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Gestão em Saúde Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Me. Raquel Josefina de Oliveira Lima Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin Legislação Aplicada à Saúde • Introdução; • Legislação Aplicada à Saúde; • Processo de Negociação. · Conhecer as Legislações necessárias à atuação profissional na Área da Saúde para uma atuação profissional livre de danos e imperícias; · Prestar atenção à evolução histórica da Legislação; · Conceituação da legislação, bem como das principais legislações aplicadas à Saúde. OBJETIVO DE APRENDIZADO Legislação Aplicada à Saúde Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Legislação Aplicada à Saúde Introdução Para atuar na gestão dos serviços de saúde é necessário o conhecimento relativo às legislações que regem a atuação profissional neste cenário. É de fundamental importância que o profissional tenha competência para atuar de forma segura e este fato só se concretiza quando cada profissional sabe exatamente suas competências, direitos e deveres. Legislação Aplicada à Saúde O convívio em Sociedade exige um complexo de normas disciplinadoras que estabelecem regras indispensáveis ao convívio entre os indivíduos que a compõem. O conjunto dessas regras deve ser cumprido por todos, pois, do contrário, sanções podem ser aplicadas (OGUISSO; SCHMIDT, 2010). Figura 1 Fonte: iStock/Getty Images Assim, é fundamental para a compreensão do cenário sociopolítico e econô- mico, na Saúde Pública ou Privada, a compreensão das Legislações que regem a Assistência à Saúde no Brasil. Evolução Histórica da Legislação A relação das pessoas na sociedade é regulada por meio de normas e regras desde a Antiguidade. O mais antigo sistema de normas legais escritas no mundo que se conhece foi estabelecido pelo Rei Hammurabi e foi gravado num enorme bloco cilíndrico de pedra negra, com cerca de 3.500 linhas. O Código de Hammurabi foi descrito há mais de 2000 anos e é composto por 282 Artigos que, apesar de remontar há tantos anos, é considerado incrivelmen- te atual, tratando de direitos da propriedade, da família, de sucessões, de penhora e até mesmo sobre proteção ao consumidor, que, no Brasil, é uma Legislação muito recente (OGUISSO; SCHMIDT, 2010). Figura 2 – Pedra contendo o Código de Hammurabi Fonte: Wikimedia Commons 8 9 Conceituando a Legislação Figura 3 Fonte: iStock/Getty Images Como já mencionado, o comportamento humano está sujeito a regras, criadas pelo próprio homem, a fim de manter o equilíbrio das relações entre os indivíduos em Sociedade. Assim, as normas e regras constituem as Leis que, por sua vez, em conjunto, formam as Legislações. A figura 4 apresenta um esquema específico que en- volve a constituição das normas e das regras que irão formar as leis; consequentemente, o conjunto de Leis que é a própria Legislação. É importante destacar que todas as profissões, incluin- do as de Assistência à Saúde, estão regulamentadas por Leis ou normas jurídicas. Dessa forma, é fundamental que esse profissional possa conhecer as legislações que regulamentam suas ações (OGUISSO; SCHMIDT, 2010). Normas e Regras LEIS Conjunto de Leis é denominado LEGISLAÇÃO Figura 4 Esse conhecimento permite a determinação dos direitos e deveres, que é fundamental, vez que, o Decreto-Lei 4.675, de 04/09/1942, no Artigo 3º, declara que “ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece”. Assim, é indesculpável ao Profissional desconhecer as Leis, e esse desconhecimento não o exime, inclusive como cidadão, de cumpri-las rigorosamente. Esse dispositivo do Decreto-lei encontra-se ratificado no Código Penal, Artigo 21, que estabelece que “O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço (OGUISSO; SCH- MIDT, 2010). Os Artigos constantes no Decreto-lei e no Código Penal estão ambos em vigor e estabelecem que: 9 UNIDADE Legislação Aplicada à Saúde “O DESCONHECIMENTO DA LEI É INESCUSÁVEL.” Dessa forma, há de se questionar: Quais as qualificações e as condições para o exercício legal da profissão? Ex pl or Destaca-se o fato de que não se trata evidentemente de uma qualificação, capacidade ou aptidão física, e nem mesmo técnica, mas LEGAL. OBVIAMENTE, a capacidade legal supõe capacidade técnica e profissional, mas só esta é insuficiente para o exercício legal da profissão. Assim, para