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FRATURAS E LUXAÇÕES CONCEITOS BÁSICOS O que é uma LUXAÇÃO?? É a perda da congruência articular. Essa perda pode ser total ou parcial, sendo que essa segunda é chamada de subluxação. Assim como nas fraturas, as luxações podem ser expostas.8 A!! LUXAÇÃO não é “deslocamento”. Atenção pro uso correto do termo. Luxação é urgência?? Além de haver risco de lesão neuromuscular, tem risco altíssimo de lesionar a cartilagem. Por que esse último ponto é tão importante? Porque a cartilagem não regenera. Então a luxação é urgência. Como a luxação vai lesionar a cartilagem? Basicamente por causa da pressão. Na luxação, a superfície do osso vai sair do lugar, e o local que permanecer em contato vai exercer uma pressão muito maior sob a cartilagem. Devemos ou não reduzir?? Como se trata de uma urgência, devemos sim tentar reduzir! É mandatório tentar! E quanto mais breve se reduz, mais fácil é a manobra, e maiores danos na cartilagem a gente evita que aconteça! São todas as luxações que devemos tentar reduzir? Membro superior sempre devemos tentar reduzir (ombro, cotovelo, punho). Mas o tornozelo já complica um pouco mais. Joelho e quadril não devemos tentar reduzir, esses dois últimos a redução muitas vezes ocorre com cirurgia. A!! É necessário sempre um raio-X antes da redução, para que consigamos entender a luxação e programar o movimento a ser feito na manobra. Além disso, devemos nos certificar de que a luxação não possui fratura associada. Devemos solicitar um raio-X depois da redução, a fim de verificar se a luxação foi corrigida. Qual a articulação que mais sofre luxação? O OMBRO→ questão anatômica. O que é FRATURA?? perda da continuidade óssea, sendo ela completa quando parte o osso em mais de uma parte e incompleta quando somente danifica parte do osso. Como elas ocorrem? normalmente a partir de traumas de alta energia pois em tese o osso possui capacidade de suportar cargas e quando isso não ocorre, serve de alerta para uma possível patologia que gere fragilidade óssea. Vamos lembrar as partes do osso: Epífise (região articular) Metáfise (região entre epífise e diáfise) Diáfise (corpo ou meio do osso). As fraturas podem ocorrer em quaisquer uma dessas partes!! A fratura pode ser caracterizada pelo traço, sendo: a. Simples: 1 traço b. Em cunha: dois traços c. Cominutiva: vários segmentos A fratura pode ser caracterizada pelo comprometimento articular como: a. Fraturas extra-articulares: traço fraturário não acomete a articulação. b. Fratura intra-articulares: invasão do traço da fratura até na articulação. A fratura pode ser caracterizada pelo comprometimento de partes moles: a. Fechada: não há contato do foco da fratura com o meio externo. b. Aberta (exposta): há o contato do foco da fratura com o meio externo, podendo culminar desde em lesões puntiformes até fraturas extensas, como no esmagamento. Essas podem ser classificadas em três diferentes tipos: Catarina e Crislane - Medmanas A!! Essa classificação é importante porque a gente estima prognóstico e risco de infecção, a gente avalia e trata melhor o paciente. Esse método é o mais utilizado até hoje por ser de fácil aplicação. QUADRO CLÍNICO ❏ Dor: pode ser aguda ou progressiva ❏ Incapacidade funcional ❏ Impotência funcional: redução da funcionalidade ❏ Deformidade ABORDAGEM INICIAL AO PACIENTE COM FRATURA ● Exame físico: deve-se checar alterações funcionais, dor, alterações anatômicas. O local deve ser inspecionado na busca de lesões de tecidos moles ou presença de osso em contato com meio externo. A avaliação neurovascular inclui a palpação de pulsos distais, observação do tempo de enchimento capilar, examinando sempre a função motora, sensória e discriminação entre dois pontos em região distal a fratura. ● Exame radiológico: deve ser feito em 2 incidências: AP e perfil!! CONDUTA O tratamento de fraturas e luxações deve ser individualizado para cada paciente, cada fratura, condições de infra-estrutura hospitalar e a experiência da equipe ortopédica. Esses fatores fazem com que os princípios de osteossíntese sejam diferentes em situações diferentes. Temos alguns PRINCÍPIOS DA OSTEOSSÍNTESE, como: a) Redução anatômica da fratura: é feita principalmente em