Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL · Aumento do interesse nas últimas três décadas – inclusão da teoria cognitiva; · Eficácia: por exemplo, na depressão, é tão eficaz quanto antidepressivos tricíclicos. Objeto de interesse · Comportamento · Cognições · Fatores ambientais Definição de Comportamento · É algo polêmico · O que se entende com mais aceitação: · Comportamento manifesto; · Pensamento; · Resposta verbal; · Imaginação; · Lembranças; · Interpretações; · Percepções; · Avaliações. Algumas características gerais: · Adesão ao empirismo e a uma metodologia experimental como suporte do conhecimento; · Atitude pragmática quanto aos problemas psicológicos. O QUE PRETENDE OFERECER? · Efetividade demonstrável · Otimização custo¹ / benefício² ¹Custo emocional-Tempo-Dinheiro ²Resultados desejados · Nenhuma iatrogênese – sem efeitos ruins decorrentes da intervenção; · Manutenção dos resultados – a mudança não pode se diluir com o tempo PERSPECTIVA COMPORTAMENTO HUMANO===(na sua maior parte)===COMPORTAMENTO APRENDIDO COMO APRENDEMOS? · Condicionamento pavloviano · Condicionamento operante * Reforço * Punição * Extinção * Fuga * Esquiva * Discriminação * Generalização * Esquemas de reforçamento · Modelação · Comportamento verbal (ou Regras) ANÁLISE FUNCIONAL É o entendimento do caminho da aprendizagem que a pessoa fez. Visa entender qual é a função que tem aqueles comportamentos naquela personalidade. · Busca responder duas questões: 1) Qual foi o caminho que o indivíduo fez para chegar onde chegou? 2) Porque ele se mantém nesta situação? · Para isto, tem que pesquisar: 1. Estímulo 2. Organismo(cognição) 3. Respostas (cognitivas, autonômicas, comportamentais) 4. Consequências Como os cognitivistas colaboraram com a teoria? Estímulo : Organismo [COGNIÇÃO] gera>>>>>>>>Comportamento/Emoção · Dependendo da interpretação, temos emoções e comportamentos diferentes. · Explica porque o estímulo tem um efeito para uma pessoa e outro radicalmente diferente para outra. · Todos nós temos uma forma regular de interpretar o mundo que nos cerca. O QUE ENVOLVE A COGNIÇÃO? CRENÇA CENTRAL (ou Esquema de Pensamento)>>CRENÇA INTERMEDIÁRIA >PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS A CRENÇA... · Seleciona novas interpretações: evita o complexo processamento de uma situação nova · São regras de interpretação da realidade PERGUNTA... A crença é sempre reflexiva? Sim UM IMPORTANTE DESDOBRAMENTO Se a crença abre possibilidade para o comportamento acontecer (frente à um determinado estímulo), este necessariamente vai gerar uma consequência. E Esta normalmente confirma a crença. ALGUMAS CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES DA ABORDAGEM 1) Dados básicos – pesquisa minuciosa da história de vida e situação atual do paciente; 2) Atividade do paciente na terapia – através da escolha dos objetivos e atividades de casa; 3) Diretividade – estabelecimento de objetivos, não se perdendo na resolução de pequenos problemas 4) Estrutura – dividir em partes, dar um rumo 5) Tempo limitado – não pode ser interminável 6) Psicoeducacional – é TAMBÉM uma edificação, treinamento e prática de habilidades 7) Prevenção da recaída – manutenção dos resultados MITOS · Não usa informações do passado Tem que usar, até para fazer a análise funcional. Porém, o passado não é a ênfase; · Evita o uso de medicamentos Em alguns casos, ajuda muito, mas todo cuidado é pouco, no sentido de o paciente entender a medicação como a resolução de problemas. · Não se importa com a relação paciente / terapeuta Não é o foco, mas é um exemplo de interação social que o paciente estabelece com seu meio; · É o poder do pensamento positivo A busca é por ser realista e questionar os pensamentos disfuncionais · É muito simples É direto. Os teóricos afirmam que se dá para entender e explicar o comportamento humano de uma maneira mais simples, isto deve ser feito. · Proporciona apenas o alívio dos sintomas Para se trabalhar a queixa, é imprescindível que a dinâmica básica do paciente seja compreendida · O objetivo é o pensamento claro Não, a proposta é a