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Fisiologia do sistema trato gastrointestinal

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Fisiologia do sistema trato gastrointestinal 
Função 
Transporte de nutrientes, água e eletrólitos 
do ambiente externo para o ambiente 
interno – a partir da alimentação. 
Processos básicos 
▪ Digestão: quebra dos alimentos em 
pequenas unidades, normalmente acontece 
para os macronutrientes – carboidratos, 
lipídeos e proteínas (algumas coisas como 
micronutrientes, como no caso das vitaminas, 
elas não precisam passar por esse 
processo); 
▪ Absorção: transferência das 
substâncias do lúmen do trato digestório 
para o LEC, chegando até a corrente 
sanguínea; 
▪ Secreção: transferência de 
substâncias, como a água e íons do LEC 
para o lúmen e de material sintetizado pelas 
células epiteliais do TGI (a secreção permite 
a criação do meio adequado para 
atuação das enzimas que quebram os 
alimentos); 
▪ Motilidade: movimento do conteúdo 
alimentar a longo do trato digestório, 
graças as contrações musculares (as 
contrações misturam o alimento e o 
empurram). 
Os processos principais são a digestão e a 
absorção, mas esses necessitam da 
motilidade e das secreções. 
 
Anatomia do sistema digestório 
É formado por um tubo que vai da 
boca até o ânus, esse tubo apresenta 
vários segmentos diferenciados, além 
disso, existe órgãos anexos que secretam 
conteúdo para dentro do tubo digestório. 
Ao longo desse sistema, existe esfíncteres 
muito importantes para garantir o controle 
da passagem do conteúdo alimentar, sendo 
eles, geralmente, de músculo liso, tendo, 
portanto, um controle involuntário, nas 
extremidades é encontrado esfíncteres de 
músculo esquelético que possibilitam um 
controle voluntário. 
Boca: 
Possibilita o acesso ao conteúdo 
alimentar, necessitando de uma boa 
atuação da língua e dos dentes para a 
realização de uma boa mastigação que 
inicia a quebra do alimento para que 
quando ele entre em contato com as 
enzimas, possam atuar de maneira 
adequada. 
Participação das glândulas 
salivares, uma estrutura anexa, que 
secretam a saliva. Essa saliva contém a 
enzima amilase salivar ou ptialina que 
realiza o início da digestão de 
carboidratos, especialmente, o amido, além 
dessa enzima, a saliva contém água, sais e 
outras substâncias que ajudam a 
lubrificar/amolecer o conteúdo que vai 
seguir pelo tubo digestório. 
 
Faringe: 
Está localizada logo após a boca e 
apresenta a epiglote que regula se o 
conteúdo deve entrar para o sistema 
respiratório (ar) ou para o próximo 
segmento do tubo digestório, o esôfago 
(água e alimento). Nessa região acontece 
o processo de deglutição que auxilia a 
passagem do bolo alimentar adiante. 
Esôfago: 
 O esôfago está logo após a faringe 
e é caracterizado como um tubo estreito 
que une a cavidade oral até o estômago, 
ele serve, basicamente, para conduzir o 
bolo alimentar que leva cerca de 5-10 
segundos para percorrê-lo. O início do 
esôfago está envolvido por músculo 
esquelético e a sua porção final, os 2/3 
inferiores por músculo liso e a partir dele, 
todo o restante do sistema apresenta 
também músculo liso. 
Estômago: 
 O estômago é um órgão semelhante 
a uma bolsa que apresenta a capacidade 
de armazenar 2-3L. Ele é formado por três 
partes: na porção inferior está presente o 
piloro, o antro e o esfíncter pilórico, a região 
central é o corpo e o fundo é a região 
superior que tem o esfíncter gastresofágico. 
O esfíncter gastresofágico acaba tendo às 
vezes algumas alterações, devido a algum 
dano ou irritação que leva a um descontrole 
na passagem do conteúdo que veio do 
esôfago para o estômago, podendo levar 
a um refluxo gastresofágico que é um retorno 
do conteúdo do estômago para o esôfago 
para sair pela boca, podendo comprometer, 
por exemplo, as paredes do esôfago, visto 
que o estômago é um ambiente 
extremamente ácido e o esôfago não se 
encontra preparado para tanta acidez. 
 
