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Fluidoterapia Veterinária

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Fluidoterapia
Água corporal total e compartimentos hídricos
· Animal adulto não herbívoro magro → 70% do peso corpóreo
· Caninos e felinos → 55- 80% do peso corporal
· Animal recém-nascido → quantidade de água corpórea é bem maior que no animal adulto, vai declinando a partir da saída para o meio extrauterino
· Tecido gorduroso → baixo teor de água (menos de 10%) 
· Animal gordo → menos água corporal que um animal magro
· Líquido intracelular (LIC) → 50% do peso corporal
· Líquido extracelular (LEC) → 20% do peso corporal 
· Espaço intersticial (15%) → banha as membranas celulares
· Plasmático (5%) → circula nos vasos sanguíneos separado do fluido intersticial pelo endotélio vascular
Equilíbrio hídrico
· Quantidade total de água → relativamente constante durante cada dia
· Obtenção da água → ingestão ou produto final do metabolismo celular
· Excreção de água → pela urina, pela pele, por gases na respiração e pelas fezes
Animais em lactação perdem água pelo leite
· Apenas a ingestão e excreção de água são controladas
· Sistema neuronal que controla a sede (ato de beber) → região hipotalâmica do cérebro
· Déficit de água → concentrações osmótica e de sódio aumentam no LEC → estímulo do hipotálamo (sede)
· Queda de volume líquido e da pressão sanguínea → estímulo da sede e do SRAA → liberação de ADH → retenção de água (diminuição do volume urinário)
Equilíbrio eletrolítico
· LEC 
· Principais cátions → Cálcio e magnésio
· Principais ânions → cloreto e bicarbonato
· LIC 
· Principais cátions → potássio e magnésio
· Principais ânions → fosfatos orgânicos, proteínas, sulfato e bicarbonato
Função renal na regulação da água e da [ ] de sódio
· Correções renais do volume do LEC dependem da retenção ou excreção de Na+
· Correções da osmolaridade do LEC dependem da excreção ou retenção de água
· Túbulos contorcidos proximais (TCP) → 80-90% da água é reabsorvida e o Na e outras substâncias acompanham a água de volta para a circulação
· Porção espessa da Alça de Henle → reabsorção ativa de Na
· Néfron distal → mecanismo de contracorrente + ação do ADH → regulação da concentração da urina (conservação de água no animal)
· A [ ] de ADH no sangue determina o nível de excreção de água pelo rim
· Diminuição do ADH → menor permeabilidade à água no néfron distal (menor reabsorção e maior excreção)
· Aumento de ADH → maior permeabilidade de água no néfron distal (maior reabsorção e menor excreção → retenção de água)
· Osmorreceptores do hipotálamo → sensíveis à osmolaridade dos fluidos circulantes → regulam a liberação de ADH
Aumento da osmolaridade → aumenta ADH (vice-versa)
· Volume do LEC → depende mais da sua concentração de Na
· Rim excretará ou reterá Na a depender de seu volume
· Taxa de Excreção ou retenção de Na → determinada pela [ ] de Aldosterona (ALD)
· Receptores de volume e pressão no sistema cardiovascular
· Alterações na concentração de Na → regulam a liberação de ALD (através do SRAA) 
· Volume do LIC → depende do controle da concentração de K
· Quase todo o K do LIC é facilmente intercambiável com o LEC
· [ ] do K no LEC é bem regulada
· Presença de K na urina → se dá através da secreção pelos túbulos contorcidos distais e ductos coletores
· Aumento da [ ] de potássio → aumento da liberação de ALD → reabsorção de Na e secreção de K+ (vice-versa)
· Diminuição da [ ] de potássio → diminuição da liberação da ALD → excreção de Na e reabsorção de potássio
· Íons do LEC
· Rim excreta excesso de Na → Cl acompanha
· Rim excreta excesso de HCO3 (bicarbonato) → Cl acompanha-o
Equilíbrio acidobásico
· [H+] → relativamente constante no LEC
· É uma das variáveis corporais com mais rigorosa regulação
· pH fisiológico do sangue → 7,35-7,45 (média de 7,4)
· Manutenção da constância do pH → essencial para o metabolismo celular
· Há uma adição contínua de ácidos e bases ao corpo → ingestão ou metabolismo celular
· Diarreias, vômitos e doenças renais ou respiratórias podem provocar perdas ou ganhos anormais de ácidos ou bases