mudança do afeto, que será atingida pela reestruturação das crenças. ALGUNS OUTROS ASPECTOS... · Há, continuamente, testagem de hipóteses; · A lógica da TCC é passada para o paciente; · Quando se identifica um pensamento automático, se verifica com o paciente; · É importante também ensinar o paciente a saber lidar com problemas futuros. AVALIAÇÃO E FORMULAÇÃO DE CASOS CLÍNICOS ((Rangé, 2001) Formulação do Caso · MAPA – elementos e relações entre os elementos, sugestões ou passos a serem seguidos para sair de um lugar e chegar noutro; · TEORIA SOBRE O PACIENTE - Como o paciente está funcionando, ou como ele é. · Beck (1997) sugere oito passos num plano de tratamento: 1. Conceituação do problema; 2. Desenvolvimento de uma relação colaboradora; 3. Motivação para o tratamento; 4. Formulação do problema; 5. Estabelecimento de metas; 6. Educação do paciente sobre o modelo cognitivo-comportamental; 7. Intervenções cognitivo-comportamentais; 8. Prevenção da recaída. Para se poder dar início a qualquer intervenção, é necessário entender pormenoziradamente(detalhadamente) o caso do paciente; PROPOSTA DE RANGÉ O que a conceituação do caso deve ter? · Relação de todas as queixas entre si de uma forma lógica, orgânica e significativa; · Explicação do porquê o indivíduo desenvolveu tais dificuldade e porque as mantêm; · Predições sobre o comportamento, dadas certas condições; · Desenvolvimento de um plano de trabalho. ALGUMAS DIRETRIZES... · Exaurir todas as possibilidades – ir atrás de tudo, em todas as esferas, âmbitos e com detalhes; · Não usar termos genéricos ou leigos, por exemplo “baixa auto-estima” e sim, descrever o comportamento de forma concreta em termos comportamentais (“a empregada em geral se atrasa às segundas-feiras, a paciente se aborrece e não diz nada”); · Descrever componentes comportamentais, cognitivos e afetivos; · Quantificar problemas, sempre que possível (“ataques de pânico, ocorrendo numa freqüência diária”); · Há uma concordância do paciente? Averiguar isso na sessão de feedback; PREMISSAS BÁSCIAS DA ATUAÇÃO CLÍNICA 1. O trabalho clínico é visto como um empreendimento científico – tem-se uma hipótese, clinicamente testada, e então avaliada, tendo por base os resultados do teste; 2. Princípio do determinismo – todo repertório comportamental de um paciente deve ser passível de compreensão em termos de história causal. PRINCIPAIS TÉCNICAS ((Paulo Knapp)) Introdução · A TCC envolve construir habilidades, e isso se consegue através do treinamento... E, como ajudar o paciente a treinar? · Não é simplesmente um apanhado de técnicas – tudo deve estar fundamentado na Conceitualização Cognitiva, sendo o terapeuta um bom estrategista; TÉCNICAS COGNITIVAS NO PENSAMENTO AUTOMÁTICO... · Primeiro tipo de cognição identificada pelo paciente, já que estão a borda da consciência; · Parecem-lhe plausíveis Como fazemos para evocar e identificar os pensamentos automáticos? PENSAMENTO AUTOMÁTICO 1. Perguntar diretamente os pensamentos: “o que passou pela sua cabeça?” · Evitar perguntas muito vagas ou muito rebuscadas; · Em situações como essas: · Mudança ou intensidade de humor durante a sessão; · Descrição de uma situação ocorrida fora da sessão terapêutica; · Foco nas emoções – prestar atenção na referida emoção e tentar tirar algo daí; · Foco nas situações – “Algumas situações o fazem se sentir assim?”, enfatizando a situação; · Recriação de uma situação vivenciada pelo paciente – pelo que ficou na memória, com detalhes; · Role-play do que foi vivenciado – dramatizar para tentar resgatar o que pensou no momento; · Utilização de uma imagem que passou pela cabeça ou que melhor descreve o pensamento. · O terapeuta sugere um pensamento plausível que o paciente pode ter tido; · O terapeuta sugere um pensamento contrário ao que pode ser esperado na situação; · Sugestão de pensamentos derivados da prática clínica; · Obtenção de pensamentos que uma pessoa próxima ao paciente poderia ter (Se o fulano estivesse nessa situação, o que você acha que ele pensaria?)· Conversão da incerteza em possibilidade; · Conversão de perguntas em afirmação. 