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HIV em crianças e adolescentes

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HIV em Crianças e Adolescentes 
 Doença de notificação compulsória 
 Sistema de informação de agravos e notificação 
 Prevenção combinada: biomédica, comportamental e estrutural 
o Centrada no indivíduo e na sociedade que o mesmo está inserido. 
 Crianças, em geral, podem adquirir por transmissão vertical e adolescentes já iniciam a exposições de risco 
(relação sexual e uso de drogas). 
 Estratégias de prevenção de adultos se aplicam aos adolescentes. 
Quando suspeitar? 
 Prevenção da transmissão vertical através das ações de profilaxia reduzem os números de infectados. 
 Risco de transmissão ainda persistente: aleitamento materno 
o Período de infecção da mãe não permitiu detecção nos exames de pré-natal e pré-parto. 
 Ainda atentar para: vida sexual (consentida ou não) ou materiais perfurocortante infectados. 
 Principais sinais: infecções recorrentes de VAS (incluindo otite e sinusite); linfadenomegalia generalizada, 
hepatomegalia e/ou esplenomegalia, parotidite recorrente, pneumonias de repetição, monilíase oral persistente, 
diarreia recorrente ou crônica, déficit ponderal e estrutural, atraso no DNPM, febre de origem indeterminada 
3 Padrões de infecção: 
1. Progressão rápida: 20-30% das crianças não tratas. 
o Quadros graves no primeiro ano de vida, possibilidade de óbito antes dos 4 anos 
2. Progressão normal: 70-80% dos casos: 
o Sintomas com início na idade escolar ou na adolescência. 
o Sobrevida de 9-10 anos 
3. Progressão lenta: < 5% dos casos: 
o Contagem LT CD4+ normais 
 Profilaxia com ARV imediata após o nascimento em todas as crianças de mães com HIV/AIDS, independente de 
carga viral. 
 Carga viral: quantifica partículas virais circulantes na corrente sanguínea 
 Se a infecção ocorreu na gestação, o vírus pode ser detectado no nascimento = maioria das infecções periparto. 
 2 coletas de CV: 1 coleta 2 semanas após o termino da profilaxia e a 2 com pelo menos 6 semanas após o termino da 
profilaxia. 
 1ª CV > 5000 cópias/mL – repetir imediatamente 
 < 5000 cópias/mL: nova coleta após 4 semanas da primeira coleta 
 Resultados discordantes entre 1 e 2 coleta – coleta imediata da 3ª. 
 Infecção pelo HIV: 2 resultados consecutivos > 5.000 cópias/mL 
 Sem indicio: 2 resultados < 5000cópias/mL 
 Crianças sem profilaxia: 
 CV imediatamente após identificação do caso 
 > 5000 repete o exame: novo resultado > 5000 = infecção 
 1ª até 5000: repete em 4 semanas, novo exame até 5000 = sem infecção 
 Crianças que forma amamentadas: 
 Se em aleitamento: interrupção imediata, coleta de CV e início da profilaxia pós-exposição. 
 Repete CV 2 e 6 semanas após o início do PEP 
o CV < 5000 cópias podem ser um falso-reagente 
Especificidades da sororreversão 
 Crianças expostas com 2 CV < 5000 e anti-HIV reagente aos 18 meses devem coletar material para DNA proviral 
 Analise de laboratório de referência nacional 
 Todas as crianças expostas necessitam da coleta de anti-HIV aos 18 meses. 
 Exame de escolha na suspeita clínica de > 18 meses 
 Mesmo fluxo laboratorial da população geral 
Manejo das crianças expostas: 
 Crianças e adolescentes com diagnóstico confirmado deverão ser acompanhados na UBS e especialidade. 
 As não infectadas poderão seguir acompanhamento apenas na UBS, porem se recomenda que tenha avaliação 
anual com especialista até o final da adolescência. 
 Atentar: 
 Crianças expostas ao HIV tendem a apresentar mais infecções bacterianas e quadros mais graves 
quando comparadas as não expostas. 
 Pouca transferência da anticorpos maternos, pelo não aleitamento 
 Parto empelicado sempre que possível (sem romper bolsa para não expor ao sangue materno) 
 Clampeamento imediato de cordão (não esperar os 3 minutos) 
 Banho ainda na sala de parto 
 Evitar aspiração das VAS (evitar lesão de mucosa do RN) – Só aspirar se extremamente necessário e com muito 
cuidado. 
 Pele a pele o mais breve possível 
 Primeira dose de AZT nas primeiras 4 h de vida 
 Nevirapina quando indicado 
 Não amamentar e inibir aleitamento (carbegolina 1 mg VO dose única) 
 Fórmula infantil exclusiva até 6 meses 
 Profilaxia com AZT pode ser utilizada EV quando houver impossibilidade de VO 
 