fraturas articulares para reduzir o desvio e assim diminuir o índice de osteoartrose pós-traumática. b) Fixação estável: feita para manter o suporte às demandas biomecânicas do local. Pode ser absoluta quando não permite estabilidade nenhuma e é feita por fixação entre os fragmentos por parafusos de tração ou bandas de tensão ou relativa quando permite e é feita com haste e placas em ponte. c) Preservação do suprimento sanguíneo: é essencial uma técnica que cause menos traumas e assim mantenha as partes moles estáveis o suficiente para auxiliar na consolidação das fraturas. Isso diminui complicações como infecção, pseudoartrose, entre outros. Além disso, no contexto da fratura externa, devemos cobrir sempre o osso por partes moles. (O osso deve estar sempre coberto, nunca exposto.) d) Mobilização precoce: permitir a mobilização precoce do membro e consequentemente criar condições para o restabelecimento rápido da função, diminuindo desta forma os efeitos negativos da fratura na vida do paciente. Nesse ponto, no contexto do trauma, devemos alinhar o osso para melhorar a tração em nervos, músculos, estruturas moles que estão deformando. MÉTODOS DE FIXAÇÃO DAS FRATURAS 1. Princípio da compressão - estabilidade absoluta O princípio da compressão promove no foco de fratura uma estabilidade absoluta, a qual acarreta uma consolidação direta, sem a formação de calo ósseo nem hematoma. Sendo assim, quando desejamos que ocorra uma consolidação direta da fratura, ou seja, sem a formação de calo ósseo, como por exemplo nas fraturas articulares, devemos optar por métodos que promovam a estabilidade absoluta. Nesses casos, no entanto, as superfícies do foco de fratura não se deslocam mesmo sob aplicação de carga. Inclusive, deve-se estimular a mobilização precoce nesses casos, com a utilização de carga de forma mais rápida que na estabilidade relativa. Catarina e Crislane - Medmanas Onde usamos estabilidade absoluta? Fraturas intra-articulares!! Nesses casos podemos usar alguns métodos como: a. Parafusos de tração: basicamente, qualquer parafuso, independente do seu diâmetro, pode ter a função de um parafuso de tração ou de compressão entre fragmentos. A!! Devemos fazer a redução dos fragmentos. O que precisa ser feito é um canal de deslizamento, onde o furo de entrada tenha o mesmo diâmetro do parafuso. b. Placas de compressão dinâmica: são placas que possuem uma rampa de deslizamento da cabeça do parafuso. O que ela promove é a compressão entre os fragmentos da fratura, sendo um método de estabilidade absoluta e consequentemente consolidação direta da fratura. Assim como o parafuso de tração, é necessário a redução anatômica dos fragmentos. c. Banda de tensão: o é considerado um método de estabilidade absoluta, pois promove uma compressão dos fragmentos da cortical oposta, articulares ou não, a qual é aumentada com o movimento. Pode ser conseguida através de uma placa colocada na face de tensão do osso ou uma montagem com fios de Kirschner e cerclagem. 2. Princípio do tutor- estabilidade relativa Promove uma estabilidade relativa, a qual acarreta em uma consolidação indireta (secundária), com a formação de calo ósseo. Ser relativa não significa que há movimentação excessiva, isso não pode ocorrer pois gera maior chance de falha no processo de consolidação. Onde usamos estabilidade relativa? fraturas diafisárias!! Nesses casos podemos usar alguns métodos como: a. Haste intramedular: é o principal método de estabilidade relativa para tratamento das fraturas diafisárias, principalmente do fêmur e da tíbia. b. Placas em ponte: qualquer placa pode ser utilizada como um método de fixação que promova uma estabilidade relativa, servindo como um tutor extramedular, basta que ela seja colocada de uma forma “em ponte”, ou seja, com uma fixação proximal, uma área sem parafusos (tambémchamada de área de trabalho) e uma fixação distal. Dependendo do tamanho e do tipo da placa, da disposição e do tipo de parafusos, podemos aumentar ou diminuir a rigidez da montagem. c. Fixador externo: são os dispositivos de fixação mais versáteis pois possibilitam diversos tipos de montagens e configurações, podendo ser colocados rapidamente, o que é uma característica fundamental no tratamento das