2. Descoberta Guiada – tem o objetivo de trazer informação à consciência, relacionando cognição, comportamento e emoção; O que isso significa? O que isso quer dizer para você? O que quer dizer isso que o fulano pensa a seu respeito? O que isso quer dizer sobre as outras pessoas em relação a você? · Análise A> B>C (Albert Ellis, 1962) – em que as siglas significam Activating events, Beliefs e Consequences – o paciente deve ir percebendo essas reações; · Sugerido como uma das primeiras tarefas de casa; · Separa pensamento de fato – uma coisa é fato em si, outra é a forma como avalio o fato; · Deve-se ir em busca de fatos, primeiramente, e os pensamentos como HIPÓTESES que devem ser confirmadas ou refutadas; · Isso é empirismo colaborativo: ir atrás de fatos e questionar suas interpretações; · Distanciamento do problema – olhar de fora; 3. RPD – Registro Diário dos Pensamentos – As três primeiras colunas são as o ABC, com a adição das resposta adaptativa e o resultado; · Há uma tentativa de quantificação; 4. Categorização das distorções cognitivas – como alternativa para a resposta racional, p. 140, 4º parágrafo; 5. Exame de evidências – pesar dados disponíveis, pró e contra o seu pensamento. Existem interpretações alternativas? · Supõe-se que o paciente está minimizando ou omitindo dados disponíveis, além de maximizando evidências a favor de seus pensamentos; · Examinar os limites das informações do paciente – ele sabe tudo que precisa para concluir o que conclui? · Examinar a qualidade e a confiabilidade das informações – “qual a qualidade das evidências?” ou “Vc poderia buscar uma segunda opinião acerca disto”? · Examinar a lógica dos pensamentos – as conclusões são parciais? · “Por fim, é possível que as circunstâncias em estudo estejam de fato ocorrendo. Há uma realidade que o paciente pode aprender a aceitar, em vez de ingloriamente querer controlar, arrumar ou brigar contra?” 6. Definição de termos – mania ruim do terapeuta: concluir que sabe o exato significado do que o paciente está falando. ERRADO – fazer uma análise semântica (o que é ser vulnerável, por exemplo); · Objetivo: “ver seus comportamentos como geradores de problemas, e não como defeitos insolúveis de personalidade” 7 Análise de Custo-Benefício (Vantagens e Desvantagens) – de manter determinados comportamentos e pensamentos; 8 Colocação da situação em perspectiva – p. 141 (????????????) 9 Construir explicações alternativas – há outras hipóteses possíveis para o fato? · Claro, com a utilização de todos os dados disponíveis, à luz das evidências; · É necessário paciência e perseverança do terapeuta; · Buscar avaliações baseadas em evidências e não em suposições; 10 Descatastrofização – o paciente deve questionar avaliações exageradas e trágicas – muitas vezes o impacto de algo temido não é devastador; · Assim, ele acaba sendo mais efetivo na solução de problemas; · “Então, o quê?” – exemplos, p. 142; 11 Reatribuição – é comum os pacientes se culparem ou culparem os outros sobre uma determinada situação... · Discutir o significado de culpa e uma possível substituição pelo termo responsabilidade · São discutidos todos os possíveis fatores envolvidos numa circusntância · Diminui a culpa e a raiva · Técnica da torta – representação gráfica para a reatribuição; 12 Ressignificação – Buscar uma resposta mais realista à realiade; é uma posição mais adaptativa quanto à sua situação; 13 Padrões duplos (dois pesos, duas medidas) – ex.: “vc interpretaria do mesmo jeito se seu amigo estivesse na situação?” · Muitas vezes, o olhar que fazem para si é pior do que fazem para o outro. 