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2 - Descreva a cascata de coagulação e quais os exames para avaliá-la. Referências: SANARFLIX. Hemostasia, Trombose, Embolia e Hemorragia. Disponível em: <https://aluno.sanarflix.com.br/#/portal/sala-aula/5daad7b54340d20011fb2b97/601c0bfce3a5aa001114cb74/documento/601c0be8b5 0ebb001c5ff77e>. Acesso em: 06 abr. 2021. ROBBINS & COTRAN. Patologia: Bases Patológicas das Doenças. 9ed Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. CARLOS, Maria Marília Leite & FREITAS, Polyanna Dantas Fernandes de Sousa. Estudo da Cascata de Coagulação Sangüínea e seus Valores de Referência. Acta Veterinaria Brasílica, v.1, n.2, p.49-55, 2007. DOI: https://doi.org/10.21708/avb.2007.1.2.393 . Acesso em 18 de maio de 2021. Guyton A.C. & Hall J.E. 2002.Tratado de Fisiologia Médica, 10 ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro. CASCATA DE COAGULAÇÃO O sistema de coagulação é representado por um conjunto de proteínas plasmáticas, inicialmente inativas (zimogênios), as quais ativam umas às outras numa sequência determinada. TODOS os fatores de coagulação são sintetizados no fígado, EXCETO O FATOR VIII (sintetizado no endotélio). A cascata de coagulação é uma série de reações enzimáticas amplificadoras que culminam com a deposição de um coágulo de fibrina insolúvel. O processo de coagulação tem a potencialidade de amplificar um pequeno estímulo inicial em um tampão hemostático, composto por fibrina e plaquetas ativadas, sendo um processo dinâmico, que envolve: iniciação, amplificação e propagação. Existem duas maneiras de fazer o sangue coagular no laboratório: são as famosas via intrínseca (ou sistema de contato) e via extrínseca (lesão tecidual). → VIA INTRÍNSECA → A via intrínseca é desencadeada pelo contato do sangue com uma superfície que tenha cargas elétricas negativas (vidro, colágeno). O exame utilizado para avaliá-la é o Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada, o TTPA (KPTT). → O Fator XI (na presença de Cininogênio de Alto Peso Molecular (CAPM)) adere à superfície exposta e é ativado pelo fator XII (que está ativo). ● As perturbações do sangue fazem o fator XII ser ativado. ● A lesão resulta na liberação de fosfolipídios plaquetários → O fator XII (fator de Hageman) → converte a pré-calicreína (PK) em calicreína (K) → aumenta a formação do fator XII numa alça de retroalimentação positiva. https://doi.org/10.21708/avb.2007.1.2.393 → Tenase da via intrínseca Fator XII ATIVADO converte o fator XI (fator anti-hemofílico B ou fator de Christmas) na sua forma ativa e este converte o fator IX (Na superfície das plaquetas, junto aos componentes fosfolipídicos, na presença de cálcio ionizado e do fator VIII ativo)→ ativa fator X (fator de Stuart). O fator VIII é ativado pela trombina (que será formada adiante). → VIA EXTRÍNSECA A via extrínseca é o meio pelo qual a substância ativadora da protrombina é gerada em resposta ao contato do sangue com os tecidos extravasculares A via extrínseca é iniciada com a liberação do Fator Tecidual (TF), localizado nas células subendoteliais (músculo liso, fibroblastos) e entra em contato com o sangue em caso de lesão do endotélio. O exame que mede a eficiência desta via é o Tempo e Atividade da Protrombina, o famoso “TAP”. → Tenase da Via Extrínseca Fator VII é ativado ao se ligar ao TF (na presença de cálcio ionizado). O complexo formado por VIIa e TF ativa o fator X. O fator III, o fosfolipídio plaquetário e o cálcio ionizado também participam na formação deste complexo enzimático multimolecular. → VIA FINAL COMUM Ambas as vias convergem para a “via final comum” a partir do momento em que o fator X é ativado. O fator Xa também se liga ao fosfolipídio plaquetário para converter o fator II (protrombina) em fator IIa (trombina), na presença de cálcio ionizado e de um cofator – o fator Va. Esse complexo multimolecular é chamado de Protrombinase! Uma grande quantidade de trombina será formada nesse momento, devido ao mecanismo de amplificação da “cascata da coagulação”. Trombina → A principal ação da trombina é a conversão do fibrinogênio (fator I) em monômeros de fibrina. As ligações fibrina-fibrina são estabilizadas (tornam-se covalentes e insolúveis) pela ação do fator XIIIa (fator estabilizador de fibrina). A rede de fibrina reveste e estabiliza o plug plaquetário, finalizando o processo hemostático. EXAMES PARA AVALIAÇÃO DA CASCATA DE COAGULAÇÃO O sangue coagula em 4-8 min quando colocado em tubo de ensaio. A coagulação é evitada se for adicionado um agente quelante, EDTA ou citrato. → Tempo de Protrombina (TP) ou Tempo de ativação da Protrombina (TAP) Avalia via extrínseca e comum. Identifica as anormalidades dos fatores envolvidos no sistema no sistema extrínseco e comum, a saber, protrombina (Fator II) e fatores V, VII e X. Assim, o tempo de protrombina estará aumentado em casos de deficiência de fibrinogênio e de qualquer um dos fatores mencionados anteriormente, em pacientes que fazem uso de anticoagulantes, nas doenças hepáticas e deficiência de vitamina K, pois os fatores II, VII e X são dependentes desta vitamina. → Tempo de tromboplastina parcial ativa (TTPA) ou KTTP. Avalia o mecanismo intrínseco da coagulação e a via comuum. Esse teste é utilizado para o diagnóstico de anomalias dos fatores da coagulação XII, XI, IX, VIII, X, protrombina (II) e fibrinogênio. O TTPA estará aumentado quando o paciente tiver deficiência de fatores da via intrínseca (fatores XII, XI, IX e VII) e de fatores da via comum (X, V, II e fibrinogênio) da cascata da coagulação. É o caso de pacientes com hemofilias A e B, doenças hepáticas, uso de anticoagulantes e deficiência de vitamina K, uma vez que os fatores II, IX e X dependem desta vitamina.
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