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Trabalho apresentado ao curso de Fisioterapia, na disciplina de Fisioterapia em Reumatologia. GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA Salvador Tema: ESPONDILITE ANQUILOSANTE Discente: DIANA ROSE DE J. ROCHA Salvador Introdução A espondilite anquilosante (EA) representa o protótipo de um grupo de doenças inflamatórias outrora conhecidas como espondiloartropatias, hoje denominadas espondiloartrites. É uma doença inflamatória crônica que acomete preferencialmente a coluna vertebral, podendo evoluir com rigidez e limitação funcional progressiva do esqueleto axial. A espondilite anquilosante se caracteriza pela dor persistente (por mais de um mês) na coluna e que surge de modo lento ou insidioso, com rigidez matinal (diminui de intensidade durante o dia), melhora com exercício e piora com repouso. ETIOLOGIA É desconhecida, mas existem duas prováveis causas (hipóteses) que tentam explicar a ocorrência : Fator hereditário: 2% dos indivíduos HLA- B27 Naqueles HLA-B27 positivos, que tem parente de primeiro grau portador de espondilite anquilosante, a frequência aumenta para 15% a 20%. Fator infeccioso: exposição a agentes específicos do meio ambiente (p. ex, Klebsiea sp., shigella e Salmonella). FISIOPATOLOGIA Ocorrem duas lesões básicas: a sinovite das articulações e a infiltração nas junções e nos tendões Alterações patológicas que ocorrem em três estágios: Reação inflamatória com infiltração de linfócitos, Formação de tecido de granulação e erosão do osso subjacente; Ocorre substituição do tecido de granulação por tecido fibroso; Calcificação do tecido fibroso, levando á anquilose da articulação EPIDEMIOLOGIA Geralmente tem início na segunda ou terceira década de vida, acometendo principalmente indivíduos do gênero masculino, na razão de 3:1. O padrão da doença varia com o gênero – é mais grave nos homens e tem início mais tardio em mulheres, que apresentam maior comprometimento extra espinal. Em virtude da extrema raridade da presença do HLA-B27 em populações negras africanas, a EA é muito pouco frequente nessa etnia A positividade do HLA-B27 nos pacientes espondilíticos pode variar entre 80% e 98%, sendo mais elevada em populações caucasianas não miscigenadas do norte da Europa. PROGNÓSTICO Os pacientes com EA são divididos em três graus de gravidade Dividida em leve, moderada e severa Sendo que o desenvolvimento da doença nos quadris, nos 2 primeiros anos da doença, prenuncia um mau prognóstico. DIAGNÓSTICO O diagnóstico é realizado pelos critérios clínicos, pela associação dos sintomas do paciente, pela história familiar, pelas descobertas articulares e extra-articulares, métodos de imagem e exames laboratoriais. Critérios de classificação modificados de Nova Iorque, a inclusão de pacientes já com alterações radiográficas, numa fase mais avançada da doença. ASAS (Assessment of SpondyloArthritis International Society) permitem a inclusão de pacientes ainda sem danos estrutural DIAGNÓSTICO EA quando um critério radiológico estiver associado a pelo menos um critério clínico Considera-se EA provável quando o paciente apresenta três critérios clínicos ou se há critério radiológico sem sinais ou sintomas clínicos. DIAGNÓSTICO TRATAMENTO O tratamento medicamentoso: Anti-inflamatórios não esteroidais - AINE glicocorticoides Medicamentos modificadores do curso da doença – MMCD (sulfassalazina - SSZ, metotrexato – MTX e agentes biológicos bloqueadores do fator de necrose tumoral alfa - anti-TNF). Nutricionista: Dieta equilibrada e variada, rica em proteínas, vegetais e fruta. Controlar o peso e evitar o excesso de peso, que leva à sobrecarga da coluna vertebral. TRATAMENTO O tratamento psicológico: atenção especial deve ser dada às repercussões psicológicas da doença e a eventuais quadros depressivos, assim o apoio de Psiquiatras e/ou Psicólogos pode ser necessário. Serviço Social: deverá dar orientação dos direitos e benefícios que esta doença confere O tratamento cirúrgico : Indicado aos pacientes graves, com importante dor, incapacidade e deformidade física, que não responderam a tratamento conservador. