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60
CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE JI-PARANÁ
CURSO SERVIÇO SOCIAL
ALESSANDRA ALVES VIEIRA
O TRABALHO DE ORIENTAÇÃO DAS FAMÍLIAS INSERIDAS AO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE URUPÁ
	
Ji-Paraná – RO
2015/1
ALESSANDRA ALVES VIEIRA
O TRABALHO DE ORIENTAÇÃO DAS FAMÍLIAS INSERIDAS AO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE URUPÁ
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná – CEULJI, para obtenção de titulo de Bacharel em Serviço Social, sob Orientação da Professora Odete Rigato Mioto.
Ji-Paraná – RO
2015/1
O TRABALHO DE ORIENTAÇÃO DAS FAMÍLIAS INSERIDAS AO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE URUPÁ
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________________
Profª. Odete Rigato Mioto
Orientadora
________________________________________________________
 Profª Ms. Rafaela Gomes Maia
 Examinadora
________________________________________________________
Rita de Souza Oliveira
Assistente Social Examinadora
_______________________
Média
Ji-Paraná
2015/1
Dedico esta monografia, primeiramente а Deus, pôr ser essencial em minha vida, socorro presente na hora da angústia, dedico também aos amigos inseparáveis, irmãos para todas as horas, que estiveram presentes mesmo nos momentos mais difíceis e que não me deixaram desistir no cansaço nem na fraqueza. Agradeço também a minha família pela paciência, pelo incentivo, pela força е principalmente pelo carinho, com a ajuda de vocês, hoje estamos colhendo, juntos, os frutos do nosso empenho! Esta vitória é nossa... AMO VOCÊS!!!
AGRADECIMENTOS
Agradeço a DEUS, primeiramente por ter me permitido a realização deste sonho, me protegendo durante esta jornada, livrando-me de todo mau nas estradas, no percurso até a faculdade, dando-me sabedoria para suportar as dificuldades encontradas na compreensão dos estudos, tornando-se meu guia e protetor. 
Agradeço, a minha mãe CLEUZA, meu pai BERTOLINO, pelo amor, dedicação, orações, compreensão, por não me esquecer de sequer um segundo, obrigado pelas inúmeras noites que me esperou acordada para ouvir, atenta, as novidades que a faculdade proporcionava, por estarem sempre presentes com minha filha, me representando em suas atividades e passando para ela um amor incondicional, por apoiar meu esposo no momento em que eu estava ausente, por ter me incentivado no momento de desânimo. Devo á vocês todos meus ensinamentos obtidos, pois são exemplos para minha estrutura amo vocês...
 Ao meu esposo, VANDERLEI, pela paciência, pelo carinho, confiança, pela oportunidade, por sempre lutar para que eu pudesse somente estudar, por se dedicarem aos meus objetivos enfrentando comigo toda dificuldades encontradas. Obrigado meu amor. Te amo!
 A minha filha LETICIA NICOLLY, por suportar minha ausência, durante o período de faculdade, não podendo estar presentes muitas vezes em seu desenvolvimento, na escola, igreja e até mesmo na sua rotina, mas saiba que você é essencial em minha vida...minha Princesa!!! 
 Aos demais familiares e amigos, que me deram força e incentivos. Vocês foram um ombro amigo e acolhedor na hora certa. Não podia me esquecer de vocês, (ROSELANGE OLIVEIRA, ALESSANDRA SOUZA, SIMONE RODRIGUES, ELIANE SOUZA) , e aos demais amigos que não citei, afinal são muitos! Sei que jamais conseguiria concluir essa graduação se não fosse com o incentivo de vocês.
 À Coordenação do Curso de Serviço Social, na pessoa de sua Coordenadora Profª. Dulce Terezinha Heineck, pelo apoio, disposição em atendimento no decorrer dessa caminhada.
 Em especial à Professora e Orientadora Odete Rigato Mioto, que com sua sabedoria, transmitiu seus ensinamentos para fortalecer da melhor forma meus conhecimentos. Muito obrigado pela compreensão!
A querida professora Rafaela Gomes Maia, que com sua simpatia, conseguiu passar seus conhecimentos com dedicação e Alegria, mostrando como encarar as dificuldades e nunca desistir dos sonhos.Afinal a todos os professores do Curso de Serviço Social;( Professora Dalva Felipe, Ivânia Prosenewicz e Mara Adriane Dahmer), muito obrigado por contribuir com meu aprendizado.
Á Assistente Social Rita de Souza Oliveira, que de forma preciosa dedicou seu tempo ao meu aprendizado com carinho, dedicação, e profissionalismo tornando meu estágio em momentos gratificantes... 
Aos colaboradores do Centro de Referência de Assistência Social – CRAS da Cidade de Urupá, por terem me recebido com muito carinho e atenção, proporcionando-me oportunidades de grandes conhecimentos em minha caminhada acadêmica.
 E a todos os que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste sonho!
	
	Muito obrigado!!!
“Não devemos ter medo das novas idéias! Elas podem significar a diferença entre o triunfo e o fracasso”.
Napoleon Hill
RESUMO
Em 2004, após os grandes avanços conquistados através da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) e da Constituição Federal de 1988 o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) juntamente ao Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) regulamentam a Política Nacional de Assistência Social (PNAS), a qual tem como seu principal objetivo a implementação do Sistema Único da Assistência Social (SUAS) e com isto a criação de um sistema de proteção social que beneficie qualquer pessoa que dele necessitar. O programa Bolsa Família (PBF) foi criado pela Lei nº 10.836 de 09/01/2004 este programa surgiu para unificar outros já existentes. Ele incentiva à educação das crianças e adolescentes que se encontram inserida no programa e dispõem para as mães, cursos profissionalizantes oferecidos pelo CRAS-(Centro de Referência da Assistência Social), e as mesmas utilizam dessas aprendizagens para complementar a renda familiar e adquirirem conhecimentos para tornarem sua vida social estável e digna de reconhecimento. Na realização deste trabalho utilizou-se da pesquisa documental, bibliográfica e de campo. Como método de procedimento o estudo de caso, e as técnicas de observação e entrevista. O método de análise utilizado foi o dialético. Em relação ao programa Bolsa Família, pode se dizer que foi um divisor de águas na vida de muitas pessoas as quais viviam em condições de miséria, o programa proporcionou as famílias atendidas o direito a alimentação, direito esse fundamental na vida de qualquer pessoa. Ainda há muito o que fazer para que esse programa alcance todos os que dele necessitam, identificou-se também que a exclusão de famílias do beneficio só ocorre quando há o não cumprimento das condicionalidades exigida pelo programa. Esse procedimento constitui uma grave violação aos direitos humanos, uma vez que, um direito não pode estar atrelado ao cumprimento de exigências e outras formas de conduta. Além da questão das condicionalidades, o valor do benefício auferido pelo Programa Bolsa Família é insuficiente para garantir que todas as pessoas estejam livres da fome, é preciso rever o valor e a demanda do programa para que o país alcance a escassez total da miséria. O trabalho do Assistente Social no CRAS Volante encontra-se pautado nas legislações vigentes. Desse modo, as intervenções profissionais previstas pelas legislações podem ser consideradas positivas, se pensadas sob a ótica de que se não fossem regulamentadas tenderia o profissional a ter de desempenhar funções distintas de sua competência dentro da instituição, assim como apresenta o código de ética do assistente social. O assistente social dentro da equipe volante do CRAS, contribui no desenvolvimento das propostas estabelecidas pela instituição para garantir aos usuários o direito aos benefícios necessários a uma vida digna. 
Palavras-chave: Gestão Social. Politica Social. Bolsa Família. Serviço Social.