14 Distinção de comportamentos de pessoas – para que não haja rotulação e polarização, os comportamentos não podem ser interpretados como atributos universais da pessoa (ex.: não passei no vestibular, sou burro); 15 Exame das contradições internas – como a do que ele quer e do que é possível, ou o que ele quer e o esforço que é necessário ser feito. Busca um olhar mais reslista (p. 143); 16 Transformação da adversidade em vantagem – para que o sujeito tome medidas concretas, ao invés de tornar-se imobilizado pelos sentimentos; · Ex.: separação conjugal, ser despedido de um emprego, etc; · Situações muito sofridas podem gerar soluções alternativas , que não foram geradas pela acomodação ou dificuldade de enfrentamento; 17 Psicoeducação (sobre o transtorno) – melhora a motivação para a mudança e o paciente torna-se mais pró-ativo na recuperação; · Provoca alívio e ajuda nas interpretações equivocadas; · Artigos, folhetos explicativos, internet podem auxiliar; 18 Imaginário – ajudá-lo a se enxergar num projeto de futuro cujas mudanças o fariam ficar melhor; · Ajuda no engajamento à terapia, pois tem-se um grande fator motivador; · Discutir o que vier de improvável ou impossível. CRENÇAS SUBJACENTES Seta Descendente – depois de identificado o pensamento automático com forte carga emocional (cognição quente), elaboram-se perguntas para entender o significado que esses pensamentos têm; Destacar e perguntar diretamente os pressupostos e as regras – Exemplo: “João, se eu entendi direito o que você falou, o que está dizendo a seu respeito é ‘Se alguém não gosta de mim, então é porque eu sou incapaz de ser amado’?” Identificar temáticas recorrentes – ressaltar temáticas recorrentes para evidenciar pressupostos presentes; Experimentos comportamentais – normalmente o sujeito deixa de lidar com situações que poderiam lhe trazer mais dados de realidade; Lista de Vantagens e Desvantagens – de manter o pressuposto. É comum colocá-lo no alto de uma folha e a partir dali, enumerar as vant. e desvant. Desenvolver pressupostos e regras adaptativas – “Você poderia pensar em pressupostos que fossem menos negativos e mais pragmáticos?” · Pode-se colocá-los num cartão de enfrentamentos para o paciente ler e lembrar enquanto faz novos experimentos. · Cartões lembrete – lógica de que o cérebro precisa aprender a pensar diferente; · No cartão, existe a regra principal que norteia a mudança; · Ideal é que se tenha à mão para se ler com facilidade. Role-play racional-emocional – o paciente representa a parte racional (argumenta contra o seu pensamento disfuncional) e o terapeuta dramatiza a parte emocional. Depois, pode-se trocar de papel · O paciente dramatiza o que diria para alguém que tivesse o mesmo problema, demostrando a irracionalidade da crença; · Paciente adulto falando com o paciente criança Uso da imaginação – é comum imaginarem cenas desconfortáveis, e depois “param o filme” antes do evento que catastrofizam · Sempre imaginam as piores coisas – não vão além para de fato saber o que pode acontecer · O terapeuta ajuda a guiar – busca perder o medo de “passar o filme Adequação histórica – alguns pressuportos podem ter sido muito funcionais no passado, por um tempo determinado, mas tornam-se desnecessários no presente · Busca uma mudança de atitude, pelo entendimento de que não há mais necessidade de mantê-los CRENÇAS NUCLEARES Psicoeducação – ensinar sobre as crenças e ajudá-lo a evocar, identificar, examinar e modificar · Importante mostrar que não mudam facilmente · Para alguns casos, o paciente terá que conviver com elas Continuum – parâmetros, escala de 0 a 100 .PARA QUÊ? Para sair do pensamento polarizado, olhar em perspectiva; · Muitos autores sugerem que essa escala seja feita para as crenças que se quer atingir (uma pequena mudança que reforça o novo esquema normalmente é mais útil para o paciente do que uma pequena mudança que enfraquece o velho esquema) Registro de crenças nucleares – automonitoramento objetivo do que de fato acontece em sua vida Teste histórico – levantamento restrospectivo de pessoas e situações que poderiam desconfirmar as crenças · Dividir a vida do paciente em períodos e fazer um retrospectivo das situações que desconfirmam a crença Agir “como se” – à medida em que o paciente vai produzindo mudanças em sua vida, as crenças vão se enfraquecendo · Comportar-se como aquelapessoa que deseja ser · Pode parecer artificial, mas é o primeiro momento Reestruturar memórias – aquelas do role-play mencionado anteriormente, servem para aqueles pacientes que até entender racionalmente onde está