instrumentalizá-los para o exercício legal da profissão na área da saúde, a seguir serão destacadas as principais Legislações que regem a Assistência à Saúde. Principais Legislações Aplicadas à Saúde Embora as profissões estejam devidamente regulamentadas, é preciso compre- ender que, como cidadãos, todos os Profissionais que atuam na Saúde estão sujei- tos às Leis que regem a Sociedade em que vivem, como a Constituição Federal, os Códigos Civil e Penal, o Código de Defesa e Proteção do Consumidor e as demais Legislações que regem o Direito e os direitos (OGUISSO, 2005). É necessário ressaltar que não é suficiente a capacitação técnico-científica; é imprescindível que cada profissional que atua na Saúde conheça as Legislações vigentes em nosso país e em cada profissão, sabendo utilizá-las para a defesa de um exercício profissional ético e seguro para clientela. Dessa forma, serão destacadas aqui algumas Legislações fundamentais para o Exercício Profissional na Saúde. Entre elas, destacam-se o Código Penal Brasileiro, o Código Civil, a Lei no. 10.241, de 17 de março de 1999, que destaca os direitos dos usuários dos Serviços e Ações de Saúde do Estado de São Paulo; a Lei no. 8.080, a Lei no. 8.142 – Lei Orgânica, a Lei no. 8.078, de 11 de setembro de 1990, que dispõe sobre a Proteção e Defesa do Consumidor; e a Norma Regula- mentadora 32. Conhecendo as Legislações Existem Legislações que devem nortear o desenvolvimento das atividades de atenção à Saúde; nelas são apresentados os direitos dos usuários, bem como as possíveis penalidades impostas ao profissional que não as observar. 10 11 Contudo, ressalta-se que estudos têm demonstrado a necessidade de propiciar ambiente seguro, com disponibilidade de recursos humanos e físicos, investimentosem Educação e reciclagem, em Farmacologia e em Técnicas de administração de drogas, por exemplo, como medidas necessárias a serem implantadas pelos Serviços de Enfermagem, tendo o respaldo e o apoio institucional, a fim de evitar a exposição da vida e a segurança do cliente. É direito do profissional atualizar-se, e obrigação da Instituição facilitar essa prá- tica. Porém, é de fundamental importância que os profissionais busquem atualiza- ção contínua a fim de prestarem atendimento, tendo o melhor preparo e, assim, garantindo uma assistência segura. Dessa forma, destaca-se que a prevenção por meio de atualizações e aprimora- mento profissional será menos dispendiosa às Empresas de Saúde do que gastar com indenizações judiciais decorrentes de danos e imperícias profissionais. Assim, faz-se necessária uma busca contínua pelo combate ao despreparo técnico, às más condições de trabalho e à remuneração insuficiente, o que leva à dupla jornada de trabalho e expõe o profissional a risco contínuo ao erro. A seguir, serão apresentadas algumas das Legislações que devem nortear as atividades na Área da SAÚDE. Código Penal Brasileiro No Código Penal Brasileiro, há destaque para a punição nas situações de inobservância de regra Técnica de Profissão, Arte ou Ofício, quando se deixa de prestar imediato socorro à vítima ou quando não há movimento na busca de diminuir as consequências do seu ato. Destaca-se que, não raramente, os profissionais de saúde são envolvidos em casos de homicídios culposos se o crime resultar de negligência, imprudência ou falta de observância das regras técnicas da profissão (OGUISSO, 2005). Existe, ainda, a possibilidade de os profissionais de saúde serem acusados de participação em suicídio quando, de alguma maneira, contribuírem para o fato, podendo ocorrer acusação sobre a conduta profissional, no sentido de instigar, induzir ou mesmo auxiliar materialmente o paciente a se matar (OGUISSO, 2005). Assim, espera-se que os Profissionais de Saúde respeitem os clientes independente do estado em que se encontrem. É necessário conhecer a fisiopatologia, bem como identificar como o cliente tem enfrentado o diagnóstico, o tratamento, os cuidados, a gravidade do caso e suas possibilidades sendo apoio para o cliente, para o familiar e para os amigos. 