ABSTRACT
In 2004, after the great advances made by the Organic Law of Social Assistance (LOAS) andthe Federal Constitution of 1988 the Ministry of Social Development and Fight against Hunger (MDS) along the National Council of Social Assistance (CNAS) regulate the National Policy Social Assistance (PNAS), which has as its main objective the implementation of the Unified Social Assistance System (ITS) and with it the creation of a social protection system that benefits anyone who needs it. The Bolsa Família program (PBF) was established by Law No. 10,836 of 09/01/2004 this program was to unify existing ones. He encourages the education of children and adolescents that are inserted into the program and have for mothers, professional courses offered by CRAS- (Reference Center for Social Assistance), and the same use these learnings to supplement the family income and to acquire knowledge become a stable and dignified life social recognition. In this work we used the desk research, bibliographic and field. As a method of the case study procedure, and the observation and interview techniques. The analysis method was dialectical. Regarding the Bolsa Familia program, you can say it was a watershed in the lives of many people which lived in conditions of poverty, the program provided the families served the right to food, a right fundamental in the life of any person. There is still much to do to make this program reach all who need it, it identified also that the benefit of the families of exclusion only occurs when there is non-compliance with conditionalities required by the program. This procedure constitutes a serious violation of human rights, since a right can not be linked to compliance requirements and other forms of conduct. Besides the issue of
Keywords: Social Management. Social policy. Bolsa Familia. Social Service.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	09
1. CAPÍTULO I - METODOLOGIA	10
1.1 Conceito	10
1.2 Método de procedimento Estudo de Caso	11
1.3 Técnicas de Coleta de Dados	12
	1.3.1 Pesquisa Bibliográfica e Documental	13
1.3.2 Observação	14
1.3.3 Entrevista	15
1.4 Métodos e Análise Dialético	17
2. CAPÍTULO II - A POLÍTICA SOCIAL COMO RESPOSTA DO ESTADO	19
2.1 Neoliberalismo e o agravamento da Questão Social	19
2.2 A Política Social como Enfrentamento da Questão Social	20
2.3 O Serviço Social no Brasil como enfrentamento à Questão Social	24
2.4 Alei orgânica de Assistência social (LOAS)	26
2.5 Programas de Complementação de Renda	28
2.6 O Bolsa Família	32
2.7 As Condicionalidades do programa Bolsa Família	37
3. CAPÍTULO III – O ESTÁGIO EM SERVIÇO SOCIAL NO CRAS VOLANTE NO MUNICÍPIO DE URUPÁ..	38
3.1 A importância do Profissional de Serviço Social: Um Direito de todos os usuários..	38
3.2 A instituição campo de estágio..............................................................................39
3.2.1 O trabalho da equipe Volante	41
3.2.2 A relevância do serviço no CRAS volante	44
CONCLUSÃO	52
 
REFERÊNCIAS	54
 
INTRODUÇÃO
O presente estudo teve como tema abordado “O trabalho de orientação das famílias inseridas ao programa bolsa família no município de Urupá”. Mas para isto inicialmente usaremos como metodologia de pesquisa o estudo de caso na unidade do CRAS VOLANTE, um centro administrativo do município de Urupá no Estado de Rondônia do qual realiza diversos atendimentos à domicilio das famílias mais necessitadas e de baixa renda. Com o intuito de garantir o direito para estas famílias de se ingressar no Programa Bolsa Família do Governo Federal disponível desde 2003, que possui como objetivo a retirada de diversas famílias da pobreza extrema.
Bem como ponto de partida este estudo abrangerá um breve histórico de politicas sociais e programas voltados diretamente em favor dos necessitados. No final do século XIX, o Brasil passou por diversas crises financeiras do qual o Governo não possuía nenhum ou qualquer projeto de socialização ou distribuição justa de renda. Com o passar dos anos e inicio do século XX, houve diversos mandatos políticos e governos diferenciados, desde o comunismo, capitalismo, neoliberalismo, regime militar e por fim do século XX e inicio do século XXI veio a democracia. Que tem como método de governo em favor das igualdades e direitos iguais para todos.
Após este levantamento histórico, observamos dentro do CRAS que ainda existem muitos indivíduos que não possuem ou não tem o conhecimento dos direitos adquiridos por seus antepassados de igualdade e cidadania, uma renda justa, direito de um emprego e diversos outros. A partir desta analise e informação parte a busca de orientação, por parte do programa, em favor das famílias mais necessitadas de possuir direitos iguais com todos os demais.
CAPÍTULO I
METODOLOGIA
1.1 Conceito
A metodologia se configura como o conjunto de métodos e técnicas que o pesquisador utiliza para realizar uma pesquisa de forma a alcançar os resultados almejados com rigor. A metodologia é essencial para que o pesquisador alcance os objetivos científicos, por isso é importante que a escolha metodológica ocorra sempre de acordo com o tema que se opta a investigar. 
[...] Metodologia é a disciplina instrumental para o cientista social. Alguns se dedicam a ela especificamente e fazem dela um campo próprio de pesquisa. Mas, apesar de instrumental, é condição necessária para a competência cientifica, porque poucas coisas cristalizam incompetência mais gritante do que a despreocupação metodológica (DEMO, 1995, p.59)
 
A metodologia é instrumental necessário para que o processo de pesquisa se concretize e para que os dados sejam coletados de forma objetiva com coerência e para que o pesquisador não perca tempo e recursos financeiros em suas buscas investigativas.
[...] a metodologia é muito mais que técnicas. Ela inclui as concepções teóricas da abordagem, articulando-se com a teoria, com a realidade empírica e com os pensamentos sobre a realidade [...], a metodologia deve dispor de um instrumental claro, coerente, elaborado, capaz de encaminhar os impasses para o desafio da prática (MINAYO, 2007.p.10). 
Na área de Serviço Social a metodologia de pesquisa e metodologia de ação as vezes se confundem mas o que se entende é que devem se articular para que os resultados sejam obtidos e para que os dados contribuam para as análises e planejamento da ação profissional. 
O Serviço Social se utiliza da metodologia da pesquisa e também de seu instrumental técnico operativo para o diagnóstico da realidade social e futura intervenção.
O Conselho Federal de Serviço Social (CFESS, 2009, p. 705) destaca que “compreender como as relações de fato se dão exige que se reconheça a historicidade dos processos sociais bem como a particularidade do conhecimento sobre o ser social e do método que permite conhecê-lo”. Nesse sentido, não há como utilizar a metodologia adequada sem o conhecimento profundo do assunto que se deseja pesquisar em um contexto determinado.
1.2 Método de procedimento Estudo de Caso
Para proceder à busca pelo conhecimento é necessário traçar o caminho pelo qual se procederá á investigação e neste sentido o método de procedimento possui,
[...] atributos que facilitam a apreensão do mundo do senso comum pelo pesquisador, mas cabe a este refletir sobre o real empírico, interpretar os fatos e suas significações, buscando captar as relações que eles detêm, sob o referencial de métodos, conceitos e teorias, meios de produção do conhecimento (DINIZ, 2000 in, MARTINELLI, 1999, p. 45).
O estudo de caso é o método de procedimento mais utilizado pelas ciências sociais, enquanto estagiária inserida na instituição que trabalha com o programa bolsa família, permitiu aprofundar as análises que envolvem a totalidade do processo pessoal, familiar e social destes para melhor compreendê-los em função de seus direitos e assim poder futuramente intervir com estes.
Conforme (Gil, 1991, p. 59), o estudo de caso “[...] é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento”. Estudar a problemática que envolve as famílias usuárias do Programa Bolsa Família nomunicípio campo de estágio é importante para poder tecer análises mais amplas e concretas dessa realidade e assim traçar estratégias interventivas.
O estudo de caso é uma caracterização abrangente para designar uma diversidade de pesquisas que coletam e registram dados de um caso particular ou de vários casos a fim de organizar um relatório ordenado e crítico de uma experiência, ou avaliá-la analiticamente, objetivando tomar decisões a seu respeito ou propor uma ação transformadora (CHIZZOTTI 2001, p.102)
O estudo de caso leva à compreensão crítica da complexidade das relações sociais de uma forma que se possam tomar decisões, ou até mesmo a proposição de ações que visem à transformação do objeto pesquisado ou mesmo de uma experiência vivenciada.
A opção pelo estudo de caso exige uma leitura aprofundada da realidade, pois esse método tem como característica a aproximação entre pesquisador e pesquisado em função de decifrar um objeto, de conhecer e de avançar na construção de conhecimentos, na temática voltada à questão das famílias cadastradas no Programa Bolsa Família executado pelo CRAS VOLANTE no município de Urupá/RO. O estudo de caso tem o objetivo de compreender a realidade de forma mais aprofundada, possibilita ao assistente social captar a complexidade da situação procurando revelar a multiplicidade de fatos que envolvem e determinam o problema em estudo.
Em geral, os estudos de caso representam a estratégia preferida quando se colocam questões do tipo “como” e “por que”, quando o pesquisador tem pouco controle sobre os acontecimentos e quando o foco se encontra em fenômenos contemporâneos inserido em algum contexto da vida real. Pode-se complementar esses estudos de casos explanatórios com dois outros tipos -exploratórios e descritivos. Independentemente do tipo de estudo de caso, os pesquisadores devem ter muito cuidado ao projetar e realizar estudos de casos a fim de superar as tradicionais críticas que se faz ao método (YIN, 2005, p.19).
O estudo de caso é um método em que “seu uso é adequado para investigar tanto a vida de uma pessoa, quanto uma entidade de ação coletiva nos seus aspectos sociais e culturais” (MARTINELLI, 1999, p 20). O estudo ligado ao Programa Bolsa Família é relevante para captar fatos que se tornam impossíveis de serem captados pela observação ou por outra técnica ou método. Para aprofundar o estudo é necessário utilizar um tempo mais longo e com um conjunto de técnicas articuladas entre si. 
1.3 Técnicas de Coleta de Dados
As técnicas são diversas entre elas a pesquisa bibliográfica e documental, observação, a entrevista, a visita domiciliar. Dependendo do tema que se propõe estudar por um estudo de caso se define as técnicas mais adequadas. Além das técnicas são utilizados instrumentos tais como formulários, questionários e também diário de campo para anotar os dados.
O Assistente Social em seu processo de trabalho se utiliza de instrumental técnico operativo. No Centro de Referência da assistência Social CRAS, as técnicas utilizadas são: o atendimento individual, a acolhida, a escuta, visita domiciliar, abordagem de rua, trabalho socioeducativo, grupo, atendimento familiar emergencial, liberação de documentos, orientação, reunião, palestras. 
Todo procedimento de coleta de dados para funcionar de forma eficiente precisa articular diversas técnicas de forma complementar.
1.3.1 Pesquisa Bibliográfica e Documental 
A pesquisa bibliográfica é a que ocorre em literaturas já disponíveis em bibliotecas ou em outros meios considerados confiáveis ao avanço científico. A pesquisa bibliográfica inicia com a escolha da temática e definição do objeto de pesquisa e perpassa todo o processo de análise.
