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I_Demonstrações Financeiras Suplementares

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Demonstrações 
Financeiras 
Suplementares
Demonstrações Financeiras Básicas - Uma breve retomada
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Alexandre Saramelli 
Revisão Textual:
Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos 
5
As demonstrações financeiras são uma forma de comunicação das empresas com a sociedade, 
uma verdadeira linguagem que usa a contabilidade, a linguagem universal dos negócios 
para se expressar. Mas, como qualquer “língua”, para melhor entendê-la e expressá-la, é 
importante estudar e ter contato com os conceitos que cercam as demonstrações financeiras. 
Dessa forma, nesta unidade, você irá recordar os principais conceitos que envolvem o 
Balanço Patrimonial, a Demonstração dos Resultados do Exercício e a Demonstração das 
Mutações do Patrimônio Líquido. 
É muito importante que você leia e interaja com os materiais disponibilizados nas unidades 
de conhecimento. Conhecer esses conceitos é imprescindível para a sua carreira profissional. 
Retomar saberes prévios do aluno sobre o Patrimônio e o Resultado 
Contábil, que foram estudados em outras disciplinas e/ou para o qual o 
aluno já tenha conhecimento tácito.
Demonstrações Financeiras Básicas - 
Uma breve retomada
 · Introdução
 · Arte e Tecnologia
 · O Balanço Patrimonial 
 · Demonstraçâo das Mutações do Patrimônio Líquido
6
Unidade: Demonstrações Financeiras Básicas - Uma breve retomada
Contextualização
Fábrica W Química
Interior do Brasil
Hoje aconteceu uma explosão aqui
na W Química em um dos silos.
Um funcionário ficou levemente
ferido. A empresa enfrenta
dificuldades financeiras severas.
Por favor, Dona Lurdinha, desculpe 
acordá-la. Chame imediatamente o 
Mauro, a Bernadete e todos os 
integrantes do Comitê de crise. 
Estou voando e vou chegar ao 
escritório por volta das 10h.
Peça para a Bernadete convocar 
jornalistas para umacoletiva
de imprensa. Teremos um dia 
muito cheio hoje!
Fonte: Schmalenbach (1955 p. 11) apud Saramelli (2013)
7
Introdução
Esta disciplina pretende oferecer aos alunos uma visão apropriada sobre as demonstrações 
contábeis que complementam o Balanço Patrimonial, a Demonstração dos Resultados do 
Exercício e a DLPA/DMPL, bem como sua importância e sua correta elaboração, seguindo 
as boas práticas usadas na área contábil, os princípios e convenções contábeis e as normas 
internacionais de contabilidade, além das exigências e expectativas dos usuários e dos mercados. 
Antes, entretanto, é imprescindível retomar o estudo das demonstrações financeiras básicas. 
Segundo Henry Ford (apud LAVILLE, 2009, p. 21), “A empresa deve gerar lucro, ou morrerá. 
Mas se tentarmos fazer funcionar uma empresa unicamente para obter lucro, ela também 
morrerá, pois não terá outra razão de existir.”.
Arte e Tecnologia
Para conhecer a vida e as informações de grande parte das pessoas, mesmo aquelas com 
um perfil mais público e que devido à profissão e/ou atividades precisam se expor mais, não 
existe outra forma: é necessário entrevistar essas pessoas e conversar longamente, saber o que 
perguntar e como perguntar. Porém, mesmo assim, dados e situações que ocorreram há anos 
podem ser distorcidos, seja de forma intencional, seja por causa do amadurecimento da visão 
de mundo da pessoa e de quem ouve o relato.
Há alguns historiadores e escritores que se dedicam à árdua tarefa de realizar biografias 
de pessoas com interesse público, por meio de relatos e documentos, o que é chamado no 
mercado editorial de “biografia não autorizada”. Esse tipo de trabalho está sempre envolto de 
polêmica, distorções, enganos e nem sempre expressa a verdade, e não raramente é feito mais 
pelo interesse comercial de atrair leitores do que para esclarecer fatos. 