o problema, mas não conseguem mudar a emoção TÉCNICAS COMPORTAMENTAIS O comportamento também muda a cognição · Objetivo é aumentar o comportamento positivo enquanto diminui o negativo. · Aumenta a auto-eficácia · Estimula o empenho em novos comportamentos Automonitoramento – tanto do comportamento, como também da emoção ou cognição, se for o caso Traz informações importantes ao paciente – Ex.: algo é transituacional ou é específico de uma dada situação? Programação de atividades – a dupla prescreve atividades que tragam recompensa ao paciente, exemplo, fazer um bolo para os netos; Aumenta a auto-eficácia e aumenta a chance de buscar outras atividades além daquela Programação de atividade com previsão de prazer e habilidade – programa-se uma atividade e faz-se uma estimativa do prazer e da habilidade esperada (de 0 a 10). Depois, numa outra planilha, escreve o que realizou e efetivamente o prazer a habilidade que obteve. POR QUÊ? · Como a previsão da pessoa é negativa, ela se surpreende com os resultados, que, mesmo que não muito, surpreendem suas expectativas. Prescrição de tarefas graduais – cuidado para não sugerir tarefas além da capacidade do paciente naquele momento, pois a auto-eficácia pode ser minada! · Pensar tanto em tarefas novas (que o paciente sempre quis, mas nunca fez) quanto tarefas que ele gostava de fazer antes; · Ser bem exato, evitar coisas do tipo “Visitar amigos”, ser mais específico, para ser algo mais alcançável para o paciente (caso contrário ele visita um e acha que fez muito pouco); · Também é bom pensar num plano B, ou na dificuldade que o paciente terá. Solução de problemas – disponibilidade de uma variedade de respostas efetivas para lidar com um problema; Treinamento em assertividade – as habilidades sociais são um tema muito usado na prática clínica; · Em síntese, discutir com o paciente como ele se relaciona e pode se relacionar com as pessoas e com os direitos humanos básicos seus e dos outros; Treinamento em comunicação – instruções de como editar o que dizer para os outros · Forma não agressiva, discurso não acusatório, discurso focado em si (“eu prefiro”, “eu me sinto incomodado”) · Treinamento de escuta ativa – aprender a escutar, perguntar, parafrasear, empatizar e validar Outras técnicas comportamentais · Alvos comportamentais: comportamentos que deseja modificar a curto, médio e longo prazo – trabalhar a modelagem; · Modelação – pelo terapeuta ou por alçgum outro modelo; · Ensaio comportamental – o paciente dramatiza um comportamento que desejaExposição com prevenção de resposta – confrontar uma situação ou estímulo temido; · Auto-recompensa, concretas ou não; · Treinamento em relaxamento. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA TERAPIA COGNITIVA ((Paulo Knapp)) · Dentro da TC existem mais de 20 subtipos; · Três premissas básicas: · A cognição influencia o compto; · A cognição pode ser monitora e alterada; · Atinge-se o compto desejado mediante mudança cognitiva. · Diferente da psicanálise, o material trazido não é interpretado, e sim elaborado em conjunto com o paciente num trabalho de monitorar, questionar e corrigir conclusões equivocadas; · Dentro do esquema básico da abordagem, sabe-se que a mudança em um item implica em modificações nos outros; · O objetivo é que o processamento cognitivo seja mais flexível e não absoluto na avaliação dos eventos (é a diferença do pensamento maduro e do pensamento primitivo); · Hipótese da especificidade do conteúdo: existe uma temática própria de cada transtorno; · Vulnerabilidade cognitiva: interjogo de fatores genéticos, ambientais, culturais, físicos, familiares, de desenvolvimento e personalidade; · Dois tipos de personalidade (Beck et al.): 1. Sociotrópico: valoriza relações pessoais íntimas, é dependente de gratificações sociais – precisa ser amado e aceito pelos outros; 2. Autônomo: alto investimento na independência pessoal, busca liberdade de escolhas Indivíduo saudável: combinação equilibrada dos dois tipos · Judith Beck (1995) – crenças agrupadas em dois (ou três) gandes grupos: 1. De desamparo: ser