	
Na pesquisa documental utiliza-se de documentos os quais são retirados dos arquivos de instituições e que possuem credibilidade, porém ainda não publicados. Para (Gil, 1999, p. 23) “[...] a pesquisa documental vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa”.
Na pesquisa documental as fontes são muito mais diversificadas e dispersas que na bibliográfica. A pesquisa documental apresenta uma série de vantagens, pois aproxima o pesquisador de dados tanto históricos como do tempo presente arquivados nas instituições. O desenrolar da pesquisa documental acontece na medida em que o pesquisador avança na busca de dados e reflete sobre eles averiguando a necessidade de ampliar as informações. 
Ela pode ser aspecto dominante em trabalhos que visam mostrar a situação atual de assunto determinado ou tentam traçar, a evolução histórica de um problema. É importante também para se conhecer os tipos de investigação já realizados, os instrumentos adotados, os pressupostos teóricos assumidos, as posições dos pesquisadores, os aspectos já explorados e os sistemas de explicação que foram construídos (CHIZZOTTI, 2000, p.18)
 De acordo com o autor, quando se inicia uma pesquisa é preciso averiguar todas as fontes possíveis para a coleta de dados visando à qualidade dos resultados finais da investigação e ampliação do conjunto de conhecimentos. 
Segundo o autor, a principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao assistente social a ampliação de conhecimentos, a cerca das teorias e pesquisas existentes, recorrendo a fontes diversificadas de registros sobre o tema. É preciso estar atento para não se perder em meio a tantas fontes e assim se distanciar do foco da pesquisa. Com isso, utilizam-se de materiais como documentos, relatórios, arquivos, dados estatístico, e outros mais para que se obtenha resultados necessários na pesquisa.
1.3.2 Observação
A observação constitui-se como elemento fundamental para a coleta de dados à medida que “serve a um objeto formulado de pesquisa; é sistematicamente planejada; é sistematicamente registrada e ligada a proposições mais gerais e é submetida à verificação e controles de validade e precisão” (GIL, 1994. p. 104). Observar uma determinada problemática é perceber os fatos em tempo real e possuir a capacidade de captar as informações relevantes ao estudo.
A observação que ocorre no estágio é simples, isto é o estagiário desenvolve os seus sentidos em função de compreender as diversas expressões da questão social e nesse caso os problemas ligados ao Programa Bolsa Família.
O autor Gil (1994, p. 107), define a observação como sendo uma “técnica pela qual se chega a um conhecimento da vida de um grupo a partir do interior dele mesmo”. A observação é uma das etapas fundamentais na realização de uma pesquisa social pode ser individual ou coletiva como os demais instrumentos e técnicas. A observação efetuada no campo de estágio ocorreu em relação ao cotidiano da população usuária do Programa Bolsa Família.
 
A observação consiste na ação de perceber, tomar conhecimento de um fato ou acontecimento que ajuda a explicar a compreensão da realidade objeto do trabalho, e como tal, encontrar os caminhos necessários aos objetivos a serem alcançados (SOUZA, 2004. p. 184)
A observação requer do estagiário ou profissional de Serviço Social discernimento e clareza em relação aos objetivos que planeja alcançar através de sua proposta de investigação, é preciso estar sempre preparado para compreender o que envolve o contexto e assim extrair as informações que deseja. Observar “não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se deseja estudar” (LAKATOS, 2003, p.190).
Observar a realidade dos usuários auxilia ao pesquisador e profissional a desvendar o que acontece em torno dos mesmos e assim poder ampliar a compreensão do problema e poder buscar a solução.
É pela observação que o assistente social constrói as evidências para seu conhecimento. A observação é vista como uma forma de conhecimento sistemático, pois ocorre com critérios científicos estabelecidos anteriormente pelo investigador. 
1.3.3 Entrevista
A entrevista é uma técnica de pesquisa utilizada pelos diversos pesquisadores de todasas áreas. A entrevista é articulada com outras técnicas e instrumentos. Esta é uma forma de diálogo entre duas ou mais pessoas com o fim de ampliar informações. “A entrevista tem como objetivo principal a obtenção de informações do entrevistado, sobre determinado assunto ou problema” (LAKATOS, 2003, p.190).
Segundo (GOODE & HATT 1969, p.237) a entrevista "consiste no desenvolvimento de precisão, focalização, fidedignidade e validade de certo ato social como a conversação". Trata-se, pois, de uma conversação efetuada face a face, de maneira metódica e proporciona ao entrevistado, verbalmente, a informação necessária.
Alguns autores consideram a entrevista como o instrumento por excelência da investigação social. Quando realizado por um investigador experiente, "é muitas vezes superior a outros sistemas de obtenção de dados" (BEST, 1972, p. 120). A entrevista torna-se importante instrumento de coleta de dados nos mais diversos campos das ciências humanas e sociais. 
A entrevista é também instrumental técnico operativo do assistente social que é utilizada nas mais diversas situações interventivas com o objetivo de diagnóstico social. 
Um trabalho técnico muito conhecido é a entrevista, a qual norteia o trabalho do profissional em diversas instituições, [...]. A entrevista implica relacionamento profissional em todos os sentidos: postura atenta e compreensiva, sem paternalismos; na delicadeza do trato com o usuário do serviço, ouvindo-o e, principalmente, “enxergando-o” como sujeito de direitos (MAGALHAÊS, 2006, p.48).
Para a autora a entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto mediante uma conversação de natureza profissional. A entrevista deve ser bem elaborada e com objetivo bem definido para que as informações fluam com clareza e precisão. Entrevistar exige também postura ética entre os envolvidos.
Durante a entrevista ou a observação um instrumento que deve ser utilizado com eficiência é o diário de campo. O diário de campo é uma ferramenta que permite sistematizar as experiências para posteriormente analisar os resultados.
O diário de campo é importante para que as informações não se percam e para que os fatos possam ser analisados com maior cientificidade.
 
[...] o diário de campo é importante porque na medida em que vai refletindo sobre o processo, pode perceber onde houve avanços, recuos, melhorias na qualidade dos serviços, aperfeiçoamento nas intervenções realizadas além de ser instrumento bastante interessante para a realização de futuras pesquisas (SOUSA, 2008, p.130).
 
O diário de campo é utilizado para reflexão sobre o cotidiano de trabalho, anotar informações que surgem de momentos inesperados, de situações que podem não estar em um cronograma, serve ainda para os desabafos e para auxiliar na formulação de relatórios e outros documentos profissionais.
1.4 Métodos e Análise Dialético
Utilizar o método dialético para a análise da questão que envolve o Programa Bolsa Família é o mais adequado, pois permite captar as contradições do cotidiano em estudo. Para FALEIROS (2001, p.91), 
[...] A dialética, como forma de pensar o concreto através da construção de categorias abstratas que tratem de apropriar o real pelo pensamento, busca compreender o movimento do real enquanto processo dinâmico e contraditório, e não como uma série de etapas rígidas preestabelecidas. 
A dialética segundo o autor fornece as bases para a análise de interpretação dinâmica da realidade. Numa tentativa de unificá-la, (LAKATOS e MARKONI, 2000, p.?) apontam quatro leis nas quais consideram ser possível identificar princípios comuns a toda abordagem dialética, são elas: “[...] a ação recíproca, unidade polar ou ‘tudo se relaciona’, mudança dialética, negação da negação ou ‘tudo se transforma’, passagem da quantidade à qualidade ou mudança qualitativa e interpretação dos contrários, contradição ou luta dos contrários”.
[...] a contradição é reconhecida pela dialética como princípio básico do movimento pelo qual os seres existem. A dialética não se contrapõe à lógica, mas vai além da lógica desbravando um espaço que a lógica não consegue ocupar. [...] a dialética modifica os instrumentos conceituais de que dispõe: passa a trabalhar frequentemente com determinações reflexivas procura promover uma ‘fluidificação dos conceitos’ (KONDER, 1990, p. 49). 
 
O método dialético permite ao estudante ou pesquisador compreender todos os fatos que surgem em relação ao problema que está estudando e assim poder perceber que para melhor intervir na solução precisa buscar as causas desses fatores. No caso da análise dos problemas que permeiam a questão do Programa Bolsa Família existem muitas contradições e esse é o método mais indicado para as análises.
Por sua vez, Kosik (1976, p. 35), faz um estudo mais aprofundado a respeito da dialética considerando-a em uma de suas formas como o próprio conhecimento. “Para ele, esta compreensão da realidade não consiste num conjunto de fatos sobre outros fatos e de noções a outras noções”. Sendo assim, 
A dialética é a grande ideia fundamental segundo a qual o mundo não deve ser considerado como um complexo de coisas acabadas, mas como um complexo de processo sem que as coisas, na aparência estáveis, do mesmo modo que os seus reflexos intelectuais no nosso cérebro, as ideias, passam por uma mudança ininterrupta de devir e decadência, em que, finalmente, apesar de todos os insucessos aparentes e retrocessos momentâneos, um desenvolvimento progressivo acaba por se fazer hoje. (LAKATOS, 2003, p.101).
Considerando que a dialética trabalha em função da transformação do cotidiano, pois advém das partes envolvidas a formulação de resposta à problemática posta uma relação de troca nas diversas ramificações e realizações humanas. A dialética busca a essência dos fenômenos, destruindo o mundo do não concreto, mundo da exterioridade.