Tipos de alterações de pH 
· Acidemia → queda do pH sanguíneo abaixo do limite fisiológico
· Alcalemia → elevação do pH sanguíneo a um valor maior que o limite
Processos de alterações de pH 
· Acidose → Excesso de ácido é acrescentado ou base é removida do LEC
· Alcalose → Excesso de base é acrescentada ou ácido é removido do LEC
Classificação das acidoses e alcaloses
· Metabólicas → remoção ou adição anormal de íons H+ ou HCO3- do LEC 
· Causas mais comuns de acidoses metabólicas → diarreia intensa, insuficiência renal, cetoacidose diabética, acidose tubular renal e acidose lática
· Causas mais comuns das alcaloses metabólicas → vômitos persistentes, hiperadrenocorticismo, diuréticos que depletam cloretos e administração excessiva de bicarbonato
· Respiratórias → geradas pelo acréscimo ou perda em excesso de CO2
· O tamponamento químico e a excreção de H+ e HCO3 atuam na compensação de desequilíbrios das vias respiratórias
· Via renal também ajuda na compensação dos problemas de origem metabólica
Metabolismo de ácidos 
· Metabolismo de carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio → forma água + CO2 + ureia
· CO2 + água (pela anidrase carbônica) → ácido carbônico (ácido mais importante formado no organismo)
· Eliminação do ácido carbônico → pulmões → expiração → forma de CO2
Metabolismo de bases 
· Alimentos de origem vegetal
· Citrato de sódio (oxidação) → CO2 + água
· Íons H+ obtidos da reação de CO2 e água → gera ácido carbônico e dissocia-se em H+ +HCO3 (formando o bicarbonato)
Tamponamento químico
· Sistema tampão → ácido fraco + base conjugada
· Ação: a partir do acrescimento de ácido ou base ao fluido, a depender da necessidade
· Busca atenuar o desvio do pH que ocorreria em sua ausência
Adição de ácido forte à solução
A base é consumida para a formação do ácido fraco
· Íons H+ ligam-se à base conjugada → formação de um ácido mais fraco
· Ácido carbônico e bicarbonato (adição de ácido sulfúrico 
· Efeito tamponante → substituição de um ácido forte por um ácido fraco no sistema tampão
· Ao adicionar-se um ácido ao sistema tampão, proporção ácido:base diminui
· pH sofre uma pequena diminuição (acidifica)
· A adição continua de ácido determina depleção dos tampões → acidemia
Adição de uma base forte à solução 
· Reação da base com o ácido fraco → formação de mais base tampão
· Efeito tamponante → consumo de ácido fraco e formação de mais substância tamponante
· pH sofre pequeno aumento
· Adição contínua de bases pode levar a uma alcalemia
Restauração da base e do ácido 
· Depende da ação renal
· Bases → secreção de íons H+
· Ácidos → excreção de base e retenção de H+
Principais sistemas tampões no LEC
· Bicarbonato 
· Tampão eficiente, de ampla disponibilidade e distribuição
· Grandes quantidades de HCO3 no LEC
· Controle renal e pulmonar → ajuda a manter níveis adequados de HCO3 e de CO2 pela formação de ácido carbônico
· Proporção de HCO3 (base conjugada) para H2CO3 (ácido fraco) → 20:1
· Hemoglobina (Hb) 
· Em pH sanguíneo normal → parte da Hb das hemácias está na forma de íons proteinato (Hb-), uma base
· H-Hb → ácido fraco que forma o par tampão da hemoglobina
· Proteínas plasmáticas e fosfatos 
· Proteínas plasmáticas também estão na forma de íons proteinato em pH normal
· Par tampão → proteína-base e proteína-ácido fraco
· Tampões fosfato → HPO4 e H2PO4
Principais sistemas tampões do LIC 
· Fosfatos e proteínas
Mecanismo de compensação respiratória
· Mecanismo de compensação acidobásico → importante para desequilíbrios de origem metabólica
· Ação → variação dos níveis de ventilação pulmonar e da pressão parcial de CO2 (pCO2) nos alvéolos pulmonares
· pCO2 → determina a quantidade de CO2 dissolvido no sangue
· Depende da sensibilidade específica de alguns sistemas de controle da respiração às variações de pCO2 ou do pH
· Adição de ácido ao sangue 
· Primeira ação → tamponamento químico (formação de mais ácido carbônico e depleção de bicarbonato) com diminuição do pH (acidificação)
· Aumento de CO2 e queda do pH → estimula a respiração → rápida expiração de CO2 → pH abaixa ainda mais→ mais CO2 é expirado → pCO2 diminui abaixo dos níveis normais