impotente, frágil, carente, desamparado, necessitado; 2. De desamor: indesejável, incapaz de ser amado, sem atrativos, abandonado, sozinho; 3. De desvalor: ser incapaz, incompetente, defeituoso, falho, enganador, fracassado. Diferença entre Esquemas e Crenças: Estruturas(esquemas) e conteúdo dos esquemas (crenças) Além dos conteúdos, os esquemas têm outras propriedades: Carga (valência afetiva maior ou menor), Tamanho (mais amplo ou mais estreito), flexibilidade X rigidez; · Característica dos esquemas mal adaptados: 1. Verdades a priori; 2. Resistente à mudança; 3. Ligados a altos níveis de afeto; 4. Desencadeados por uma mudança ambiental; 5. Resultantes de temperamento com experiências; 6. Autoperpetuáveis. · Perpetuam-se por três formas: 1. Manutenção do esquema: compto reforça o esquema (profecia autoconfirmatória); 2. Evitação do esquema: toda vez que o indivíduo foge de uma situação temida, para alívio das emoções, o temor aumenta; 3. Compensação do esquema: agir tentando contradizer o esquema, aparentemente (Ex.: um homem com esquema de inadequação relaciona-se com muitas mulheres, mas com nenhuma integralmente). · Estratégias compensatórias (ou de enfrentamento) são comptos que o indivíduo utiliza na tentativa de lidar com as crenças (baseados nos pressupostos condicionais ou crenças subjacentes); · A modificação do PA melhora o humor do paciente, já a modificação da crença muda personalidade (ou melhora o transtorno); · “Se as emoções não forem trabalhadas, o tratamento cognitivo pode tornar-se apenas uma troca intelectual (...) Sem a presença do afeto, a reestruturação cognitiva do paciente não acontece”. CONCEITUALIZAÇÃO COGNITIVA · Formulação do caso com base na terapia cognitiva; · É a habilidade clínica mais importante que o terapeuta precisa dominar; · Se não, tudo será apenas aplicação de um punhado de técnicas com resultado pobre ou ineficaz (Página 29); · “Passado e presente interagem na produção do quadro clínico idiossincrático dos problemas em curso” · Quem dirige mais a terapia? No início, o terapeuta, e o paciente está mais aprendendo o seu papel – DEPOIS, é o paciente, já que a sua compreensão do seu funcionamento vai se tornando clara; · Empirismo colaborativo: equipe de trabalho, cada um com seu papel ativo e diretivo. Trabalham como cientistas, levantando hipóetes e testando cada uma delas (p. 30, quadro 1.5); DESCOBERTA GUIADA E QUESTIONAMENTO SOCRÁTICO Perguntas com respostas abertas, como propunha Sócrates. Exemplos: · O que é ser uma boa mãe. Dessas características, enumeradas por você, do que é ser uma boa mãe, quais você possui? · Quem você considera uma boa mãe? Porque ela é considerada uma boa mãe? · O que uma boa mãe faz após ter gritado com seu filho e se sentindo mal por isso? · As habilidades que uma pessoa precisa para ser uma boa mãe já nascem com ela, ou a pessoa pode aprender a ser uma boa mãe? · O que você acha que estava sentindo antes de gritar com seu filho? O que você acha que estava pensando antes de gritar com seu filho? CARACTERÍSTICAS · Questionamento sistemático, orientado para a descoberta; · Estimula exame, ponderação, avaliação e síntese de diversas fontes de informação; · O objetivo é a avaliação independente e racional dos problemas e de suas soluções (raciocínio autônomo); · É utilizado para trazer informações à consciência do paciente (insight); · Não corrige resposta,s pois não há “certo” e “errado”; · Se realizado corretamente, tem forte impacto sobre a organização cognitiva do paciente; · Toma tempo e requer paciência; · Ensina o paciente sobre “Como aprender a aprender” · Converte o sofrimento psíquico do paciente em auto-exploração inquisitiva; · Progride do questionamento orientado para o insight para um questionamento orientado para amudança. · CONVERSAR SOBRE OS DADOS OBJETIVOS, e não convencer o paciente através da força dos argumentos; · Através do questionamento socrático, tem-se a DESCOBERTA GUIADA: quanto mais o paciente maximiza o seu envolvimento na terapia, menor a necessidade de o terapeuta impor suas ideias e conceitos; · “O paciente sai de uma posição