fraturas nas situações de urgência e emergência (controle de danos) e de forma percutânea, com um menor dano aos tecidos moles. Mas os fixadores, quando utilizados por longos períodos apresentam altos índices de infecção nos trajetos dos pinos. !!!! Calo ósseo?? é uma formação temporária de fibroblastos e condroblastos na área da fratura enquanto o osso tenta regenerar-se. Não afeta o paciente se esse calo é formado no corpo do osso, mas é de extrema inconveniência a formação desse calo na articulação. A maioria das fraturas acontecem por causa de traumas de alta energia, por isso é importante saber... MANEJO NA SALA DE EMERGÊNCIA Após a avaliação e estabilização do paciente, são tomados cuidados iniciais com a lesão da extremidade, com a remoção da contaminação grosseira (lavagens não devem ser feitas na sala de urgência), seguida de isolamento com curativo estéril e imobilização do membro em calha ou suporte adequado para transporte e realização de radiografias. Além disso, devemos realizar profilaxia com métodos: 1. farmacológicos (antibioticoprofilaxia), 2. mecânicos (debridamento, controle de danos com a imobilização, elevação de membros, compressão pneumática), 3. químicos (heparina - CLEXANE - para evitar eventos trombóticos). Estudos indicam que esses dois métodos profiláticos, quando feitos de modo adequado e em associação, são capazes de reduzir de modo significativo a incidência de infecção nas fraturas expostas. Antibioticoprofilaxia A administração de ANTIBIÓTICOS para profilaxia de infecções também deve ter começo célere, sendo que quanto mais precoce seu início, menor a taxa de infecção. O tempo crítico para início da administração é até 3 hrs da ocorrência da fratura, após isso a incidência de infecção aumenta exponencialmente. Catarina e Crislane - Medmanas Na chegada à emergência, as bactérias das feridas são aquelas que já habitavam a pele do paciente (baixa resistência) e aquelas relacionadas ao local onde ocorreu o acidente. A escolha do ATB deve ser motivada por: tipo de fratura e o ambiente em que ela aconteceu. A!! Devemos sempre nos atentar para a imunização do paciente contra tétano!! Devemos administrar imunoglobulina humana antitetânica, seja por ferimentos penetrantes ou contaminados por solo ou dejetos. A escolha da cefalosporina de primeira geração é baseada no fato de que, em geral, as bactérias da comunidade possuem baixo perfil de resistência a antibióticos. Então para o combate às bactérias gram-positivas já é efetivo o uso de cefalosporinas de primeira geração. Mas nem todas as fraturas vão receber o mesmo esquema profilático. Corremos sério risco de subestimar a energia do trauma e, portanto, em muitos casos é necessário fazer esquemas de associação de antibióticos para cobrir a infecção por gram-negativas. Para essas bactérias gram-negativas, as cefalosporinas de terceira geração devem ser associadas a um aminoglicosídeo, como gentamicina ou amicacina. A!! O uso isolado de quinolonas como o ciprofloxacino mostrou-se adequado para fraturas Gustilo I e II, mas não para as Gustilo III. → A cefazolina deve ser usada na dose de 1g endovenoso a cada oito horas, devendo dobrar a dose (2g) para pacientes com peso corpóreo maior ou igual a 80 kg. → Gentamicina se faz na dose de 80 mg a cada oito horas. Há evidências de que no tecido ósseo a gentamicina tem eficácia quando usada em dose única diária, de 6 mg/kg até 240 mg. → Amicacina deve ser administrada na dose de 1g a cada 12 horas, tendo sempre o cuidado de monitorizar a função renal. → O uso da clindamicina, que tem boa penetração óssea e espectro semelhante à cefalosporina, tem a vantagem de ser eficaz contra organismos anaeróbios, sendo excelente opção, principalmente quando há antecedente de alergia a penicilina ou cefalosporinas. A dose recomendada é de 600 mg a cada seis horas. A antibioticoprofilaxia é imprescindível ao longo das primeiras 24hrs, e não deve exceder 72hrs. A!! Devemos fazer antibiograma pra escolher o antibiótico? A realização da cultura de material da lesão é bastante comum, mas menos de 50% dos casos que as infecções se estabelecem são decorrentes do patógeno colhido inicialmente. Debridamento É uma das medidas mais importantes quando falamos no tratamento