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Contestação com Reconvenção aula 9

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Aluno: Rodrigo Carvalho Almeida de Souza 
Matrícula:201608172831 
 
AO JUÍZO DA 50ª VARA DO TRABALHO DE JOÃO PESSOA/PB 
 
Processo nº 98.765 
 
 
 
 
 
 FLORICULTURA FLORES BELAS LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrito 
no CNPJ nº, situado no endereço eletrônico, vem, por seu advogado infra assinado, com 
base nos artigos 847 da CLT c/c artigo 335 e seguintes do CPC por força do artigo 769 da 
CLT apresentar 
 
CONTESTAÇÃO COM PEDIDO DE RECONVENÇÃO 
 
 às alegações formuladas por ESTELA, já devidamente qualificada nos autos da 
ação de reclamação trabalhista, pelos fatos e direito que passa expor. 
 
DO RESUMO DA LIDE 
A Reclamante laborou na empresa Reclamada no período de 2510/2012 à 
29/12/2017, exercia a função de floricultora e perfazia a jornada de segunda a 
sexta-feira, das 10h às 20h, com 2 horas de intervalo, e aos sábados, das 16h às 
20h sem intervalo e ganhava mensalmente o valor correspondente a dois salários 
mínimos e foi dispensada sem justa causa. 
 Assim que foi cientificada do aviso prévio, a Reclamante teve uma reação 
violenta, gritando e dizendo-se injustiçada com a atitude da Reclamada em 
dispensá-la. A situação chegou ao ponto que a segurança terceirizada precisou ser 
chamada para conter a trabalhadora e acompanhá-la até a porta de saída. Contudo, 
quando deixava o portão principal, a Reclamante começou a correr, pegou uma pedra 
do chão e a arremessou violentamente contra o prédio da empresa, vindo a quebrar 
uma das vidraças. 
A Reclamada gastou R$ 300,00 na recolocação do vidro atingido, conforme nota fiscal 
exibida, além de apresentar a guia da RAIS comprovando possuir 7 empregados, os 
contracheques da Reclamante e o documento assinado por ela autorizando o desconto 
de plano de saúde. 
 
 
DA PRELIMINAR DE MÉRITO 
DA INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
A reclamante requer a aplicação da penalidade cominada no Art. 49 da CLT 
contra os sócios da ré. Aduz que foi obrigada a assinar um documento autorizando a 
subtração mensal, contra a sua vontade, para aderir ao desconto para plano de saúde. 
Ocorre que, nos termos do Art. 114, IX, da CF/88, compete à Justiça do Trabalho 
processar e julgar controvérsias decorrentes da relação de trabalho, não abrangendo 
penalidade criminal, sendo esta incompetente para tal. Ademais, segundo o Art. 337, II, 
do CPC/15, cabe ao réu, antes de discutir o mérito alegar a incompetência absoluta e 
relativa. 
Posto isto, o pedido de aplicação de penalidade criminal contra os sócios da ré 
não pode ser pleiteado, em razão da incompetência absoluta da Justiça do Trabalho. 
 
DA PREJUDICIAL DE MÉRITO 
DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL 
A reclamante laborou de 25.10.2012 à 29.12.2017 na reclamada e ajuizou a 
reclamação trabalhista em 27.02.2018. 
Preceitua o Art. 7º, XXIX, da CF/88 e Art. 11, da CLT que a pretensão quanto a 
créditos trabalhistas prescreve em cinco anos após a extinção do contrato de trabalho e 
a Súmula 308, I, do TST dispõe que respeitado o biênio subsequente à cessação 
contratual, a prescrição quinquenal conta -se da data do ajuizamento da reclamação 
trabalhista. 
Sendo assim, suscita-se a prescrição em relação às pretensões anteriores à 
27/02/2013, data do ajuizamento da ação. 
 
MÉRITO 
DO PLANO DE SAÚDE 
A Reclamante afirma que foi obrigada a aderir ao desconto para o plano de 
saúde, tendo assinado na admissão, contra a sua vontade, um documento autorizando 
a subtração mensal. 
Ocorre que, no ato da admissão, a Reclamante assinou o documento autorizando 
o desconto de plano de saúde (doc. Anexo). 
Sustenta a OJ 160 da SBDI- 1 que é inválida a presunção de vício de 
consentimento resultante do fato de ter o empregado anuído expressamente com 
descontos salariais na oportunidade da admissão. Vale ressaltar que é de se exigir 
demonstração concreta do vício de vontade. 
Nesse diapasão, a Súmula 342 do TST dispõe que são válidos os descontos 
salariais efetuados pelo empregador, com a autorização prévia e por escrito do 
empregado, para ser integrado em planos de assistência médico-hospitalar, o que não 
afronta o disposto no Art. 462 da CLT, salvo se ficar demonstrada a existência de coação 
ou de outro de feito que vi cie o ato jurídico, não sendo este o caso. 
Ademais, o Art. 818, I da CLT e o Art. 373, I, do CPC/15 estabelecem que o ônus 
da prova incumbe ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito. 
Sendo assim, o desconto a título de plano de saúde ocorreu dentro da legalidade, 
sem qualquer vício de vontade em relação à assinatura, já que é válida a autorização 
de desconto feita no momento da admissão, cabendo a Reclamante o ônus de provar 
qualquer ilegalidade nesse sentido, não devendo prosperar a sua alegação. 
 