Portanto, para “a dialética, as coisas não são analisadas na qualidade de objetos fixos, mas em movimento: nenhuma coisa está "acabada", encontrando-se sempre em vias de se transformar, desenvolver; o fim de um processo é sempre o começo de outro” (LAKATOS, 2003 p.101). Nessa mesma linha de discussão e de análise Konder (1990, p. 50) “aponta que uma das características fundamentais da dialética é o espírito crítico e autocrítico, sendo assim os dialéticos devem estar sempre dispostos a rever as interpretações em que se baseiam”.
Para o mesmo autor o método dialético leva ao pesquisador a rever o que foi sistematizado em relação ao tema confrontando com o que existe no momento. A dialética questiona os fatos e analisa todos os ângulos encontrando as contradições 
e propondo mudanças. A dialética leva o estudante que é consciente a se tornar contestador, isto é não aceitar a realidade aparente como verdade pronta e acabada, este sempre irá a fundo investigar o que está por trás das aparências, irá à essência da questão para poder inferir mudanças concretas.
Quando nos referimos aos usuários de Serviço Social que buscam ou que estão inseridos no Programa Bolsa Família no município de Urupá podemos dizer que o método dialético permite compreender o contexto contraditório em que estes estão envoltos e ao mesmo tempo, perceber que apesar de existir os programas sociais estes não são suficientes para darem respostas concretas aos problemas que as famílias enfrentam. Entende-se pela análise dialética que falta contrapartida dos municípios para a fiscalização e articulação dos programas e para que os direitos sejam validados em função de superação da problemática socioeconômica. 
CAPÍTULO II
A POLÍTICA SOCIAL COMO RESPOSTA DO ESTADO
2.1 Neoliberalismo e o agravamento da Questão Social
Assim como no século XIX, atualmente há uma conexão também já suficientemente de tradição crítica, entre o debate da questão social e o correspondente modo de regulação constituído para a nova fase de acumulação do capital. “Isso nos mostra a importância de recuperar esses aspectos que perpassamo debate da questão social” (PEREIRA, 1998, p. 60). 
As intensas transformações sociais nas quais o desemprego aparece com maior expressão nas últimas décadas do século XX e início do XXI [...] têm sua origem teórica e política após o término da segunda guerra mundial apresentando suas determinações mais expressivas após 1970 quando todo o mundo capitalista avançado caiu numa longa e profunda recessão, combinando, pela primeira vez, baixas taxas de crescimento com altas taxas de inflação. (PERRY, 1995, p. 10).
Com isso, ainda podemos verificar que neste momento,:
[...] demarca-se um novo horizonte: as ideias neoliberais passam a ganhar terreno. Diante deste quadro de crise, a solução visível seria manter um estado forte em sua capacidade de romper o poder dos sindicatos, mantendo autonomia sobre os gastos sociais e intervindo na economia, em curto prazo, seria necessária uma disciplina orçamentária, contendo gastos com bem-estar, e compactuando com o redimensionamento de um exército industrial de reserva de trabalho para fragilizar e colocar em inoperância as entidades sindicais. (ALVES, 2015).
O programa neoliberal visava atingir êxito em itens como deflação, lucros, empregos e salários. “Todas essas medidas haviam sido concebidas como meios para alcançar a reanimação do capitalismo avançado, restaurando taxas altas de crescimento, como existiam antes da crise dos anos 70” (PERRY, 1995, p. 15).
Segundo Anderson Perry, 
No entanto, entre os anos 70 e 80, o receituário neoliberal não conseguiu materializar suas promessas, isto era observável quando se olhava para a queda das taxas de lucro, variações na produtividade, endividamento internacional e o desemprego, onde não só relações econômicas foram abaladas, como também o meio social passava a sofrer fortes influências. (1995, p. 13). 
Batista, (2002, p. 103) expõe que “este fato é explicitado no campo da economia por meio da expressão: a década de 80 foi uma década perdida”. Por sua vez, com a reforma do estado, foi possível a reestruturação produtiva do capital, fazendo com que se consolidasse também uma reforma do estado, de inspiração neoliberal. 
Diante deste contexto, passa a surgir novas formas organizacionais e automaticamente novas ideias para um reajuste social e político. “Portanto, não é uma mudança somente nos processos de produção, é também uma correlação de forças entre capital e trabalho, sendo assim, se depara com um redirecionamento do papel do Estado” (NETTO, 2012, p. 429). 
Diante disso, “o país viveu mais um processo de modernização conservadora, talvez o último suspiro nessa modalidade marcante do desenvolvimento nacional: industrialização e urbanização aceleradas e modernização do estado brasileiro, inclusive com expressão de políticas sociais centralizadas nacionalmente” (BEHRING e BOSCHETTI, 2008, p. 15).
2.2 A Política Social como Enfrentamento da Questão Social 
A questão social começa a ser empregada maciçamente a partir da separação positivista, no pensamento conservador, entre o econômico e o social, dissociando as questões tipicamente econômicas das "questões sociais" (cf. Netto, 2001, p. 42). Assim, o "social" pode ser visto como "fato social", como algo natural, a-histórico, desarticulado dos fundamentos econômicos e políticos da sociedade, portanto, dos interesses e conflitos sociais. Assim, se o problema social a "questão social" não tem fundamento estrutural, sua solução também não passaria pela transformação do sistema.
Com isso, essa luta pela conquista e ampliação de direitos sociais por parte da classe trabalhadora se destaca apenas ao século XVIII, com o desenvolvimento da democracia burguesa. Para extinguir o modelo feudal ou escravista de sociedade e garantir sua ascensão ao poder, a burguesia incorpora uma ligação com a classe trabalhadora. Essa ligação que se dá entre o capital x trabalho torna - se o jogo de interesses dos trabalhadores e dos capitalistas em sentido contrário. Vez que a riqueza é construída por todos, mas os frutos são apropriados somente pela parcela capitalista.
Dessa forma, o Estado através da arrecadação de impostos, acumula recursos para garantir serviços públicos de qualidade, no entanto a maior parcela dessa arrecadação é dirigida aos interesses do capital, quando deveria favorecer aos interesses coletivos. 
De acordo com FORTI, (2006, p. 46) é na atividade laborativa que: “(...) o ser humano ultrapassa-se como ser puramente natural, adquire consciência, produz conhecimento, se constrói socialmente e torna-se membro de uma coletividade. Esta dá origem à regulamentação da sua convivência social, ou seja, cria a moral”. 
Nesse sentido, o trabalhador tem como função a satisfação das necessidades do ser humano. Porém a intenção dos capitalistas seria obter lucros com a classe trabalhadora, explorando de forma cada vez mais violenta, fazendo com que se tenham alguns fundamentos comuns. 
Estabelecer o imperativo do trabalho a todos que dependem de sua força de trabalho para sobreviver; obrigar a classe trabalhadora de baixa renda a aceitar qualquer trabalho que lhe seja oferecido; regular a renumeração do trabalho, de modo que esse trabalhador não tenha condições de negociar formas de renumeração, proibir a mendicância dos pobres válidos, obrigando-os a se submeter aos trabalhos oferecidos, ou seja, exigindo do trabalhador que absorva afazeres pelos quais não está recebendo, o chamado trabalhador polivalente (IAMAMOTO, 2004, p.30). 
Sendo assim, busca-se incorporar a iniciativa e a criatividade do trabalhador ao processo de produção, assim como empregar cada vez mais a força de trabalho flexível, ou seja, aquela que pode alterar facilmente suas ações/atividades de acordo com o próprio movimento de valorização do capital que possa se adaptar aos processos mais difíceis do sistema de produção capitalista. 
Na mesma perspectiva, Souza (1999, p.46), aponta que dos trabalhadores é exigido em termos de sua qualificação, mais um “saber ser” do que um “saber fazer”, tendo em vista que sua qualificação real passa a constituir-se a partir de um conjunto de competências, ou seja, articulação dos saberes oriundos de várias esferas, para resolver problemas e enfrentar situações de imprevisibilidade. Com o passar do tempo os trabalhadores se revoltam e se unem para realizar mobilizações frente aos desafios encontrados no trabalho, de acordo com as necessidades encontradas, buscam respostas nas lutas enfrentadas contra os capitalistas.
Nesse sentido, o trabalhador vence essa disputa e conquista a instituição da igualdade jurídica, fruto das revoluções burguesas do século XVIII, fazendo com que as políticas sociais se enfatizam no decorrer dos movimentos de ascensão do capitalismo com o advento da Revolução Industrial, como respostas as lutas da classe trabalhadora que ganha condições objetivas de reivindicar a igualdade de fato. Com isso, o processo de expansão capitalista faz com que na mesma velocidade em que o capital acumula lucros, ocorre com a classe trabalhadora um acelerado processo de empobrecimento (MARX in: Pacheco, 1993, p. 747).
O desemprego estrutural e o empobrecimento da classe trabalhadora é o que tem provocado essas comoções no mundo inteiro, desde o mundo árabe, Europa, América latina. E essa crise estrutural do capital é, hoje, o ponto de partida fundamental para a gente pensar em qualquer manifestação de caráter social do mundo atual. Inclusive o fato de que, dentro dela, estamos vivendo uma série de crises cíclicas, com frequência e intensidade muito maiores do que se viveu no passado (PRADO, 2015).