Há pessoas que, preocupadas com a ação implacável do tempo, escrevem cuidadosamente 
tudo o que fazem e dizem em diários pessoais para não esquecerem depois. Esses relatos, 
mesmo feitos no calor das situações, anos mais tarde, não expressam a realidade dos fatos. 
Por isso, é sempre muito difícil, em muitos casos, separar a ficção da realidade, até mesmo 
nas descrições feitas com muito rigor metodológico. Convém lembrar o velho ditado popular: 
“Quem conta um conto, acrescenta um ponto”. 
As diferenças culturais e linguísticas trazem ainda mais complicações. Dependendo da visão e do 
conhecimento do tradutor, um livro pode expressar sentimentos diferentes dos que o autor havia 
imaginado. Não raramente, os livros clássicos possuem diversas traduções, cada uma com sua 
característica. Os fãs do personagem inglês “Harry Potter” costumam dizer que existe um “Harry 
Potter” inglês e outro “Harry Potter brasileiro”, mesmo com o máximo cuidado da tradutora.
Com tudo isso, ao relatar uma história sobre uma pessoa física, é impossível que seja 100% 
verdade, pois sempre haverá distorções por menores que sejam. 
8
Unidade: Demonstrações Financeiras Básicas - Uma breve retomada
Mas... E quanto a uma pessoa jurídica? É possível conhecer dados importantes de uma 
empresa sem ter que perguntar a diretores ou funcionários dessa mesma empresa, apenas 
analisando as demonstrações financeiras? E os aspectos culturais e linguísticos, eles podem 
alterar esse entendimento?
A contabilidade é chamada de “a linguagem internacional dos negócios” e,mesmo não tendo 
o objetivo de acurácia total, as demonstrações financeiras são uma forma de conhecer com 
grande precisão os dados e histórias de uma empresa sem nenhuma necessidade de realizar 
perguntas aos diretores e funcionários dessa empresa. 
E você deve estar pensando: “Mas que exagero! Dá mesmo?”.
E a resposta é: sim!
Claro que isso torna o nosso estudo ainda mais fascinante e intrigante. 
Como é possível fazer isso? 
Então, lembre-se de Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício e 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.
Para Pensar
É possível resumir um universo de informações em poucas folhas de papel, sendo que todo o 
patrimônio de uma empresa é exibido em apenas uma página de papel sulfite?
O Balanço Patrimonial 
Saramelli (2013) comenta que Luca Pacioli incentivou os comerciantes a apurarem balanços 
contábeis com frequência e a divulgarem esses balanços. Certamente que se expor ao mercado 
e ao conhecimento público não é nada agradável, pois tem suas consequências e riscos. Mas 
também tem suas vantagens! Schmalenbach (1955, p. 11) ressaltou uma frase muito significativa 
de Luca Pacioli para motivar os empresários a fazerem públicas suas demonstrações financeiras: 
“[...]é sempre uma boa coisa fechar os balanços uma vez por ano, particularmente para aqueles 
que negociam por parceiros e terceiros. É como o provérbio diz: Ragio Spessa, Amista Longa”. 
Para Pensar
Digamos que um engenheiro tenha uma grande ideia, o de uma máquina que irá facilitar muito a vida 
das pessoas. Realizar esse sonho pode ser muito restrito, ou até impossível, se esse engenheiro fizer isso 
sozinho. Mas se esse engenheiro tiver a possibilidade de trazer colaboradores para seu negócio, esse 
sonho ficará cada vez maior. Mas para isso, precisa dividir/divulgar as demonstrações financeiras. 
9
Figura: A frase de Luca Pacioli sobre a importância de demonstrações financeiras frequentes. 
(Uma contabilidade frequente favorece amizades sólidas e duradouras)
Fonte:Schmalenbach (1955 p. 11) apud Saramelli (2013).
Por meio do balanço patrimonial, é possível verificar o patrimônio líquido da empresa, ou 
seja, a soma dos seus bens, direitos e obrigações, seu ativo, passivo e patrimônio líquido. 
