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PÁGINA 36 INSTRUMENTOS ENDODÔNTICOS PATRÍCIA GUERRA PEIXE GONÇALVES | RHAYSSA KAREN MARQUES DE MELO CAPÍTULO 3 O conhecimento das características dos instrumentais a serem utilizados na prática endodôntica possibilita ao aluno/profissional a atendimento coerente e ágil, selecionando-os de acordo com a etapa clínica do procedimento. Disporemos neste capítulo os instrumentos utilizados na prática laboratorial e clínica do UNIPÊ de acordo com a etapa operatória. MATERIAIS E INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA ETAPA DE ACESSO CORONÁRIO O diagnóstico e a indicação de tratamento endodôntico devem ser realizados por meio de kit clínico composto por bandeja, pinça, sonda no 5 e espelho plano no 5 (Figura 1), e métodos complementares. No início do procedimento endodôntico, a anestesia se faz necessária na maioria dos casos, usando seringa carpule (Figura 1), anestésico e agulhas curtas ou longas. O acesso coronário é composto pela fase de abertura coronária e pelo refinamento do preparo. A abertura coronária é realizada por ponta diamantada esférica (Figura 2A) e broca carbide esférica (Figura 2B) para alta rotação, de haste curta ou longa. Na fase de refinamento, as brocas a serem usadas: Endo Z ou ponta diamantada no 3083 (Figura2C). PÁGINA 37 Figura 1: Bandeja metálica com kit clínico e seringa carpule. Figura 2: Brocas e Pontas diamantadas usadas no acesso coronário. MATERIAIS E INSTRUMENTOS UTILIZADOS NO ISOLAMENTO ABSOLUTO E NA LOCALIZAÇÃO DOS CANAIS Ao término do acesso coronário, o isolamento absoluto deve ser realizado. Para este procedimento, os instrumentos usados são: o arco de Ostby (Figura 3A) ou arco dobrável (figura 3B); grampos para incisivos, pré- molares e molares (Figuras 4A, 4B E 4C); perfurador de Ainsworth, parte ativa com 5 furos, com função de furar o lençol de borracha de acordo com o diâmetro do dente (Figura 5); e a pinça porta-grampo de Palmer (Figura 6A) e de Brewer (Figura 6B), com função de levar o grampo ou conjunto grampo, lençol de borracha e arco ao dente. PÁGINA 38 Figuras 3 e 4: Instrumentos para isolamento absoluto: figura 3A – Arco de Ostby, figura 3B – Arco dobrável, figura 4A – Grampos para incisivos (210, 211e 212), figura 4B – Grampos para pré-molares (0, 206 e 208), e figura 4C – Grampos para molares (200, 202, W8A e 26). Figuras 5 e 6:Instrumentos para isolamento absoluto: figura 5A – Perfurador de Ainsworth, figura 6A – Pinça porta-grampo de Palmer, e figura 6B – Pinça porta-grampo de Brewer. PÁGINA 39 A remoção de calcificações pulpares, localização dos condutos e a permanência dos mesmos visíveis é obtida pela sonda exploradora reta, item que deve fazer parte da bandeja para atendimento endodôntico (Figura 7). Figura 7: Sonda exploradora reta. MATERIAIS E INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA ETAPA DO PREPARO QUÍMICO- MECÂNICO Os instrumentos endodônticos agem nesta etapa como agentes mecânicos, tendo ação direta nas paredes do canal radicular. São utilizados para explorar, remover matéria orgânica e ajudar no saneamento e preparo do sistema de canais radiculares. Conhecer as características de cada instrumento, permite que o aluno/profissional possa selecionar corretamente os instrumentos que serão usados de acordo com o caso. Sobre a classificação dos instrumentos, observe a Tabela 1. Tabela 1: Classificação dos instrumentos endodônticos de acordo com o desenho, secção, tipo de acionamento e fabricação. Forma do Instrumento Desenho do Instrumento Tipo de Acionamento Fabricação Farpado Manual Usinagem Tipo K Manual ou Mecanizado Torção ou Usinagem Hedstrom Manual Usinagem Especiais Mecanizado Usinagem PÁGINA 40 Os instrumentos endodônticos apresentam partes diferentes, estas são denominadas: 1 – Cabo 2 – Haste de Fixação 3 – Corpo 4 – Intermediário 5 – Parte de Corte ou de Trabalho 6 – Ponta As dimensões dos instrumentos são categorizadas através do comprimento, diâmetro e conicidade. Os instrumentos padronizados