Esses trabalhadores empobrecidos incomodam o capital exigindo que parte da riqueza produzida por eles retornem em forma de benefícios. Neste período ocorre então uma pressão dos capitalistas ao Estado exigindo que este dê respostas ás demandas que emergem como expressão da questão social. Sendo assim, o Estado por sua vez representando os interesses da classe dominante, elabora as políticas públicas como forma de amenizar os impactos causados pela questão socialjunto á classe trabalhadora empobrecida. Nesse sentido, “as políticas sociais, têm se configurado ambiguamente na perspectiva de acomodação das relações entre Estado e a sociedade civil” (YAZBEK, 2007, p. 35). No entanto, as políticas sociais são transformadas em resposta do Estado ao conjunto de problemas que emergem a questão social, no intuito de contribuir com a classe menos favorecida. Sendo assim; 
Para melhor visualizar as políticas sociais, é preciso perceber a relação entre o estado e o processo de acumulação de capital, além de considerar os movimentos sociais e políticos concretos que trazem em seu bojo a necessidade de olhar, cuidar da saúde, da vida do trabalho e como esta se reproduz imediatamente e em longo prazo (FALEIROS, 1980, p. 55).
Na contemporaneidade as políticas sociais se configuram como ações que compõem um sistema de Assistência social contendo aspectos que se referem aos sujeitos sociais com o objetivo de amenizar a desigualdade e possibilitar o exercício da cidadania. A mesma contribui como intervenção a uma parcela da classe trabalhadora menos favorecida, onde a desigualdade social se apresenta de forma mais violenta deixando estes trabalhadores em situação de vulnerabilidade social. No entanto, deve-se colocar a pobreza, os conflitos de classes, a contradição e a exclusão social, como parte significativa da realidade de uma parcela da população brasileira, e, somente assim torná-la palco da questão social. 
As políticas sociais tomadas como assistenciais “reproduzem, portanto, a exploração, a dominação e a resistência, num processo contraditório em que se acumulam riqueza e pobreza”. E a cumulação da pobreza na sociedade brasileira põe em questão os limites das políticas voltadas ao seu enfrentamento (YAZBEK, 2007, p. 22).
Neste sentido, as políticas sociais se configuram como um marco histórico de grande importância do desenvolvimento da classe trabalhadora, fazendo com que seja valorizado sua mão de obra, e ganhe espaço para revalidar seus direitos os quais são validados através das mediações centrais das expressões da questão social. Segundo VIEIRA, (1992, p. 22), "a política social é uma maneira de expressar as relações sociais cujas raízes se localizam no mundo da produção".
Essas e outras colocações se fazem relevantes em relação aos direitos sociais no mundo do trabalho, uma vez que toda questão social surge de uma relação de embate entre capital e trabalho. 
Poderíamos dizer que a problemática da “questão social”, reformulada e redefinida nos diferentes estágios capitalistas, persiste substantivamente sendo a mesma. Sua estrutura tem três pilares centrais: em primeiro lugar, poderíamos afirmar que a “questão social” propriamente dita remete à relação capital/trabalho (exploração), seja vinculada diretamente com o trabalho assalariado ou com o “não-trabalho”; em segundo, que o atendimento da “questão social” vincula-se diretamente àqueles problemas e grupos sociais que podem colocar em xeque a ordem socialmente estabelecida (preocupação com a coesão social); e, finalmente, que ela é expressão das manifestações das desigualdades e antagonismos ancorados nas contradições da sociedade capitalista (PASTORINI, 2004, p. 110-111). 
 Dessa forma, não se pode pensar política social como um plano determinado de mera assistência, e muito menos imaginar que as políticas sociais são condições de mobilidade social. Quando se fala de política social como direito deve-se considerar que tal concepção surge de uma profunda reflexão em que os embates políticos na esfera social não podem alimentar a ilusão de o Estado ser agente de força, mas compreender que esse direito é resultado do jogo de ações. Assim, essa relação entre pobreza e acumulação perpassa e marca todo o debate atual sobre políticas de assistência social. 
2.3 O Serviço Social no Brasil como enfrentamento à Questão Social
Para explicar a “questão social” no Brasil, não basta coligar as categorias centrais ao modo de produção capitalista e sim identificar as causas que os levam a essa situação. 
Com esse processo e sob as mazelas do sistema capitalista surge o Serviço Social como profissão vinculada a resolubilidade da questão social. A profissionalização nessa área não é mera consequência da qualificação e de ações que, mediante a filantropia e o assistencialismo, dirigiam-se à questão social como afirma alguns estudiosos, mas à profissão correspondente a determinadas estratégias do capital em um período específico, a era dos monopólios (NETTO, 2001, p.55). 
O Brasil após vivenciar o Regime Militar, alia-se ao grande capital monopolista e às forças político-econômicas dominantes, “sendo assim passa-se a buscar uma rápida acumulação financeira que leva o regime a investir em uma economia de produção de bens duráveis, no entanto, o maior beneficiador é o capital estrangeiro e as grandes indústrias nacionais, com isso, consequentemente assisti-se à privatização da economia, diminuindo os salários e estimulando o aumento do sistema financeiro” (IAMAMOTO, 2011, p. 46).
 Esse contexto não atinge apenas as esferas políticas e econômicas do país, mas também suas condições de sociabilidade. Tais avanços demarcaram definitivamente a implantação da Assistência Social como política pública orientada pela ótica dos direitos de cidadania e pela primazia da responsabilidade do Estado em assegurar proteção social.
 Dessa forma, para viabilizar e executar essas ações exige-se um profissional especializado que faça a mediação entre o Estado e o usuário das políticas fazendo com que essa conexão entre política social e serviço social no Brasil surge com o incremento da intervenção estatal, que traz em seu meio um vínculo estrutural entre a constituição das políticas sociais e o surgimento dessa profissão fazendo com que se tenha envolvimento na área social, tendo em vista o enfrentamento das latentes da questão social com a divisão sócio técnica do trabalho, resultando na profissionalização do serviço social.
 Com isso o Estado passa a interferir no modo como a questão social era tratada com políticas de proteção social e a demandar profissionais habilitados para amenizar as sequelas da questão social.
 No entanto, deve-se colocar a pobreza, os conflitos de classes, a contradição e a exclusão social, como parte significativa da realidade de uma parcela da população brasileira, e, somente assim torna-la palco da questão social. Sendo assim,
Na ditadura militar pós 64 o país viveu mais um processo de modernização conservadora, talvez o último suspiro nessa modalidade marcante do desenvolvimento nacional: industrialização e urbanização aceleradas, e modernização do estado brasileiro, inclusive com expressão de políticas sociais centralizadas nacionalmente. Esse processo, que representou uma espécie de salto adiante, foi conduzido pela lógica de “deixa crescer o bolo para depois dividir”, segundo a conhecida frase de Delfim Netto, então responsável pela política econômica. O que se assistiu, na verdade, foi ao acirramento das contradições sociais no país, como a radicalização das expressões da questão social. Ao lado disso, houve uma mudança do perfil dos profissionais de serviço social, que se tornaram trabalhadores assalariados, oriundos das camadas médias baixas e da classe trabalhadora (NETTO, 1991, p. 45). 
Com isso, emerge uma nova reflexão sobre a política social, ao invés de democrático na perspectiva da cidadania e dos direitos, uma marca da produção profissional. O Assistente Social tem como objeto de trabalho a questão social, que é produzida pela relação capital e trabalho no sistema capitalista, onde se tem o mercado como centro norteador das estruturas políticas, sociais e econômicas, a maioria das pessoas ainda possui a visão do Assistente Social que contribui para a manutenção do sistema, como mero executor das políticas impostas pela instituição onde atua. 
Houve aumento da mobilidade social e do consumo nas faixas de renda mais baixas, que, por sua vez, seria uma combinaçãoresultante de três fatores: da elevação real do salário mínimo; do crescimento do trabalho com carteira assinada, que torna mais efetiva a recuperação do piso legal; e da expansão dos programas de transferência de renda, fazendo com que tornasse real essa teoria.
[...] ambiente de efervescência social e profissional germina uma profunda revisão crítica que, desde as articulações com o centro Latino Americano de Trabajo social – CELATS e com o Trabajo social latino-americano, passando pelo congresso brasileiro de assistentes sociais de 1979 (o famoso “congresso da virada”), origina o hoje chamado projeto ético-político profissional, em forte sintonia com o processo de redemocratização do país, que se desenvolve ao longo dos anos 1980 e culmina na constituição de 1988 (CARVALHO, 1982, p. 23). 
A Constituição Federal de 1988 garante que as políticas sociais brasileiras têm como finalidade dar cumprimento aos objetivos fundamentais da República, por intermédio da garantia dos direitos sociais, conforme previsto no seu “Art. 3º. l - Construir uma sociedade livre, justa e solidária; ll – Garantir o desenvolvimento nacional; lll - Erradicar a pobreza, a marginalização, reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” (BRASIL, 1988). Nesse sentido o cidadão tem seus direitos pautados na Constituição Federal de 1988, a qual garantem seu bem estar social diante da sociedade.