A seguir, veja a demonstração o Balanço Patrimonial real da Empresa Portobello S.A. 
 
 Atenção Atenção
As demonstrações financeiras da empresa Portobello S.A. estão sendo usadas neste trabalho para 
fins estritamente acadêmicos, para fins pedagógicos e em ambiente universitário. Não devem ser 
entendidas, em nenhuma hipótese, como sugestão do professor para o consumo de bens e serviços, 
muito menos a realização de investimentos. 
Figura:Balanço Patrimonial Portobello 2013
Fonte: Portobello S.A.
10
Unidade: Demonstrações Financeiras Básicas - Uma breve retomada
 
 Atenção Atenção
Observe que há dois grupos nas colunas desse Balanço Patrimonial, “Controladora” e “Consolidado”. 
Isso ocorre porque essa empresa é um grupo empresarial, que reúne várias empresas. Então, na 
coluna “Controladora”, temos as informações apenas da empresa que controla o grupo empresarial, 
conhecida também pela expressão em inglês “Holding” e a coluna 
“Consolidado” é uma reunião de todos os balanços do grupo. Para realizar essa reunião, é feito um 
trabalho específico chamado de “consolidação”, que você terá em breve a oportunidade de estudar. 
Para fins deste estudo, considere a coluna “Consolidado”. 
Observe, as seguintes características nesse balanço patrimonial: 
- O contador identificou claramente o período a que esse relatório faz jus.
- O contador cita a moeda que é utilizada, no caso, os reais brasileiros e diz que os valores 
estão em milhares.
- Na realidade existem dois balanços: o do exercício contábil atual e o anterior, o que facilita 
a análise.
- A coluna de saldos do lado esquerdo, do Ativo, traz o mesmo saldo das contas do lado 
direito, do Passivo. 
(Nunca haverá um Balanço Patrimonial com saldos diferentes entre o Ativo e o Passivo).
- Os grupos de contas no Balanço Patrimonial estão de acordo com a estrutura abaixo:
Tabela: Estrutura de um balanço Patrimonial, de acordo com o CPC 00 – Pronunciamento 
Conceitual Básico. 
B
en
s 
e 
D
ir
ei
to
s
O
b
rigações
Patrim
ônio 
L
íquido
Ativo Passivo
Ativo circulante
Ativo não circulante,
dividido em:
- Realizável em longo prazo
- Investimentos
- Ativo imobilizado
- Ativo intangível
Passivo circulante
Passivo não circulante
Patrimônio líquido, dividido em:
- Capital social
- Reservas de capital
- Reservas de avaliação patrimonial
- Reservas de lucro
- Lucros (ou prejuízos)
Acumulados
Fonte: Adaptado de Iudícibus et al (2010 p. 163).
11
- Nesse sentido, observe que 48% do Ativo da Portobello estão no Circulante e 52% estão 
no Ativo não Circulante. Essa distribuição é normal, esperada para esse tipo de empresa 
por ser uma indústria (Dados do Consolidado de 2013).
- A conta o Ativo com o maior saldo é a conta/grupo de “Imobilizado” (Com saldo de R$ 
265.572.000,00), o que é justificável, uma vez que uma indústria cerâmica precisa manter 
máquinas industriais de grande porte e valor. 
Pense
Com esse valor do imobilizado da Portobello S.A. seria possível comprar 5.312 carros com o valor 
de R$ 50.000,00 cada um! É muito dinheiro! 
- Observe que, do ano de 2012 para 2013, houve um aumento relevante no saldo de 
imobilizado, que saltou de R$ 187.056.000,00 para R$ 265.572.000,00. Isso parece 
indicar que a administração está preocupada em aumentar o seu parque fabril. 
Essa comparação é uma típica análise de balanços do tipo “horizontal”, em que uma 
mesma conta contábil é comparada de um período para o outro. Existem vários 
modelos e fórmulas normalmente usados no mercado para a análise de balanços e 
você terá a oportunidade de estudar esses modelos e fórmulas. 
