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Fluidoterapia Água corporal total e compartimentos hídricos · Animal adulto não herbívoro magro → 70% do peso corpóreo · Caninos e felinos → 55- 80% do peso corporal · Animal recém-nascido → quantidade de água corpórea é bem maior que no animal adulto, vai declinando a partir da saída para o meio extrauterino · Tecido gorduroso → baixo teor de água (menos de 10%) · Animal gordo → menos água corporal que um animal magro · Líquido intracelular (LIC) → 50% do peso corporal · Líquido extracelular (LEC) → 20% do peso corporal · Espaço intersticial (15%) → banha as membranas celulares · Plasmático (5%) → circula nos vasos sanguíneos separado do fluido intersticial pelo endotélio vascular Equilíbrio hídrico · Quantidade total de água → relativamente constante durante cada dia · Obtenção da água → ingestão ou produto final do metabolismo celular · Excreção de água → pela urina, pela pele, por gases na respiração e pelas fezes Animais em lactação perdem água pelo leite · Apenas a ingestão e excreção de água são controladas · Sistema neuronal que controla a sede (ato de beber) → região hipotalâmica do cérebro · Déficit de água → concentrações osmótica e de sódio aumentam no LEC → estímulo do hipotálamo (sede) · Queda de volume líquido e da pressão sanguínea → estímulo da sede e do SRAA → liberação de ADH → retenção de água (diminuição do volume urinário) Equilíbrio eletrolítico · LEC · Principais cátions → Cálcio e magnésio · Principais ânions → cloreto e bicarbonato · LIC · Principais cátions → potássio e magnésio · Principais ânions → fosfatos orgânicos, proteínas, sulfato e bicarbonato Função renal na regulação da água e da [ ] de sódio · Correções renais do volume do LEC dependem da retenção ou excreção de Na+ · Correções da osmolaridade do LEC dependem da excreção ou retenção de água · Túbulos contorcidos proximais (TCP) → 80-90% da água é reabsorvida e o Na e outras substâncias acompanham a água de volta para a circulação · Porção espessa da Alça de Henle → reabsorção ativa de Na · Néfron distal → mecanismo de contracorrente + ação do ADH → regulação da concentração da urina (conservação de água no animal) · A [ ] de ADH no sangue determina o nível de excreção de água pelo rim · Diminuição do ADH → menor permeabilidade à água no néfron distal (menor reabsorção e maior excreção) · Aumento de ADH → maior permeabilidade de água no néfron distal (maior reabsorção e menor excreção → retenção de água) · Osmorreceptores do hipotálamo → sensíveis à osmolaridade dos fluidos circulantes → regulam a liberação de ADH Aumento da osmolaridade → aumenta ADH (vice-versa) · Volume do LEC → depende mais da sua concentração de Na · Rim excretará ou reterá Na a depender de seu volume · Taxa de Excreção ou retenção de Na → determinada pela [ ] de Aldosterona (ALD) · Receptores de volume e pressão no sistema cardiovascular · Alterações na concentração de Na → regulam a liberação de ALD (através do SRAA) · Volume do LIC → depende do controle da concentração de K · Quase todo o K do LIC é facilmente intercambiável com o LEC · [ ] do K no LEC é bem regulada · Presença de K na urina → se dá através da secreção pelos túbulos contorcidos distais e ductos coletores · Aumento da [ ] de potássio → aumento da liberação de ALD → reabsorção de Na e secreção de K+ (vice-versa) · Diminuição da [ ] de potássio → diminuição da liberação da ALD → excreção de Na e reabsorção de potássio · Íons do LEC · Rim excreta excesso de Na → Cl acompanha · Rim excreta excesso de HCO3 (bicarbonato) → Cl acompanha-o Equilíbrio acidobásico · [H+] → relativamente constante no LEC · É uma das variáveis corporais com mais rigorosa regulação · pH fisiológico do sangue → 7,35-7,45 (média de 7,4) · Manutenção da constância do pH → essencial para o metabolismo celular · Há uma adição contínua de ácidos e bases ao corpo → ingestão ou metabolismo celular · Diarreias, vômitos e doenças renais ou respiratórias podem provocar perdas ou ganhos anormais de ácidos ou bases Tipos de alterações de pH · Acidemia → queda do pH sanguíneo