Buscar

psicologia jurídica 2° bimestre

Prévia do material em texto

PSICOLOGIA JURÍDICA – 2° BIMESTRE/ 2° SEMESTRE 
Psicologia do testemunho 
A memória nos trai. Suas lembranças, os pensamentos e conteúdos, não se equiparam a recriação 
autêntica da nossa realidade. 
Conceito: é o grupo de conhecimentos e investigações, na busca de garantir a qualidade dos fatos 
relatados através das testemunhas oculares. 
Hipótese reconstrutiva: 
• A indução de falsas verdades é feita por meio da sugestão. 
• As memórias podem ser reconstruídas. 
• O indivíduo pode apagar fatos e criar fatos. 
Principais fatores na precisão da memória de uma testemunha: 
• Parte de uma lembrança TALVEZ precisa resultando e TALVEZ válida. 
• Capacidade de Registro de 20% a 30% 
o Inesperado e brevidade do fato. 
• O Efeito Cegueira da Mudança 
o Modificações ao redor dos AGENTES 
o Não existe o foco aos detalhes e sim o fato e características (Autor, vítima, fato, 
características). 
▪ Ocorrendo erro de percepção. 
Perguntas capciosas: 
• Após presenciar o delito as testemunhas em alguns casos alteraram a natureza de suas lembranças. 
As perguntas feitas podem influenciar as lembranças. Estas distorções afetam detalhes periféricos 
ou menores, não ocorrendo consequências graves. 
Diferenças individuais: 
• As crianças e idosos são mais vulneráveis as distorções. As crianças não são detalhistas, e os idosos 
se prendem a verdade inventada e reconstruída, acredita nas suas próprias falsas memórias. 
• Da SAZONALIDADE de idades, no que se refere à menor a diferença resulta na maior precisão. 
Confiança da testemunha: 
• A segurança na identificação do culpado é inversamente proporcional a precisão da sua manifesta. 
A emoção demonstrada ou a sua capacidade de convicção não é, sinônimos de veracidade. 
Fatores situação: 
• Os picos de ansiedade e stress reduz a capacidade do indivíduo (testemunha) de recordar. Os níveis 
médios de ativação de sentimentos resultam na maior precisão de recordações e detalhes. 
• Um evento atípico traz maior recordação do que um evento típico, (Violências / Traumas). 
• O Efeito da focalização da arma. 
o As testemunhas prestam atenção na arma do agressor que seu campo de visão se reduz 
apenas a ela, ignorando outros detalhes. A violência faz com que as testemunhas se lembrem 
mais da experiência central (arma) e menos das experiências periféricas. 
• Em muitas ocasiões, manifestamos uma fé cega em nossa capacidade de perceber o que acontece. 
Muitas vezes somos incapazes de detectar todas as mudanças. Nossas memórias são frágeis. 
 
Saúde mental, psicologia jurídica e imputabilidade 
A análise da Política Nacional de Saúde Mental está viabilizando os princípios da reforma 
psiquiátrica e a melhora das condições de vida dos usuários, bem como pesquisar o papel dos trabalhadores 
e gestores na construção de novas práticas de cuidado em Saúde Mental. 
Conceito: A Saúde Mental de uma pessoa está relacionada à forma como ela reage às exigências 
da vida e ao modo como harmoniza seus desejos, capacidades, ambições, ideias e emoções. 
 
Significado: 
• Estar bem consigo mesmo e com os outros; 
• Aceitar as exigências da vida; 
• Saber lidar com as boas emoções e com aquelas desagradáveis, mas que fazem parte da vida; 
• Reconhecer seus limites e buscar ajuda quando necessário; 
Ressalta-se que: 
• Todas as pessoas podem apresentar sinais de sofrimento psíquico em alguma fase da vida. 
 
Imputabilidade 
Quem são os inimputáveis? 
• O artigo 05º da Constituição Federal – CF/88 diz que: ''todos são iguais perante a lei sem distinção 
de qualquer natureza''. 