- O Ativo representa a aplicação dos recursos financeiros obtidos pela empresa; nesse 
sentido, o Passivo Circulante e o Não Circulante demonstram o volume de recursos de 
terceiros à disposição da empresa e o Patrimônio Líquido é o chamado “Capital Próprio”. 
No caso da Portobello S.A., essa relação é de 79% para Capitais de Terceiros e 21% para 
capitais próprios. Assim, uma das características da empresa é a de ter um alto volume de 
capitais de terceiros, o que é muito inquietante para muitos investidores. 
- No Passivo circulante, a empresa mantém 49% e suas dívidas e no Passivo não circulante, 
a empresa mantém 51%. Ou seja, as obrigações da empresa tem alta exigibilidade, o que 
é uma preocupação. 
- A conta com maior valor no Passivo e Patrimônio Líquido é a conta de “Empréstimos e 
Financiamentos”, com saldo de R$ 202.066.000,00 no Passivo Não Circulante, o que é 
natural, uma vez que ao que parece a empresa realizou empréstimos de longo prazo. O 
preocupante é que o saldo dessa cota supera e muito o Ativo Circulante total e o saldo da 
maior conta no Ativo, que é a conta de “Imobilizado”. 
- Para conhecer detalhes da gestão financeira, mais especificamente da Conta “Caixa e 
Equivalentes de Caixa”, é necessário verificar a “Demonstração do Fluxo de Caixa”. 
12
Unidade: Demonstrações Financeiras Básicas - Uma breve retomada
- Para conhecer mais detalhes sobre as contas contábeis, é importante verificar as “Notas 
explicativas”.
Enfim, com essa rápida análise, é possível verificar o perfil do Patrimônio da empresa. Mas 
e sua operação, suas compras e vendas? Como estão? Analise a Demonstração do Resultado 
do Exercício. 
As demonstrações financeiras completas da empresa Portobello S.A. podem 
ser encontradas no site da empresa na internet, na área de relacionamento com 
investidores. Tenha como hábito acompanhar as demonstrações financeiras de uma 
empresa que por algum motivo despertem a admiração. http://portobello.firbweb.
com.br/informacoes-financeiras/demonstracoes-financeiras/
A Demonstração do Resultado do Exercício 
Saramelli (2013) comentou que o balanço patrimonial: 
[...] demonstra a situação econômica e financeira de uma entidade, ou seja, é 
um resumo dos saldos de bens, direitos e obrigações que essa entidade mantém 
em um determinado momento. Essa é uma informação das mais importantes 
e pode ser a base para tomada de decisões. Por exemplo, um fornecedor 
importante poderá começar a fornecer uma matéria-prima restrita no mercado, 
ou atrair um sócio investidor (SARAMELLI, 2013, p.8). 
E sobre as necessidades dos usuários das demonstrações financeiras, Saramelli (2013) 
comentou ainda que:
[...] em grande parte das análises dos usuários da contabilidade, surge a 
necessidade de conhecer além do patrimônio da empresa e sua liquidez, seu 
desempenho nas operações, ou seja, conhecer de forma mais íntima o trabalho 
que realiza e principalmente se essa empresa atende as necessidades das pessoas 
e da sociedade em geral. Se vende bem, tem custos coerentes e principalmente, 
se obtém lucro (SARAMELLI, 2013, p.9).
Apesar de muitos investidores concentrarem suas expectativas na administração do fluxo 
de caixa, há investidores e usuários em geral da contabilidade que estão preocupados com as 
operações de vendas e custos da empresa, se há a geração de lucros. Dessa forma, Saramelli 
(2013) diz que:
Para atender a essa necessidade de informação, temos a Demonstração do 
Resultado do Exercício (representada normalmente pela sigla DRE), que nos 
demonstra o desempenho de uma entidade ao longo de um período de tempo 
restrito , normalmente um mês, um trimestre, ou mesmo um ano (SARAMELLI, 
2013, p.9). 