de fraturas expostas, e consiste na lavagem exaustiva e na remoção de todo o tecido desvitalizado (exceto locais onde observamos feixes neurovasculares). Nesse caso, o debridamento dessas áreas deve ser feito em sala cirúrgica. A!! QUANDO deve-se realizar? Em casos onde há sujeira grosseira!!Pedaço de asfalto, areia, etc. O debridamento se inicia com a escovação da pele do membro com sabão de glicerina e soro fisiológico para remoção da contaminação e de detritos mais grosseiros. Logo após, deve-se realizar a lavagem exaustiva da região com soro fisiológico morno em abundância, com a utilização de não menos que 10 litros para lesões tipo III (classificação lá em cima). Para a irrigação existem as opções de lavagem manual ou pulsátil. O uso desta segunda técnica oferta soro com maior pressão e só é recomendada após o primeiro debridamento, pois entrega maior vigor e capacidade mecânica para remoção de partículas podendo disseminar germes para locais no entorno da lesão. Catarina e Crislane - Medmanas FIXADORES EXTERNOS NA EMERGÊNCIA São os dispositivos de fixação mais versáteis, pois possibilitam diversos tipos de montagens e configurações, podendo ser colocados rapidamente, o que é uma característica fundamental no tratamento das fraturas nas situações de urgência e emergência (controle de danos) e de forma percutânea, com um menor dano aos tecidos moles. Mas os fixadores, quando utilizados por longos períodos, seja como tratamento definitivo da fratura, seja pela dificuldade de conversão para uma síntese interna, apresentam altos índices de infecção nos trajetos dos pinos, perda da redução, retardo de consolidação e consequente necessidade de enxertia óssea. Levando em conta isso, precisamos nos perguntar, antes de escolher esse método se: 1. Nesse hospital esse método poderá ser convertido em tratamento definitivo nos próximos 14 dias? 2. Esse método pode acabar tendo que se tornar definitivo pela incapacidade da instituição de revisar todos os casos e promover alternativa de tratamento definitivo? ATENÇÃO: independentemente de o fixador externo ser utilizado para fins de tratamento provisório ou definitivo, a montagem na emergência deverá seguir os preceitos básicos de estabilização da fratura, alinhamento e inserção de barras e pinos de Shanz, observando atentamente as áreas de segurança de inserção de pinos e fios nos diferentes segmentos. O uso de fixadores externos na emergência não se restringe às fraturas expostas, ou seja, fraturas fechadas de alta energia, fraturas de pilão tibial tipo II e III, joelho, cotovelo flutuante e lesões em livro aberto do anél pélvico são passíveis de uso também. → Existem muitos tipos de montagens e configurações dos fixadores externos. Alguns fatores influenciam na escolha por diferentes tipos de montagens: - O OSSO ACOMETIDO: os ossos longos dos membros inferiores necessitam de montagens mais estáveis quando comparados aos membros superiores. Nesse caso, para aumentar a estabilidade, podemos lançar mão de alguns elementos básicos como: a) diâmetros menores para os pinos, o que aumenta a estabilidade do pino; b) maior distância entre os pinos, o que aumenta a estabilidade e resistência da montagem; c) o número de barras - : fixadores externos montados com barra dupla longitudinal resistem melhor às forças de compressão axial, quando comparados com barra única; d) amenor distância entre a barra e o osso, o que também promove uma maior estabilidade para a montagem; e) a configuração dos fixadores: montagens uni-planares são mais instáveis quando comparados às bi-planares encurvamento; f) os tipos de pino: pinos cônicos aumentam a resistência da montagem. - A ESTABILIDADE INTRÍNSECA DO OSSO: fraturas com maior cominuição são naturalmente mais instáveis e necessitam de montagens mais estáveis que fraturas transversas simples. - LESÕES DE PARTES MOLES E VASCULARES ASSOCIADAS: muitas vezes temos de modificar a configuração da montagem objetivando facilitar o acesso a curativos e intervenções vasculares. Catarina e Crislane - Medmanas COMPLICAÇÕES → Osteomielite Existe um risco associado às fraturas que é a ocorrência de infecções, principalmente as fraturas expostas, as quais possuem um contato da fratura com o meio