• Os doentes mentais; 
• Os menores de 18 anos ARTIGO 27 DO ECA; 
• Os que cometeram crime em estado de embriaguez completa; 
• Os maiores de setenta anos CUMPRIMENTO DA PENA. 
• Critério Biológico (cronológico): Menoridade do indivíduo; 
• Critério Psíquico: aptidão para compreender seu ato ilícito ou não; 
• Critério Biopsíquico: É o critério que congrega AMBOS. 
o A legislação congrega os dois. O sujeito já está livre da culpa mesmo que possua aptidão 
para entender a ilicitude do ato por ser menor de idade. 
Embriaguez 
• CONCEITO 
o Alteração psicológica EXCESSIVO uso de drogas (álcool). 
o Completa e Incompleta. 
• CLASSIFICAÇÃO 
o Não acidental: 
▪ Voluntária: Vontade própria, não se utilizando de qualquer impedimento para isso; 
▪ Culposa: QUER, não pretendia embriagar-se; 
▪ Preordenada: Finalidade previamente planejada. 
o Acidental: 
▪ Caso Fortuito: Próprio consentimento, ignora os efeitos. 
▪ Força Maior: Obrigado a ingerir a substância. 
• Há também um outro lado, que se a embriaguez for preordenada, haverá o agravante do artigo 61, 
II, alínea l, do Código Penal – CP. 
• “Artigo 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam 
o crime: 
o II - ter o agente cometido o crime: 
▪ l) em estado de embriaguez preordenada.” 
Doentes mentais 
• Conceito: 
o Não existe um conceito ou teoria a ser seguida sobre loucura, porém, a OMS (Organização 
Mundial de Saúde) define saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e 
social, e não apenas a ausência de doenças”. 
o Doença Mental é uma variação mórbida de comportamento considerado ‘’Normal’’, ou seja, 
o indivíduo não age e nem pensa como a maioria, e assim sente dificuldades para se 
relacionar e se expressar, se isso passa a prejudicar ele ou outras pessoas o indivíduo passa 
a fugir dos padrões, avaliado por um especialista, passa a ser observado como um doente 
mental. 
o Atualmente existem duas classificações básicas para as doenças mentais. A Neurose e a 
Psicose. 
o Neurose: A Neurose de desenvolve em pessoas aparentemente normais, mas que possuem 
dificuldades em se adaptar ao meio em que vive e às situações a elas impostas, como passar 
por dificuldades, sofrimentos e problemas estressantes. 
o Ciúmes, ansiedade, angústia, tristeza e traumas, podem desencadear Neurose Histérica ou 
Neurose Obsessiva, podendo deixar o indivíduo incontrolável. 
o Pertencem ao grupo das Neuroses: o TOC (transtorno Obsessivo, Síndrome do Pânico, 
Depressão, Fobias, Transtorno de ansiedade e Distúrbio Bipolar. 
o As Neuroses podem ser tratadas com a administração de medicamentos como calmantes e 
antidepressivos, e Psicoterapia. Em casos mais graves é necessário a internação do paciente. 
o Psicose: As Psicoses são alterações dos chamados ‘’Fenômenos Psíquicos’’. 
o Consideradas mais graves que as Neuroses, pois neste caso a pessoa não possui um 
comportamento aparentemente normal, o indivíduo perde o contato com a realidade, tem 
alucinações, delírios, sentimento de perseguição, paranóia entre outros sintomas. 
o Pertence ao grupo de Psicoses, a Esquizofrenia e o Transtorno de Afeto Bipolar. 
o O tratamento além de medicamentos, exige cuidado hospitalar para garantir a segurança do 
paciente. 
 
ECA 
Conceito: 
• Ao se tratar de crianças e adolescentes, conceituamos a respeito de seres em formação (Mental) e 
não em pequenos adultos, no qual vem esclarecer acerca dos benefícios da Lei (Estatuto da Criança 
e do Adolescente - ECA) para a construção da cidadania e sociedade. 