2.4 A Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS)
A Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, promulgada em 1993, abriu espaço para consolidar a assistência social como direito, ao definir as seguintes diretrizes: descentralização político-administrativa, municipalização, comando único, controle social e participação popular, conforme consta no artigo 5º: Art. 5º A organização da assistência social tem como base as seguintes diretrizes: I - descentralização político-administrativa para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e comando único das ações em cada esfera de governo; II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis; III - primazia da responsabilidade do Estado na condução da política de assistência social em cada esfera de governo. Com a descentralização, ocorre uma "divisão" de tarefas e responsabilidades, sem, no entanto, a redução da importância da instância nacional e/ou estadual. A descentralização busca aproximar as respostas do Estado (via as políticas sociais) da realidade local, compreendendo as diferenças e especificidades a ser alvo da política de assistência social.
O artigo 11º da LOAS coloca, ainda, que as ações das três esferas de governo na área da assistência social realizam-Se de forma articulada, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera Federal e a coordenação e execução dos programas, em suas respectivas esferas, aos estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. (Política Nacional de Assistência Social, p. 37) A Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) prevê no capitulo I, parágrafo único que:
“A assistência social realiza-se de forma integrada às políticas setoriais, visando o enfrentamento da pobreza, à garantia de mínimos sociais, ao provimento de condições para atender contingências sociais e à universalização dos direitos sociais”.(Lei nº 8.742 de sete de dezembro de 1993).
.É necessário que todas as ações, programas e projetos que envolvam a prestação de assistência social à população, mesmo que estejam sendo realizadas por outras secretarias, estejam em permanente diálogo com o órgão gestor da assistência social, que deve ser um núcleo coordenador da política de assistência social no município/estado, evitando assim, o paralelismo de ações e construindo um processo integrado de prestação de assistência social, ou seja, estabelecendo se assim, realmente, uma política pública de assistência social no município, integrando as ações entre as diferentes secretarias, os conselhos de políticas públicas e as organizações da sociedade civil.
 Assim, pensar a participação e o controle social requer pensar os espaços concretos de discussão, debate e decisão acerca dos Rumos da assistência social em cada esfera de governo. Contudo, esse objetivo não será alcançado se restringido à doação e distribuição de alimentos.
 Assim, pretende-se, também, criar condições de educação e de saúde, estabelecer políticas de geração de emprego e renda, estimular programas de desenvolvimento sustentado no campo e nas cidades, etc. Alcançar tais condições são alguns dos desafios do Programa, já que se estimula a cooperação da sociedade, investe-se em recursos de transferência de renda, mas em muitos municípios pouco tem sido feito para as políticas de geração de trabalho e renda.
2.5 Programas de Complementação de Renda
Por sua vez, a ênfase nas condicionalidades, como forma de garantir às famílias beneficiárias o acesso a serviços básicos nas áreas de educação, saúde e assistência social, deu corpo à percepção de que certos determinantes da pobreza precisariam ser atacados durante um tempo necessariamente longo para que as futuras gerações pudessem efetivamente ter condições de superar a pobreza, isso constituiu uma novidade na política social brasileira e, de certa forma, começou a aproximar a estrutura de benefícios sociais do país da encontrada em países com sistemas de bem-estar social mais desenvolvido. “Além disso, buscou-se articular outras ações – notadamente de capacitação profissional, de forma a dar opções de menor prazo para que as famílias beneficiárias pudessem melhorar sua inserção no mercado de trabalho” (SILVA, 2010, p. 67).
O economista Milton Friedman (1962) teve a ideia de criar um programa de transferência de renda por volta dos anos de 1960 a 1970. “Em outras palavras, admitia-se um regime contributivo diferenciado para os trabalhadores rurais, de resto, regra em grande parte dos regimes previdenciários no mundo” (SCHWARZER, 2000, p. 32). Essa concessão de benefícios assistenciais ainda estava ancorada em um modelo próximo do estabelecido na década de 1970. Com o surgimento do advento da Constituição de 1988, deu um substantivo impulso ao desenvolvimento dos benefícios semicontributivos voltados para os trabalhadores rurais e dos benefícios assistenciais voltados para idosos e deficientes, seja em termos de alcance, seja de valores transferidos.
	Com a consolidação do sistema previdenciário e assistencial então estabelecido, chegou-se a uma cobertura quase universal da população idosa, fato raro em países em desenvolvimento. De fato, desde o início dos anos 1990, quando os efeitos da Constituição de 1988 se fizeram sentir, o percentual de pessoas com 60 anos de idade ou mais que recebiam um benefício previdenciário ou assistencial superou os 80%, alcançando cerca de 85% entre aqueles com 65 anos de idade ou mais (IAMAMOTO, 2005, p. 23). 
Também era socialmente aceitável que pessoas sem capacidade produtiva (idosos e deficientes) pudessem contar com alguma forma de proteção social. Embora a Constituição definisse a proteção à família, à infância e à adolescência entre os objetivos da Assistência Social, no que tange à segurança de renda, o sistema de proteção social vigente até a primeira metade da década de 1990 deixava sem cobertura a população pobre em idade ativa, com capacidade produtiva, e, especialmente, as crianças. “Isso explicava o fato de as taxas de pobreza e extrema pobreza da população mais jovem (notadamente crianças até 15 anos de idade) serem, na prática, o dobro da média nacional, mostrando que este grupo era o mais vulnerável do ponto de vista social” (SILVA e LIMA, 2010, p. 37). De acordo com essa situação, por volta dos anos 80, o Banco Mundial passou a recomendar programas de transferência de renda aos países pobres e em desenvolvimento, como, por exemplo, o Brasil. Inicialmente o projeto foi rejeitado por partidos políticos, que viam no programauma forma de combater a pobreza oferecendo esmolas (SILVA, 2010, p. 56). 
A ideia foi ganhando formas no início dos anos 90, nas rodas de discussões de economistas do Rio de Janeiro, que tiveram a iniciativa de criar um programa de transferência de renda no Brasil, que recebeu o nome de Bolsa Escola. De acordo com essa ideia, em 1998, no governo de Fernando Henrique Cardoso foi implantado o programa em alcance nacional, conservando o mesmo nome, o ex-presidente focalizou-os aos mais pobres e criou duas exigências para as famílias terem acesso, que era comprovação da frequência na escola e carteira de vacinação atualizada da criança, Fernando Henrique Cardoso também criou outros programas, como o programa Vale Gás e o programa Bolsa Alimentação (CALDAS, 2013).
 Em 2003, Luiz Inácio Lula da Silva, durante seu mandato, assumiu como meta principal de seu governo a diminuição da fome e da miséria no Brasil. Assim unificou todos esses programas sociais em um único cadastro, denominando de Bolsa Família. Com a finalidade de combater a fome, a miséria e suas causas estruturais que geram a exclusão social, reuniu as três esferas de governo em torno de políticas públicas e programas sociais que buscam zerar a fome de mais de 40 milhões de pessoas. 
Entre os anos de 2009 a 2010, o programa adotou uma nova perspectiva para elaboração de suas estimativas de atendimento baseada, sobretudo, na percepção de que a renda dos segmentos mais pobres da população era não apenas e naturalmente baixa, mas, além disso, volátil. 
Ao final de 2010, o Programa Bolsa Família já havia alcançado praticamente 13 milhões de famílias; tinha uma excelente focalização nos mais pobres que não apenas permanecia melhorando ao longo do tempo apesar da forte expansão do número de beneficiários, como era compatível com a alcançada por outros bons programas focalizados de transferência de renda ao redor do mundo; era custo-efetivo na redução da extrema pobreza e da desigualdade de rendimentos; confirmava seus impactos sobre indicadores educacionais de crianças e adolescentes, por meio de uma série de estudos, baseados em diferentes metodologias e bases de dados; e havia afastado os maiores temores relacionados ao seu desenho, como o desincentivo à participação no mercado de trabalho ou o aumento da fecundidade entre as beneficiárias. 
Em 2012, o Bolsa Família passou a contar com um novo benefício (Benefício de Superação da Extrema Pobreza), destinado às famílias que continuavam com renda familiar per capita igual ou inferior a R$ 70,00 após o recebimento dos benefícios “tradicionais” do programa. Trata-se de um típico benefício do tipo top up, que complementa a renda familiar até que ela atinja um determinado patamar – no caso, a superação do valor de R$ 70,00 por pessoa (BARROS, 2006, p. 69).
Inicialmente, o benefício foi voltado para famílias que tinham em sua composição crianças entre 0 e 6 anos, como parte integrante das iniciativas da Ação Brasil Carinhoso. Ainda em 2012, este benefício foi estendido para famílias com crianças e adolescentes com idade de até 15 anos e no início de 2013, o benefício alcançou as famílias beneficiárias independentemente da presença de crianças. De acordo com esses avanços;
Desta maneira, houve um forte aumento no orçamento de benefícios do programa (que saltou de R$ 15 bilhões em 2010 para praticamente R$ 24 bilhões em 2013), voltado para famílias em situação de extrema pobreza. O benefício médio, no mesmo período, passou de R$ 95,00 para R$ 152,00, alcançando R$ 216,00 nas famílias que recebem o Benefício de Superação da Extrema Pobreza (SILVA, 2010, p. 79).