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Objetivos do tratamento fisioterapêutico: Diminuir a dor, a rigidez e a fadiga; Minimizar e evitar deformidades e incapacidades; Manter e aumentar a mobilidade do tronco e das articulações periféricas; Aumentar a força dos músculos, do tronco e dos membros; Melhorar ou manter as condições respiratórias e o condicionamento físico; Melhorar a postura; Manter o melhor nível de capacidade funcional e psicossocial; Educar e orientar o paciente; Melhorar a qualidade de vida. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Eletrotermofototerapia: TENS (neuroestimulação elétrica transcutânea), ultrassom, termoterapia, quando associados a exercícios ou a fármacos tem seus efeitos potencializados. Massoterapia: O benefício é provavelmente multifatorial, mas pode ser atribuído a dois efeitos: local (músculo e ligamento) e central (relaxamento psíquico). Ambos resultam na diminuição da dor, facilitando a função. Hidroterapia: é uma modalidade terapêutica muito utilizada em patologias reumatológicas, como a EA, pois a água, principalmente quando aquecida, auxilia: No relaxamento muscular; Diminuição de fadiga; Melhora da circulação sanguínea; Diminuição do quadro álgico; Melhora da função respiratória. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Pompage: técnica de mobilização das fáscias e dos tecidos conjuntivos que envolve as articulações e os músculos e ajudam a retardar os fenômenos de densificação e calcificação desses tecidos Cinesioterapia: Apesar de não prevenirem a anquilose, melhoram a mobilidade geral, a postura e a função para as AVD’s. Os alongamentos devem ser realizados de forma ativa nos músculos do pescoço, peitorais, posteriores da coxa, flexores do quadril e rotadores da coluna, com o objetivo de evitar as prováveis deformidades da “postura de esquiador’’. Exercícios respiratórios e conscientização postural TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Exemplos de exercícios terapêuticos Referencias SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA. Sociedade brasileira em reumatologia alerta: dor nas costas pode ser sinal de uma doença séria – espondilite anquilosante. 7 de maio de 2018. Disponível em: https://amb.org.br/noticias/sociedade-brasileira-de-reumatologia-alerta-dor nas-costas-pode-ser-sinal-de-uma-doenca-seria-espondilite-anquilosante/ Acesso:08/09/2019. PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS ESPONDILITE ANCILOSANTE. Componente Especializado da Assistência Farmacêutica – Portaria Conjunta SAS-SCTIE/MS nº7, de 17 de julho de 2017. GOVEIA E. B; ELMANN D.; MORALES M. S. A. Espondilite anquilosante e uveíte: revisão. Rev. Bras. Reumatol, v.52,n.5,p.749-756,2012 . ROSIN F. et al. Intervenção fisioterapêutica em indivíduos com espondilite anquilosante. Arq. Ciênc. Saúde. vol. 24 n(2) p.19-24, 2017. Referencias WIBELINGER, Lia Mara. Fisioterapia em reumatologia. 2 ed. Rio de Janeiro :Revinter, 2015. CARDOSO, C.F.L.S.; CAPELA, J.I.L.D.A.; PIRES, E.S.D.M.A.- Papel Actual da Reabilitação na Espondilite Anquilosante. Vol 19 I Nº 2 I Ano 18 (2010) I Revista da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação. CHUNG, T.M. – Escola de Coluna – Experiência do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Acta Fisiátrica 3(2): 13-17. São Paulo, Sociedade Brasileira de Reumatologia; Espondiloatrites. Disponível em: www.reumatologia.org.com
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