A Demonstração do Resultado do Exercício é, então, a diferença entre as receitas e despesas 
que, assim como o Balanço Patrimonial, segue uma fórmula matemática: Receitas – Despesas 
= Resultado. Tem a seguinte estrutura básica, conforme a figura abaixo :
13
 Figura: Representação artística da estrutura básica de uma DRE, com a fórmula matemática 
do resultado. 
Fonte:Adaptado de Saramelli (2013)
Observe na figura que, nas Receitas, temos dinheiro que entra na empresa. Essa entrada 
deriva das vendas efetuadas no período. Para que essas receitas fossem possíveis, a empresa 
teve gastos, que são representados pelas “despesas”, que foi o dinheiro subtraído. O confronto 
entre um e outro são o resultado. 
 
 Atenção Atenção
Os gastos com a produção, manufatura, industrialização ou realização de bens e/ou serviços são Custos.
E os gastos com administração, vendas e demais atividades de apoio são as DESPESAS. 
Quanto à estrutura legal da Demonstração do Resultado do Exercício, a Lei 6.404/1976, de 
acordo coma lei 11.638/2007, institui a seguinte estrutura:
Disposições contidas na Seção V da Lei nº6.404/76 Demonstração do Resultado do Exercício 
Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:
I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos 
e os impostos;
II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços 
vendidos e o lucro bruto;
III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, 
as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
IV - o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais e o 
saldo da conta de correção monetária (artigo 185, § 3º);
IV - o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais; 
(Redação dada pela Lei nº 9.249, de 1995);
14
Unidade: Demonstrações Financeiras Básicas - Uma breve retomada
V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para 
o imposto;
VI - as participações de debêntures, empregados, administradores e partes 
beneficiárias, e as contribuições para instituições ou fundos de assistência ou 
previdência de empregados;
VI – as participações de debêntures, de empregados e administradores, mesmo 
na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência 
ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; 
(Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007);
VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do 
capital social.
§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados:
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua 
realização em moeda; 
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes 
a essas receitas e rendimentos.
§ 2º O aumento do valor de elementos do ativo em virtude de novas avaliações, 
registrados como reserva de reavaliação (artigo 182, § 3º), somente depois de 
realizado poderá ser computado como lucro para efeito de distribuição.
Tabela: Estrutura Básica da Demonstração do Resultado do Exercício 
Receita bruta de venda de bens e serviços
(-) Devoluções, abatimentos, descontos comerciais
(-) Impostos sobre venda
= Receita líquida
(-) Custo dos produtos e serviços vendidos
= Lucro bruto
(-) Despesas de vendas
(-) Despesas financeiras
(+) Receitas financeiras
(-) Despesas administrativas
(-) Outras despesas operacionais
(+) Outras receitas operacionais
= Lucro operacional
= Lucro antes do Imposto de Renda
(-) Provisão para Imposto de Renda
(-) Participações e contribuições
= Lucro líquido do exercício
Lucro por ação
Fonte: lei 6.404/1976.
15
Saramelli (2013) nos explica que o Pronunciamento CPC 26 – Apresentação das 
Demonstrações Contábeis, (2011, parte 82) emite as seguintes orientações: 
A demonstração do resultado do período deve, no mínimo, incluir as seguintes rubricas, 
obedecidas também as determinações legais:
(a) receitas;
(b) custo dos produtos, das mercadorias ou dos serviços vendidos;
(c) lucro bruto;
(d) despesas com vendas, gerais, administrativas e outras despesas e receitas operacionais;
(e) parcela dos resultados de empresas investidas reconhecida por meio do método de 
equivalência patrimonial;
(f) resultado antes das receitas e despesas financeiras;
(g) despesas e receitas financeiras;
(h) resultado antes dos tributos sobre o lucro;
(i) despesa com tributos sobre o lucro;
(j) resultado líquido das operações continuadas;
(k) valor líquido dos seguintes itens:
(i) resultado líquido após tributos das operações descontinuadas;
(ii) resultado após os tributos decorrente da mensuração ao valor justo menos despesas 
de venda ou na baixa dos ativos ou do grupo de ativos à disposição para venda que 
constituem a unidade operacional descontinuada.
