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DIREITO DAS SUCESSÕES
Prof. Ricardo Ligiera
AULA 
• Sucessão legítima
SUCESSÃO LEGÍTIMA
Sucessão legítima é aquela pela qual a
herança é transmitida de acordo com
a ordem de vocação hereditária
estabelecida pelo Código Civil, que
regula a sucessão de descendentes,
ascendentes, cônjuge ou companheiro
e parentes colaterais.
ORDEM DE VOCAÇÃO HEREDITÁRIA
Trata-se de uma sequência preferencial das
pessoas que são chamadas para suceder o
falecido.
ORDEM NO CC/1916
No Código Civil de 1916, a ordem de vocação
hereditária era composta por quatro classes fixas
de herdeiros, sendo cada uma delas excludente
das seguintes.
CC/1916
Art. 1.603. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
I - Aos descendentes.
II - Aos ascendentes.
III - Ao cônjuge sobrevivente.
IV - Aos colaterais.
V - Aos Estados, ao Distrito Federal ou a União.
ORDEM NO CC/2002
O Código de 2002 flexibilizou a ordem de vocação
hereditária e permitiu que o cônjuge ocupe
eventualmente a primeira ou a segunda classe de
herdeiros, recebendo parte da propriedade dos bens em
concorrência com os descendentes ou os ascendentes do
falecido.
(Com isso, as duas primeiras classes deixaram de ser
absolutamente excludentes da terceira, como eram no
passado. )
CC/2002
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo
se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no
da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no
regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado
bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.
CC/2002
Art. 1.833. Entre os descendentes, os em grau mais
próximo excluem os mais remotos, salvo o direito de
representação.
PROXIMIDADE DE GRAU
“DE CUJUS”
FILHO
VIVO
NETO
BISNETO
FILHO 
VIVO
NETO
BISNETO
CC/2002
Art. 1.833. Entre os descendentes, os em grau mais
próximo excluem os mais remotos, salvo o direito de
representação.
DIREITO DE REPRESENTAÇÃO
“DE CUJUS”
FILHO
PREMORTO
NETO
FILHO 
VIVO
NETO
DIREITO DE REPRESENTAÇÃO
“DE CUJUS”
FILHO
PREMORTO
NETO NETO
FILHO 
VIVO
CLASSE DESCENDENTE
“DE CUJUS”
FILHO 
PREMORTO
NETO
BISNETO
FILHO
PREMORTO 
NETO
PREMORTO
BISNETO
CC/2002
Art. 1.834. Os descendentes da mesma classe têm os
mesmos direitos à sucessão de seus ascendentes.
DESCENDENTES DE MESMO GRAU
“DE CUJUS”
FILHO PREMORTO
NETO NETO
FILHO PREMORTO
NETO
CC/2002
Art. 1.835. Na linha descendente, os
filhos sucedem por cabeça, e os outros
descendentes, por cabeça ou por
estirpe, conforme se achem ou não no
mesmo grau.
DESCENDENTES DE MESMO GRAU
“DE CUJUS”
FILHO FILHO 
CC/2002
Art. 1.835. Na linha descendente, os
filhos sucedem por cabeça, e os outros
descendentes, por cabeça ou por
estirpe, conforme se achem ou não no
mesmo grau.
DESCENDENTES DE 2.º GRAU
“DE CUJUS”
FILHA
PREMORTA
NETO NETO
FILHO 
PREMORTO
NETO NETO NETO
CC/2002
Art. 1.835. Na linha descendente, os
filhos sucedem por cabeça, e os outros
descendentes, por cabeça ou por
estirpe, conforme se achem ou não no
mesmo grau.
DESCENDENTES DE GRAUS DIVERSOS
“DE CUJUS”
FILHO
NETO NETO
FILHO 
PREMORTO
NETO NETO NETO
DIREITO DAS SUCESSÕES
Prof. Ricardo Ligiera
• Sucessão do 
cônjuge
MEAÇÃO NÃO É HERANÇA
Na sucessão do cônjuge, é importante não
confundir herança com meação: herança
corresponde aos bens do falecido, que são
transmitidos ao cônjuge viúvo em decorrência
da morte; meação é aquilo que pertence ao
cônjuge, em virtude do regime de bens adotado
no casamento.
CONCORRÊNCIA DO CÔNJUGE COM OS 
DESCENDENTES
De acordo com a parte inicial do inciso I do art. 1.829,
a sucessão legítima defere-se “aos descendentes, em
concorrência com o cônjuge sobrevivente”.
Ao nos depararmos com esse dispositivo, poderíamos
supor, apressadamente, que o cônjuge sempre
herdará em conjunto com os descendentes. Na
verdade, porém, isso não ocorre. Tudo dependerá do
regime de bens.
1)HERDA?
2)DO QUÊ?
3)QUANTO?
3 PERGUNTAS DA
SUCESSÃO DO CÔNJUGE
CC/2002
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo
se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no
da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no
regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado
bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.
CC/2002
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo
se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no
da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no
regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado
bens particulares;
Herda nos regimes não mencionados:
• Participação final nos aquestos
• Separação convencional
• Comunhão parcial com bens particulares
REGIME DA COMUNHÃO UNIVERSAL
Morte do marido.
Esposa viúva.
Dois filhos do casal.
Bens comuns: 600 mil.
