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OBJETO DO DIREITO AMBIENTAL E O CONCEITO JURÍDICO DE MEIO AMBIENTE

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OBJETO DO DIREITO AMBIENTAL E O CONCEITO JURÍDICO DE MEIO AMBIENTE 
1. CONCEITO JURÍDICO DE MEIO AMBIENTE
O conceito legal de meio ambiente, inserido pela Lei 6.938/81 em seu artigo 3º, I, é: “conjunto de bens, influencias e interações de ordem físicas, químicas e biológicas, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
1.1 As concepções “restritiva” e “ampla” do bem jurídico ambiental
Ambiente, é o conjunto dos sistemas físicos, químicos, biológicos e suas relações e dos fatores econômicos, sociais e culturais com efeito direto ou indireto, mediato ou imediato, sobre os seres vivos e a qualidade de vida do homem.
1.2-A opção do legislador (constitucional e infraconstitucional) brasileiro
· A definição legal brasileira de meio ambiente foi fortemente influenciada pelo direito anglo-saxônico, precisamente pelo direito norte-americano. Trata-se de uma definição geral que goza de uma abrangência excepcional, englobando, além da fauna, flora e solo, águas, ar, clima, também os aspectos paisagísticos e o meio ambiente criado pelo ser humano em âmbito cultural, econômico e social”. De modo a ancorar normativamente tal entendimento, destaca-se o conceito de meio ambiente trazido pelo art. 3º, I, da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81), ao dispor que ele configura-se como “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
1.3 As dimensões (natural e humana) do bem jurídico ambiental ou ecológico
· Verifica-se a adoção de uma concepção ampla do bem jurídico ambiental, de modo que a conformação do seu conteúdo se dá a partir da integração entre o meio ambiente natural e o meio ambiente humano (ou social).
· O primeiro recorte conceitual necessário para tal abordagem, tendo como parâmetro os dois grandes subgrupos do bem jurídico ambiental, diz respeito à distinção entre os elementos naturais e os elementos humanos (ou sociais), ou seja, que tem na sua formação a intervenção humana, por exemplo, o patrimônio histórico e cultural, a ordem urbanística, entre outros. O fundamento para a distinção entre tais elementos reside na existência ou não da intervenção humana na caracterização de determinado elemento ambiental. 
1.3.1 Meio ambiente natural
· O meio ambiente natural é composto por todos os elementos bióticos (fauna, flora etc.) e abióticos (ar, terra, água, minerais etc.) que se encontram originalmente na Natureza, ou seja, independentemente de qualquer intervenção humana no meio ambiente natural.
· Há diversos diplomas legislativos que abordam a proteção dos elementos que integram o meio ambiente natural. O próprio texto constitucional, em diversas passagens, trata da matéria, por exemplo, quando dispõe sobre a preservação e restauração dos “processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas” (art. 225, § 1º, I), o dever do Estado de “proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade” (art. 225, § 1º, VII), bem como quando reconhece a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira como patrimônio nacional (art. 225, § 4º).
1.3.2 Meio ambiente humano (ou social)
· O meio ambiente urbano (ou construído), por sua vez, é uma dimensão do meio ambiente humano (ou social). O meio ambiente urbano é talvez o melhor exemplo para caracterizar a intervenção humana no meio natural.
· Todo o cenário urbano, independentemente de qualquer juízo de valor sobre a sua beleza arquitetônica ou não, é resultado da construção humana. Por óbvio que não nos referimos às áreas naturais preservadas dentro do espaço urbano (parques, florestas) ou mesmo rios que eventualmente têm o seu curso circundado pela cidade. O meio ambiente urbano é integrado pelos prédios, ruas, equipamentos públicos, pontes, projetos arquitetônicos, entre outros elementos artificiais, que caracterizam a paisagem urbana e são, acima de tudo, resultado na intervenção humana, ou seja, são os elementos artificiais criados ou construídos pelo ser humano, em contraste com os elementos originalmente naturais.