 O estômago é um local ácido, ele 
secreta ácido clorídrico, porque a 
enzima, a pepsina (digere proteína), que 
é secretada nessa localidade, só é 
ativada em meio ácido. O estômago 
produz ainda muco para proteger a sua 
estrutura do seu pH ácido. 
 
Intestino delgado: 
 Após a passagem pelo estômago, o 
conteúdo se transforma em quimo, em 
decorrência da adição da secreção ácida, 
o quimo chega ao intestino delgado, o local 
principal dos processos de digestão e 
absorção. 
 
 
 A porção inicial do intestino delgado 
é o duodeno (25 cm), ele é o local onde os 
órgãos acessórios (fígado e pâncreas) 
liberam o seu conteúdo, o jejuno e o íleo 
correspondem a maior parte do intestino 
delgado. 
 
O pâncreas tem um papel muito 
importante para a digestão, tendo em vista 
que as principais enzimas que atuam nesse 
processo são produzidas nele e secretadas 
no duodeno. Enquanto o fígado, tem um 
importante papel na digestão de gorduras 
e no processo de filtração, de remoção de 
resíduos do sangue, pois produz a bile que 
é armazenada na vesícula biliar. Os canais 
do fígado, da vesícula biliar e do pâncreas 
desemborcam no mesmo orifício para o 
duodeno sendo controlado pelo esfíncter 
de Oddi que permite ou não a liberação 
da secreção para o intestino delgado. 
Intestino grosso: 
 Nessa porção, não é digerido e nem 
absorvido nada, com exceção da água 
e de eletrólitos porque são importantes na 
consistência do bolo fecal. Ele é a porção 
que converte o quimo em fezes para serem 
eliminadas por a sua última porção, o ânus. 
Parede do trato gastrintestinal: 
De fora para dentro: 
▪ Camada serosa – externa; 
▪ Camada muscular – circular e 
longitudinal: representa a capacidade que 
o tubo apresenta de promover a contração 
muscular, a motilidade; 
▪ Camada submucosa – tecido 
conjuntivo com vasos e artérias 
▪ Camada mucosa – vilosidades 
(glândulas): sofre alteração de acordo com 
o local 
No estômago, os espaços entre as células 
encontra-se bloqueados, apresentam 
junções de oclusão e, por conta disso, não 
é facilitada a absorção de moléculas 
hidrossolúveis, apenas as moléculas 
lipossolúveis, pois atravessam a barreira, a 
membrana. 
 
Sistema nervoso entérico: 
 Os neurônios estão localizados ao 
longo de todo o sistema gastrointestinal 
(do esôfago ao ânus) tendo uma importante 
função gastrointestinal. 
 O sistema nervoso entérico é um 
sistema nervoso autônomo próprio do 
trato gastrointestinal, contendo cerca de 
100 milhões de neurônios. Esse sistema atua 
 
como um “pequeno encéfalo” porque atua 
de forma isolada, independente do SNA, 
embora os neurônios autônomos apresentem 
uma ligação direta com eles porque podem 
intensificar ou diminuir as suas ações. 
 Os neurônios estão distribuídos ao 
longo do tubo digestório formando plexos, 
o plexo mioentérico (localizado entre as 
camadas musculares) e o plexo submucoso 
(localizado na camada mucosa). Os 
neurônios que formam esses plexos tem uma 
ligação direta com o sistema nervoso 
autônomo porque a partir deles recebe-se 
informações do SNC. 
Plexo mioentérico: 
▪ Localizado nas camadas musculares 
longitudinal; 
▪ Tem uma função de controle da 
motilidade do trato gastrintestinal; 
▪ A sua estimulação provoca: 
aumento da contração tônica, do ritmo 
da contração e da velocidade do 
peristaltismo; 
▪ Podem inibir os músculos de 
esfíncteres intestinais: o esfíncter pilórico 
provoca o esvaziamento do estômago e 
o esfíncter da valva ileocal o 
esvaziamento do intestino delgado. 
Plexo submucoso: 
▪ Está na camada da submucosa do 
intestino; 
▪ Tem a função de regular a secreção 
gastrintestinal (secreção intestinal local, 
absorção local e contração local do 
músculo submucoso) e a regulação do fluxo 
sanguíneo local. 
Neurotransmissores: 
▪ O neurônio autônomo simpático 
libera noradrenalina e adrenalina (o 
receptor é um receptor adrenérgico 
acoplado a Gi) que diminuem (inibe) a 
atividade gastrintestinal; 
▪O neurônio autônomo 
parassimpático libera acetilcolina (o 
receptor é do tipo M3 que é acoplado a 
Gq) que provoca um aumento (excita) da 
atividade gastrintestinal. 
Uma resposta contrária a vista no sistema 
circulatório. 
Os neurônios liberam também substâncias 
que atuam como neurotransmissores: 
▪ ATP; 
▪ Serotonina; 
▪ Dopamina; 
▪ Substância P; 
▪ Colecistocinina; 
▪ Poptídeo intestinal vasoativo; 
▪ Somatostatina; 
▪ Leuencefalina; 
▪ Metencefalina; 
▪ Bombesina. 
Algumas delas tem funções no TGI ainda não 
esclarecidas. 
Processos de digestão 
 