(l) resultado líquido do período.
Vamos observar essa estrutura em uma empresa real? A seguir a DRE da Empresa Portobello 
S.A. de 2013: 
 
16
Unidade: Demonstrações Financeiras Básicas - Uma breve retomada
Figura: Demonstração do Resultado do Exercício Portobello 2013.
Fonte: Portobello S.A.
Observe que: 
- Na DRE, o Contador separou o movimento de operações descontinuadas, das operações 
continuadas, como é orientado no CPC 26.
- As receitas líquidas tiveram um aumento relevante, de 15%. 
- Os custos dos produtos vendidos são de 65% em 2012 e 64% em2013, ou seja, praticamente 
não tiveram alteração. Isso mostra que 65% de tudo o que a empresa vende são esforço 
de produção. Portanto, os custos dos produtos são altos. 
Cálculos realizados: 
Consolidado
2013 2012
Receita líquida de venda 834.032,00 706.471,00 
Custo dos Produtos Vendidos 530.279,00 456.052,00 
Participação dos Custos: 64% 65%
17
- Houve um aumento nas despesas operacionais e no Resultado Financeiro. 
- O confronto entre as receitas e despesas (custos+despesas) resultou em um lucro de 
R$ 90.511.000,00 em 2013, um pouco melhor que 2012. Isso representa 11% das 
receitas líquidas. 
Esse lucro de R$ 90.511.000,00são recursos financeiros que a empresa criou com seu esforço 
de atuação no mercado, e representa um aumento de patrimônio. Nesses casos, Iudícibus et al 
(2010 p.175) ensinam que: 
Na hipótese de se apurar lucro em determinado exercício, após ele ser transferido 
para a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, será distribuído desta para outras 
contas, por meio de lançamentos contábeis (Livros Diário e Razão) de forma a 
atender ao seguinte: 
1º) normas legais, pela constituição de Reserva Legal;
2º) normas estatutárias, pela constituição de Reservas Especiais, sem prejuízos 
dos dividendos normais;
3º) proposta de distribuição da administração, ad referendum dos proprietários 
(sócios, acionistas), no pressuposto de sua aprovação formal posterior por esses 
proprietários. (IUDÍCIBUS et al.,2010 p.175).
Saramelli (2013) produziu uma figura com uma representação artística desse processo de 
distribuição de resultados do exercício: 
Figura: Representação artística desse processo de distribuição de resultados do exercício.
Lucros
Sócios,
acionistas
Reservas
especiais
Reservas
legais
Fonte: Adaptado de Saramelli (2013)
Saramelli (2013), com base em Iudícibus et al (2010, p. 176), explica que no caso de um 
resultado negativo, ou seja, um prejuízo, deve ser realizado o seguinte procedimento: 
18
Unidade: Demonstrações Financeiras Básicas - Uma breve retomada
[...] se houver saldos nas contas de reservas, esses saldos vão obrigatoriamente 
reduzir o saldo da conta de Lucros e Prejuízos Acumulados. Esses autores 
dizem que: “Se essa conta ficar com saldo devedor (Prejuízo Acumulado), 
obrigatoriamente são transferidos para ela saldos das Reservas de Lucros (a 
última a ser usada será sempre a Reserva Legal) até que seu saldo fique zerado”.
(IUDÍCIBUS et al.,2010 p.176).
Segundo Iudícibus et al (2010 p. 176), “a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados somente 
pode ter saldo negativo (Prejuízo Acumulado) num Balanço, se tiverem desaparecido todos os 
saldos de todas as Reservas de Lucros. Após isso, podem (não é obrigatório) também ser usados 
saldos das Reservas de Capital para absorver os prejuízos acumulados”. 