externo, possibilitando o contato com bactérias que, inoculadas no osso, podem gerar uma osteomielite. O que é? infecção do osso. Fator etiológico? predominam as bactérias S. aureus, Staphylococcus coagulase negativos ou bacilos aeróbios gram negativos Essa complicação é séria e de difícil tratamento, porém, é evitada com limpeza, debridamento e assepsia adequada, antibioticoprofilaxia de fraturas fechadas e expostas com drogas e tempo adequado para cada grau de exposição. → Síndrome compartimental Os grupamentos musculares humanos são divididos em compartimentos, circundados por fortes fáscias membranosas. Quando há um aumento da pressão nesses compartimentos, devido principalmente ao acúmulo de edema ou sangramento, pode ocorrer a síndrome compartimental. Dentre todas as urgências ortopédicas essa é a mais frequentemente negligenciada pelo ortopedista, por isso se torna um ponto tão importante. (Precisamos, durante o atendimento, sempre que pertinente, lembrarmos dessa síndrome.) É muito associada a contextos de trauma, infecção, queimaduras, acidentes com animais peçonhentos e lesão vascular com frequência sem perda da perfusão. É definida como um complexo de sintomas causado pela pressão tecidual elevada dentro de um compartimento ósteo-fascial fechado, que interfere na circulação para os músculos e nervos nesse compartimento. É de extrema importância a gente conseguir diagnosticar rapidamente, os resultados do atraso do diagnóstico e do tratamento, (que é fasciotomia,) leva a prognósticos péssimos, podendo a chegar a uma contratura isquêmica de Volkmann e até amputação do membro! !!! A fasciotomia consiste na aberta cirúrgica dos compartimentos musculares para aliviar a pressão interna e, assim, restabelecer a circulação sanguínea para os tecidos e evitar lesões nervosas irreversíveis. Entretanto, resulta em uma ferida cirúrgica aberta que necessita de cuidados otimizados, em prol de acelerar a sua cicatrização e minimizar o risco de infecções ou outras complicações. - FISIOPATOLOGIA A fáscia e a pele são tecidos que esticam, mas apenas até certo ponto. A partir daí se a pressão dentro da cavidade aumenta, a síndrome se estabelece. - SINTOMAS !! Dor ao estiramento passivo dos músculos. Ou seja, se a suspeita está em compartimento anterior do antebraço após redução de uma fratura supra, a manobra pesquisada é a extensão do punho e dedos. A dor é desproporcional, tem início abrupto muitas vezes horas após o trauma. A palpação do compartimento pode demonstrar tensão excessiva. - ATENÇÃO Retire a imobilização gessada. Esta é a única medida conservadora efetiva para se evitar a completa instalação de uma SC incipiente. Não há espaço para elevação, gelo e corticóide, o único tratamento eficaz é a fasciotomia. → Embolia gordurosa É a presença de gotículas de gordura na microcirculação periférica e/ou no pulmão, com ou sem sintomas clínicos. Portanto, não é toda embolia gordurosa que progride para síndrome da embolia gordurosa. É necessária, para o diagnóstico, a presença de: a. Dois sinais maiores (insuficiência respiratória, acometimento cerebral e petéquias cutâneas) OU Catarina e Crislane - Medmanas b. Um sinal maior associado a quatro dos seguintes sinais: pirexia, taquicardia, alterações na retina, icterícia, oligúria ou anúria, presença de gordura na urina ou escarro, queda inexplicada do hematócrito ou número de plaquetas. Etiologia: movimento de fragmentos ósseos instáveis e fresagem do canal medular, que eleva a pressão intra-canal e força a gordura e pequenos fragmentos ósseos para a via venosa do osso. Tratamento: Normalmente o tratamento é sintomático, e busca corrigir ou amenizar as alterações provocadas pela síndrome. !!! A estabilização precoce das fraturas dos ossos longos talvez seja a medida preventiva mais eficaz fraturas da fise de crescimento As fraturas nas crianças têm aumentado em quantidade e em gravidade nos últimos anos, devido à violência urbana e ao aumento da velocidade no trânsito. As características das fraturas nas crianças são diferentes das fraturas dos adultos especialmente pelas diferenças anatômicas em relação à presença da cartilagem epifiseal e, particularmente, quanto à vascularização. - Anatomia óssea na criança Os vasos não