· Resultado → retorno do pH para uma proporção próxima ao normal mesmo que os componentes do sistema tampão não estejam normais
· Adição de base ao sangue 
· Redução da ventilação pulmonar → retenção de CO2 no LEC
· Aumento da pCO2 → mais ácido carbônico no sistema → equilibra o aumento da concentração de HCO3 (resultante da adição de bases)
· Reajustes respiratórios da pCO2 mostram efeitos em minutos
· Devem ser considerados compensatórios → correção completa é feita pela via renal pela excreção de íons H+ ou HCO3-
Mecanismo renal de compensação
· São fundamentais no equilíbrio eletrolítico → constância da pressão osmótica, volume de sangue circulante e eletroneutralidade
· Tem participação essencial na manutenção do equilíbrio acidobásico → controle da acidez urinária
· Via renal é o mecanismo de compensação dos desequilíbrios de origem respiratória → regido pela pCO2 nos rins
Secreção de H+ 
· Células tubulares renais → processo metabólico produz uma hidroxila (OH-) para cada H+ secretado
· Aumento do pH intracelular estimula a anidrase carbônica → produção de ácido carbônico (reação entre CO2 e H2O
· H2CO3 (ácido carbônico) se dissocia e forma H+ e HCO3
· H+ reage com o OH- disponível → neutralização e formação de água
· Neutralidade elétrica → íon Na+ é trocado pelo H+ que foi secretado pelo túbulo → Na+ reabsorvido se pareia com o bicarbonato que adentrou o sangue
· Acidificação da urina (eliminação de H+)
· Recuperação de bicarbonato e Na+ para os fluidos corporais
· Taxa de secreção de H+ → determinada pelo pH intracelular (se altera dependendo do pH sanguíneo ou pCO2)
· ↑ [K+] intracelular→ ↑ o pH intracelular → ↓ secreção de H+ para o lúmen tubular
· ↓ [K+] intracelular → ↓ pH intracelular → ↑ secreção de H+ para o lúmen tubular
Urina 
· Quantidade de H+ na urina é limitada → pode ser acidificada até um pH em torno de 4,5
· Maior quantidade dos íons H+ excretados devem sofrer tamponamento para não ocorrer acidificação excessiva
· Bases mais importantes para tamponamento urinário → HPO4 e NH3
Bicarbonato 
· A principal base presente no plasma sanguíneo → maior parte é reabsorvido nos rins
· Mecanismo de reabsorção do bicarbonato → ligado ao da secreção do H+ para o líquido tubular
· H+ + HCO3 → H2CO3 → CO2 + H2O
· CO2 é absorvido para o sangue
· Reabsorção de HCO3 é regida pela pCO2 → quanto maior a pCO2 (mais ácido no sangue), maior a reabsorção (vice-versa)
· Neutralidade elétrica do HCO3 → Cl é excretado junto com o bicarbonato
Desidratação
Conceito
· Literalmente → esgotamento de água
· Clinicamente → alteração no equilíbrio hídrico corporal em que a perda de água é maior que a absorção
Redução da volemia, depleção de fluidos tissulares, simultâneos desequilíbrios eletrolíticos e acidobásicos
Causas principais
· Falhas na ingestão de água → privação de água (não suprimento ou incapacidade de chegar à fonte, prostração), ausência de sede e impossibilidade de beber água (obstrução esofágica, fratura mandibular, etc)
· Perdas excessivas de fluidos corporais → diarreia (principal), vômito, doenças renais, cardíacas e hepáticas
Quadros patológicos específicos (como diabetes mellitus ou insipido) também podem causar grande depleção de fluidos
Tipos
· Hipertônica → casos simples de privação de água → há desidratação simples sem perda de Na+
· Isotônica → Perda de água e Na+, porém com [ ] de íons similares à do LEC
· Hipotônica → intensa perda de fluidos e de Na+
Etiopatogenia da desidratação
· Fatores envolvidos → diminuição dos teores de fluido tecidual (e consequente interferência no seu metabolismo) e redução do conteúdo de água e/ou do líquido no sangue circulante
· Resposta inicial do balanço negativo de água → desvio de fluidos de tecidos e manutenção do volume de sangue normal
· Líquido é drenado primariamente do espaço intersticial que compõe o LEC → principais perdas são no tecido conectivo, músculos e pele
· Resultado → diminuição da elasticidade da pele e mucosas e retração do globo ocular
