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Morte celular Definição O Comitê de nomenclatura em morte celular (NCCD) define que uma célula pode ser considerada morta quando apresenta pelo menos um dos critérios morfológicos ou moleculares descritos abaixo: 1) A célula perde a integridade da membrana plasmática 2) A célula, incluindo seu núcleo, sofrem fragmentação completa em pequenos “pequenos pedaços”, chamados de corpos apoptóticos. 3) Os corpos celulares (e seus fragmentos) são fagocitados por fagócitos adjacentes Tipos de morte celular Acidental Perda de integridade de membrana Membrana celular se rompe Não consome energia Não depende de energia Programada Programada Remodelagem tecidual Número de células Confusão metabólica Alterações moleculares de vias de sinalização Danos no DNA Consome energia, ATP Causas da morte celular Acidental Acidente celular Estresse metabólico Ausência de nutrientes pH Temperatura Hipoxia Anoxia Programada Evento programado Remodelagem tecidual número de células Confusão metabólica Hipoxia Alterações moleculares de vias de sinalização Danos no DNA Principais tipos de morte Acidental Necrose Programada Apoptose Autofagia Necroptose Entose Netose Morte celular acidental: Necrose Rompimento da membrana plasmática; Tumefação (inchaço) generalizada devido aumento de Na intracelular; Cariólise (lise do núcleo, dissolução da cromatina) ou distribuição irregular da cromatina; Tumefação das mitocôndrias Ruptura de lisossomos; Granulação e espaços no citoplasma; Ocorre inflamação no tecido Ocorre danos irreversíveis como: Figure 18-1 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Necrose pode ser causada por: Agentes físicos: irradiação, ação mecânica e efeitos magnéticos Agentes químicos: subst. tóxicas e não tóxicas, álcool, detergentes, fenóis, etc. Agentes biológicos: infecções virais, bacterianas ou micóticas, parasitas, etc. Morte Celular Programada A apoptose é o mais comum e bem conhecido modo de morte celular programada. No entanto, o termo apoptose é frequentemente utilizado, erroneamente, para definir o processo de morte celular programada Outros tipos de morte celular programada: Apoptose Necroptose Autofagia Entose Netose, Outros... Figure 18-2 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Morte celular programada: Apoptose Pode estar envolvida no desenvolvimento de animais e de plantas e usualmente continua até a fase adulta. O processo de morte celular por apoptose durante o desenvolvimento elimina células que não têm mais utilidade para o organismo Desenvolvimento da pata de camundongos – Membrana Interdigital é eliminada por apoptose Figure 18-3 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Morte celular programada: Apoptose Morte celular no processo de metamorfose entre o girino e o sapo Eliminação das células da cauda por apoptose 10 Figure 25-64 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Morte celular programada:Apoptose está associada a eliminação de células que são anormais, que não funcional, fora do lugar, ou potencialmente perigosas para o organismo. Sistema imune adaptativo – seleção do repertório de linfócitos T 11 Morte celular programada:Apoptose Alguns patógenos podem causar apoptose nas células infectadas Fagocitose de células apoptóticas infectadas: Teoria do cavalo de Tróia Heloisa D’ Avila et al 2008 12 Características morfológicas: Apoptose Diminuição do volume celular; formação de vacúolos na membrana citoplasmática flip-flop de fosfatidilserina da face interna da bicamada lipídica para a face externa= papel na fagocitose por macrófagos degradação do núcleo por ativação de endonucleases= núcleo picnótico desmontagem da membrana nuclear hipercondensação de cromatina despolarização da membrana mitocondrial membrana citoplasmática permanece íntegra formação de corpos apoptóticos Fagocitose de corpos apoptóticos por macrófagos Não ocorre inflamação no tecido - 1972: Andrew Wyllie descreve pela primeira vez um processo