ultrapassam a fise e formam duas redes vasculares, uma epifisária, importante enquanto a fise está aberta, e outra metafisária, que permanecerá ativa na fase adulta. A fise possui quatro camadas, sendo que a mais susceptível ao trauma é a camada hipertrófica, devido à grande quantidade de matriz osteóide extracelular entre as células que estão com seu volume aumentado. A!! o periósteo na criança, por ser espesso e mais resistente, limita o desvio quando ocorre a fratura. - Diagnóstico LOCAIS: ocorrem geralmente em rádio distal, fêmur distal, cotovelo e tíbia distal. Quatro tipos de fraturas são características das crianças (imagens com letras correspondentes): A. Descolamentos epifisários: o mais comum é o aumento de volume B. Fraturas em galho verde: frequentemente apresentam grande deformidade, e os fragmentos estão unidos por um periósteo íntegro na concavidade. C. Deformidades plásticas: ocorrem pelas características biomecânicas do osso imaturo, que se deforma antes de quebrar, estando presente o encurvamento ósseo com aumento de volume local. D. Fraturas por impacção (tórus ou toro): abaulamento na transição metaepifisária, apresentam dor local à palpação, leve aumento de volume e pouca ou nenhuma deformidade. - Descolamentos epifisários Esse tipo de fratura pode ser classificado de acordo com a Classificação de Salter Harris, a qual define o prognóstico de cada fratura e o tratamento que deve ser realizado. I: Deslocamento da placa epifisária II: Deslocamento da placa epifisária associada a fratura acima da placa de crescimento. Mais usual (cerca de 80% dos casos). III: Fratura que envolve a epífise, separando-a em fragmentos. IV: Fratura que envolve toda a região distal do osso, envolvendo metáfise, epífise e regiões adjacentes. V: Compressão da placa de crescimento, o tipo mais grave. Geralmente culmina em deficiência angular pelo fechamento precoce das placas de crescimento. Catarina e Crislane - Medmanas - Tratamento FRATURAS I e II Bom prognóstico → tratamento conservador. FRATURAS III e IV Pior prognóstico → Tratamento cirúrgico ANTEBRAÇO: fraturas sem desvio devem ser tratadas com imobilização gessada que pode ser antebraquiopalmares (da mão ao antebraço) ou axilopalmares (braço todo). O mais importante é a confecção de um aparelho gessado bem moldado. Já as fraturas com desvios devem ser reduzidas e imobilizadas quando acometerem crianças de baixa idade (até 7 anos) ou fixadas com fios de Kirschner ou hastes flexíveis nas crianças mais velhas. JOELHOS: após a redução, devem ser fixadas com parafusos canulados paralelos à fise preferencialmente, ou com fios lisos cruzados na impossibilidade de serem utilizados os parafusos, pois frequentemente sofrem desvios quando tratadas com imobilizações gessadas. SUPRACONDILARES: devem ser reduzidas incruentamente e fixadas com fios de Kirschner, devido ao risco aumentado de perda de redução duranteo seguimento. COLO DO FÊMUR: merecem atenção especial, pois a grande maioria apresenta deslocamento entre os fragmentos e necessita de tratamento cirúrgico. Apenas as fraturas incompletas ou sem desvios, em crianças de baixa idade, devem ser tratadas com imobilizações gessadas imediatas. Ou seja, crianças mais velhas, mesmo as fraturas sem desvio devem ser fixadas percutaneamente pela chance de deslocamento durante o seguimento. As fraturas com desvio devem ser manipuladas suavemente sob anestesia geral para a redução incruenta e fixação percutânea com parafuso canulado metafisário (sem atravessar a fise) e na falha deste método, redução cruenta e fixação dos fragmentos com parafusos ou fios de Steimann. DIÁFISE DO FÊMUR: em crianças de 5 a 11 anos, podem ser tratadas com as hastes intramedulares elásticas. As limitações do método são as crianças com peso maior que 50Kg e fraturas com traços instáveis (oblíquos longos ou cominutivos). - Complicações As principais complicações são deformidades angulares e déficit de crescimento pela formação de barra óssea. O tratamento dessa complicação irá depender da magnitude da deformidade e do estudo completo das condições de cada caso, seja de deformidade ou de discrepância do membro afetado. Catarina e Crislane - Medmanas
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