obedecem a norma ISO 3630-1, que estabelece o comprimento variando entre 21, 25 e 31 mm na extensão do corpo do instrumento. A parte ativa do instrumento (parte de corte ou trabalho) tem medida fixa de 16 mm, variando o tamanho do intermediário. Normalmente são divididos em 4 séries (Tabela 2): especial (06, 08, 10), 1ª série (15, 20, 25, 30, 35, 40), 2ª série (45, 50, 55, 60, 70, 80) e 3ª série (90, 100, 110, 120, 130, 140). O diâmetro da ponta é denominado D0, e junto ao intermediário, D16. Em D0 os instrumentos podem apresentar desde 0,06 a 1,40 mm, por serem instrumentos padronizados, há uma tolerância no aumento do diâmetro a cada milímetro ao longo da parte de trabalho, sendo tolerado o aumento de 0,02 mm dos instrumentos de número 06 ao 60, e do 70 ao 140, tolerância de 0,04mm (Tabela 2). PÁGINA 41 Tabela 2: Instrumentos endodônticos padronizados. Os usos de instrumentos especiais também estão presentas no preparo mecânico do canal. Os formatos variam, bem como o tipo de liga, haste de fixação ou cabo, tamanho, conicidade (Figura 8). Figura 8: Instrumentos especiais – 8A: Gates Glidden (do número 1 ao 6]; 8B: Largo (do número 1 ao 6); 8C: Protaper Manual; e 8D: Protaper Rotatória. São recomendados para o preparo químico-mecânico instrumentos tipo K e Protaper manual (figura 9) na clínica-escola, porém há diversos sistemas de instrumentos, na sua maioria mecanizado, sendo acionado a motor (Tabela 3 e 4). PÁGINA 42 Figura 9: Protaper manual: Instrumentos modeladores Sx, S1 e S2; Instrumentos para acabamento F1 ao F5. Note que o comprimento do Sx é menor (19mm) em relação aos outros (25mm). Tabela 3: Instrumentos com padronização ISO: Tipo de liga, apresentação comercial, secção transversal, padronização, tamanhos e indicação. PÁGINA 43 Tabela 4: Instrumentos especiais: Tipo de liga, apresentação comercial, padronização, tamanhos e indicação. PÁGINA 44 Além dos instrumentos endodônticos, nesta etapa operatória são utilizados: caixa perfurada com o objetivo de organizar os instrumentos; réguas: plástica e milimetrada (simples e calibradora); para o sistema de irrigação e aspiração, cânula de sucção, seringa e agulhas para irrigação; e o tamborel, para colocar as limas que estão em uso. Materiais usados na etapa do preparo químico mecânico. Figura 9A e 9B – Caixa perfurada para organização dos instrumentos; Figura 10A – Régua Plástica para medição do dente na radiografia; Figura 10B e 10C – Régua milimetrada simples e calibradora; Sistema de irrigação e aspiração – figura 11 – cânula de sucção, Figura 12 e 13 – agulha e seringa para irrigação; e Figura 14 – tamborel. PÁGINA 45 INSTRUMENTO UTILIZADO PARA MEDICAÇÃO INTRACANAL Entre consultas, após o preparo químico-mecânico, pode ser indicado a colocação de medicação intracanal Calen ou Calen PMC. Para inserção da medicação, é usada seringa endodôntica para Calen (Figura 15). Figura 15: Seringa endodôntica para Calen. MATERIAIS E INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA OBTURAÇÃO DO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES Na etapa de obturação do sistema de canais radiculares são utilizadas: espátula 24 e placa de vidro para manipulação do cimento endodôntico (figura 16); espaçadores, na técnica de condensação lateral (figura 17); e calcadores de Paiva, na condensação vertical (figura 18). Instrumentos utilizados na obturação dos sistemas de canais radiculares: 16 – placa de vidro e espátula 24; 17 – espaçadores digitais; figura 18 – calcadores de Paiva. PÁGINA 46 REFERÊNCIAS COHEN, S.; HARGREAVES, K.M. Caminhos Da Polpa: Endodontia. 10. ed. Elsevier, 2011. LEMOS, E. M., 2001<http://www.endo-e.com/> 2013. Acesso em: 2 abril 2018. LEONARDO, MR. Endodontia: tratamento de canais radiculares. São Paulo: Artes Médicas, 2005. 1491p. LOPES, H.P.; SIQUEIRAJUNIOR, J.F. Endodontia: Biologia e Técnica. 15. ed. Elsevier, 2015. MACHADO, MEL. Endodontia – da Biologia à Técnica. São Paulo: Editora Santos, 2007. 484p.
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