Definições: 
• Consolidada até a Ementa complementar número 48 de 2.005 – EC/48. 
• Constituição de 1.988 – CF/88. 
o Artigo 05º, 06º, 07º, 24, 30, 201, 203, 205 – 214, 220, 221, 226 – 229. 
o CRIANÇA: até 12 anos incompletos (11 anos, 11 meses e 29 dias). 
o ADOLESCENTE: de 12 anos completos até 18 anos incompletos (17 anos, 11 meses e 29 
dias). 
o ADULTO: de 18 anos completos até 60 anos incompletos (59 anos, 11 meses e 29 dias). 
o IDOSO: de 60 anos completos. 
• 
o Três os critérios para definição da adolescência. 
o Biológico, o cronológico e o de padrão típico de adolescente 
o Biológico: Puberdade maior delimitação da Puberdade. 
o Cronológico: fins legais e jurídicos 
o Padrão típico de adolescente: fenômeno universal, possuidor de características fixas, 
inerentes e facilmente reconhecíveis 
Conselho Tutelar – lei n° 12.696/2.012 
•Recebe o nome de conselho tutelar o órgão público permanente, autônomo, não jurisdicional, cujo 
objetivo é zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente. Apesar de estar 
vinculado administrativamente ao poder executivo, não é órgão de governo, mas sim um órgão de 
estado. 
• São cinco em cada município, escolhidos por processo de escolha unificado, para mandato de 4 
anos, com a possibilidade de uma única recondução. 
• um órgão que apenas existe na órbita dos municípios e do Distrito Federal. 
• A ausência de função jurisdicional significa que os conselheiros tutelares não possuem as garantias, 
atribuições nem prerrogativas dos magistrados. Suas decisões podem ser revistas pelo Judiciário, 
mediante provocação do Ministério Público, dos próprios conselheiros, da sociedade civil ou, 
mediante ação popular, de qualquer cidadão. 
• Segundo o art. 131 do Estatuto da Criança e do Adolescente, Conselho Tutelar é "órgão permanente 
e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos 
da criança e do adolescente, definidos nesta Lei". 
• As atribuições dos Conselhos Tutelares são, entre outras: 
o Atendimento às crianças e adolescentes em caso de violação dos seus direitos por ação o 
omissão do Estado ou da sociedade, por abuso, omissão ou em razão da conduta o dos pais 
ou responsáveis; 
o Receber obrigatoriamente as comunicações referentes aos casos suspeitos ou confirmados 
de maus tratos, bem como nos casos de faltas injustificadas, evasão escolar ou repetência 
em níveis elevados de ocorrência, esgotadas as vias de recursos escolares; 
o Atendimento aos pais e responsáveis, sendo possível a aplicação de algumas medidas, 
exemplo: tratamento especializado e encaminhamento a programas de orientação familiar; 
 
• Conforme o artigo 133. do ECA, in verbis: 
o Artigo 133 - Para a candidatura a membro do Conselho 
o Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos: 
▪ Reconhecida idoneidade moral; 
▪ Idade superior a vinte e um anos; 
▪ Residir no município. 
o Uma vez criado, o conselho tutelar não pode ser extinto, e por isso ele é classificado como 
permanente. Sua condição assegura a proteção dos direitos humanos de crianças e 
adolescentes de maneira contínua e ininterrupta, não recebendo qualquer interferência 
externa. Mesmo assim, as suas ações são passiveis de fiscalização pelos órgãos responsáveis 
como o ministério público e a justiça da infância e juventude. 
Ato infracional 
• Ação praticada por crianças ou adolescentes, parecida com ações definidas como crime ou 
contravenção, mas não se caracteriza como delito. De acordo com o ECA e com o Código Penal – 
CP, os menores de 18 anos são inimputáveis não poderão ser condenados, deverão ser 
ressocializados, deverão ser encaminhados / para medidas sócio educativas. 