de morte celular programada, denominando-o de APOPTOSE. Apoptose Núcleo picnótico Normal Apoptótica Condensação e fragmentação do DNA Taylor e cols., 2008 Nat. Rev. Apoptose Heloisa D’Avila et al, Cellular Microbiology 2008 Fagocitose de corpos apoptóticos por macrófagos Esquema representativo das mudanças morfológicas da Apoptose Fagocitose Tipos de morte celular: aspectos morfológicos Necrose Apoptose Aumento de volume Membrana Plasmática rompida Cromatina fragmentada e dispersa Liberação de enzimas lisossômicas Mitocôndrias inchadas ↑ Resposta inflamatória LISE CELULAR LESÕES TECIDUAIS Redução de volume Cromatina fragmentada e condensada Lisossomos normais Membrana íntegra Resposta inflamatória ausente CORPOS APOPTÓTICOS COMPLETA DIGESTÃO 18 Vias de indução de apoptose Via Extrínseca (receptores de morte) Via Intrínseca (mitocondrial) APOPTOSE Hengartner e cols., 2000 Família de proteases: Caspases proteínas que clivam (ou degradam) outras proteínas requeridas para funcionamento normal das células; clivam proteínas do citoesqueleto, lâmina nuclear e enzimas de reparo de DNA e outras ; São responsáveis pelas mudanças morfológicas e bioquímicas nas células apoptóticas; Ativam outras enzimas que clivam o DNA nuclear, como DNAses. Figure 18-5a biologia molecular da célula Família de proteases das caspases: Apoptose As caspases são sintetizada na forma de procaspases (inativas) São zimogênios: são ativadas por clivagem e oligomerização 21 APOPTOSE: caspases Tipos de caspases Iniciadoras: 1, 2, 4, 5, 8, 9, 10 e 14 Efetoras: 3, 6 e 7 PROTEÓLISE GENERALIZADA APOPTOSE Laminina Actina Vimentina Enzimas Etc ... 22 APOPTOSE: aspectos moleculares básicos Amplificação do sinal por caspases ativadas 23 Caspases Iniciadoras (8, 9, 10, 12) Caspases Efetoras (3, 6, 7) Alvos das caspases efetoras: - Lamina Nuclear - ICAD (inibidor da endonuclease CAD) - eLFs (inibição da tradução) - Adesão celular e remodelamento do citoesqueleto Família de proteases das caspases: Apoptose 24 Via extrínseca de apoptose: Receptores de morte Fazem parte da superfamília de receptores do fator de necrose tumoral (TNF). São proteínas transmembranares que contém um domínio extracelular de ligação e na porção intracelular um domínio de morte (DD). Contassot e cols., 2007 O que pode causar: infecção viral morte de linfócitos T no final da resposta imune Via extrínseca de apoptose É ativada através de sinais solúveis ou ligados a membrana celular provenientes do meio extracelular. O sinal é transmitido pela membrana através dos chamados receptores de morte. O receptor ativado recruta proteínas adaptadoras, como FADD (proteína associada a Fas com domínio de morte), que ativam as caspases iniciadoras 8 ou 10. DISC: Complexo de sinalização indutor de morte (Fas-R/FADD/Caspase) Figure 18-6 Biologia Molecular da Célula Via extrínseca de apoptose: Fas ligante – receptor Fas Caspases Executoras (3, 6 e 7) Ativação dos Receptores da morte Via extrínseca de apoptose: Regulação da Via IAP: inibidores da apoptose Se ligam a algumas prócaspases e inibem sua ativação, inibindo a apoptose Via intrínseca de apoptose Via mitocondrial: Causada por: estresse intracelular ou extracelular como a privação de fatores de crescimento, danos no DNA, hipóxia ou ativação de oncogenes. Sequência Liberação de citocromo c; Ativação de caspase 9; Ativação de caspases efetoras 3, 6, 7; Apoptose; Figure 18-7 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Via intrínseca de apoptose: permeabilização da mitocôndriaVia intrínseca de apoptose: apoptossoma Figure 18-8 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Apaf1 – fator de ativação das proteases apoptóticas - Apoptossomo: citocromo C + Apaf-1 Apoptossoma Controle genético da apoptose Proto-oncogenes: genes normais que codificam proteínas comprometidas com o controle de proliferação celular – família Bcl-2 Proteínas Bcl-2, Bcl-xL, Mcl-1 e A1 : inibem apoptose, pois bloqueiam a saída de citocromo C da mitocôndria Proteínas