Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Cavidade Peritoneal • A cavidade peritoneal está dentro da cavidade abdominal e continua inferiormente até a cavidade pélvica. • A cavidade peritoneal é um espaço potencial com espessura capilar, situado entre as lâminas parietal e visceral do peritônio. • Não contém órgãos, mas contém uma fina película de líquido peritoneal, que é composto de água, eletrólitos e outras substâncias derivadas do líquido intersticial em tecidos adjacentes. • O líquido peritoneal lubrifica as faces peritoneais, permitindo que as vísceras se movimentem umas sobre as outras sem atrito e permitindo os movimentos da digestão. • Além de lubrificar as faces das vísceras, o líquido peritoneal contém leucócitos e anticorpos que combatem a infecção. • Os vasos linfáticos, sobretudo na face inferior do diafragma, cuja atividade é incessante, absorvem o líquido peritoneal • A cavidade peritoneal é completamente fechada nos homens. Nas mulheres, porém, há uma comunicação com o exterior do corpo através das tubas uterinas, cavidade uterina e vagina. Essa comunicação é uma possível via de infecção externa. Peritônio • O peritônio é a maior túnica serosa transparente, continua, brilhante e deslizante do corpo, sendo constituído por uma camada de epitélio simples pavimentoso (mesotélio) com uma camada de sustentação de tecido conjuntivo subjacente. DIVISÃO • PERITÔNIO PARIETAL o Reveste a parede da cavidade abdominal o O peritônio parietal tem a mesma vascularização sanguínea e linfática e a mesma inervação somática que a região da parede que reveste. o É sensível a pressão, dor, calor e frio, e laceração. o A dor no peritônio parietal geralmente é bem localizada, exceto na face inferior da parte central do diafragma, que é inervada pelos nervos o A irritação nesse local costuma ser referida nos dermátomos C3–C5 sobre o ombro. • PERITÔNIO VISCERAL OU SEROSA o Recobre alguns dos órgãos na cavidade. o O peritônio visceral e os órgãos que ele recobre têm a mesma vascularização sanguínea e linfática e inervação visceral. o É insensível ao toque, calor e frio, e laceração; é estimulado basicamente por distensão e irritação química. A dor provocada é mal localizada, sendo referida nos dermátomos dos gânglios sensitivos espinais que emitem as fibras sensitivas, sobretudo para as partes medianas desses dermátomos − A dor oriunda de derivados do intestino anterior geralmente é sentida no epigástrio; − A dor proveniente de derivados do intestino médio, na região umbilical; − A dor originada em derivados do intestino posterior, na região púbica. FUNÇÕES • Fixação das vísceras abdominais; • Reservatório de energia; • Imunidade; • Redução do atrito entre as vísceras. CARACTERÍSTICAS ÓRGÃOS INTRAPERITONEAIS • Situados “dentro” da cavidade peritoneal e recobertos pelo peritônio visceral por todos os lados • Estomago, jejuno, íleo, colón transverso, cólon sigmoide, fígado e baço. • Útero, tubas e ovário. ÓRGÃOS RETROPERITONEAIS • Fora da cavidade e recobertos apenas anteriormente pelo peritônio parietal • Pâncreas, duodeno, colón ascendente e descendente (são recobertos por peritônio apenas em suas faces anteriores) • Rim, suprarrenal e ureteres (são separados do peritônio por gordura, e não há peritônio sobre eles) ÓRGÃOS SUBPERITONEAIS • Abaixo da cavidade e recobertos apenas superiormente pelo peritônio parietal • Bexiga urinaria, reto • Próstatas, glândula seminal FORMAÇÕES PERITONEAIS • OMENTO: é uma prega que fixa um órgão peritoneal a outro, tem passagem para vasos. o Omento maior − É uma prega peritoneal proeminente, que tem quatro camadas e pende como um avental da curvatura maior do estômago e da parte proximal do duodeno. Após descer, dobra-se de volta e se fixa à face anterior do colo transverso e seu mesentério o Omento menor − É uma prega