Exposição do RN após o nascimento 
 Leite materno ou amamentação cruzada 
 Infecção materna aguda: risco alto de infecção do RN. 
o Rápido aumento da CV e queda na contagem de CD4+ 
 Infecção oportunista mais frequente em crianças com HIV 
o Maior risco no primeiro ano de vida 
o CD4+ não e marcador de risco nessa idade. 
 Resulta em IR com alta letalidade 
 Sulfametoxazol + trimetropima a partir de 4 semanas de vida, até 2 CV indetectáveis ou até 1 ano nas crianças 
infectadas. 
 Após a 1ª profilaxia, as restantes serão determinadas pelo número de CD4+. 
o < 200 células/mm³ ou CD4 < 25% 
 Dose: 750 mg de SMX/m²/dia 3x na semana em dias alternados 
 Se insegurança quanto adesão ao tratamento: É preferível que use todos os dias do que esquecer em alguns dias 
 Mensal nos primeiros 6 meses e, no mínimo, bimestral partir do 1º ao de vida. 
 Avaliar: peso, comprimento e PC, avaliação do desenvolvimento. 
 Maior risco de: Treponema pallidum, vírus de hepatite B e C, HTLV, Herpes simples, CMV, Toxoplasmose e 
Mycobacterium tuberculosis. 
Exames laboratoriais: 
 Ao nascer ou 1ª consulta: Hemograma, TGO, TGP, GGT, FA, sorologias para: toxoplasmose, rubéola, CMV e 
herpes, bilirrubinas, glicemia, VDRL. 
 1-2 meses: hemograma, TGO, TGP, GGT, FA, bilirrubinas, glicemia e CV. 
 4 meses: hemograma, glicemia e CV 
 6-12 meses: hemograma, anti-HBS 
 12-18 meses: mg, TGO, TGP, GGT, F, bilirrubinas, glicemia, anti-HIV, anti-HCV, HTLV e Chagas. 
 Não é recomendado em menores de 6 anos (nessa idade, abordar assuntos como cuidados gerais). 
 6-8 anos: iniciar o tema, promoção da saúde. 
 8-10 anos: aprofundar o tema e nomear HIV. 
 Após iniciar 10-14 anos iniciar orientações sobre saúde e educação sexual. 
 Diagnóstico na adolescência: dar explicações mais detalhadas. 
o Mecanismo de negação é frequente. 
 Entre 12-18 anos, se boas condições de discernimento, é de escolha do adolescente a realização do teste 
sorológico e revelação do resultado a outras pessoas. 
Fatores de influência na adesão ao tratamento: 
 Cuidadores – precisa entender a importância da medicação e do acompanhamento 
 Regime terapêutico: apresentação, palatabilidade 
 Adolescência: frequente redução 
 Equipe multiprofissional – precisa ter vínculo entre equipe, paciente e familiares. 
o Médico, enfermeiro, psicólogo, odontólogo 
Objetivos da terapia: 
 Reduzir a morbimortalidade e melhorar a qualidade de vida 
 Propiciar crescimento e desenvolvimento adequado. 
 Preservar crescimento e desenvolvimento adequado 
 Preservar, melhorar ou reconstruir o funcionamento do sistema imunológico. 
 Supressão máxima e prolongada da replicação do HIV. 
 Redução do processo inflamatório. 
 Diminuição do reservatório viral. 
Quando iniciar? 
 Todas as crianças com HIV, independente de fatores clínicos ou laboratoriais. 
 Genotipagem pré-tratamento em todas as crianças e adolescentes para definição de esquema eficaz. 
 Coleta de CV 6 semanas após início ou troca da TARV. 
 