Bax, Bak, Bad contêm três domínios BH (BH-1, BH-2 e BH-3) e os do grupo III (Bid, Bad, Bim, Bik, Noxa e Puma) possuem somente um domínio, o promovem a apoptose das células Via intrínseca de apoptose: família Bcl-2 Primeiramente descritos em linfomas de células B que super-expressam essa proteína Anti-apoptóticas: BH1-4 Pró-apoptóticas: BH123 Formadoras de canal Pró-apoptóticas: BH3-only Taylor e cols., 2008 Nat. Rev. Pró-apoptóticas: BH123 Figure 18-11 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Anti-apoptóticas: BH1-4 Via intrínseca de apoptose: família Bcl-2 APOPTOSE: Reguladores VIA INTRÍNSECA Proteínas da família Bcl-2 (Oncoproteína) Pró-apoptóticas Bad Bak Bax Bid Abertura de canais iônicos ↑ Permeabilidade membrana mitocondrial externa Liberação de citocromo c ATIVAÇÃO DE CASPASES 36 Anti-apoptóticas Bcl-2 Bcl-XL APOPTOSE: Reguladores VIA INTRÍNSECA Proteínas da família Bcl-2 Bloqueio dos canais Iônicos mitocondriais Impede a saída do cit c e ativação de caspases 37 APOPTOSE: Reguladores VIA INTRÍNSECA 38 Qual a importância da regulação da Apoptose? - Um excesso de apoptose: doenças degenerativas, ataque cardíaco e outras - Uma deficiência de apoptose: doenças auto-imunes, câncer, má formação e outras Outros Tipos de morte celular programada Outros tipos de morte celular programada: - Necroptose - Autofagia - Entose - Netose Pouco comuns (raros) Vias de ativação pouco conhecidas 40 Morte celular programada: Necroptose - O processo de morte celular programada que apresenta características de célula necróticas. Pierre Golstein & Guido Kroemer, 2007 EMBO reports - Pode ser induzida pela ativação dos receptores de morte (Fas-R, TNFR-1, TRAIL-R), principalmente na presença de drogas inibidoras de apoptose (inibidores de caspases) - A proteína quinase RIP1 tem um papel fundamental na execução dessa via pela indução do aumento do metabolismo celular e produção massiva de espécies de oxigênio reativas (ROS) - Pode servir de via de morte celular de escape quando a apoptose é inibida: v-FLIP (infecção viral) Morte celular programada: Autofagia Pierre Golstein & Guido Kroemer, 2007 EMBO reports A autofagia é caracterizada pela formação de grandes vacúolos citoplasmáticos com duas ou mais camadas de membranas, que engolfam constituintes celulares. Posteriormente, ocorre a fusão dos vacúolos com lisossomos (autolisossomos; degradação) Via catabólica: a autofagia é a principal via de degradação de proteínas e organelas senescentes e de microrganismos intracelulares. Funções: degrada organelas e proteínas danificadas, carência de nutrientes, infecção, morte celular programada Morte celular por autofagia: - intensa formação da vacúolos - cromatina não condensa Morte celular x Escape da morte A autofagia pode ser considerada morte? Overholtzer e cols., 2007 Cell Morte celular programada: Entose “Canibalismo celular” – uma célula fagocita outra célula vizinha viva. Observado principalmente em células tumorais que apresentam mecanismos de escape da apoptose e da autofagia: - MCF-7 (câncer de mama): não expressa caspase-3 nem é capaz induzir autofagia Morte celular programada: Netose Tipo de morte celular regulada, mediada pela a ação dos neutrófilos, células fagocitárias do sistema imunológico inato. Essa morte ocorre por meio de uma das estratégias antimicrobianas dessas células, a liberação de NETs, por isso, o nome NETosis. NETs são estruturas complexas em formato de teias, compostas de cromatina descondensada e associada a mais de 30 proteínas, as quais podem capturar, neutralizar e levar a morte vários microrganismos. Elas são liberadas para o meio extracelular em torno do neutrófilo e, por isso, fornecem uma barreira física que impede a disseminação microbiana e aumenta a concentração local dos antimicrobianos. Kaplan, M. Jounal of immunology 2012 https://www.youtube.com/watch?v=DR80Huxp4y8&feature=emb_logo Video mostrando via intrinseca e extrinseca de apoptose
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