· Se não é estabelecido o equilíbrio → redução do conteúdo de fluido no sangue → diminuição da volemia → aumento da viscosidade sanguínea → fluxo do sangue fica mais difícil
· Desidratação por privação de água → rins fazem a compensação efetiva água é preservada pela redução de eliminação fecal e ressecamento das fezes
· Diarreia de pouca intensidade → rins compensam de forma eficaz a perda de água pelas fezes → volume de plasma pode ser mantido se houver adequada ingestão de fluidos
· Há aumento do catabolismo de gorduras > carboidratos > proteínas → visa a produção de energia e consequente água metabólica
Metabolismo endógeno aumentado → formação de metabólitos ácidos → acidose
Sintomas clínicos
· Segundo o tipo de desidratação:
· Hipertônicas e isotônicas → manifestações clínicas discretas
· Hipotônicas → intensos
· Modo como os líquidos são perdidos
· Deve ser considerado se a evolução foi aguda ou crônica, se ocorreu por falta de aporte de água ou perdas para o meio exterior, ou se ocorreu por sequestro de fluidos no interior de vísceras
· Essas variáveis influenciam na intensidade dos sintomas
· Perdas são mais evidentes no LEC
· Se as perdas ocorrerem em um curto período de tempo → sinais mais evidentes
· Perda de peso corporal
· Perdas de até 5% do p.c. → sem sinais clínicos específicos
· Grau máximo de perda de p.c. → 12% em ruminantes e 15% em cães e gatos Tabela: @quelsb.vet
Sintomas mais importantes
· Ressecamento e enrugamento da pele (na região facial → aparência retraída)
· Globo ocular afundado (enoftalmia)
· Elasticidade e turgor da pele diminuídos
· Pregueamento do tegumento na tábua e no pescoço
· Tempo de retorno da pele acima do normal (até 2s)
· Mucosas ressecadas e pegajosas
· TPC aumentado → normal: 1-3s
· Perda de peso proporcional à intensidade da desidratação (com diminuição da massa muscular)
· Decúbito esternal
· Apatia, depressão
· Perda de apetite, de sede
· Incapacidade de sugação e deglutição (indicativas de acidose)
· Hipotermia ou taquicardia (estado pré-choque ou de choque hipovolêmico)
Sódio
· Hiponatremia → evidenciada em diarreias, diabetes mellitus e vômito 
· Aumento da excreção renal como tentativa de manutenção da pressão osmótica normal → piora da desidratação
· Hipernatremia 
· Ingestão excessiva de sódio, inadequada tomada de água intensa perda de água
· Vômitos, diarreia, poliúria
· Sintomas → depressão, sede, fascículações musculares, convulsões e coma
Cloro
· Hipocloremia → aumento da perda líquida do Cl- no trato intestinal 
· Grande quantidade de H+ e Cl- são secretados no estômago e trocados por HCO3 circulante → são absorvidos no intestino delgado junto com o K+
· Sequestro destes íons → alcalose hipoclorêmica e hipopotassêmica
Potássio
· Hipocalemia → causada por vômito e diarreia
· Hipercalemia → aumento da ingestão na dieta e diminuição da excreção renal 
· Acidose metabólica → agrava o quadro de hipercalemia
· Ação cardiotóxica → bradicardia, arritmia e parada cardiaca súbita
· Acidose → bradipineia e respiração superficial, taquicardia, pulso fraco e coma terminal
· Alcalose → tremores musculares e tetania, sinais de excitabilidade do SNC (convulsões), bradipineia, respiração superficial
Avaliação da desidratação
Hematócrito
· Aumentado → hemoconcentração e aumento do grau de desidratação
· Útil para monitoramento de eficiência da fluidoterapia
Resultados podem ser falseados pela anemia
Urinálise
· Avaliação de densidade, pH, glicose, corpos cetônicos, proteínas e exame do sedimento urinário
· Se os rins funcionam normalmente durante a desidratação → densidade aumenta e o volume urinário diminui (correção da desidratação)
· Se os rins não funcionam normalmente → densidade não se altera ou diminui
· Queda da densidade urinária durante a realização de fluidoterapia → hidratação está funcionando
· Hiperglicemia e glicosúria → indicativo de acidose diabética
· Cetonúria → desidratação e privação de carboidratos (ou jejum prolongado)
· pH da urina → indica acidose ou alcalose,desde que não haja doença renal ou do sistema urinário
· Proteinúria ou sedimento → indicativo de presença de doença renal
Bioquímicos