Medidas protetivas 
• Caso a criança ou adolescente tenha seus direitos violados ou ameaçados, enquadrar-se-á na situação 
de risco prevista no artigo 98, do Estatuto da Criança e do Adolescente, o que ensejará a aplicação 
das medidas protetivas previstas no artigo 101 do mencionado diploma legal: 
o Artigo 101 - Verificada qualquer das hipóteses previstas no artigo 98, a autoridade 
competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas: 
▪ I - Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade; 
▪ II - Orientação, apoio e acompanhamento temporários; 
▪ III - Matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino 
fundamental; 
▪ IV - Inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio a família, a criança e ao 
adolescente; 
▪ V - Requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime 
hospitalar ou ambulatorial; 
▪ VI - Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento 
a alcoólatras e toxicômanos; 
▪ VII - Abrigo em entidade; 
▪ VIII – Colocação em família substituta Parágrafo único: O abrigo é medida 
provisória e excepcional, utilizável como forma de transição para a colocação em 
família substituta, não implicando privação de liberdade. 
o Artigo 129 - São medidas aplicáveis aos pais ou responsável: 
▪ I - Encaminhamento à programa oficial ou comunitário de proteção à família; 
▪ II - Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxilio, orientação e tratamento 
a alcoólatras e toxicômanos; 
▪ III - Encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; 
▪ IV - Encaminhamento a cursos ou programas de orientação; 
▪ V - Obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua frequência e 
aproveitamento escolar; 
▪ VI - Obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado; 
▪ VII - advertência; 
▪ VIII - perda da guarda; 
▪ IX - Destituição da tutela; 
▪ X - Suspensão ou destituição do pátrio poder familiar. (Expressão substituída pela 
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 
▪ Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos IX e X deste artigo, 
observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24. 
Medidas socioeducativas 
• O que são? 
o Medidas socioeducativas são medidas aplicáveis a adolescentes autores de atos infracionais 
e estão previstas no art. 112 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Apesar de 
configurarem resposta à prática de um delito, apresentam um caráter predominantemente 
educativo. 
• Quem recebe? 
o Pessoas na faixa etária entre 12 e 18 anos, podendo-se, excepcionalmente, estender sua 
aplicação a jovens com até 21 anos incompletos, conforme previsto no art. 2º do ECA. 
• Quem aplica? 
o O juiz da Infância e da Juventude é o competente para proferir sentenças socioeducativas, 
após análise da capacidade do adolescente de cumprir a medida, das circunstâncias do fato 
e da gravidade da infração. 
• Como são executadas? 
o A execução das medidas socioeducativas de prestação de serviços à comunidade (PSC), 
liberdade assistida (LA), semiliberdade e internação são de responsabilidade da Secretaria 
de Estado de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude do Distrito Federal, por meio 
da Subsecretaria do Sistema Socioeducativo. 
o No âmbito da Justiça, compete à Vara de Execução de Medidas Socioeducativas 
acompanhar e avaliar, constantemente, o resultado da execução das medidas, bem como 
inspecionar os estabelecimentos e os órgãos encarregados do cumprimento das medidas 
socioeducativas, além de promover ações para o aprimoramento do sistema de execução 
dessas medidas. 
• ADVERTÊNCIA (Artigo 115 do ECA) 
o O que é: uma repreensão judicial, com o objetivo de sensibilizar e esclarecer o adolescente 
sobre as consequências de uma reincidência infracional. 
o Responsável pela execução: Juiz da Infância e da Juventude ou servidor com delegação para 
tal. 
• OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO (Artigo 116 do ECA) 
o O que é: ressarcimento por parte do adolescente do dano ou prejuízo econômico causado à 
vítima. 
o Responsável pela execução: Juiz da Infância e da Juventude ou equipe interprofissional da 
Vara, por delegação. 
• PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE (Artigo 117 do ECA) 
o O que é: realização de tarefas gratuitas e de interesse comunitário por parte do adolescente 
em conflito com a lei, durante período máximo de seis meses e oito horas semanais. 
o Responsável pela execução: Secretaria de Estado de Políticas para Crianças, Adolescentes e 
Juventude do Distrito Federal, por meio do trabalho desenvolvido nas Unidades de 
Atendimento em Meio Aberto (UAMAs), com apoio das instituições parceiras. 
• LIBERDADE ASSISTIDA (Artigos 118 e 119 do ECA) 
o O que é: acompanhamento, auxílio e orientação do adolescente em conflito com a lei por 
equipes multidisciplinares, por período mínimo de seis meses, objetivando oferecer 
atendimento nas diversas áreas de políticas públicas, como saúde, educação, cultura, esporte, 
lazer e profissionalização, com vistas à sua promoção social e de sua família, bem como 
inserção no mercado de trabalho. 
o Responsável pela execução: Secretariade Estado de Políticas para Crianças, Adolescentes e 
Juventude do Distrito Federal, por meio do trabalho desenvolvido nas Unidades de 
Atendimento em Meio Aberto (UAMAs). 
• SEMILIBERDADE (Artigo 120 do ECA) 
o O que é: vinculação do adolescente a unidades especializadas, com restrição da sua 
liberdade, possibilitada a realização de atividades externas, sendo obrigatórias a 
escolarização e a profissionalização. O jovem poderá permanecer com a família aos finais 
de semana, desde que autorizado pela coordenação da Unidade de Semiliberdade. 
o Responsável pela execução: Secretaria de Estado de Políticas para Crianças, Adolescentes e 
Juventude do Distrito Federal, por meio do atendimento realizado pelas Unidades de 
Atendimento em Meio Aberto (UAMAs). 
• INTERNAÇÃO (Artigo 121 a 125 do ECA) 
o O que é: medida socioeducativa privativa da liberdade, adotada pela autoridade judiciária 
quando o ato infracional praticado pelo adolescente se enquadrar nas situações previstas no 
art. 122, incisos I, II e III, do ECA. A internação está sujeita aos princípios de brevidade, 
excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. A 
internação pode ocorrer em caráter provisório ou estrito. 
o Responsável pela execução: Secretaria de Estado de Políticas para Crianças, Adolescentes e 
Juventude do Distrito Federal, por meio das Unidades de Internação. 
o De todas as sentenças proferidas pelos juízes da Vara da Infância e da Juventude e da Vara 
Regional de Atos Infracionais da Infância e da Juventude cabe apelação (recurso de 
sentença) no prazo de 10 dias, juntamente com a apresentação das razões. 
 
Delinquência 
Introdução 
• Dá-se o nome de delinquência ao comportamento caracterizado por repetidas ofensas (delitos), 
considerado principalmente no seu aspecto social, mas também criminoso. É essencialmente 
constituído por crime em pequena escala. O termo inclui frequentemente o conceito de repetição. 
Conceito 
• Ato ou efeito de delinquir; 
• Desobediência a Leis; regulamentos ou padrões morais; delito; infração. 
 
Adolescência em termos fisiológicos 
• Para Tiba (2002, p. 88, grifo do autor) “ [...] adolescer significa crescer e ‘senescer’ (verbo ainda 
não registrado nos dicionários) significa envelhecer.” A fase em que o indivíduo começa a criar 
contatos extrafamiliares, formando grupos com outras pessoas que compartilham dos mesmos 
hobbies e interesses. Ainda, cita que estas ligações são consideradas mais importantes do que a 
mantida com os pais, pois vão transformando as relações que se estabelecem entre si e agindo de 
forma distinta que agiam antes com a presença de seus genitores. 
• Ao nascer, o homem carrega consigo tendências delituosas que só desprenderão do seu íntimo se 
ele possuir capacidade de aprender até aonde vão seus limites como indivíduo dentro da sociedade 
sem manifestar qualquer violação do espaço do outro. Esta aprendizagem depende intimamente de 
alguns fatores como seu meio de criação, a força e intensidade de seus instintos e os ensinamentos 
de seus genitores ou pessoas responsáveis por sua educação. Todo aquele que sofrer interferência 
nesse âmbito educacional estará destinado à delinquência. 