Dessa forma, a conta “Lucros e Prejuízos Acumulados” é muito importante porque faz 
uma ligação, ou uma ponte entre o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do 
Exercício.Saramelli (2013) enfatiza esse ponto ao dizer que essa conta é tão importante que, 
conforme Iudícibus(2010 p. 175), é obrigatória, ao término do exercício, a preparação de uma 
demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, ou seja, uma demonstração financeira 
exclusiva para facilitar a sua análise.
Vamos verificar o lucro de R$ no Balanço Patrimonial Real da Portobello S.A.?
A seguir, observe apenas a parte do Patrimônio Líquido do Balanço da Portobello S.A.:
Figura: Destaque do Patrimônio Líquido do Balanço Patrimonial Portobello 2013.
Fonte: Portobello S.A.
Cadê o lucro de R$ 90.511.000,00 em 2013? 
Está dentro dos valores movimentados no Patrimônio Líquido em 2013. Para auxiliar essa 
análise, surge entãoa necessidade da empresa divulgar a Demonstração de Lucros e Prejuízos 
Acumulados, ou a Demonstração de Mutações do Patrimônio líquido. 
19
Demonstraçâo das Mutações do Patrimônio Líquido
Há duas demonstrações do Patrimônio Líquido, a DLPA e a DMPL. Para este livro, iremos 
estudar imediatamente a DMPL. 
Costa (2010, p. 75) apud Saramelli (2013) diz que a DLPA (Demonstração Lucros e Prejuízos 
Acumulados) pode ser substituída pela Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido 
(DMPL). Ele diz:
Na verdade, a DLPA é parte da DMPL, pois esta última tem como objetivo 
evidenciar as transformações em todas as contas do Patrimônio Líquido 
ocorridas entre dois períodos. Como Lucros ou Prejuízos Acumulados se referem 
ao Patrimônio Líquido, estão incorporados na DMPL. (COSTA, 2010, p.75).
Saramelli (2013) comenta que para Martins, Miranda e Diniz (2014 p.48), a DMPL é 
uma demonstração “bastante útil, pois possibilita ao analista, ou usuário das demonstrações 
contábeis conhecer toda a movimentação ocorrida nas diversas contas do Patrimônio Líquido 
durante o exercício.” Eles completam, comentando que “trata-se portanto, de informações que 
complementam as demais demonstrações, notadamente o Balanço Patrimonial e Demonstração 
do Resultado do Exercício. 
Ainda segundo Saramelli (2013), Martins, Miranda e Diniz (2014 p.49) explicam quais as 
operações que movimentam as contas patrimoniais, baseando-se no trabalho de Assaf Neto 
(2010), que classificou as movimentações que afetam o Patrimônio Líquido em três grupos, 
conforme tabela a seguir: 
Tabela: Movimentações que afetam o Patrimônio Líquido:
a) Movimentações que elevam o Patrimônio Líquido: 
 Lucro líquido do exercício; aumento de capital por subscrição e integralização de novas 
ações; ágio cobrado na subscrição de ações e prêmios para debêntures etc. 
b) Movimentações que diminuem o Patrimônio Líquido:
 Prejuízo líquido do exercício; aquisição de ações da própria sociedade (ações em 
tesouraria); dividendos etc. 
c) Movimentações que não afetam o Patrimônio Líquido: 
 Aumento de capital por incorporação de reservas; apropriação do lucro líquido da conta 
de lucros ou prejuízos acumulados para outras reservas; compensação de prejuízos 
através de reservas etc. 
Fonte: Assaf Neto (2010).
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Unidade: Demonstrações Financeiras Básicas - Uma breve retomada
Saramelli (2013) diz que “uma característica do Patrimônio Líquido é o de não ter suas contas 
movimentadas com frequência. A conta Capital Social, por exemplo, raramente é movimentada 
e quando o é, depende de alterações nos contratos sociais. Bem diferente do Ativo Circulante 
ou mesmo do Passivo Circulante, que tem uma movimentação frenética”. 