abaixo do limite fisiológico · Alcalemia → elevação do pH sanguíneo a um valor maior que o limite Processos de alterações de pH · Acidose → Excesso de ácido é acrescentado ou base é removida do LEC · Alcalose → Excesso de base é acrescentada ou ácido é removido do LEC Classificação das acidoses e alcaloses · Metabólicas → remoção ou adição anormal de íons H+ ou HCO3- do LEC · Causas mais comuns de acidoses metabólicas → diarreia intensa, insuficiência renal, cetoacidose diabética, acidose tubular renal e acidose lática · Causas mais comuns das alcaloses metabólicas → vômitos persistentes, hiperadrenocorticismo, diuréticos que depletam cloretos e administração excessiva de bicarbonato · Respiratórias → geradas pelo acréscimo ou perda em excesso de CO2 · O tamponamento químico e a excreção de H+ e HCO3 atuam na compensação de desequilíbrios das vias respiratórias · Via renal também ajuda na compensação dos problemas de origem metabólica Metabolismo de ácidos · Metabolismo de carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio → forma água + CO2 + ureia · CO2 + água (pela anidrase carbônica) → ácido carbônico (ácido mais importante formado no organismo) · Eliminação do ácido carbônico → pulmões → expiração → forma de CO2 Metabolismo de bases · Alimentos de origem vegetal · Citrato de sódio (oxidação) → CO2 + água · Íons H+ obtidos da reação de CO2 e água → gera ácido carbônico e dissocia-se em H+ +HCO3 (formando o bicarbonato) Tamponamento químico · Sistema tampão → ácido fraco + base conjugada · Ação: a partir do acrescimento de ácido ou base ao fluido, a depender da necessidade · Busca atenuar o desvio do pH que ocorreria em sua ausência Adição de ácido forte à solução A base é consumida para a formação do ácido fraco · Íons H+ ligam-se à base conjugada → formação de um ácido mais fraco · Ácido carbônico e bicarbonato (adição de ácido sulfúrico · Efeito tamponante → substituição de um ácido forte por um ácido fraco no sistema tampão · Ao adicionar-se um ácido ao sistema tampão, proporção ácido:base diminui · pH sofre uma pequena diminuição (acidifica) · A adição continua de ácido determina depleção dos tampões → acidemia Adição de uma base forte à solução · Reação da base com o ácido fraco → formação de mais base tampão · Efeito tamponante → consumo de ácido fraco e formação de mais substância tamponante · pH sofre pequeno aumento · Adição contínua de bases pode levar a uma alcalemia Restauração da base e do ácido · Depende da ação renal · Bases → secreção de íons H+ · Ácidos → excreção de base e retenção de H+ Principais sistemas tampões no LEC · Bicarbonato · Tampão eficiente, de ampla disponibilidade e distribuição · Grandes quantidades de HCO3 no LEC · Controle renal e pulmonar → ajuda a manter níveis adequados de HCO3 e de CO2 pela formação de ácido carbônico · Proporção de HCO3 (base conjugada) para H2CO3 (ácido fraco) → 20:1 · Hemoglobina (Hb) · Em pH sanguíneo normal → parte da Hb das hemácias está na forma de íons proteinato (Hb-), uma base · H-Hb → ácido fraco que forma o par tampão da hemoglobina · Proteínas plasmáticas e fosfatos · Proteínas plasmáticas também estão na forma de íons proteinato em pH normal · Par tampão → proteína-base e proteína-ácido fraco · Tampões fosfato → HPO4 e H2PO4 Principais sistemas tampões do LIC · Fosfatos e proteínas Mecanismo de compensação respiratória · Mecanismo de compensação acidobásico → importante para desequilíbrios de origem metabólica · Ação → variação dos níveis de ventilação pulmonar e da pressão parcial de CO2 (pCO2) nos alvéolos pulmonares · pCO2 → determina a quantidade de CO2 dissolvido no sangue · Depende da sensibilidade específica de alguns sistemas de controle da respiração às variações de pCO2 ou do pH · Adição de ácido ao sangue · Primeira ação → tamponamento químico (formação de mais ácido carbônico e depleção de bicarbonato) com diminuição do pH (acidificação) · Aumento de CO2 e queda do pH → estimula a respiração → rápida expiração de CO2 → pH abaixa ainda mais→ mais CO2 é expirado → pCO2 diminui abaixo dos níveis normais · Resultado → retorno do pH para uma proporção próxima ao normal mesmo que os componentes do sistema tampão não estejam normais · Adição de base ao sangue · Redução da ventilação pulmonar → retenção de CO2 no LEC · Aumento da pCO2 → mais ácido carbônico no sistema → equilibra o aumento da concentração de HCO3 (resultante da adição de bases) · Reajustes respiratórios da pCO2 mostram efeitos em minutos · Devem ser considerados compensatórios → correção completa é feita pela via renal pela excreção de íons H+ ou HCO3- Mecanismo renal de compensação · São fundamentais no equilíbrio eletrolítico → constância da pressão osmótica, volume de sangue circulante e eletroneutralidade · Tem participação essencial na manutenção do equilíbrio acidobásico → controle da acidez urinária · Via renal é o mecanismo de compensação dos desequilíbrios de origem respiratória → regido pela pCO2 nos rins Secreção de H+ · Células tubulares renais → processo metabólico produz uma hidroxila (OH-) para cada H+ secretado · Aumento do pH intracelular estimula a anidrase carbônica → produção de ácido carbônico (reação entre CO2 e H2O · H2CO3 (ácido carbônico) se dissocia e forma H+ e HCO3 · H+ reage com o OH- disponível → neutralização e formação de água · Neutralidade elétrica → íon Na+ é trocado pelo H+ que foi secretado pelo túbulo → Na+ reabsorvido se pareia com o bicarbonato que adentrou o sangue · Acidificação da urina (eliminação de H+) · Recuperação de bicarbonato e Na+ para os fluidos corporais · Taxa de secreção de H+ → determinada pelo pH intracelular (se altera dependendo do pH sanguíneo ou pCO2) · ↑ [K+] intracelular→ ↑ o pH intracelular → ↓ secreção de H+ para o lúmen tubular · ↓ [K+] intracelular → ↓ pH intracelular → ↑ secreção de H+ para o lúmen tubular Urina · Quantidade de H+ na urina é limitada → pode ser acidificada até um pH em torno de 4,5 · Maior quantidade dos íons H+ excretados devem sofrer tamponamento para não ocorrer acidificação excessiva · Bases mais importantes para tamponamento urinário → HPO4 e NH3 Bicarbonato · A principal base presente no plasma sanguíneo → maior parte é reabsorvido nos rins · Mecanismo de reabsorção do bicarbonato → ligado ao da secreção do H+ para o líquido tubular · H+ + HCO3 → H2CO3 → CO2 + H2O · CO2 é absorvido para o sangue · Reabsorção de HCO3 é regida pela pCO2 → quanto maior a pCO2 (mais ácido no sangue), maior a reabsorção (vice-versa) · Neutralidade elétrica do HCO3 → Cl é excretado junto com o bicarbonato Desidratação Conceito · Literalmente → esgotamento de água · Clinicamente → alteração no equilíbrio hídrico corporal em que a perda de água é maior que a absorção Redução da volemia, depleção de fluidos tissulares, simultâneos desequilíbrios eletrolíticos e acidobásicos Causas principais · Falhas na ingestão de água → privação de água (não suprimento ou incapacidade de chegar à fonte, prostração), ausência de sede e impossibilidade de beber água (obstrução esofágica, fratura mandibular, etc) · Perdas excessivas de fluidos corporais → diarreia (principal), vômito, doenças renais, cardíacas e hepáticas Quadros patológicos específicos (como diabetes mellitus ou insipido) também podem causar grande depleção de fluidos Tipos · Hipertônica → casos simples de privação de água → há desidratação simples sem perda de Na+ · Isotônica → Perda de água e Na+, porém com [ ] de íons similares à do LEC · Hipotônica → intensa perda de fluidos e de Na+ Etiopatogenia da desidratação · Fatores envolvidos → diminuição dos teores de fluido tecidual (e consequente interferência no seu metabolismo) e redução do conteúdo de água e/ou do líquido no sangue circulante · Resposta inicial do balanço negativo de água → desvio de fluidos de tecidos e manutenção do volume de sangue normal · Líquido é drenado primariamente do espaço intersticial que compõe o LEC → principais perdas são no tecido conectivo, músculos e pele · Resultado → diminuição da elasticidade da pele e mucosas e retração do globo ocular · Se não é estabelecido o equilíbrio → redução do conteúdo de fluido no sangue → diminuição da volemia → aumento da