 Em pacientes com HIV que iniciam TARV 
 Resulta de um processo de recuperação da imunidade, ocorrendo em 10-20% das crianças. 
 Evoluem com piora clínica apesar de controle viral e da elevação de CD4+. 
 Apresenta-se de 2 formas: 
o Demascarada: infecção oportunista oculta e subclínica, com patógeno geralmente detectável 
o Paradoxal: recrudescência ou relapso de infecção tratada com sucesso anteriormente e marcada ativação 
imune induzida por antígeno com nenhum ou poucos patógenos detectáveis. 
 Dislipidemias 
 Síndrome lipodistrófica 
 Alteração do metabolismo da glicose 
 Alteração do metabolismo ósseo 
 Toxicidade renal 
 Toxicidade hepática 
 Efeitos noSNC 
 Náuseas/vômito, diarreia, pancreatite 
 Anemia, neutropenia 
 Vacinas inativadas (não vivas): podem ser usadas com segurança 
 Vacinas vivas atenuadas: utilizadas com cuidado: 
o Respeitar os valores de linfócito TCD4 e utilizar em crianças sem imunodepressão grave, ou seja, CD4 > 
15% e/ou 200 células/mm³ para maiores de 6 anos. 
 
 BCG: bactéria viva atenuada: 
o Ao nascimento ou o mais precoce possível em assintomáticos 
o Entre 18 meses e 5 anos se não vacinadas, receber somente se HIV negativo 
 Hepatite B: recombinante (material genético do vírus) 
o Primeira dose ao nascimento 
o Seguir esquema com vacina combinada penta (difteria, tétano, coqueluche –DTP, HiB e hepatite B) 2, 4 e 
6 meses. Reforço aos 15 meses. 
o Crianças infectadas precisam dosar anti-Hbs 30-60 dias após o fim do esquema → se < 10 mUI/mL tem 
que repetir o esquema 
 HiB: polissacarídeo da bactéria conjugado à uma proteína carreadora. 
o Esquema penta 
 VIP: vírus inativado 
o 3 doses com intervalo de 2 meses. 
o Reforço: 15 meses, 4-6 anos. 
o VOP: não está indicada e não deve ser utilizada. 
o Também para os contactentes do paciente 
 Rotavírus: vírus vivo atenuado 
o 1ª dose entre 6 e 14 semanas, 2ª dose 14-24 semanas, com tolerância até 8 meses, após não deve mais 
ser aplicada 
 Pneumo 10, 13 e 23: 
o P13 rede privada no lugar da P10. 
o P23 polissacarídeo capsular da bactéria: crianças de 2 anos ou mais comprovadamente infectadas pelo 
HIV. 
 Oferecer 2 doses independentemente de terem feito as polissacarídicas. 
 Meningo: C, ACWY com proteínas carreadoras diferentes, B. 
 Influenza: vírus inativado 
 Tríplice viral (sarampo, caxumba, rubéola): vírus vivo atenuado 
o Duas doesse a partir dos 12 meses. 
o Não utilizar se imunossupressão grave. 
 Varicela: vírus vivo atenuado 
o 12 e 15 meses. 
o Tetra viral não avaliada, realizar monovalente 
 Hepatite B: vírus inativado 
 Febre amarela: Vírus vivo atenuado 
o Contraindicada em < 6 meses, quando de AIDS, imunodepressão grave. 
o A eficácia em pacientes com HIV não está estabelecida, considerar situação epidemiológica local e 
condição imunológica. 
 HPV: quadrivalente recombinante 
 Dengue: vírus vivo atenuado 
o Ainda sem estudos de segurança e eficácia. 
Profilaxia pós-exposição: 
 Iniciada até 72h após a exposição, e mantidos ARV por 28 dias. 
 Violência sexual e acidente com material perfurocortante. 
Pré-exposição: 
 Indivíduos com alto risco de infecção: homens que fazem sexo com homens, transexuais, profissionais do sexo e 
parcerias sorodiferentes. 
 
 
Zé gotinha – não pode 
levar essas crianças!

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