· Provas de função renal, dosagens de ureia ou de nitrogênio ureico sanguíneo e creatinina → ajudam na identificação da diminuição de volume de sangue circulante (aumentos anormais → azotemia pré-renal)
· Permitem monitoramento da eficácia da fluidoterapia na melhoria da perfusão renal
· AST, ALT, FA, GGT e proteinograma (função hepática) → diagnóstico de hepatopatias
· Glicemia → verifica necessidade da utilização de fluidoterapia glicosada
Determinação de íons séricos (Na, K e Cl) → permite identificação de desequilíbrios eletrolíticos e necessidade de correção por meio da fluidoterapia, bem como a efetividade do tratamento usado
Hemogasometria
· Avaliação do equilíbrio acidobásico
· Alterações de pH
· Determinação da pCO2
· Avaliação de HCO3, total de CO2 (TCO2) e excesso ou déficit de base (BE)
· Acidose 
· Metabólica → ↓ de pH, HCO3, TCO2 e BE (déficit de base)
· Respiratória → ↓ do pH e ↑ da pCO
· Alcalose 
· Metabólica → ↑ de pH, HCO3, TCO2 e BE
· Respiratória → ↑ do pH e ↓ da pCO
Diretrizes para a instituição da fluidoterapia
· Finalidade da fluidoterapia → correção da desidratação e/ou do desequilíbrio eletrolítico
· Pode ser indicada para corrigir quadros de acidose/alcalose, para tratar um animal em estado de choque, para alimentação parenteral ou mesmo para estímulo de uma função orgânica (como a renal)
Principais dificuldades iniciais 
· Determinação da natureza e grau das anormalidades e escolha do fluido ou solução de eletrólitos 
· Necessária cuidadosa avaliação clínica do paciente → anamnese adequada com histórico
· É preciso conhecer a duração da doença, frequência e intensidade do vômito e/ou diarreia, consistência das fezes e frequência de micção
· A temperatura normal não é bom guia prognóstico, mas → abaixo do normal sugere situação pior
· Aumento progressivo da FC indica que o paciente está piorando
· Pregueamento por mais de 30s sugere intensa desidratação
· Cianose, TPC maior que 4s e taquipineia com apineia intermitente sugerem prognóstico reservado a mau
Volume de fluido a utilizar
· Deve prever a reposição das perdas atuais (suficiente para reidratar o animal), bem como manter e sanar as necessidades de casos de perda contínua
· É calculado com base na análise clínica do grau de desidratação
· Volume de reposição (VR):
VR = Peso x Grau de desidratação (%) x 10 (em mL)
· Volume de manutenção (VM):
	Cães de pequeno porte, gatos e filhotes: 60 mL/Kg/dia
	Cães de grande porte e obesos: 50 mL/Kg/dia
	Cães de grande porte: 40 mL/Kg/dia
	Ruminantes e equídeos adultos: 50 mL/Kg/dia
	Ruminantes e equídeos jovens: 100 mL/Kg/dia
	Ruminantes e equídeos neonatos: 130 mL/Kg/dia
· Volume de perdas continuadas (PC):
	Vômito: 40 mL/Kg/dia
	Diarreia: 50 mL/Kg/dia
	Vômito + diarreia: 60 mL/Kg/dia
· Volume final:
VF = VR + VM + PC (se houver)
· A administração exagerada de fluidos, acima da capacidade vascular do animal em questão, pode acarretar problemas como: edema de subcutâneo, efusão pleural e até edema pulmonar devido a hipervolemia
Necessidades de eletrólitos e bicarbonato
· O déficit do eletrólito deve ser calculado com base na diferença entre valores normais - os valores mensurados no animal afetado
Principalmente em animais da espécie canina e felina, o índice 0,3 pode ser substituído por 0,5
Fluidos ou soluções a utilizar
· Devem ser escolhidas com base nas manifestações clínicas e avaliações laboratoriais
· Quando for possível a análise de possíveis déficits, são recomendados fluidos que contenham os elementos deficitários
· Caso tal análise não seja possível, o ideal são soluções eletrolíticas balanceadas 
· São usadas para corrigir o volume do LEC, mas não são eficientes para correção de acidoses, alcaloses, hiponatremia e hipocalemia graves
· Não induzem anormalidades ao paciente e são isotônicas
Finalidades de cada tipo de fluido 
· Repor ou corrigir o volume do LEC: Solução restaura sem alteração qualitativa 
· [ ] de Na+, Cl-, K+ e HCO3- ou precursores semelhantes às do LEC
· Alcalinização do LEC: Correção de acidose metabólica 
· Bicarbonato de sódio ou seus precursores (lactato, acetato)
· Acidificação do LEC: Correção de alcalose metabólica 