• O indivíduo delinquente é aquele que sofre de perturbações afetivas. 
• Deve-se compreender sob um viés de vivência e experiência. 
o Antecedentes das situações; 
o Fatores determinantes; 
o Relações pessoais; 
o Características mentais. 
• PERSONALIDADE 
o Abordada de forma relevante; 
o Íntimo dos indivíduos; 
o Ações e relações com o mundo exterior. 
o Conjunto biopsicossocial de características marcantes. 
Problemas associados a delinquência 
• Condutas mal ajustadas dos indivíduos; 
o Problemas com a percepção do ambiente; 
o Problemas com a percepção de si mesmos. 
• Acarretam: 
o Relações interpessoais; 
o Interação social; 
o Distorções de realidade; 
o Limitação de afeto; 
o Comportamentos violentos e não-violentos; 
o Atitudes exageradas; 
o Distanciamento familiar; 
o Transgressão da delinquência. 
Transtorno de personalidade 
• O transtorno de personalidade é um padrão persistente de vivência íntima ou comportamento que 
se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo; é uma incidência invasiva e 
inflexível. Tem seu início na adolescência ou começo da idade adulta; é estável ao longo do tempo 
e provoca sofrimento psíquico ou prejuízo ao funcionamento da personalidade. 
• Baseia-se na ausência de culpa e inclui comportamentos delinquentes. rata-se de uma incapacidade 
de conforma-se às normas sociais que envolvem muitos aspectos do desenvolvimento adolescente 
e adulto do paciente. 
• Salienta ainda que não é possível obter um diagnóstico deste transtorno antes dos 18 anos de idade 
porque os indivíduos com idade inferior a esta ainda não possuem sua personalidade completamente 
desenvolvida. Para tanto, dá-se o nome de transtorno de conduta para menores de 18 anos. 
• O início da delinquência: 
o Transacional e Persistente: 
▪ Caracterizada por um desvio de conduta passageiro; 
▪ Transformações biológicas originadas na puberdade como o crescimento; 
▪ Desenvolvimento hormonal, sexual, físico e que dão início ao processo de 
adolescência; 
▪ Início 10 anos de idade; 
▪ Pico aos 15 anos de idade; 
▪ Finda aos 20 anos de idade (fase adulta). 
• Delinquência de início precoce: 
o Prejuízos individuais; 
o Práticas educacionais ineficientes; 
o Estrutura social desfavorável; 
o Características emocionais negativas; 
o Dificuldades neurodesenvolvimentais; 
o Estilos parentais inadequados, confusos e contraditórios ou descontrolados para as crianças. 
• Este comportamento é extremamente normal e faz parte da construção da identidade do adolescente 
que não o faz de forma violenta, apenas se expõe a riscos diversos e testa seus limites enquanto 
pessoa. Algumas atitudes neste período são apenas o não cumprimento de ordens dos pais, faltas na 
escola, mentiras, uso de bebidas, pequenos furtos, chantagens etc. 
 
Julgadores, vítimas e instituições de exclusão – sistema prisional 
Conceito 
• JULGADORES: Aqueles que fazem julgamentos, avaliam algo, dão notas, apreciam; 
• VÍTIMA: vem do latim victus e victimia, "dominado" e "vencido", (ou ainda "oferta" e oblata). No 
sentido geral, vítima é a pessoa que sofre os resultados infelizes dos próprios atos, dos de outrem 
ou do acaso; 
• A EXCLUSÃO SOCIAL: designa um processo de afastamento e privação de determinados 
indivíduos ou de grupos sociais em diversos âmbitos da estrutura da sociedade; 
• SISTEMA PRISIONAL: O sistema penitenciário brasileiro se tornou fator constante de conflito 
social, que pode ser explicado pela falência de uma metodologia penitenciária superada. 