 
 
Motilidade: 
▪ Caracteriza os movimentos do 
conteúdo alimentar ao longo do sistema 
digestório, esse movimento só é possível 
devido a camada de músculos ao redor do 
sistema digestório que se contraem; 
▪ As funções da motilidade são: 
movimentar o alimento da boca ao ânus, 
misturar mecanicamente o alimento com 
as secreções e quebrar os alimentos em 
pequenas partículas; 
É a contração do músculo liso circular e 
longitudinal que promove a motilidade. 
▪ O que ativa a motilidade no trato 
gastrintestinal é o sistema nervoso 
(entérico e autônomo), hormônios e reflexo 
de estiramento (o mais importante, o bolo 
alimentar gera uma distensão na parede do 
tubo que leva a uma deformação que 
desencadeia o reflexo do estiramento). 
• Movimento de peristalse: ondas de 
contrações progressivas que 
acontecem sempre na mesma direção 
e que empurra o alimento da boca 
ao ânus; 
 
• Movimento de mistura: é a mistura 
mecânica do alimento com as 
secreções do trato digestório, a 
mistura acontece de forma aleatória 
e com intervalos regulares, permitindo 
o contato do alimento com as 
enzimas presentes nas secreções e a 
quebra desse alimento a fim de 
facilitar a ação das enzimas no 
processo de digestão; 
 
• Complexo de migração motora: é 
um movimento que ocorre nos 
intervalos das refeições, é uma série 
de contrações iniciadas no estômago 
e que passa lentamente até o 
intestino grosso, ele varre o alimento 
que restou ao longo do tubo 
digestório e elimina 
 
bactérias do TGI para o intestino 
grosso. 
 
Hormônios GI: 
▪ Gastrina: secretada pelo antro 
gástrico e duodeno diante da chegada de 
proteínas, tem a função de estimular a 
secreção do ácido clorídrico (a célula que 
libera o ácido clorídrico tem receptor para 
gastrina), facilitando a digestão de 
proteínas; 
▪ Secretina: secretada pelo duodeno 
e jejuno diante da diminuição do pH, tem a 
função de estimular a secreção de 
bicarbonato no pâncreas para neutralizar 
a acidez vinda do estômago; 
▪ Colecistoquinina: secretada pelo 
duodeno e jejuno, diante, principalmente, da 
presença de gorduras, tem a função de 
estimular a secreção de enzimas 
pancreáticas e provocar a contração e 
esvaziamento da vesícula biliar; 
▪ GIP: secretado pelo duodeno e 
jejuno diante da presença de gordura e 
glicose, apresenta a função de inibir o 
esvaziamento e a motilidade gástrica e 
estimula a secreção de insulina 
(participando indiretamente do metabolismo 
da glicose); 
▪ Somatostatina: secretada pelo antro 
gástrico e o pâncreas diante de um pH 
baixo/ácido no antro, a sua função é de 
estimulação de secreção de gastrina e 
inibição da secreção de COK, VIP e GIP 
(hormônio controlador de outros hormônios); 
▪ Motilina: secretada pelo duodeno e 
pelo pâncreas tem a função de aumentar a 
motilidade gastrointestinal, especialmente, 
em condições de jejum; 
▪ Grelina: secretada pelas células 
oxínticas do estômago tem um papel de 
estimular a sensação de apetite e secreção 
do hormônio do crescimento (um hormônio 
anoréxivel); 
▪ VIP: secretada pelo duodeno, jejuno 
e SNE diante de uma distensão esofágica e 
estímulo mecânico da mucosa, tendo a 
função de diminuir a secreção ácida, 
estimular a lipólise, a glicogenólise e 
secreção pancreática e intestinal; 
▪ GLP-1: secretada pelas células L do 
intestino, tem um efeito diretamente no 
metabolismo da glicose, estimulando a 
secreção de insulina e inibindo a secreção 
de glucagon (diminuindo a glicose 
sanguínea), ela reduz a secreção hepática 
de glicose (fígado) e lentifica o 
esvaziamento gástrico (estômago), além 
disso, ele inibe o apetite no SNC, 
melhorando a saciedade. 
 