passiva e adota uma postura pró-ativa”; LISTAS DE PROBLEMAS E METAS DO TRATAMENTO · Grandes problemas devem ser divididos em partes menores; · Uma vez que as metas estejam claras, a dupla deve discutir qual delas deve ser abordada primeiro * · Deve ser o mais clara possível; FAMILIARIZAÇÃO COM O MODELO COGNITIVO “Uma das primeiras intervenções usadas na TC é ensinar o paciente a identificar os pensamentos automáticos que ocorrem em situações problemáticas a reconhecer os efeitos que eles produzem em suas emoções e comportamentos e a responder de forma eficaz a esses pensamentos que causam dificuldade” · O PA foi identificado, e agora? · A dupla busca“corrigi-los”, buscando pensamentos alternativos mais funcionais (p. 33, quandro 1.7) · Usam-se os pensamentos e sentimentos que ocorrem na sessão · Ao vivo ou provocados por técnicas de dramatização e imaginação; · Exercícios semanais de automonitoramento são úteis; EXERCÍCIOS, EXPERIMENTOS E TAREFA · Como se muda? Principalmente através da experimentação; · Só se aprende a fazer, fazendo; · O paciente está em melhor posição para coletar dados e testar os efeitos de mudanças na cognição e no comportamento; · Mas, precisa da auto-eficácia (percepção de sua habilidade para desempenhar de forma eficaz); PREVENÇÃO DA RECAÍDA · Preparar o paciente para possíveis problemas – cuidar com as expectativas irrealistas; · Ajudá-lo a tornar-se ciente de situações de risco: · identificando sinais de recaída; · desenvolvendo planos explícitos para lidar com as situações de risco; · “O paciente deve adotar a visão mais realista de que todos encontramos problemas de tempos em tempos, pois a TC equipou-o com habilidades necessárias para lidar eficazmente com os problemas, mas que isso não significa imunidade” · Término do tratamento: atingiu os objetivos terapêuticos? Ir espaçando as sessões (bimensal, mensal e término, com o terapeuta colocando-se à disposição). ESTRUTURA DA SESSÃO 1. Revisão do humor, revisão da semana – revisão dos acontecimentos bons e ruins, identificação de um aspecto prioritário e monitoramento do progresso terapêutico; Alguns exemplos de perguntas para pacientes mais difíceis: · De 0 a 10, sendo 0 equivalente a nenhuma depressão e 10 equivalente a muita depressão, qual nota você daria para seu humor hoje? · Em relação à semana passada, você está se sentindo melhor, pior ou na mesma? · OU simplesmente: como você está se sentindo nessa semana? 2. Ponte com a sessão anterior – é importante o paciente se comprometer em “ter levado alguma coisa”. · Exemplos: · O que você lembra de importante da nossa última sessão? · Fazendo uma revisão de nossa última sessão, o que você levou de mais importante? · Paciente anotar – é uma possibilidade, e a tarefa de casa pode ser só ler aquilo que anotou. · Revisão da tarefa · Uma tarefa que não deu o resultado que o paciente queria é uma excelente fonte de informação; · Só fará uma tarefa anteriormente se for dada importância à tarefa anterior; · Ir a fundo, buscando com detalhes o que o paciente viveu fora no ambiente terapêutico. 3. Agenda – busca o FOCO da sessões, evitando tergiversação. Gentilmente, o terapeuta deve fazer o paciente retornar o foco; · Possibilita extrair o máximo de proveito de cada sessão; · Para pacientes mais difíceis, a seguinte pergunta ajuda: “O que você gostaria de trabalhar na sessão de hoje?” · Planilha como sugestão para o paciente preencher antes da sessão. 4. Feedback – solicita-se regularmente feedback do paciente de como foi para ele a sessão. · Objetivo: corrigir erros; · Exemplos: Alguma questão da sessão não está bem entendida?Há alguma coisa que eu disse ou fiz na sessão de hoje que você não gostou? · Um informação dessa pode mudar todo o curso do processo terapêutico, corrigindo o rumo da terapia. ALGUNS OUTROS MITOS... · A TC é muito racional, ignora as emoções - muitas vezes, a forma mais útil de verificar os pensamentos é através das emoções; · A TC é a aplicação de um emaranhado de técnicas – tudo deve partir da conceitualização do caso. As técnicas são só instrumentos para chegarmos onde