· Atualmente, não se recomenda o uso de soluções de HCl ou NH4Cl
· Diluição do LEC: Adição de água sem proporcionar choque osmótico nas hemácias (soluções isotônicas)
· Manutenção: Substituir a água de bebidas, nutrientes e eletrólitos dos alimentos
· Aditivos concentrados: Soluções que contém um único sal (reposição de substâncias deficitárias específicas)
A fluidoretapia conservadora é eficiente quando não há perdas de eletrólitos específicos ou quando não é possível saber dessas perdas
Tabela com indicação de cada tipo de fluido ao final do resumo
Vias de administração
· Depende de:
1. Tipo de afecção a ser tratada e sua gravidade
2. Estado clínico e das funções orgânicas do paciente
3. Grau de desidratação e tipo de desequilíbrio eletrolítico
4. Duração/evolução da enfermidade
5. Tempo e equipamento disponíveis
· Via oral 
· Mais fácil, econômica e fisiológica das vias
· Mais segura pois pode ser fornecida sem atenção rigorosa quanto à tonicidade, volume e assepsia
· Indicações: 
· Desidratação discreta
· Fluidos para manutenção e suplementação nutricional
· Contraindicações: 
· Desidratação intensa
· Vômito ou íleo paralítico
· Animais com incapacidade de sugação/deglutição
· Via retal → relativamente pouco usada
· Via intraóssea → referida em pequenos animais (principalmente filhotes), porém não muito utilizada
· IV: Via de eleição
· Administração de sangue, plasma sanguíneo, expansões do volume plasmático
· Perdas agudas de líquidos, desequilíbrios hidreletrolíticos, prostração intensa, choque
· Fenômenos tóxicos de soluções administrados à essa via se relacionam mais à velocidade de aplicação do que à composição e volume administrado
· Manutenção e assepsia de cateteres→ problemas com coagulação e hematomas, maior risco de tromboembolismo e infecção
Grandes volumes rapidamente → sobrecarga do sistema circulatório → efusão pleural, edema pulmonar e até a morte
· SC: principalmente em pequenos animais
· Soluções devem ser isotônicas e absorvidas mais lentamente que pela via intravenosa
· Manutenção de fluidoterapia em doenças crônicas, desidratação discreta em animais jovens ou muito pequenos
· Contraindicada em perdas agudas de fluidos, desidratação grave, hipotermia, hipotensão e quando existe edema de subcutâneo
· Intraperitoneal: mais rápida absorção que a subcutânea para absorção de fluidos
· Mais perigosa → risco de peritonite e perfuração de órgãos abdominais
· Boa via para absorção de água e eletrólitos (plasma e eritrócitos do sangue são absorvidos pelo peritônio
· Principal indicação → lavagem peritoneal
Velocidade ou taxa de administração
· Depende de: 
· Tamanho do animal
· Intensidade da desidratação ou da enfermidade
· Forma aguda ou crônica com que as perdas de líquidos se estabeleceram
· Condição cardiovascular
· Composição do fluido que está sendo usada
· Resposta à fluidoterapia
· Perdas agudas e volumosas → demanda de rápida absorção de líquidos
· Perdas crônicas → administração gradativa de fluidos (restauração dos equilíbrios intra e extracelular)
· Quando utilizada a via IV → administrar fluidos na velocidade maior até que se reestabeleça o fluido urinário e depois reduzir em um terço a taxa de administração até reposição completa
Avaliação da fluidoterapia
· Exame clínico → único método eficiente para avaliação do êxito da fluidoterapia
· Caso haja aparato laboratorial disponível 
· Dosagem de hematócrito e proteínas totais → avaliar reidratação
· Avaliação da azotemia → diminuição indica volta da função renal
· Hemogasometria → avalia recuperação do equilíbrio acidobásico
Boa resposta
· Recuperação das funções vitais
· Melhoria na coloração das mucosas
· Regularização da arritmia e bradicardia (hipercalemia)
· Retorno da função renal e micção(dentro de 30-60 min)
· Melhoria da depressão
· Recuperação do turgor da pele
· Desaparecimento da enoftalmia
Respostas desfavoráveis
· Dispneia
· Tosse
· Estertores úmidos em caso de edema pulmonar
· Ausência de micção → insuficiência renal ou paralisia da vesícula urinária
· Taquicardia
· Persistência da depressão

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