11 UNIDADE Legislação Aplicada à Saúde Espera-se que o profissional tenha sensibilidade para lidar com o cliente, que o conheça e saiba respeitar o momento de lhe dizer a verdade sobre o diagnósti- co, as complicações do tratamento, o prognóstico e as possibilidades, ainda que remotas de cura. Assim, espera-se que não haja quebra da confiança que deve existir entre ambos. Outra possibilidade é a ocorrência de lesões corporais nos clientes hospitalizados, que podem ser consideradas leves (o dano não deixa sequela nem incapacitação para as ocupações habituais por mais de trinta dias); graves (ocorre incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias, podendo provocar perigo de vida ou debilidade permanente de algum membro, sentido ou função); gravíssimas (quando ocorre incapacidade permanente) ou seguidas de morte (OGUISSO, 2005). Destaca-se que a Equipe de Enfermagem pode ser acusada de expor a vida do clien- te a perigo direto ou iminente, conforme disposto nos artigos que se expõe a seguir: Artigo 132 “Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto ou iminente.” Artigo 136 “Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis.” Há de se destacar, ainda, outros delitos que podem ser praticados por qualquer profissional da Área de Saúde como apresentados nos Artigos identificados a seguir: Artigo 133 “Abandonar pessoa que está sob seus cuidados, guarda vigilância ou autoridade e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono, sendo delito que pode resultar em lesão corporal grave ou mesmo a morte.” Artigo 135 “Omissão de socorro é uma imputação grave sobre o profissional que tem o dever de prestar assistência.” Código Civil Brasileiro O Código Civil Brasileiro define como negligência a falta de atenção e a imperícia como decorrente da deficiência ou ausência de conhecimento, de falta de habilidade e destreza. Destaca, ainda, que a imprudência resulta de atitude precipitada, sem avaliação das suas possíveis consequências. O Artigo 186 do Código Civil prevê: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar o direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.” Destaca-se que o dano consiste no prejuízo resultante da lesão a um direito alheio. 12 13 Lei nº. 8080, de 19 de setembro de 1990 Consulte: https://goo.gl/twYSz Ex pl or Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da Saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondente (CONSELHO FE- DERAL DE SAÚDE, 2008). Lei Orgânica da Saúde nº. 8.142, de 28 de dezembro de 1990 Consulte: https://goo.gl/6SOIMy Ex pl or Dispõe sobre a proteção e a defesa do consumidor, que passa a contar com um poderoso instrumento de defesa dos seus direitos. Assim, recomenda-se ao Profissional de Saúde defender-se da acusação que o cliente (consumidor) lhe faz, comprovando que com ele não falhou e a ele não causou dano ou risco de dano (OGUISSO, 2005). Destaca-se, contudo, que a responsabilização pelo dano causado pode ocorrer independente da comprovação de culpa do profissional, levando-se em conta o princípio da vulnerabilidade da vítima. Assim, o legislador busca a proteção do cliente/consumidor, quando considerado a parte mais fraca na relação do consumo. Destaca-se, ainda, que a responsabilidade ética pressupõe a existência de infração ética, ou seja, ofensa às normas norteadoras da conduta ética esperada para o profissional. A responsabilidade civil pressupõe a existência de dano e de culpa, ou seja, esse tipo de responsabilidade existe quando o profissional age de forma negligente, com imperícia ou imprudente e, dessa maneira, expõe o cliente a riscos ou mesmo a prejuízos. Já a responsabilidade penal é pessoal e intransferível, ou seja, o indivíduo que comete um crime, em função de sua atividade profissional, não pode ver transferida a responsabilidade pelo ilícito a outrem, a terceiro (ao colega ou à Instituição em que trabalha). Norma Regulamentadora (NR) – 32 Essa Norma Regulamentadora tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de Medidas de Proteção à Segurança e à Saúde dos Trabalhadores dos Serviços de Saúde, bem como daqueles que exercem atividades de Promoção e Assistência à Saúde em geral. Para fins de aplicação dessa NR, entende-se por Serviços de Saúde qualquer edificação destinada à prestação de Assistência à Saúde da população e todas as 13 UNIDADE Legislação Aplicada à Saúde ações de Promoção, Recuperação, Assistência, Pesquisa e Ensino em Saúde em qualquer nível de complexidade (BRASIL, 2005) Os Estabelecimentos de Assistência à Saúde podem expor os profissionais que ali atuam a várias situações de risco que, muitas vezes, são deixados de