Desvio de atenção 
• O julgador deve estar atento a outros fatores que podem desviar a atenção. 
• Cansaço físico; 
• Cansaço mental; 
• Mecanismos psicológicos de psicológicos de defesa; 
• Pensamentos automáticos. 
Vitimologia 
• É a ciência que estuda a vítima sob os pontos de vista, PSICOLÓGICO E SOCIAL, na busca do 
diagnóstico terapêutico do crime, bem como na proteção individual e geral da vítima. Tem por 
objetivo estabelecer o nexo existente na dupla penal, o que determinou a aproximação entre vítima 
e delinquente, a permanência e a evolução desse estado. 
Desigualdade social e exclusão social 
• Trata-se de uma condição inerente ao capitalismo contemporâneo, ou seja, esse problema social foi 
impulsionado pela estrutura desse sistema econômico e político. 
• Assim, as pessoas que possuem essa condição social sofrem diversos preconceitos. Elas são 
marginalizadas pela sociedade e impedidas de exercer livremente seus direitos de cidadãos. 
• Podemos salientar as condições financeiras, religião, cultura, sexualidade, escolhas de vida, dentre 
outros. 
• A desigualdade social e econômica gerada pela miséria, injustiça e exploração econômica, tem sido 
um grande problema social enfrentado por diversos países no mundo.Tipos de exclusão social 
• EXCLUSÃO CULTURAL E ÉTNICA: conceito atribuído as minorias étnicas e culturais, POR 
EXEMPLO, a exclusão dos índios. 
• EXCLUSÃO ECONÔMICA: determina a exclusão de pessoas que possuam rendas inferiores, POR 
EXEMPLO, os pobres. 
• EXCLUSÃO ETÁRIA: designa a exclusão por idades, POR EXEMPLO, crianças e idosos. 
• EXCLUSÃO SEXUAL: tipo de exclusão que é determinada pelas diferentes preferências sexuais, 
POR EXEMPLO, a exclusão dos transexuais. 
• EXCLUSÃO DE GÊNERO: relativo ao gênero masculino e feminino, POR EXEMPLO, a exclusão 
das mulheres. 
• EXCLUSÃO PATOLÓGICA: exclusão relativa às doenças, POR EXEMPLO, os portadores de 
HIV. 
• EXCLUSÃO COMPORTAMENTAL: aborda sobre os comportamentos destrutivos, POR 
EXEMPLO, dos indivíduos toxicodependentes. 
 
Direito da mulher 
Tipos de violência 
• Violência emocional; 
• Violência social; 
• Violência física; 
• Violência sexual; 
• Violência financeira; 
• Perseguição. 
Ciclo da violência 
• A violência doméstica funciona como um sistema circular, o chamado Ciclo da Violência 
Doméstica - CVD que apresenta regra geral, três fases: 
o 1. Aumento de tensão: as tensões acumuladas no quotidiano, as injúrias e as ameaças tecidas 
pelo agressor, criam, na vítima, uma sensação de perigo eminente. 
o 2. Ataque violento: o agressor maltrata física e psicologicamente a vítima; estes maus-tratos 
tendem a escalar na sua frequência e intensidade. 
o 3. Lua-de-mel: o agressor envolve agora a vítima de carinho e atenções, desculpando-se 
pelas agressões e prometendo mudar (nunca mais voltará a exercer violência). 
 
Mediação de conflitos 
Mediação é colaborar para a adoção das boas práticas mediadoras no Brasil, ao oferecer serviços 
especializados na área a tribunais, instituições públicas, empresas privadas e a pessoas físicas ou jurídicas. 
A Mediação é a iniciativa da gestão estratégica de conflitos com foco em resolução consensual de disputas. 