Secreção: 
▪ É a transferência de substâncias 
para serem liberadas no lúmen do tubo 
digestório para atuar nas células 
epiteliais que revestem o tubo digestório 
e secretar substâncias para dentro da 
corrente sanguínea, como os hormônios; 
▪ Cada porção do trato digestório 
apresenta uma característica específica de 
participação na produção e secreção de 
substâncias; 
▪ Por dia 9L de fluidos passam no lúmen 
do TGI de um adulto, destes: 2L entram pela 
boca e o restante são as secreções do TGI 
(água + eletrólitos (HCO3-) – importante no 
processo de lubrificação e formação do 
bolo alimentar e neutralização do pH ácido, 
enzimas digestivas – promover a digestão 
dos macronutrientes e, muco – forma uma 
camada de proteção na parede da 
mucosa do TGI, evitando o contato das 
células com o conteúdo ácido vindo do 
estômago e lubrifica o conteúdo alimentar). 
Glândulas secretoras: 
▪ Glândulas mucosas: localizam-se ao 
longo de toda a superfície do epitélio do 
TGI, tendo como função a produção de 
muco que lubrifica e protege; 
▪ Células secretoras especializadas: 
estão localizadas em invaginações do 
epitélio da submucosa no intestino delgado, 
elas também secretam muco. Ex.: criptas de 
Lieberkuhn; 
▪ Glândulas tubulares: são formadas 
por um conjunto de glândulas, elas estão 
localizadas especificamente no estômago e 
no duodeno. Ex.: glândulas oxíntricas 
(gástricas); 
▪ Glândulas complexas: são as 
glândulas acessórias (glândulas salivares, 
fígado e pâncreas) que se localizam fora 
das paredes do TGI e tem como função a 
secreção para digestão do alimento; 
Mecanismo básico de secreção: uma 
célula através do reticulo endoplasmático e 
do aparelho de golgi produz o seu 
conteúdo, após a produção do conteúdo, 
o mesmo fica armazenado em vesículas 
secretoras que são liberadas por um 
processo de exocitose, promovida seja por 
um estímulo nervoso (liberação de 
neurotransmissores pelo sistema nervoso 
entérico) ou através de hormônios que 
chegam pelo capilar sanguíneo e ainda 
pelo mecanismo do estiramento causado 
pela presença do alimento (principal). O 
neurônio parassimpático do SNA aumenta a 
taxa de secreção glandular, enquanto o 
neurônio simpático do SNA diminui a taxa de 
secreção. 
 
 
 