lado. Em muitas situações os profissionais deixam de utilizar os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) mesmo sabendo que sua profissão os expõe a vários agentes de risco (FAGUNDES, 2009; ROBAZZI, 2004). Os riscos podem ser biológicos, físicos, químicos, psicossociais e ergonômicos. A convivência com estes riscos predispõe os trabalhadores a se tornarem enfermos e a sofrerem acidentes de trabalho, quando não adotadas medidas de segurança (FAGUNDES, 2009; ROBAZZI, 2004). Frente à possibilidade de exposição a tantos riscos, o Profissional de Saúde deve ficar atento em cumprir e fazer cumprir a NR-32 nos Estabelecimentos de Saúde, prestando assistência adequada não só a quem cuida, mas também ao cuidador. O que se pretendeuaqui não foi esgotar as discussões sobre as Legislações, mas dar um panorama mínimo das principais Legislações vigentes em nosso país que regem as ações dos Profissionais de Saúde. Devemos lembrar que, ao escolher trabalhar nessa Área, a escolha vem reche- ada de normas e rotinas, necessárias para uma assistência de excelência e para a GARANTIA DA QUALIDADE DE VIDA. O Profissional da Área da Saúde não deve ter dúvidas de que está entrando numa área que é apaixonante, pelas possibilidades de atuação junto ao ser humano, na qual a atuação profissional pode ser o diferencial na qualidade, no restabelecimento, na minimização de sofrimento na vida dos respectivos clientes/pacientes. Consulte: https://goo.gl/YlaCT Ex pl or Importante! Falamos aqui em Clientes. Hoje, mais do que nunca, a Área da Saúde vive essa relação de oferta e prestação de serviço, mas esse fato não tira o brilho e a importância das atividades desenvolvidas na Área, muito pelo contrário; é necessário que possam ver nessa relação uma forma de controle social no desenvolvimento das atividades que, certamente, poderão trazer benefícios aos profissionais, por meio da exigência de condições para a adequada atuação profissional. Importante! 14 15 Processo de Negociação Não é novidade dizer que as Organizações mudaram muito nos últimos anos. Hoje, o capital é nômade, não tem raízes claras. O lucro nem sempre fica no lugar onde foi gerado. As organizações buscam atingir metas cada vez mais agressivas, e menos gente faz com que isso aconteça. Grandes estruturas, poucas pessoas. A Tecnologia da Informação (TI) possibilitou isso num curto espaço de tempo. Já é possível a existência de estruturas pequenas operando globalmente e atingindo resultados inimagináveis até poucas décadas atrás. A rapidez das mudanças tecnológicas e a abertura comercial no Brasil, a partir da década de 1990, geraram descompasso cultural. Nem todos se acostumaram a essas mudanças, mas a adaptação é necessária. O mundo mudou. As pessoas mudaram. O mercado mudou. E, principalmente, nossos clientes mudaram. Hoje, o Mercado se movimenta rápido, e poucos analistas conseguem fazer previsões que vão além do futuro imediato. Empresas que elaboraram planos de negócio visando a atingir resultados em cinco ou dez anos são raras, talvez apenas algumas entre as maiores e mais bem-estruturadas. Na maioria das situações que vivemos existe algum tipo de negociação. Essas negociações envolvem não só relacionamentos comerciais, mas, também, os relacionamentos sociais e familiares. Negocia-se com os fornecedores sobre as condições de fornecimento, com os Bancos sobre empréstimos, com os empregados sobre os salários que serão pagos em determinado período, com os clientes sobre as condições de pagamento, e assim por diante. O Processo de Negociação visa a superar possíveis conflitos e, ao mesmo tempo, obter para a Empresa o melhor resultado possível da negociação. As Etapas do Processo de Negociação envolvem o planejamento da negociação, a condução da negociação e o acompanhamento e a avaliação da informação. O Planejamento da Negociação O Planejamento da Negociação envolve as seguintes fases consagradas do Processo Administrativo: 15 UNIDADE Legislação Aplicada à Saúde • Efetuar um histórico das relações de negociação já efetuadas com a outra parte (cliente ou fornecedor); • Analisar as características pessoais do outro negociador (envolvendo o cliente ou o fornecedor); • Definir os resultados desejados; • Definir os objetivos críticos; • Analisar e definir os objetivos e as necessidades da outra parte (envolvendo o cliente ou o