) - Sonolência - Ganho de peso - Bradicardia - Hipertensão - Pele seca e áspera - Acometimento da tireoide: 1)Funcionais (aumento ou diminuição dos hormônios) 2)Inflamatórios (tireoidites) 3)Anatômicos (aumento da glândula; BÓCIO) 4)Neoplásicos (carcinoma indiferenciado da tireoide) - Diagnóstico: Exames laboratoriais para avaliar função tireoidiana – TSH e T4 livre. Isso porque o T4 existe na forma solta no plasma e ligado nas proteínas plasmáticas (albumina, TDG - globulina ligadora de tiroxina e transtirretina). O T4 que está ligado a essas proteínas não exercem função biológica na tireoide. O T4 livre vai servir para dizer se está aumentado (hipertireoidismo) e diminuído (hipotireoidismo). Já o TSH vai servir para saber se a doença é primaria, ou seja, na tireoide, ou secundaria, no hipotálamo-hipófise. - Causas: 1) HIPOTIREOIDISMO: A principal causa em outros países é a deficiência de iodo (bócio endêmico), já no Brasil e em países desenvolvidos, a principal causa é a tireoidite de Hashimoto (doença autoimune). Algum fator agressor que age na hipófise e faz com que ela diminua hormônios tireoidianos. A tireoidite de Hashimoto produz autoanticorpos que agride o próprio organismo. Essa tireoidite é mediada por linfócitos e esses linfócitos começam a inflamar ao redor do folículo tireoidiano e essa agressão progride. Quais são os autoanticorpos envolvidos na tireoidite de Hashimoto? Anti-TPO, TRAB, anti-tireoglobulina. Podem acometer nas doenças da tireoide, sendo elas, a TH (mais comum o anti-TPO) e doença de Graves (mais comum TRAB). TPO – tireoperoxidase, é uma enzima que está dentro do folículo tireoidiano e catalisa as reações que produzem os hormônios da tireoide. Se há uma substância que bloqueia (anti-TPO) essa enzima, a produção desses hormônios vai ser diminuídos. Já o TRAB ou anti-TSH vai ocupar o mesmo receptor que o TSH ocupa. Sua estrutura é parecida com a do TSH, e quando se liga, a tireoide pensa que é o TSH que está se ligando e acaba estimulando hormônios tireoidianos (T3). Índice de captação de iodo reativo: ---- ----- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- Outras causas que podem destruir a tireoide. Nos casos de doenças inflamatórias, ou seja, vai inflamar a tireoide, destruir o folículo e depois não vai mais produzir hormônio tireoidiano. Causa iatrogênica (após conduta médica). Exemplo de câncer de tireoide, onde o médico faz uma tireoidectomia total, deixando o paciente com hipotireoidismo. - Tratamento para hipotireoidismo: Reposição hormonal de T4, pois possui maior meia vida. *** Sempre em jejum e pela manhã, pois se der a noite o paciente vai relatar insônia devido ao aumento do metabolismo. Já sua indicação em ser administrada em jejum é pelo fato de sua absorção ser maior em meio ácido. Importante lembrar que deve ser tomado antes de uma dose de inibidor de bomba de prótons para que o meio não seja alcalinizado. *** Além disso, tratar a causa. Ter cautela com pacientes idosos, cardiopatas e com múltiplas comorbidades, isso para não descompensar uma doença de base. Lembrar que se começar com doses altas, a ação adrenérgica também aumentará e pode acabar exigindo muito da carga elétrica cardíaca e progredir para uma piora do caso e até promover um infarto. Por isso que que a dose deve ser menor para iniciar. Precisa dosar TSH após 6 meses para comunicar se precisa aumentar ou diminuir a dose de levotiroxina. 2)HIPERTIREOIDISMO: A principal causa é a doença de Graves, caracterizada por uma tireoxicose. O TSH, ou no caso da doença de Graves o anti-TSH, vai aumentar o tamanho da tireoide (bócio) além disso, aumenta a vascularização da glândula (ausculta de sopro) e até mesmo o frêmito também é característica. Outro achado é a oftalmopatia, que acontece devido um processo inflamatório na musculatura extrínsecos do olho e na gordura atras do olho (retrobulbar). Por isso que há essa protusa do globo ocular bilateral, pois lembra que a inflamação sistêmica. ***Não responde ao tratamento do hipertireoidismo, pois não responde. O que pode ser feito é administrado corticoides para diminuição de inflamação.*** Há também a dermopatia devido ao acúmulo de proteoglicanos, polissacarídeo nas extremidades, principalmente nas pernas. Conhecido como mixedema pré-tibial. - Tratamento do hipertireoidismo: É preciso inibir a síntese hormonal. “Tioamidas” 1)Metimazol Indicado como primeira escolha (EXCETO na gestação de primeiro trimestre). 2)Propiltiouracil (PTU) Em pacientes gestantes no primeiro trimestre, a preferência é o PTU, pois ultrapassa menos a barreira placentária Radioablação: tomar dose alta de iodo radioativo, esse iodo vai ser captado pela tireoide e vai destruir os folículos tireoidianos, gerando sobrecarga. Isso pode tornar o paciente com hipotireoidismo, mas é mais fácil repor hormônio do que bloquear a produção excessiva dele.
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