Como resultado, entre as políticas que compõem o Sistema de Seguridade Social brasileiro, a assistência social foi a que apresentou a maior taxa de crescimento no financiamento de 2002 a 2012. De R$ 6,5 bilhões, em 2002, os recursos destinados à área atingiram R$ 56,5 bilhões, em 2012. No período de 2004 a 2011, o financiamento Federal da assistência social saltou de 0,71% do produto interno bruto (PIB) para 1,10%, Além do PBF2 e da crescente ampliação do acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), estes resultados se devem também à implantação do Sistema Único de Assistência Social  - SUAS. Sendo esse responsável a incorporar os programas e suas ofertas contribuindo a todos os cidadãos que dele necessitarem.
A proteção social pode ser definida como “um conjunto de iniciativas públicas ou estatalmente reguladas para a provisão de serviços e benefícios sociais visando enfrentar situações de risco social ou privações sociais”. Na última década, os avanços no PBF, no CadÚnico e no Suas contribuíram para consolidar um novo modelo brasileiro de proteção social. Este modelo articula o acesso à renda com a oferta de serviços e oportunidades socioassistenciais e a ampliação do acesso a direitos e oportunidades, e tem viabilizado o enfrentamento das situações de pobreza e de desigualdades em suas multidimensionalidades, o que, por sua vez, materializou melhorias nas condições de vida das famílias e indivíduos. (JACCOUD, 2009, p. 58).
. Com seu reconhecimento pela Constituição Federal de 1988 (CF), como política pública de Seguridade Social não contributiva e voltada ao cidadão que dela necessitar, o modelo adotado no país ultrapassa a concepção restritiva de seguro e supera a lógica do mercado, alcançando aqueles cidadãos que mais dificilmente acessam políticas públicas e que não têm seus direitos garantidos, assim como os benefícios advindos da inclusão no mercado de trabalho. “A proteção social não contributiva nasce do princípio da preservação da vida e do respeito à dignidade humana, expresso nos direitos fundamentais inscritos pela CF, e que remete à provisão a noção de seguranças sociais” (SPOSATI, 2009, p. 13).
Nesse contexto, questões até então tratadas no campo individual foram reconhecidas como questões coletivas pelas quais o Estado é responsável, devendo assegurar aos cidadãos proteção social em situações específicas de insegurança, independentemente de contribuições prévias.
A inclusão da assistência social como política pública consolida a idéia de que o Estado deve colocar-se como responsável pelo enfrentamento da vulnerabilidade social de grupos anteriormente excluídos do sistema de seguridade. É o reconhecimento de que a pobreza e a vulnerabilidade não são frutos de trajetórias e posicionamentos individuais, e, sim, de resultados construídos histórica, social, política e economicamente, pois um Estado só se responsabiliza pela instauração de um sistema de proteção quando reconhece a coletivização da demanda e a necessidade de atendê-la (ALMEIDA & ALBURQUERQUE, 2010).
Demarca-se, portanto, uma mudança de paradigma em relação ao padrão histórico predominante na área até então, caracterizado por ações assistencialistas, fragmentadas, sem planejamento, de caráter paternalista e atendimento pontual, emergencial e descontínuo. 
Com esta mudança, o usuário passa a ser concebido como sujeito de direitos socioassistenciais, cuja situação vivenciada deve ser compreendida à luz do contexto sócio-histórico, cultural, político e econômico e do próprio processo de organização da sociedade e do Estado brasileiro (BARROS, 2010, p. 44).
Nesse sentido, baseia-se essencialmente nas informações cadastrais relativas à população atendida ao ingressar no programa e em momentos posteriores, cabendo distinguir horizontes temporais diversos. O curto prazo, quando as modificações ocorridas se limitam essencialmente àquelas que estão associadas à mudança do consumo como resultado do aumento da renda, assim como mudanças que resultam de aspectos institucionais do programa.
2.6 O Bolsa Família
Considera-se o programa Bolsa Família mais importante ação do Fome Zero, o mesmo foi criado pala Lei nº 10.836, de nove de janeiro de 2004, e regulamentado pelo Decreto nº 5.209, de 17 de setembro de 2004. É um programa voltado para as famílias em situação de vulnerabilidade sócio-econômica, buscando assim combater a miséria e a exclusão social, e gerara emancipação dessas famílias. Embora alcançar tal objetivo seja difícil já que vivemos em um país de grande desigualdade social e guiado por políticas neoliberais, de acordo com (SILVA e SILVA, 2004).
“Um elemento estruturante do programa Bolsa Família são as condicionalidades que devem ser cumpridas pelo núcleo familiar para que possa receber o beneficio mensal. Segundo os idealizadores do programa essas condicionalidades representam contrapartidas com vista a certificar o compromisso e a responsabilidades das famílias atendidas e representam o exercício de direitos para que as famílias possam alcançar autonomia e, consequente inclusão social sustentável”. (SILVA e SILVA, 2004, p.6).
O Programa Bolsa Família veio para unificar todos os programas de transferência de renda do governo federal em um único programa (Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Cartão Alimentação e o Auxílio Gás). A medida proporcionou mais agilidade na liberação do dinheiro a quem precisa, reduziu a burocracias e criou mais facilidade no controle do recurso dando, assim, mais transparência ao Programa. Os gestores do Programa Bolsa-Família entendem que a unificação de programas de transferência de renda é necessária, pois através deste programa o Governo Federal concede mensalmente benefícios em dinheiro para famílias que se enquadram nos critérios de elegibilidade por ele definido.
O Programa Bolsa Família é o maior dentre todos os outros Programas, tem atingido maior número de usuários, porque é um programa federal. Este é o programa mais divulgado e assunto de polemica. Tal divulgação, tanto dos benefícios e serviços quanto dos recursos oferecidos pelo poder publico é um dos princípios da LOAS (Art. 4º, parágrafo V). Entra em questão o acesso à informação que é um direito do usuário.
 O Programa também se pauta na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) que prevê no capitulo I, parágrafo único que:
“A assistência social realiza-se de forma integrada às políticas setoriais, visando o enfrentamento da pobreza, à garantia de mínimos sociais, ao provimento de condições para atender contingências sociais e à universalização dos direitos sociais”.(Lei nº 8.742 de sete de dezembro de 1993).
Mesmo assim, os moradores de rua, por exemplo, possuem uma certa dificuldade para realização do cadastro por não possuírem endereço, mesmo podendo fornecer de outra pessoa conhecida, e muitas das vezes não possuem também documentos. Na ótica dos direitos, essas pessoas deveriam ter a oportunidade de requerer o benefício do Programa Bolsa Família e serem contempladas pelo Programa em um curto prazo, já que são pessoas extremamente pobres e necessitam de alguma renda com urgência, até mesmo para se alimentarem.
 Visando maior controle social, depois de alguns anos é realizado o recadastramento, ou seja, todos aqueles que já recebem o beneficio precisam retornar com os documentos à Prefeitura a fim de atualizarem seus dados. Desta forma é possível verificar se os usuários ainda estão dentro das condicionalidades exigidas pelo programa. O resultado de cada programa específico são condicionados e condicionam uns aos outros, fortalecendo as ações, levando as famílias a se integrar no meio social.
O governo procura implantar e consolidar o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), aos serviços, programas, projetos e algum benefício sócio-assistênciais, inserindo as famílias á ações do PAIF (Programa De Atenção Integral á Família), assim visando um acompanhamento amplo dos beneficiários e também sua inclusão ao SUAS. Estas ações previstas como condicionalidades correspondem, no marco constitucional brasileiro, a direitos sociais que devem ser garantidos ao conjunto da população.
O PBF promove condições fundamentais mínimas para que estes indivíduos possam reivindicar acesso ás condições necessárias para o desenvolvimento de capacidades essenciais. 
"Toda pessoa tem direito a um nível de vida adequado que lhe assegure, assim como à sua família, saúde e bem-estar, especialmente alimentação, vestuário, habitação, assistência médica e os serviços sociais necessários" (artigo 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos de1948).
O Programa oferece às famílias dois tipos de benefícios; o básico (fixo) e a variável. Assim, todas as famílias selecionadas na situação de extrema pobreza receberão mensalmente um benefício fixo de R$50,00, tenham filhos ou não. Além desse valor fixo, as famílias com filhos até 15 anos, matriculados no ensino fundamental, terão um benefício variável de R$15,00 por filho, no limite de três filhos. Já as famílias em situação de pobreza receberão somente o benefício variável de R$15,00 por filho, dependendo da sua situação socioeconômica e do número de crianças e adolescente até 15 anos e gestantes existente na família, o programa visa associar-se medidas de caráter emergencial, alívio imediato da pobreza, permitindo que as famílias tenham acesso às condições mínimas necessárias, na forma de serviços públicos essenciais, para a superação de situação de vulnerabilidades sociais.
O Programa Bolsa Família foi implantado pelo Governo Federal brasileiro em outubro de 2003 com a perspectiva de combater a pobreza e a fome no país e promover inovações no padrão histórico de intervenção pública na área social. 
O serviço de assistência social nos marcos da Constituição Federal de 1988, enquanto política pública integrada ao sistema de seguridade social brasileiro representou uma inovação importante no campo da capacidade protetiva do Estado brasileiro, visto que ampliou os direitos sociais, na medida em que houve uma dissociação parcial entre proteção social e vínculo contributivo, assumindo, no mesmo nível, os benefícios previdenciários (contributivos) e assistenciais (FLEURY, 1994).