queremos. · É superficial - trabalhar crenças subjacentes não pode ser superficial – pode parecer que a mudança é superficial para quem vê de fora, mas significa grandes mudanças para o paciente. PROBLEMAS NA ESTRUTURAÇÃO DA SESSÃO TERAPÊUTICA Passos do terapeuta: · Torna-se ciente do problema; · Especifica-o; · Conceitua porque o problema surgiu; · Projeta uma solução que não perturbe a aliança terapêutica. · O paciente não sabe o funcionamento das sessões, a sente-se um pouco perdido – devemos localizá-lo; · O paciente não se adapta à estrutura prescrita – Volta ao tema – porque o problema surgiu e a sua solução; - Pode encorajá-lo em tentar a título de experiência OU pode deixar que ele domine ou controle o fluxo da sessão. GERALMENTE, é o meio termo entre esses dois pontos; · Terapeuta manteve a estrutura da sessão de forma muito exigente – voltar atrás. · BREVE ATUALIZAÇÃO: o paciente não consegue expressar como foi a semana, de uma maneira geral. Ele faz um relato demasiado detalhado. O terapeuta intervém. Se for prejudicar a aliança, permite-se que o paciente controle parte da sessão. OU pode explorar as razões que o paciente tem para tanto relutar a resolução do problema. · CHECAGEM DE HUMOR: é o que geralmente compõe uma tarefa de casa, o paciente registra, entre outras coisas, como se sente. · Se é só aborrecimento em preenchê-los, destacar que isso economiza um tempo significativo da sessão. OU questionar os pensamentos associados a isso. · A dificuldade envolve expressar seu humor? Ajudá-lo, por exemplo, em compararção com a semana anterior. Ajudar a separar uma emoção da outra, por exemplo ansiedade / tristeza / raiva. · PONTE COM A SESSÃO ANTERIOR: Relatório de ligação de sessão (Cap. 4, p. 4,1). Anotar o que foi abordado na sessão e ler suas notas diariamente (o paciente). · ESTABELECENDO O ROTEIRO: o paciente divaga quanto ao roteiro, ou objetivo, da sessão (pode ser por estar sem esperanças em discutir os problemas eleitos). Retomar: “Que tal se nós colocássemos no início da terapia?”. · REVISÃO DA TAREFA DE CASA: Às vezes o terapeuta deixa de lado em função do tema (roteiro) que o paciente traz. Não deve deixar acontecer isso, nem deixar de dar ouvidos ao que está mobilizando o paciente naquele dado momento. · DISCUSSÃO DE ITENS DO ROTEIRO: * Discussão não focalizada – o terapeuta falha em interrupções gentis, em enfatizar os pensamentos automáticos e em fazer resumos com frequência. Poucos tópicos podem ser discutidos numa sessão de terapia (estabelecimento do ritmo). Pode também haver erro de não fazer uma intervenção terapêutica. · ESTABELECENDO NOVA TAREFA DE CASA: motivos que fazem o paciente não exercê-la: 1. Tarefa muito difícil ou não relacionada às preocupações do paciente; 2. Falha em prover um bom embasamento lógico; 3. Esquece de revisar; 4. Não enfatiza a importância; 5. Não ensina como fazer; 6. Não inicia a tarefa na sessão (ensaio encoberto, por exemplo) ou não faz perguntas sobre eventuais obstáculos; 7. Não faz o paciente escrever a tarefa; 8. Não percebe que o paciente não quer fazer aquela tarefa específica. RESUMO FINAL: “O terapeuta resume as preocupações e angústias do paciente periodicamente ao longo da sessão para certificar-se de que entendeu tudo aquilo que foi expressado”. Se o terapeuta não faz isso, o paciente pode perder-se do ponto principal e de lembrar-se da sessão na semana seguinte. · FEEDBACK: Falha do paciente em expressar suas reações negativas (ou sem ter resolvido uma angústia). Sugestão: começar a encerrar a sessão dez minutos antes. PARA QUÊ? Designa a tarefa de casa, resume a sessão,obtém e responde feedback (Ex. “alguma coisa do que eu disse hoje incomodou você?”). SEMPRE AVALIAR AS COGNIÇÕES DO PACIENTE EM CADA DIFICULDADE DESSA. · COGNIÇÕES DO TERAPEUTA: · Eu não consigo estruturar a sessão; · Meu paciente não gostará da estrutura; · Ele não consegue expressar-se sucintamente; · Eu não deveria interrompê-lo; · Ele ficará enfurecido se eu for direto demais; · Ele não fará a tarefa de casa; · Ele se sentirá denegrido se eu avaliar o seu pensamento.
Compartilhar