Em complemento, o CPC 26 traz um modelo completo de DMPL, que é exposto a seguir:
Quadro: Modelo de DMPL 
 Fonte: CPC 26.
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Vamos observar a DMPL Real da empresa que estamos estudando, a Portobello S.A:
Figura: Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido Portobello 2013.
 
Fonte: Portobello S.A.
E a seguir, uma explicação comparada dos saldos entre o Patrimônio Líquido do Balanço 
Patrimonial e a DMPL.
Fonte: Portobello S.A.
Então, veja só como é possível extrair várias informações importantes das demonstrações 
financeiras sem a necessidade de perguntar aos diretores e/ou funcionários da empresa. 
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Unidade: Demonstrações Financeiras Básicas - Uma breve retomada
Material Complementar
Este estudo investiga o conservadorismo condicional como reflexo da qualidade do lucro 
contábil ex post a promulgação da Lei 11.638/07. Utilizando-se do Modelo de Basu (1997) 
em uma amostra de 169 empresas de capital aberto listadas na BM&FBovespa, foi analisado 
o período compreendido pelas divulgações das demonstrações contábeis do 1º trimestre de 
2010 ao 2º trimestre de 2011. A seleção do período deu-se em função de que a obrigatoriedade 
da adoção completa dos pronunciamentos contábeis foi exigida apenas na entrega das 
demonstrações contábeis do último trimestre de 2010 e, sendo assim, seus efeitos sobre a 
qualidade do lucro seriam melhor averiguadas após este período. Os resultados apontaram 
ainda significância estatística para os coeficientes que capturam o efeito do conservadorismo 
condicional sobre o lucro contábil trimestral, indicando que o conservadorismo diminuiu após 
a obrigatoriedade da adoção completa das novas normas contábeis para as companhias de 
capital aberto listadas na BM&FBovespa, uma vez que o sinal obtido para o coeficiente, ao 
contrário do que se espera, foi negativo e não positivo, contrariando os achados de Santos et 
al., (2011) cujo estudo não identificou significância estatística para esta variável, arguindo não 
haver conservadorismo nas demonstrações compreendidas entre o primeiro trimestre de 2005 
até o terceiro trimestre de 2009.
Palavras-chave: conservadorismo condicional; Modelo de Basu; qualidade do lucro; 
normas internacionais de Contabilidade.
 
 Explore
Artigo completo disponível em: 
• http://www.congressousp.fipecafi.org/web/artigos122012/253.pdf
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Referências
BRASIL ___. Lei nº 6.404/76, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por 
Ações. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm>. Acesso 
em: 01 jul. 2014.
___. Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei 
nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 
1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração 
e divulgação de demonstrações financeiras. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso em: 01 jul. 2014.
___.Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009. Altera a legislação tributária federal relativa 
ao parcelamento ordinário de débitos tributários; concede remissão nos casos em 
que específica. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/
lei/l11941.htm>. Acesso em: 01 jul. 2014.
Comitê de pronunciamentos contábeis (Brasília) (org.). Pronunciamento conceitual básico 
(r1) estrutura conceitual para elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro. 
2011. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/Arquivos/Documentos/147_CPC00_R1.pdf>. 
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Comitê de pronunciamentos contábeis (Brasília) (org.). Pronunciamento 26 (R1) 
Apresentação das demonstrações contábeis. 2011. Disponível em: <http://www.cpc.org.
br/Arquivos/Documentos/312_CPC_26_R1_rev%2003.pdf >. Acesso em: 01 jul. 2014.
IUDÍCIBUS, S. (Coord.) et al. Contabilidade introdutória. 10. ed. Equipe de professores da 
FEA/USP. São Paulo: Atlas, 2010.
MARTINS, E.; MIRANDA, G. J.; DINIZ, J. A. Análise didática das demonstrações 
contábeis. São Paulo: Atlas, 2013. 
SARAMELLI, Alexandre. Demonstrações Financeiras Básicas. Unidade III. São Paulo: 
Unicsul, 2013. 
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