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1 NEONATOLOGIA 7 Marina Prietto PREVENÇÃO DE TRANSMISSÃO VERTICAL Em algumas doenças como o HIV e Hepatite B e C, a principal forma de transmissão é perinatal (durante o trabalho de parto, pelo contato de secreções infectantes e sangue). HIV A transmissão vertical do HIV: Acontece 1/3 dos casos durante a gestação e 2/3 durante o trabalho de parto; A transmissão vertical é a principal forma de infecção em menores de 13 anos O aleitamento materno pode acrescentar um aumento de 15 a 20% no risco de transmissão; Maior risco: Maior a carga viral do HIV; Rotura prematura de membrana em mais de 4 horas; TRATAMENTO DA GESTANTE: Sempre fazer a TARV na gestante Independentemente do resultado dos exames (contagem de CD4 ou da carga viral); Terapia indicada: TENOFOVIR + LAMIVUDINA + RALTEGRAVIR Objetivo − Reduzir a carga viral do HIV (principal fator da transmissão vertical); − Controle da carga viral para poder escolher qual a vida de parto adequada. VIA DE PARTO: Indicação obstétrica: Carga viral abaixo de 1000 cópias/ml + IG: maior que 34 semanas; Cesária: CV acima de 1000 cópias/ml ou se for desconhecida; A cesariana eletiva (com 38 semanas e sem entrar em trabalho de parto): deve ser indicada para gestantes que não realizaram profilaxia antirretroviral combinada durante a gestação, que usaram apenas monoterapia com AZT ou que tenham sua carga viral, com 34 semanas ou mais de gestação, desconhecida ou maior/igual a 1.000 cópias/mle de preferência empelicado (sai com membrana integra da cesárea); QUIMIOPROFILAXIA INTRAPARTO Zidovudina (AZT) Intravenoso: ▪ Inicia-se logo no início trabalho de parto e pelo menos 3 horas pré cesárea; ▪ É mantida até a ligadura do cordão ▪ A primeira hora é mantida até 2mg/kg em seguida, mantem uma infusão de 1mg/kg/hora até a ligadura EXCEÇÃO DO AZT IV: Quando a gestante apresenta carga viral indetectável com no mínimo 34semanas Gestante usa apenas a sua TARV habitual; 2 NEONATOLOGIA 7 Marina Prietto CUIDADOS NA SALA DE PARTO: → Clampeamento imediato do cordão, sem ordenha; → Aspiração delicada da VAS, se for necessário, ficando atento a possibilidade de traumatitismo. → Banho em água corrente e sabão para remoção das secreções infectantes; → Cuidado com a medicação IM (ter certeza da remoção das secreções); TRATAMENTO DO RN: Zidovudina oral Sempre fazer! Primeiras 12 horas de vida (PREFERENCIALMENTE nas 4 horas de vida) Manter por 4 semanas; Nevirapina: Naqueles filhos com mães que apresentaram CV> 1000 cópias OU que foi desconhecia OU que não fizeram uso da TARV durante o pré natal Dada em 3 doses (endo a primeira dose, nas primeira 48 horas; a segunda 48 horas depois da primeira e, a terceira dose 96 horas, após a segunda dose.) Contraindicação: peso abaixo de 1,5kg ACOMPANHAMENTO DO RN Mensal até os 6 meses de vida; Bimensal até 1 ano O intuito do acompanhamento é, não só avaliação clínica do RN mas também a pesquisa de efeitos colaterais presentes em decorrência do uso de ZIDOVUDINA por 4 semanas de vida: Principais efeitos: ▪ Anemia ▪ Neutropenia ▪ Aumento de lactato sérico ▪ Aumento de transaminases RASTREIO: Hemograma, lactato, perfil hepático e eletrólitos. DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO HIV EM CRIANÇAS: A dosagem sorológica é inútil nos primeiro 18 meses devido a transferência placentária de anticorpos maternos. Nessa fase: utiliza-se a CARGA VIRAL (colhida com 1 mês de vida – não pós parto) Diagnóstico: 2 CV positivas; Não infecção presumível: 2 CV negativas (aguarda depois dos 18 meses e colhe sorologia para confirmar) ESSAS GESTANTES NÃO PODEM AMAMENTAR. DEVE-SE INIBIR A LACTAÇÃO (VIA CARBEGOLINA em dose única OU enfaixamento da mama por 10 dias) + INTRODUÇÃO DE FÓRMULAS LÁCTEAS NOS PRIMEIROS 6 MESES DE VIDA. 3 NEONATOLOGIA 7 Marina Prietto IMUNIZAÇÃO: Mesmo que ele não tenha sido infectado com o HIV, ele está em contato com um imunodeficiente (mãe); Por isso, não deve receber a VACINA ORAL DA POLIOMIELITE (VOP) É uma vacina de vírus atenuado E esse vírus possui excreção fecal (podendo contaminar a mãe); Deve-se substituir pela VACINA INATIVADA DA POLIOMIELITE (VIP) OBS: Se o RN for diagnosticado com HIV + Ele não pode usar nenhuma vacina de agente atenuado, NUNCA; EX: Febre Amarela, Sarampo, Caxumba e Rubéola (Tríplice bacteriana) e tetra viral; HEPATITE B e C: TRIAGEM PRÉ NATAL: HEPATITE B Solicitação do HBsAg durante a primeira consulta do pré natal; SE: ▪ HBsAg Negativa + Não Vacinada = 3 DOSES DA VACINA (no momento, 1 mês depois e 6 meses depois); ▪ A repetição da Sorologia no parto somente se a mãe não foi vacinada = risco de ter contraído durante a gestação; HEPATITE C Solicitação do Anti-VHC; Apenas em pacientes com fator de risco: HIV+, uso de drogas ilícitas, em hemodiálise, que fez transfusão sanguínea antes de 93 ou paciente com elevação de transaminases sem explicação. TRANSMISSÃO VERTICAL: Pode ocorrer: − Intrauterina (raro): pode estar relacionada a procedimentos obstétricos invasivos (Amniocentese); − Perinatal (PRINCIPAL): contato com sangue e secreções infectantes. FATORES DE RISCO PARA TRANSMISSÃO: Maior a viremia no parto: HEP B SE HBeAg positivo = alto risco de transmissibilidade (marcador de alta taxa de replicação viral) HEP C Se HIV + associado = alto risco de transmissibilidade; HEPATITE B NEONATAL: TAXA DE CRONIFICAÇÃO 70 A 90% DOS CASOS; 4 NEONATOLOGIA 7 Marina Prietto PREVENÇÃO DA TRANSMISSÃO VERTICAL: TRATAMENTO DA GESTANTE COM HEPATITE B: Todas aquelas que: Apresentarem HBeAg positivo uso de tenofovir a partir da 28 – 32 semanas; Cuidados gerais com RN: − Aspiração com cautela − Banho em água corrente (remoção de secreção e sangue infectante); − IMUNOPROFILAXIA: Vacina da hepatite B via IM + Imunoglobulina da hepatite B via IM Realizada durante as 12 primeiras horas até 7 dias de vida; TRATAMENTO DA GESTANTE COM HEPATITE C: − Não é recomendado (sem dados de segurança); − Os medicamentos para tratar hepatite C são teratogênicos Cuidados gerais com RN: − Aspiração com cautela − Banho em água corrente (remoção de secreção e sangue infectante); − IMUNOPROFILAXIA: Não existe nenhuma especifica. Acompanhamento com RN: − Coletar o Anti VHC após os 18 meses. − Se vier positiva: dosar carga viral VHC. 50% Evoluem com infecção crônica assintomática; 30% Infecção crônica ativa (alteração de transaminases); VIA DE PARTO PARA AMBAS CONDIÇÕES: Indicação obstétrica (não existe necessidade de uma via de parto preferencial) Apenas evitar na Hepatite C com rotura de membrana maior que 6 horas = risco de transmissão. ALEITAMENTO MATERNO. Pode ocorrer sem problema algum, em nenhum dos casos. HEPATITE C: Em casos de fissuras mamárias, suspende! MÃE COM SOROLOGIA DESCONHECIDA: Vacinação nas primeiras 12horas + Colher o HBsAg materno Se positivo: completa com a imunoglobulina até 7 dias de vida.
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