viscosidade sanguínea → fluxo do sangue fica mais difícil · Desidratação por privação de água → rins fazem a compensação efetiva água é preservada pela redução de eliminação fecal e ressecamento das fezes · Diarreia de pouca intensidade → rins compensam de forma eficaz a perda de água pelas fezes → volume de plasma pode ser mantido se houver adequada ingestão de fluidos · Há aumento do catabolismo de gorduras > carboidratos > proteínas → visa a produção de energia e consequente água metabólica Metabolismo endógeno aumentado → formação de metabólitos ácidos → acidose Sintomas clínicos · Segundo o tipo de desidratação: · Hipertônicas e isotônicas → manifestações clínicas discretas · Hipotônicas → intensos · Modo como os líquidos são perdidos · Deve ser considerado se a evolução foi aguda ou crônica, se ocorreu por falta de aporte de água ou perdas para o meio exterior, ou se ocorreu por sequestro de fluidos no interior de vísceras · Essas variáveis influenciam na intensidade dos sintomas · Perdas são mais evidentes no LEC · Se as perdas ocorrerem em um curto período de tempo → sinais mais evidentes · Perda de peso corporal · Perdas de até 5% do p.c. → sem sinais clínicos específicos · Grau máximo de perda de p.c. → 12% em ruminantes e 15% em cães e gatos Tabela: @quelsb.vet Sintomas mais importantes · Ressecamento e enrugamento da pele (na região facial → aparência retraída) · Globo ocular afundado (enoftalmia) · Elasticidade e turgor da pele diminuídos · Pregueamento do tegumento na tábua e no pescoço · Tempo de retorno da pele acima do normal (até 2s) · Mucosas ressecadas e pegajosas · TPC aumentado → normal: 1-3s · Perda de peso proporcional à intensidade da desidratação (com diminuição da massa muscular) · Decúbito esternal · Apatia, depressão · Perda de apetite, de sede · Incapacidade de sugação e deglutição (indicativas de acidose) · Hipotermia ou taquicardia (estado pré-choque ou de choque hipovolêmico) Sódio · Hiponatremia → evidenciada em diarreias, diabetes mellitus e vômito · Aumento da excreção renal como tentativa de manutenção da pressão osmótica normal → piora da desidratação · Hipernatremia · Ingestão excessiva de sódio, inadequada tomada de água intensa perda de água · Vômitos, diarreia, poliúria · Sintomas → depressão, sede, fascículações musculares, convulsões e coma Cloro · Hipocloremia → aumento da perda líquida do Cl- no trato intestinal · Grande quantidade de H+ e Cl- são secretados no estômago e trocados por HCO3 circulante → são absorvidos no intestino delgado junto com o K+ · Sequestro destes íons → alcalose hipoclorêmica e hipopotassêmica Potássio · Hipocalemia → causada por vômito e diarreia · Hipercalemia → aumento da ingestão na dieta e diminuição da excreção renal · Acidose metabólica → agrava o quadro de hipercalemia · Ação cardiotóxica → bradicardia, arritmia e parada cardiaca súbita · Acidose → bradipineia e respiração superficial, taquicardia, pulso fraco e coma terminal · Alcalose → tremores musculares e tetania, sinais de excitabilidade do SNC (convulsões), bradipineia, respiração superficial Avaliação da desidratação Hematócrito · Aumentado → hemoconcentração e aumento do grau de desidratação · Útil para monitoramento de eficiência da fluidoterapia Resultados podem ser falseados pela anemia Urinálise · Avaliação de densidade, pH, glicose, corpos cetônicos, proteínas e exame do sedimento urinário · Se os rins funcionam normalmente durante a desidratação → densidade aumenta e o volume urinário diminui (correção da desidratação) · Se os rins não funcionam normalmente → densidade não se altera ou diminui · Queda da densidade urinária durante a realização de fluidoterapia → hidratação está funcionando · Hiperglicemia e glicosúria → indicativo de acidose diabética · Cetonúria → desidratação e privação de carboidratos (ou jejum prolongado) · pH da urina → indica acidose ou alcalose,desde que não haja doença renal ou do sistema urinário · Proteinúria ou sedimento → indicativo de presença de doença renal Bioquímicos · Provas de função renal, dosagens de ureia ou de nitrogênio ureico