Neste sentido de contraposição sobre a focalização de políticas sociais, Pereira (2003), defende a não discriminação do acesso dos cidadãos a bens e serviços públicos, pois a autora considera a focalização como princípio antagônico à universalização dos direitos sociais, no sentido que o Estado acaba restringindo sua atuação no campo da proteção social ao orientar-se pela concepção de pobreza absoluta e não relativa. 
Com isso, tornam-se essas políticas sociais focalizadas como residuais e não como investimento atuando de forma mais excludente do que na perspectiva de inclusão, já que os eleitos a essa “inclusão” tem seus direitos sociais básicos submetidos a condicionalidades e contrapartidas exigidas pelos governantes, responsáveis pela manutenção da pobreza.
A primeira delas refere-se ao alívio imediato da pobreza, por meio da transferência direita de renda à família. A segunda dimensão diz respeito ao reforço que o Bolsa Família oferece ao exercício de direitos sociais básicos nas áreas de Saúde e Educação, que contribui para que as famílias consigam romper o ciclo da pobreza entre gerações. Essa dimensão concretiza-se nas condicionalidades ou compromissos que as famílias devem cumprir para participarem do Programa. [...] A terceira dimensão do Bolsa Família, os chamados programas complementares. São programas de geração de trabalho e renda, de alfabetização de adultos, de fornecimento de registro civil e demais documentos, entre outros programas que podem ser ofertados pelas três esferas de governo e sociedade civil (BRASIL, 2006b, p. 7-8).
Sendo Assim, é oferecidos aos usuários do programa Bolsa família meios de intervenção para que o usuário não permaneça em estado de vulnerabilidade social. Esse trabalho social realizado com as famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família – PBF, fundamenta-se em dois eixos estruturantes do SUAS: o território e a matricialidade sociofamiliar.. Segundo Brasil (2010), “praticamente um em cada quatro brasileiros, estava sujeito à extrema insegurança alimentar e vivia um cotidiano marcado pela fome e pelo não reconhecimento dos direitos sociais básicos”.
 Sendo assim, nos direitos constitucionais regulamentados conforme a Constituição Federal de 1988, a Assistência Social é um direito constitutivo,uma política pública concebida no âmbito do direito à cidadania com perspectiva de estabelecer uma relação direta Estado/cidadão, com transferência monetária alocada diretamente aos beneficiários, com possibilidade de contribuir para mudanças nas práticas políticas e na democracia, pela perspectiva de superar o clientelismo e o uso eleitoreiro que têm marcado as políticas sociais brasileiras. (YAZBEK et al, 2007:191) 
Portanto, qualquer programa social direcionado para a família deve levar em conta essa diversidade de composições dos grupos familiares, se pretende alcançar as famílias brasileiras como parece apontar a concepção de família definida no desenho do Programa Bolsa Família em combater a miséria e a exclusão social e promover a emancipação das famílias mais pobres. 
2.7 As Condicionalidades do programa Bolsa Família
A mesma refere-se à garantia das condições mínimas na área da saúde, da educação e da assistência social que devem ser cumpridas pelas famílias beneficiárias do programa. Na área de saúde, os compromissos consistem no acompanhamento da saúde de gestantes, nutrizes e crianças de até 7 anos de idade. Já na área de educação a exigência é a matrícula e a frequência escolar mínima de 85% das crianças e dos adolescentes entre 6 e 15 anos.Com a integração do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) ao Programa Bolsa Família (PBF), foi normatizada por meio da portaria 666/2005, a participação nas ações socioeducativas passa a ser uma condicionalidade adicional para as famílias com crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil. 
O acompanhamento de avaliação acontece mediante portaria conjunta a SNAS e da SENARC. O cumprimento das condicionalidades constitui, portanto, um dos fatores de êxito do programa para de contribuir com as famílias beneficiadas. O objetivo do programa é gerar uma sintonia de efeitos que permitam elevar os padrões objetivos e subjetivos de qualidade de vida das famílias, estimulando todos os seus integrantes para um crescimento coletivo, podendo assim ter acesso aos benefícios sociais existentes. O descumprimento das condicionalidades leva as famílias à advertência e sansões gradativos, na primeira vez a família recebe advertência, mas não altera o beneficio, já na segunda seu beneficio fica bloqueado durante 30 dias e somente irá recebê-lo acumulado no mês seguinte.
 Somente na terceira vez que a família será suspensa do programa durante 60 dias, neste período não serão geradas as parcelas do benefício ficando a família sem receber. A partir da quinta advertência a família terá o benefício cancelado.
Essa gradação de aplicação de advertência não pode ser considerada como punitiva e sim como possibilitar a reversão do quadro fazendo com que as famílias voltem a cumprir as condicionalidades para que tenham êxito no recebimento de seu benefício. Um dos elementos essencial no estabelecimento das condicionalidades foi o reconhecimento e a valorização do sistema familiar abordando certos padrões de que a família necessita para conviver em um grupo social relevante.
 Sendo assim, as condicionalidades incorporam novas ações para a política sociais, tornando assim de grande importância a participação ativa dos pais no acompanhamento do estado nutricional e na evolução da educação de seus filhos. Cabe a gestão de condicionalidades do PBF englobar todas as ações de acompanhamento periódico das famílias beneficiárias, fazendo com que estes recursos estimulem as famílias á cumprir todos os seus compromissos com o programa. Este compromisso envolve o exercício de atribuições complementares e coordenadas no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Município. (MANUAL DE GESTÃO DE CONDICIONALIDADES, 2006, p.10).
CAPÍTULO III
O ESTÁGIO EM SERVIÇO SOCIAL NO CRAS VOLANTE NO MUNICÍPIO DE URUPÁ
3.1 A importância do Profissional de Serviço Social: Um Direito de todos os usuários. 
Após ter concluído o segundo grau foi um bom tempo para depois despertar o interesse em fazer uma faculdade, pois trabalhava em uma clínica médica e não tinha como conciliar os dois. 
Diante de uma realidade observada no trabalho é que se destacou o interesse pelo curso de Serviço Social. Dentro da clínica, nos deparávamos com os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), onde encontravam dificuldades em conseguir agendamentos de consulta e exames através do Programa. Esses usuários quase sempre eram pessoas carentes, que estavam passando por dificuldades e acabavam saindo dali mais aborrecido, mediante a falta políticas públicas em favor de suas necessidades.
Na sequencia foi possível contato direto com a assistente social do CRAS do Município de Urupá que vinha intervir nesses procedimentos, com muito empenho e dedicação para que os usuários tivessem seus direitos validados como reza a Constituição Federal de 1988, 
A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação (BRASIL, 2012, p. 54). 
A partir de perceber o trabalho da assistente social nessa batalha, é que veio o interesse pelo curso de Serviço Social. Nesse processo buscou-se maiores informações sobre o curso, onde e decidiu-se sair do serviço e iniciar a faculdade em busca da profissão. O conhecimento na área é essencial para poder intervir principalmente na área da saúde, onde a necessidade das pessoas foi detectada naquele momento. 
O que se entendeu é que a partir do curso de Serviço Social poderia intervir com os usuários da saúde em função de validação de seus direitos. 
	
Diante de muitos obstáculos enfrentados no decorrer dessa trajetória de estudos é com empenho que se pretende concluir o curso e iniciar uma nova etapa de estudos pela Pós Graduação para dar continuidade à ampliação de conhecimentos e de trabalho em atendendo às demandas dos usuários dos serviços socioassistenciais.
3.2 A instituição campo de estágio
O Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) foi fundado em 01/10/2006, tendo sede no município de Urupá e no fórum na Comarca de Alvorada do Oeste/RO, atualmente está localizado á Avenida Cabo Barbosa, nº 4057, Bairro Sumaúma, Urupá/RO. Esta é uma unidade pública da Política de Assistência Social, de base municipal, integrante do SUAS. Este se destina á prestação de serviços e programas socioassistenciais de proteção social básica ás famílias e indivíduos e á articulação destes serviços em seu território de abrangência.
Diante desta situação é possível dizer que as políticas sociais abrangem o acesso das pessoas à validação de direitos inclusive de cidadania, pois sem acesso às necessidades básicas não há dignidade, pois ficam relegadas à caridade. 
A historia das políticas sociais está arelada ao contexto histórico da moderna sociedade capitalista e à consolidação dos Estados nacionais. O fortalecimento da nova ordem liberal e capitalista favoreceu o surgimento de recursos de combate a pobreza, causada pela instabilidade política e social. Nessa época surgiram novos atores sociais “que não eram mais servos submetidos às antigas relações senhoriais, mas indivíduos livres, cidadãos responsáveis por si e pelos rumos da sociedade(CASTRO & RIBEIRO, 2008, p.20).
As políticas sociais compõem um sistema de ação que possui vários aspectos tanto no que se diz respeito aos sujeitos sociais com os seus respectivos alvos-campos de ação social e pública visando superar as desigualdades e facilitar o exercício de cidadania.
Conforme (COUTO, 2010) assim, o CRAS Trabalha com atuação intersetorial com a perspectiva de potencializar a proteção social, e promover á acolhida e desenvolvimento ao vínculo familiar. Nesse espaço é oferecido serviços socioassistenciais de proteção básica a famílias em estado de vulnerabilidade social, dentre eles, Atendimento de Serviço de Proteção e Atendimento á Família – PAIF, Pro jovem adolescente, Programa Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada – BPC/LOAS.

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