fornecedor); • Definir os valores e as motivações do outro negociador (envolvendo o cliente ou o fornecedor); • Analisar a relação de forças entre os dois negociadores; • Determinar quais os pontos que podem constituir conflitos pessoais; • Selecionar a estratégia e as táticas que serão adotadas na negociação; • Criar um plano de concessões; • Simular a negociação; • Gerar uma melhor opção para uma alternativa não negociada. A Condução da Negociação É importante efetuar um bom planejamento da execução da negociação. Todos os cuidados tomados durante a fase de planejamento podem ser postos a perder caso sejam cometidos erros na negociação propriamente dita. Na Condução da Negociação é importante seguir as seguintes fases: • Criar um clima amigável para a negociação; • Informar os objetivos da negociação; • Obter a concordância para o prosseguimento; • Definir as regras a serem utilizadas; • Obter informações sobre as necessidades da outra parte; • Testar a validade das premissas analisadas na fase de planejamento; • Verificar os valores mais relevantes; • Descrever o negócio que está sendo proposto; • Ressaltar os pontos que estão em consonância com os valores descobertos; • Apresentar os problemas que serão resolvidos com a solução proposta; • Em todos os tópicos, sempre que surgirem divergências, deve-se procurar enfrentá-las de modo honesto e aberto; • Levantar dúvidas potenciais e respondê-las; 16 17 • Prestar atenção aos sinais de fechamento; • Propor fechamento. O Acompanhamento e a Avaliação da Negociação O Acompanhamento e a Avaliação da Negociação podem ser divididos nas seguintes etapas: • Montar programa de implantação dos compromissos assumidos; • Acompanhar os custos e os prazos da implantação; • Corrigir desvios; • Comparar a diferença entre os objetivos previstos e os realizados; • Avaliar os passos utilizados na negociação; • Fazer uma autoavaliação das atitudes tomadas durante a negociação; • Avaliar o comportamento do outro negociador; • Analisar o outro negociador, procurando definir o seu estilo. Importante! Vimos o quanto a Legislação na Área da Saúde é importante, além dos seus compo- nentes, que afetam decisivamente a estratégia e o planejamento das Organizações que vivem a Saúde. O Processo de Negociação, por sua vez, deve ser aplicado pelos Profi ssionais da Área da Saúde. A Tecnologia da Informação (TI) deve ser uma ferramenta de apoio estratégico na con- dução das atividades de Gestão em Saúde, principalmente, no que se refere às atividades de longo prazo, atendendo aos objetivos empresariais e comerciais da Organização. Em Síntese 17 UNIDADE Legislação Aplicada à Saúde Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos Auxiliar de enfermagem comete erro e corta parte do dedo de uma criança. https://youtu.be/dA3rZoPv2kg COREN-SP: Documentário sobre a Segurança do Paciente. https://youtu.be/Pz4EVbbu-EU Leitura Avaliação da qualidade da prescrição de medicamentos de um hospital de ensino ARAUJO, Patrícia Taveira de Brito; UCHOA, Severina Alice Costa. Avaliação da qualidade da prescrição de medicamentos de um hospital de ensino, Ciênc. saúde coletiva [online], v.16, s.1, p.1107-1114. https://goo.gl/8HCGnF Norma Regulamentadora – NR 32. https://goo.gl/7NdMf9 18 19 Referências BRASIL. NR 32. Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde. 2005. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/ nr_32.pdf>. CONSELHO Federal de Saúde. Cartilha para orientação dos Conselheiros de Saúde. Disponível em: <http://www.conselho.saude.sp.gov.br/resources/ces/ cartilha.pdf>. FAGUNDES, G. NR 32. Uma Realidade na Área Hospitalar. Disponível em: <http://www.ssaguiar.com/Artigos-%7C%7C-Articles/Sa%C3%BAde-e- Beleza/nr-32-uma-realidade-na-area-hospitalar.html>. OGUISSO, T.; SCHMIDT, M. J. O Exercício da Enfermagem: uma abordagem ético-legal. 3.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,2010. OGUISSO, T. Trajetória Histórica e Legal da Enfermagem. Barueri: Manole, 2005. ROBAZZI, M. L. C. C.; MARZIALE, M. H. P. A Norma Regulamentadora 32 e suas Implicações sobre os Trabalhadores de Enfermagem, Rev. Latino Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v.12, n.5, out. 2004. Disponível em: <http://www. scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692004000500019&lng=pt&nrm=iso>. 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