EXERCÍCIO
REGIME DA SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA
Morte do marido.
Esposa viúva.
Dois filhos do casal.
Bens comuns: 600 mil.
EXERCÍCIO
REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL
SEM BENS PARTICULARES 
Morte do marido.
Esposa viúva.
Dois filhos do casal.
Bens comuns: 600 mil.
EXERCÍCIO
1)HERDA?
2)DO QUÊ?
3)QUANTO?
3 PERGUNTAS DA
SUCESSÃO DO CÔNJUGE
(PARA VERIFICAR O QUE CONSTITUIRÁ A HERANÇA DO CÔNJUGE)
DICAS IMPORTANTES
1. Identificar e separar o patrimônio comum e o particular;
2. Identificar e separar a eventual meação do cônjuge;
3. Dividir a herança deixada pelo falecido:
I. Herança dos bens comuns para os descendentes;
II. Herança dos bens particulares entre todos.
REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL 
APENAS COM BENS PARTICULARES
Morte do marido.
Esposa viúva.
Dois filhos do casal.
Bens particulares do marido: 600 mil.
EXERCÍCIO
REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL 
SEM BENS PARTICULARES
Morte do marido.
Esposa viúva.
Dois filhos do casal.
Bens do casal: 600 mil.
EXERCÍCIO
REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL 
COM BENS COMUNS E BENS PARTICULARES
Morte do marido.
Esposa viúva.
Dois filhos do casal.
Apartamento do casal: 300 mil.
Casa do marido: 300 mil.
EXERCÍCIO
REGIME DA SEPARAÇÃO DE BENS
1. Deve o cônjuge herdar no regime de
separação convencional?
2. Por que não herda no regime da separação
obrigatória?
3. Aplica-se ainda a Súmula 377 STF?
NO REGIME DA SEPARAÇÃO CONVENCIONAL DE BENS
O CÔNJUGE NÃO CONCORRE COM OS DESCENDENTES:
“A obrigatoriedade da separação de bens é uma
consequência necessária do pacto concluído pelos
nubentes, não sendo a expressão ‘separação obrigatória’
aplicável somente nos casos relacionados no parágrafo
único do art. 1.641. [...] Se, no entanto, apesar da
argumentação por mim aqui desenvolvida, ainda persistir
dúvida sobre o inc. I do art. 1.828, o remédio será emendá-lo,
eliminando o adjetivo ‘obrigatóra’.”
(Miguel Reale)
CONTROVÉRSIA: 1.ª CORRENTE
NO REGIME DA SEPARAÇÃO CONVENCIONAL DE BENS
O CÔNJUGE CONCORRE COM OS DESCENDENTES:
“[...] se o articulista entende que deverá haver uma alteração
legislativa para deixar claro que o cônjuge casado no
regime da separação convencional de bens não é herdeiro
necessário, no é lícito concluir que enquanto não ocorrer a
alteração por ele proposta o cônjuge que convolou núpcias
no regime da separação convencional de bens é sim
herdeiro necessário.”
(Carlos Alberto Dabus Maluf)
CONTROVÉRSIA: 2.ª CORRENTE
Enunciado 270 da III Jornada de Direito Civil
O art. 1.829, inc. I, só assegura ao cônjuge sobrevivente o direito
de concorrência com os descendentes do autor da herança
quando casados no regime da separação convencional de
bens ou, se casados nos regimes da comunhão parcialou
participação final nos aqüestos, o falecido possuísse bens
particulares, hipóteses em que a concorrência se restringe a
tais bens, devendo os bens comuns (meação) ser partilhados
exclusivamente entre os descendentes.
1)HERDA?
2)DO QUÊ?
3)QUANTO?
3 PERGUNTAS DA
SUCESSÃO DO CÔNJUGE
DA SUCESSÃO DO CÔNJUGE SOBREVIVENTE
Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes
(art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão
igual ao dos que sucederem por cabeça, não
podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da
herança, se for ascendente dos herdeiros com que
concorrer.
DA SUCESSÃO DO CÔNJUGE SOBREVIVENTE
Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes
(art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão
igual ao dos que sucederem por cabeça, não
podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da
herança, se for ascendente dos herdeiros com que
concorrer.
DA SUCESSÃO DO CÔNJUGE SOBREVIVENTE
Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes
(art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão
igual ao dos que sucederem por cabeça, não
podendo a sua quota ser inferior à quarta parte
da herança, se for ascendente dos herdeiros
com que concorrer.
REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL 
(APENAS COM BENS PARTICULARES)
NA HIPÓTESE DE FILHOS COMUNS
Morte do marido.
Esposa viúva.
Cinco filhos do casal.
Bens particulares do marido: 600 mil.
EXERCÍCIO
REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL 
(APENAS COM BENS PARTICULARES)
NA HIPÓTESE DE FILHOS EXCLUSIVOS
Morte do marido.
Esposa viúva.
Cinco filhos exclusivos do falecido.
Bens particulares do marido: 600 mil.
EXERCÍCIO
REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL 
(APENAS COM BENS PARTICULARES)
NA HIPÓTESE HÍBRIDA
Morte do marido.
Esposa viúva.
Cinco filhos: três exclusivos, dois do casal.
Bens particulares do marido: 600 mil.
EXERCÍCIO
Obrigado
E até a próxima aula!

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