DO ADICIONAL DE PENOSIDADE 
A Reclamante pleiteia o recebimento de adicional de penosidade, sazão de 30% 
sobre o salário-base, porque, no exercício da sua atividade, era constantemente furada 
pelos espinhos das flores que manuseava. 
 Embora previsto no Art. 7º, XXIII, da CF/88 o adicional de remuneração para as 
atividades penosas, o mesmo não foi regulamentado. 
 Sendo assim, o pedido de pagamento de adicional de penosidade na proporção 
de 30% sobre o salário-base não deve prosperar, uma vez que não consta previsão na 
CLT e não foi regulamentado em lei especial. 
 
DAS HORAS EXTRAS 
A Reclamante alega que faz jus ao recebimento de horas extras com adição de 
50%, em razão da jornada de trabalho, laborava de segunda a sexta-feira, das 10h às 
20h, com intervalo de 2 horas para refeição, e aos sábados, das 16h às 20h, sem 
intervalo, totalizando 44h semanais. 
 O Art. 58 da CLT dispõe que a duração normal do trabalho, para os empregados 
em qualquer atividade privada, não excederá de 8h diárias e o Art. 7º, XIII da CF/88 
assenta que a duração do trabalho normal não será superior às 8h diárias e 44h 
semanais. Vale destacar que o Art. 71, § 2º da CLT alinha que os intervalos não serão 
computados na duração do trabalho. 
 Sendo assim, a Reclamante não faz jus ao recebimento das horas extras 
pleiteadas, pois o módulo constitucional de 8h diárias e 44h semanais não foi 
ultrapassado. 
 
DA MULTA DO ART. 477, § 8º DA CLT 
 A Reclamante verbera que o pagamento das verbas resilitórias extrapolou o 
prazo legal, que somente foi creditada na sua conta 20 dias após a comunicação do aviso 
prévio. 
 Conforme estabelece o Art. 477, § 6º da CLT, o pagamento dos valores 
constantes do instrumento de rescisão ou recebido de quitação deverá ser efetuado até 
10 dias contados a partir do término do contrato de trabalho. 
 Sendo assim, é infundado o pedido de pagamento da multa prevista no Art. 477, 
§ 8º, da CLT, vez que o pagamento das verbas devidas foi dentro do prazo legal. 
 
DA RECONVENÇÃO 
 Conforme disposição expressa do Art. 343 do CPC/15, na contestação, é licito ao 
Réu propor reconvenção, para manifestar pretensão própria, conexa com a ação 
principal ou com o fundamento da defesa, o que faz pelas razões de fato e de direito a 
seguir. 
 A Reclamante ao ser cientificado do aviso prévio teve uma reação violenta, 
gritando e dizendo-se injustiçada, sendo necessário que a segurança a contivesse e 
acompanhasse até a porta de saída. Quando deixava o prédio, a Reclamante correu e 
pegou uma pedra que arremessou violentamente contra o prédio da Reclamada, vindo 
a quebrar uma das vidraças. A empresa gastou R$300,00 na recolocação do vidro 
danificado, conforme nota fiscal (doc. Anexo). 
 Conforme disposto no Art. 186 do CC/02, aquele que por ação, violar o direito e 
causar dano a outrem, comete ato ilícito, já o Art.927 do mesmo diploma legal, assegura 
que, aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
 Sendo assim, requer o valor de R$300,00, relativo ao vidro quebrado pela 
Reclamante. 
DOS REQUERIMENTOS 
 Isto posto, requer: 
1. O acolhimento da preliminar de incompetência absoluta daJustiça do Trabalho para 
apreciação e condenação criminal, conforme o Art. 337, II, do CPC/15 c/c Art. 114, IX, da 
CF/88; 
2. O acolhimento da prejudicial de mérito, quanto à prescrição quinquenal das 
pretensões anteriores a 27/02/2013, data do ajuizamento da ação, nos termos da 
Súmula 308, I, do TST; 
3. Por hipótese absurda, ultrapassada as preliminares avençadas, no mérito, requer que 
as pretensões apresentadas na exordial sejam julgadas totalmente improcedentes, com 
a consequente condenação da Reclamante em custas processuais e demais cominações 
legais; 
4. O recebimento das razões da reconvenção com seu devido processamento, de acordo 
com o Art. 343, do CPC/15, e a procedência da reconvenção para receber o valor de 
R$300,00, relativo ao vidro quebrado pela Autora, nos termos do Art. 186 e Art. 927, 
ambos do CC/02; 
a) A intimação da Reclamante para apresentar resposta, nos termos do Art. 341, 
§ 1º, do CPC/15; 
5. O pagamento dos honorários de sucumbência na contestação, na forma do artigo 
791-A da CLT. 
6. O pagamento dos honorários de sucumbência na reconvenção, na forma do artigo 
791-A da CLT. 
 DAS PROVAS 
Requer ainda, a produção de todos os meios de prova, em especial depoimento 
da reclamante, documental, pericial e testemunhal e a improcedência total dos pedidos 
arguidos pela reclamante, a dedução, a compensação pelas verbas já pagas, caso Vossa 
Excelência condene o réu em algum pedido. 
 
DO VALOR DA CAUSA 
Dá-se à causa, na Reconvenção, o valor de R$300,00 (trezentos reais) 
 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento 
 
Local ..., Data ... 
ADVOGADO… 
OAB ...

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