peritoneal muito menor, dupla, que une a curvatura menor do estômago e a parte proximal do duodeno ao fígado. Também une o estômago a uma tríade de estruturas que seguem entre o duodeno e o fígado na margem livre do omento menor. − Une o estômago e o duodeno ao fígado − Trata-se da via seguida pelos vasos sanguíneos que entram no fígado e contém a veia porta do fígado, a artéria hepática comum e o ducto colédoco, juntamente com alguns linfonodos. • LIGAMENTO PERITONEAL- consiste em uma dupla camada de peritônio que une um órgão a outro ou à parede do abdome. o Ligamentos do fígado − Ligamento falciforme: do fígado à parede anterior do abdome. − Ligamento hepatogástrico Da curvatura menor do estômago ao fígado = Porção do omento menor − Ligamento hepatoduodenal Do fígado até a parte superior do duodeno = Margem direita livre, espessa do omento menor Contém a tríade portal (veia porta, artéria hepática, ducto biliar) o Ligamentos do estômago − Ligamento gastrofrênico: do estômago à superfície inferior do diafragma − Ligamento gastroesplênico: do estômago ao hilo do baço − Ligamento gastrocólico: a partir do estômago como omento maior até o cólon transverso o Ligamentos do baço − Gastroesplênico: do estômago ao hilo do baço − Esplenorrenal: do baço ao rim esquerdo o Ligamento frenicocólico (sustentaculum lienis) − Da flexura direita do cólon transverso ao diafragma − Suporta o baço • MESO o É um ligamento do peritônio a órgãos (fixa o órgão a parede do abdome), tem passagem para vasos. Só órgãos peritoneais intestino e estomago. • MESENTÉRIO o É uma lâmina dupla de peritônio formada pela invaginação do peritônio por um órgão, e é a continuidade dos peritônios visceral e parietal. o Constitui um meio de comunicação neurovascular entre o órgão e a parede do corpo o O mesentério une um órgão intraperitoneal à parede do corpo – geralmente a parede posterior do abdome o Une o jejuno e o íleo do intestino delgado à parede posterior do abdome. o É a maior prega peritoneal e geralmente tem bastante gordura. o Mesocolóns transverso e sigmoide, mesoesôfago o Mesogástrio e mesoapêndice. • MESOCOLO: unem o colo transverso (mesocolo transverso) e o colo sigmoide (mesocolo sigmoide) à parede abdominal posterior, essas pregas conduzem os vasos sanguíneos (vasos mesentéricos superiores e inferiores) e os vasos linfáticos até́ o intestino. O mesentério e o mesocolo mantém o intestino frouxamente no lugar, permitindo grande movimento à medida que as contrações musculares misturam e deslocam o conteúdo intestinal ao longo do trato GI. SUBDIVISÕES PERITONEAIS • Cavidade Peritoneal Propriamente Dita (saco maior): principal cavidade peritoneal • Bolsa Omental - É uma cavidade saciforme extensa, situada posteriormente ao estômago, ao omento menor e as estruturas adjacentes o Posteriormente ao estômago o Visível pelo omento menor o Recesso superior: limitado pelo diafragma e pelas camadas posteriores do ligamento coronário do fígado o Recesso inferior: espaço potencial entre as camadas do omento maior o Comunica-se com o saco maior pelo forame epiploico (de Winslow) o A bolsa omental permite o livre movimento do estômago sobre as estruturas posteriores e inferiores a ela, pois as paredes anterior e posterior da bolsa omental deslizam suavemente uma sobre a outra. o A bolsa omental comunica-se com a cavidade peritoneal por meio do forame omental (abertura situada posteriormente à margem livre do omento menor (ligamento hepatoduodenal)). − O forame omental pode ser localizado passando-se um dedo ao longo da vesícula biliar até a margem livre do omento menor − Os limites do forame omental são: Limite Estruturas Anterior Ligamento hepatoduodenal contendo a tríade portal Posterior Veia cava inferior (VCI) e pedículo direito do diafragma, que é coberto por peritônio parietal Superior