A Justiça Restaurativa pode ser definida como uma nova linguagem na abordagem dos conflitos, como 
movimento social, como técnica de solução de conflitos e como política pública do Judiciário e do 
Executivo, propondo um enfoque sob novos paradigmas e com soluções que se projetam para os resultados, 
abandonando o olhar para o passado que norteia a forma tradicional de resposta ao crime ou ato infracional, 
no caso de adolescentes, núcleo do presente estudo. 
Definições 
• Conciliação: 
o É um método utilizado em conflitos mais simples, ou restritos, no qual o terceiro facilitador 
pode adotar uma posição mais ativa, porém neutra com relação ao conflito e imparcial. É 
um processo consensual breve, que busca uma efetiva harmonização social e a restauração, 
dentro dos limites possíveis, da relação social das partes. 
• Arbitragem: 
o O(s) árbitro(s), substituindo a vontade das partes em divergência, decide(m) a pendência 
pela confiança que foi nele(s) depositada pela eleição prévia em cláusula compromissória. 
No Brasil, a Lei número 9.307 de setembro de 1.996 autorizou a utilização da arbitragem 
para o julgamento de litígios envolvendo bens patrimoniais disponíveis, ou seja, aqueles 
direitos nos quais as partes podem transacionar - contratos em geral (civis ou comerciais). 
o As sentenças proferidas pelos tribunais arbitrais têm a mesma eficácia da sentença judicial. 
A principal diferença é o prazo máximo de seis meses para a solução dos conflitos. 
Princípios da conciliação 
• PRINCÍPIO da Autonomia da Vontade – é à base do procedimento consensual, isto é, o direito de 
as partes decidirem sobre os seus destinos, definindo as regras e sempre respeitando o ordenamento 
jurídico; 
• PRINCÍPIO da Voluntariedade e Decisão Informada – se relacionam entre si e com o princípio 
anterior, fundamentando-se na dignidade da pessoa humana, ou seja, não podem ser impostas as 
partes soluções coercitivamente, devendo sempre as informar sobre os procedimentos, esclarecendo 
sobre os direitos e opções dispostas pela Lei; 
• PRINCÍPIO da Informalidade – é a ausência de procedimentos e regras fixas, devendo seguir as 
normas estabelecidas pelas partes, obviamente respeitando a Lei vigente; 
• PRINCÍPIO da Independência – é a autonomia e liberdade dos conciliadores e mediadores para 
exercerem suas funções sem qualquer subordinação ou pressão interna ou externa, garantindo desse 
modo a liberdade dos acordos; 
• PRINCÍPIO da Oralidade – demonstra a importância da comunicação entre as partes, é o contato 
pessoal das partes com o conciliador e mediador; 
• PRINCÍPIO da Imparcialidade e Neutralidade – tanto o conciliador como o mediador deverá estar 
equidistante das partes por ser um terceiro estranho aos envolvidos, devem agir de forma imparcial 
respeitando os pontos de vista das partes, visando oportunidades para que elas possam explorar a 
negociação; 
• PRINCÍPIO da Cooperação e Busca do Consenso – impede a competitividade e adversariedade 
entre as partes, favorecendo-as e buscando um diálogo construtivo, sempre objetivando ganhos 
mútuos entre elas; 
• PRINCÍPIO da BOA-FÉ – extremamente importante a sua aplicação nas audiências de conciliação 
e medição, visto que nestas audiências à necessidade da presença da lealdade, honestidade, 
sinceridade, justiça, comunicação e cooperação das partes, estendendo-se também aos conciliares e 
mediadores, para que os procedimentos aplicados sejam produtivos e justos; 
• PRINCÍPIO da CONFIDENCIALIDADE – é a proteção ao sigilo das informações, documentos, 
propostas, declarações, abrangendo todas as informações produzidas no processo, a qual só poderá 
ser utilizada nos termos que for deliberado e previsto conjuntamente pelas partes. 
Modelos de conciliação 
• CONCILIAÇÃO PROCESSUAL; 
• PRÉ PROCESSUAL.

Mais conteúdos dessa disciplina