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Ética no trabalho

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Saúde do trabalhador
Ética está relacionada às condutas que são consideradas boas e adequadas, um conjunto de
valores que aponta as melhores formas de agir a partir da concepção de uma dada sociedade.
Por sua vez, a moral está relacionada com o que é justo. Um conjunto de regras que fixam
condições equitativas de convivência, com respeito e liberdade. A moral permite que as
diversas questões éticas que se encontram nos diferentes tipos de ambientes sociais possam
conviver entre si, coexistir sem que haja violações ou sobreposições.
As condutas éticas naturalmente são formuladas de acordo com cada profissão, suas
particularidades, e os códigos éticos também estão relacionados aos interesses de cada local de
trabalho e têm importância fundamental para a coletividade e para as relações humanas que se
estabelecem nos mais diversos ambientes laborais. 
A informação é um dos direitos fundamentais dos indivíduos;
Na área da saúde, esse direito constitui condição indispensável para que haja o
consentimento, de forma esclarecida, dos procedimentos para diagnóstico e de
tratamento que sejam necessários na sua condição clínica.
é necessário que aquele que informa considere as adequações necessárias para que o
paciente possa entender perfeitamente, dentro de suas condições cognitivas,
psicológicas e sociais, respeitando seus valores pessoais;
Ética no trabalho
Direito à informação
acesso físico e cognitivo
Acesso físico
Toda a informação registrada por escrito em laudos,
prontuários, exames, termos de consentimentos para
realização de intervenções.
Acesso cognitivo
Relacionado ao nível de percepção sobre a informação
recebida, os seus significados, ou seja, só é possível chamar
de informação algo que foi compreendido.
Para que as informações estejam disponíveis ao acesso pleno do usuário do
serviço de saúde, elas deverão ser oferecidas de forma apropriada a cada
indivíduo, considerando o nível de compreensão, suas expectativas, seus valores
psicológicos e sociais.
Em saúde do trabalhador, as questões de acesso à informação ganham outras
esferas de importância, uma vez que, além das descrições acima, o trabalhador
tem o direito de receber informações quanto aos riscos físicos, químicos ou
biológicos aos quais estará exposto e, assim, ter o direito de entender como
prevenir possíveis danos à sua saúde no caso de algum procedimento
inadequado ou exposição acidental. 
o trabalhador deverá ter ciência acerca do quanto esses riscos e exposições aos quais está
diariamente sujeito podem representar desgastes, por causa processo produtivo que
compromete a sua saúde.
Informações incompletas ou insuficientes não são atitudes éticas, assim como não
providenciar essas informações ou mesmo distorcê-las em função dos interesses de apenas
uma das partes envolvidas.
O enfermeiro que atua em saúde do trabalhador deverá estar sempre atento para que o
trabalhador tenha acesso às informações sobre suas condições de saúde e o grau de
exposição a que esteja sujeito em seu ambiente de trabalho. 
Consentimento livre e esclarecido
é um documento no qual a pessoa poderá, no exercício de sua autonomia, expressar
formalmente que aceita ou recusa o que lhe for proposto quanto às possibilidades de
diagnóstico e atos terapêuticos ou profiláticos a respeito de sua saúde. 
é mais que um mero evento formal, é um processo que inclui acompanhar a pessoa em
atendimento e esclarecer sobre suas reais oportunidades, os riscos embutidos nas escolhas,
as dificuldades associadas aos caminhos que poderá optar. 
O esclarecimento está diretamente ligado ao direito à informação, porém com uma
diferença fundamental: informação não significa esclarecimento.
Estar esclarecido demanda conexões mais elaboradas. Por exemplo, determinado médico
poderá dizer: “Vou receitar um tratamento de quimioterapia, pois o senhor está com
câncer”
Tomada de decisão esclarecida promoverá a liberdade de aceitar ou não algum
procedimento, o que poderá envolver as relações hierárquicas e de poder no ambiente de
trabalho, e é um desafio ímpar para o enfermeiro que atua com saúde do trabalhador.
O sigilo é essencial e rege os aspectos éticos do consentimento livre e esclarecido para que
a decisão do trabalhador não implique em prejuízos à empresa, segregação por parte dos
outros trabalhadores e até mesmo a perda do emprego. 
A privacidade e a confidencialidade
A confiança nos profissionais da saúde com certeza nasce desses dois princípios:
privacidade e confidencialidade. A garantia da confidencialidade e da
privacidade é legal, prevista no Código Penal Brasileiro e no código de ética
profissional. É um dever dos profissionais e das instituições que estejam ligadas
à saúde das pessoas.
As instituições envolvidas com o cuidado da saúde das pessoas têm a obrigação
de manter um sistema seguro de proteção às informações dos registros dos
pacientes. Devem respeitar normas e rotinas preestabelecidas de restrição de
acesso aos prontuários, com senhas de segurança nos casos de prontuários
eletrônicos e com sistemas informatizados cada vez mais aprimorados..
Há alguns casos excepcionais, como quando há risco de vida individual, risco
de agravo a terceiros ou benefício social que estiverem envolvidos, poderão
justificar a revelação de informações sigilosas ou confidenciais. Nesses casos,
poderá ser quebrado o sigilo profissional contido nos códigos de ética,
considerando a benevolência e não maleficência que terão efeito maior sobre os
possíveis danos que o sigilo pode causar.
Testando os trabalhadores
As justificativas para a realização de testes são diversas, incluindo o bem dos trabalhadores,
a proteção de terceiros ou da coletividade, bem como a defesa do empregado. As
exposições ocupacionais poderão atuar, ao longo do tempo, como agentes silenciosos na
indução de danos ao DNA, levando a doenças como o câncer, por exemplo.
Considerando a legislação trabalhista, os empregadores poderão selecionar seus
empregados com base no grau de instrução e na experiência profissional anterior. As
origens étnicas, raciais e religiosas, bem como a idade e o sexo, não podem ser
excludentes.
Contudo, com o desenvolvimento da biotecnologia, alguns testes com informações do
perfil genético dos trabalhadores passaram a ser incluídos nos processos seletivos, buscando
identificar o uso de drogas ilícitas ou álcool, detectar o vírus HIV ou até mesmo a
predisposição para algumas doenças e medir o nível de resistência a agentes tóxicos e a
sensibilidade a certas exposições.
Utilizar marcadores genéticos para a prevenção seria uma atitude louvável. Porém, na área
trabalhista há grande potencial para uso não ético desses marcadores, segregando
indivíduos ou mesmo buscando informações pessoais não relacionadas ao desempenho do
profissional, com objetivo de identificar trabalhadores que serão excluídos ao final do
processo, não por não estarem capacitados ou por desconhecerem a função que
ocupariam, mas por representarem potenciais custos futuros à empresa.
Referência: MARTINS, Renata Augusto. Saúde do trabalhador. Londrina: Editora e
Distribuidora Educacional S.A., 2017.

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