· O Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001), de modo similar, veicula fundamentos importantes para a configuração dos contornos normativos do meio ambiente urbano, uma vez que consagra como objetivo da política urbana, ao regulamentar os arts. 182 e 183 da CF/1988, a construção de cidades sustentáveis (art. 2º, I), ou seja, um meio ambiente urbano com qualidade, equilíbrio e segurança ambiental. Em sintonia com tal ideal, o art. 1º, parágrafo único, certifica que o diploma legislativo em questão “estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental”. 
1.3.2.1-Meio ambiente cultural (patrimônio histórico, cultural, turístico, arqueológico e paisagístico)
· O meio ambiente cultural, como dimensão do meio ambiente humano, alberga todo o patrimônio histórico, artístico, paisagístico e arqueológico. Os bens ambientais culturais, conforme assinala José de S. Cunhal Sendim, não constituem “realidades sistêmicas integrantes da Natureza, mas sim de realidades culturais”.
1.3.2.2- Meio ambiente do trabalho
· O meio ambiente do trabalho é outra dimensão do meio ambiente humano (ou social). Em regra, podem ser reconduzidas a tal conceito as condições ambientais dos locais de trabalho, especialmente em vista de assegurar aos trabalhadores condições de qualidade, salubridade e segurança ambiental.
2- A AUTONOMIA DO DIREITO AMBIENTAL: O RECONHECIMENTO DE UMA NOVA DISCIPLINA JURÍDICA
2.1 A natureza (pública) do Direito Ambiental
· O Direito Ambiental, no regime das disciplinas jurídicas, situa-se no campo do Direito Público. Isso pode ser facilmente compreendido a partir do próprio texto constitucional, ao dispor, no caput do art. 225 da CF/1988, ser o meio ambiente “bem de uso comum do povo”. A norma constitucional-ambiental (em especial, o § 1º do art. 225) também consagra o papel determinante do Estado, sob a forma de deveres de proteção, na tutela e promoção do bem jurídico ambiental, além, é claro, de reconhecer a natureza de direito fundamental ao direito ao meio ambiente.
· A autonomia do Direito Ambiental: o reconhecimento de uma nova disciplina jurídica
· A autonomia do Direito Ambiental, sob a feição de uma nova disciplina jurídica, tal como, por exemplo, o Direito Penal, o Direito Civil ou o Direito Constitucional, passou a ser reconhecida mais recentemente, dada a própria “novidade” – desde a década de 1970 – que o Direito “Verde” representa no cenário jurídico contemporâneo, preocupando-se, por exemplo, não apenas com a proteção dos interesses e direitos das presentes gerações, mas também das futuras gerações, como reconhecido expressamente no caput do art. 225 da CF/1988. Na sua essência, o reconhecimento da sua autonomia, conforme assinala Michel Prieur, resulta, entre outros aspectos, da existência de um corpo específico de regras concretizadas no plano formal (legislativo). No contexto brasileiro, a sistematização da proteção jurídica ambiental começou a dar seus primeiros passos com a edição da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81), como referido anteriormente. 
2.3 A natureza transdisciplinar do Direito Ambiental
· O Direito Ambiental possui uma natureza transdisciplinar, interagindo de modo transversal no cenário científico (Querschnittsrecht), tanto do ponto de vista interno (no âmbito do sistema jurídico) quanto externo (no tocante à sua interação com as demais áreas do conhecimento humano, por exemplo, a filosofia, a sociologia, a economia, a ecologia e as ciências naturais em geral etc.).
·  A transversalidade inerente ao Direito Ambiental significa que ele “penetra os diferentes ramos do direito positivo fazendo com que todos, indiferentementede suas bases teleológicas, assumam a preocupação com a proteção do meio ambiente”. A nosso ver, o Direito Ambiental não apenas atua de modo transversal em relação às demais disciplinas jurídicas, mas também estabelece um canal de diálogo aberto para além do espectro jurídico, dilatando as fronteiras do saber jurídico para além dos seus marcos tradicionais. 
 Adyla Rocha

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