Lobo caudado do fígado, que é coberto por peritônio visceral Inferior Parte superior do duodeno, veia porta, artériahepática, ducto biliar • Compartimento Supracólico o Espaço peritoneal acima do mesocólon transverso o Contém estômago, fígado e baço • Compartimento Infracólico o Espaço peritoneal acima mesocólon transverso o Contém intestino delgado, cólons ascendente e descendente o Dividido nas partes esquerda e direita pelo mesentério do intestino delgado o A livre comunicação entre os compartimentos supracólico e infracólico via sulco paracólico − Sulcos ou recessos entre os cólon ascendente e descendente e a parede posterior do abdome ao longo de suas margens laterais Anatomia cl ín ica Peritonite e Ascite Quando há contaminação bacteriana decorrente da laparotomia ou lesão traumática ou ruptura do intestino em virtude de infecção e inflamação (p. ex., apendicite), permitindo a entrada de gás, material fecal e bactérias na cavidade peritoneal, a consequência é infecção e inflamação do peritônio “peritonite”. Há exsudação de soro, fibrina, células e pus para a cavidade peritoneal, acompanhada por dor na pele sobrejacente e aumento do tônus dos músculos anterolaterais do abdome. Peritonite • Inflamação do peritônio • Pode ser localizada (p. ex., secundária a apendicite) ou generalizada (p. ex., secundária a perfuração intestinal) • Pode resultar em reflexo de aumento de tensão (“em guarda”) da musculatura abdominal sobrejacente, levando à rigidez abdominal • O envolvimento do peritônio parietal leva à dor abdominal bem localizada, aguda, com sensibilidade à palpação • Os movimentos rítmicos da parede anterolateral do abdome normalmente acompanham as incursões respiratórias. Se o abdome for retraído enquanto o tórax se expande (ritmo abdominotorácico paradoxal) e houver rigidez muscular, pode haver peritonite ou pneumonite (inflamação dos pulmões). • Como a dor intensa se agrava com o movimento, as pessoas com peritonite costumam deitar com os joelhos fletidos para relaxar os músculos anterolaterais do abdome. Elas também apresentam respiração superficial (e, portanto, mais rápida), reduzindo a pressão intra-abdominal e a dor. • O efeito de sucção do diafragma durante a respiração “puxa” o líquido (p. ex., decorrente de víscera perfurada) para os espaços subfrênicos. Portanto, o abscesso subfrênico é uma complicação frequente da peritonite. Ascite • Acúmulo do líquido na cavidade peritoneal • Pode se formar secundariamente à peritonite ou a uma variedade de outras condições patológicas • O abdome pode se tornar intensamente distendido, uma vez que muitos litros de líquido se acumulam • A paracentese pode ser realizada tanto para fins diagnósticos quanto para drenar o fluido ascítico • Geralmente realizada sob anestesia local Diálise peritoneal • O peritônio é uma membrana semipermeável com extensa área superficial, grande parte da qual (as partes subdiafragmáticas em especial) situa-se sobre os leitos dos capilares sanguíneos e linfáticos. Portanto, o líquido injetado na cavidade peritoneal é rapidamente absorvido. • Na insuficiência renal, escórias nitrogenadas como a ureia acumulam-se no sangue e nos tecidos e, por fim, alcançam níveis fatais. Pode ser realizada diálise peritoneal, na qual as substâncias solúveis e o excesso de água são removidos do sistema por transferência através do peritônio, usando uma solução estéril diluída que é introduzida na cavidade peritoneal em um lado e depois drenada do outro lado. Solutos difusíveis e água são transferidos entre o sangue e a cavidade peritoneal em virtude de gradientes de concentração entre os dois compartimentos de líquido. No entanto, a diálise peritoneal geralmente é apenas temporária. A longo prazo, é preferível usar o fluxo sanguíneo direto através de um aparelho de diálise renal.
Compartilhar