sanguíneo e creatinina → ajudam na identificação da diminuição de volume de sangue circulante (aumentos anormais → azotemia pré-renal) · Permitem monitoramento da eficácia da fluidoterapia na melhoria da perfusão renal · AST, ALT, FA, GGT e proteinograma (função hepática) → diagnóstico de hepatopatias · Glicemia → verifica necessidade da utilização de fluidoterapia glicosada Determinação de íons séricos (Na, K e Cl) → permite identificação de desequilíbrios eletrolíticos e necessidade de correção por meio da fluidoterapia, bem como a efetividade do tratamento usado Hemogasometria · Avaliação do equilíbrio acidobásico · Alterações de pH · Determinação da pCO2 · Avaliação de HCO3, total de CO2 (TCO2) e excesso ou déficit de base (BE) · Acidose · Metabólica → ↓ de pH, HCO3, TCO2 e BE (déficit de base) · Respiratória → ↓ do pH e ↑ da pCO · Alcalose · Metabólica → ↑ de pH, HCO3, TCO2 e BE · Respiratória → ↑ do pH e ↓ da pCO Diretrizes para a instituição da fluidoterapia · Finalidade da fluidoterapia → correção da desidratação e/ou do desequilíbrio eletrolítico · Pode ser indicada para corrigir quadros de acidose/alcalose, para tratar um animal em estado de choque, para alimentação parenteral ou mesmo para estímulo de uma função orgânica (como a renal) Principais dificuldades iniciais · Determinação da natureza e grau das anormalidades e escolha do fluido ou solução de eletrólitos · Necessária cuidadosa avaliação clínica do paciente → anamnese adequada com histórico · É preciso conhecer a duração da doença, frequência e intensidade do vômito e/ou diarreia, consistência das fezes e frequência de micção · A temperatura normal não é bom guia prognóstico, mas → abaixo do normal sugere situação pior · Aumento progressivo da FC indica que o paciente está piorando · Pregueamento por mais de 30s sugere intensa desidratação · Cianose, TPC maior que 4s e taquipineia com apineia intermitente sugerem prognóstico reservado a mau Volume de fluido a utilizar · Deve prever a reposição das perdas atuais (suficiente para reidratar o animal), bem como manter e sanar as necessidades de casos de perda contínua · É calculado com base na análise clínica do grau de desidratação · Volume de reposição (VR): VR = Peso x Grau de desidratação (%) x 10 (em mL) · Volume de manutenção (VM): Cães de pequeno porte, gatos e filhotes: 60 mL/Kg/dia Cães de grande porte e obesos: 50 mL/Kg/dia Cães de grande porte: 40 mL/Kg/dia Ruminantes e equídeos adultos: 50 mL/Kg/dia Ruminantes e equídeos jovens: 100 mL/Kg/dia Ruminantes e equídeos neonatos: 130 mL/Kg/dia · Volume de perdas continuadas (PC): Vômito: 40 mL/Kg/dia Diarreia: 50 mL/Kg/dia Vômito + diarreia: 60 mL/Kg/dia · Volume final: VF = VR + VM + PC (se houver) · A administração exagerada de fluidos, acima da capacidade vascular do animal em questão, pode acarretar problemas como: edema de subcutâneo, efusão pleural e até edema pulmonar devido a hipervolemia Necessidades de eletrólitos e bicarbonato · O déficit do eletrólito deve ser calculado com base na diferença entre valores normais - os valores mensurados no animal afetado Principalmente em animais da espécie canina e felina, o índice 0,3 pode ser substituído por 0,5 Fluidos ou soluções a utilizar · Devem ser escolhidas com base nas manifestações clínicas e avaliações laboratoriais · Quando for possível a análise de possíveis déficits, são recomendados fluidos que contenham os elementos deficitários · Caso tal análise não seja possível, o ideal são soluções eletrolíticas balanceadas · São usadas para corrigir o volume do LEC, mas não são eficientes para correção de acidoses, alcaloses, hiponatremia e hipocalemia graves · Não induzem anormalidades ao paciente e são isotônicas Finalidades de cada tipo de fluido · Repor ou corrigir o volume do LEC: Solução restaura sem alteração qualitativa · [ ] de Na+, Cl-, K+ e HCO3- ou precursores semelhantes às do LEC · Alcalinização do LEC: Correção de acidose metabólica · Bicarbonato de sódio ou seus precursores (lactato, acetato) · Acidificação do LEC: Correção de alcalose metabólica · Atualmente, não se recomenda o uso de soluções de HCl ou NH4Cl · Diluição do LEC: Adição de água sem proporcionar choque osmótico nas hemácias (soluções isotônicas) · Manutenção: Substituir a água de bebidas, nutrientes e eletrólitos dos alimentos · Aditivos concentrados: Soluções que contém um único sal (reposição de substâncias deficitárias específicas) A fluidoretapia conservadora é eficiente quando não há perdas de eletrólitos específicos ou quando não é possível saber dessas perdas Tabela com indicação de cada tipo de fluido ao final do resumo Vias de administração · Depende de: 1. Tipo de afecção a ser tratada e sua gravidade 2. Estado clínico e das funções orgânicas do paciente 3. Grau de desidratação e tipo de desequilíbrio eletrolítico 4. Duração/evolução da enfermidade 5. Tempo e equipamento disponíveis · Via oral · Mais fácil, econômica e fisiológica das vias · Mais segura pois pode ser fornecida sem atenção rigorosa quanto à tonicidade, volume e assepsia · Indicações: · Desidratação discreta · Fluidos para manutenção e suplementação nutricional · Contraindicações: · Desidratação intensa · Vômito ou íleo paralítico · Animais com incapacidade de sugação/deglutição · Via retal → relativamente pouco usada · Via intraóssea → referida em pequenos animais (principalmente filhotes), porém não muito utilizada · IV: Via de eleição · Administração de sangue, plasma sanguíneo, expansões do volume plasmático · Perdas agudas de líquidos, desequilíbrios hidreletrolíticos, prostração intensa, choque · Fenômenos tóxicos de soluções administrados à essa via se relacionam mais à velocidade de aplicação do que à composição e volume administrado · Manutenção e assepsia de cateteres→ problemas com coagulação e hematomas, maior risco de tromboembolismo e infecção Grandes volumes rapidamente → sobrecarga do sistema circulatório → efusão pleural, edema pulmonar e até a morte · SC: principalmente em pequenos animais · Soluções devem ser isotônicas e absorvidas mais lentamente que pela via intravenosa · Manutenção de fluidoterapia em doenças crônicas, desidratação discreta em animais jovens ou muito pequenos · Contraindicada em perdas agudas de fluidos, desidratação grave, hipotermia, hipotensão e quando existe edema de subcutâneo · Intraperitoneal: mais rápida absorção que a subcutânea para absorção de fluidos · Mais perigosa → risco de peritonite e perfuração de órgãos abdominais · Boa via para absorção de água e eletrólitos (plasma e eritrócitos do sangue são absorvidos pelo peritônio · Principal indicação → lavagem peritoneal Velocidade ou taxa de administração · Depende de: · Tamanho do animal · Intensidade da desidratação ou da enfermidade · Forma aguda ou crônica com que as perdas de líquidos se estabeleceram · Condição cardiovascular · Composição do fluido que está sendo usada · Resposta à fluidoterapia · Perdas agudas e volumosas → demanda de rápida absorção de líquidos · Perdas crônicas → administração gradativa de fluidos (restauração dos equilíbrios intra e extracelular) · Quando utilizada a via IV → administrar fluidos na velocidade maior até que se reestabeleça o fluido urinário e depois reduzir em um terço a taxa de administração até reposição completa Avaliação da fluidoterapia · Exame clínico → único método eficiente para avaliação do êxito da fluidoterapia · Caso haja aparato laboratorial disponível · Dosagem de hematócrito e proteínas totais → avaliar reidratação · Avaliação da azotemia → diminuição indica volta da função renal · Hemogasometria → avalia recuperação do equilíbrio acidobásico Boa resposta · Recuperação das funções vitais · Melhoria na coloração das mucosas · Regularização da arritmia e bradicardia (hipercalemia) · Retorno da função renal e micção(dentro de 30-60 min) · Melhoria da depressão · Recuperação do turgor da pele · Desaparecimento da enoftalmia Respostas desfavoráveis · Dispneia · Tosse · Estertores úmidos em caso de edema pulmonar · Ausência de micção → insuficiência renal ou paralisia da vesícula urinária · Taquicardia · Persistência da depressão
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