▪ Saliva: é produzida pelas glândulas 
salivares, representando, principalmente, as 
glândulas parótidas, sublinguais e 
submandibulares, elas secretam secreção 
serosa e mucosa (mucina – protege e 
lubrifica) e a secreção de amilase salivar ou 
ptialina, primeira enzima que entra em 
contato com o alimento e é responsável por 
digerir o amido. 
▪ Secreção esofágica: secreta 
somente muco (não sendo muito importante 
para a digestão) que lubrifica o alimento 
para deglutição e protege a parede do TGI 
contra escoriações e digestão por sucos 
gástricos; 
▪ Secreção gástrica: as glândulas 
mucosas produzem muco, enquanto as 
glândulas tubulares podem ser gástricas 
(oxínticas) e pilóricas. As glândulas gástricas 
são formadas, principalmente, por células 
mucosas (produz muco), principais (produz 
pepsinogênio) e parietais (produz HCl – 
importante para ativar o pepsinogênio na 
sua forma ativa, a pepsina e, fator intrínseco 
– importante para a absorção da vitamina 
B12). As glândulas pilóricas são formadas 
por células mucosas (produz muco), 
principais (produz pepsinogênio) e células 
G (produz a gastrina); 
▪ Secreção pancreática: porção 
exócrina – produção de secreção 
pancreática (que é repleta de enzimas 
digestivas) pelos ácinos pancreáticos, essa 
secreção desemborca noducto 
pancreático (produz bicarbonato para 
ajudar a neutralizar o suco gástrico) que 
desemboca no intestino delgado; porção 
endócrina – produz hormônios como a 
insulina e o glucagon que são liberados na 
corrente sanguínea. 
Enzimas digestivas pancreáticas: 
• Proteínas: tripsina, quimiotripsina e 
carboxipolipeptidase (tornam-se 
ativas após secretadas no intestino); 
• Carboidratos: amilase pancreática 
(hidrolisa amidos, glicogênio, etc, com 
exceção da celulose); 
• Gorduras: lipase pancreática, 
colesterol esterase e fosfolipase. 
▪ Secreção da bile: é uma secreção 
não enzimática, sendo formada por sais 
biliares que são responsáveis pelo processo 
de emulsificação das gorduras que facilita 
a digestão das gorduras. Os sais biliares 
têm uma função como detergente que 
quebra as moléculas da gorduras, torna elas 
hidrossolúveis para que no meio aquoso as 
lipases possam atuar na sua quebra, além 
da sua função de emulsificação, ela é um 
importante meio de eliminação de 
substâncias da corrente sanguínea, os 
resíduos se juntam ao sais biliares para que 
sejam eliminados do intestino delgado 
através das fezes (ex.: o pigmento bilirrubina 
e excesso de colesterol). Etapas da 
secreção biliar: nos hepatócitos inicia-se a 
produção da bile, através dos seus 
canaliticos, transfere-se o colesterol, os 
ácidos biliares e outras substâncias e nas 
células epiteliais dos ductos biliares, 
continua a produção a partir de 
substâncias como eletrólitos 
 
(sódio e bicarbonato) e tem a ação do 
hormônio secretina. A bile produzida pode 
fluir diretamente para o duodeno ou ser 
armazenada na vesícula biliar até que haja 
uma estimulação para a sua liberação que 
é a presença de alimentos gordurosos que 
ativa hormônios que se dirigem até a 
vesícula biliar para promover a sua 
liberação da vesícula biliar. 
Circulação hepática: 
No fígado há uma intensa 
vascularização, nele chega à artéria 
hepática e a veia porta e sai dele a veia 
hepática e o ducto hepático. Pela artéria 
hepática chega ao fígado metabólitos dos 
tecidos periféricos para serem removidos do 
sangue e pela veia porta chega os 
nutrientes absorvidos no TGI e bilirrubina. 
Consequentemente, através do ducto 
hepático ocorre a liberação dos 
metabólitos para formar a bile para ir para 
o duodeno, o restante, no caso, os 
nutrientes, são importantes para a corrente 
sanguínea e são através da veia hepática 
devolvidos para os tecidos periféricos. 
▪ Secreção do intestino delgado: é o 
intestino delgado é o principal local da 
digestão e absorção devido as enzimas 
que são liberadas nesse local, mas nele só 
existe as células especializadas para a 
produção de muco alcalino que são as 
glândulas de Brunner e as Criptas de 
Lieberkuhn. O muco alcalino ajuda a 
proteger a parede duodenal da digestão 
pelo suco gástrico e neutraliza a acidez do 
suco gástrico. No processo de absorção 
haverá a etapa final da digestão e dela o 
intestino delgado tem contribuição a partir 
das enzimas presentes nos enterócitos, essas 
enzimas digerem substâncias enquanto 
estão sendo absorvidas pelo epitélio, no 
enterócitos existe peptidases para a 
digestão de proteínas, sucrase, maltase, 
isomaltase e lactase para a digestão de 
carboidratos e lipase intestinal para a 
digestão de gorduras; 
▪ Secreção do intestino grosso: as 
criptas de lieberkuhn secretam muco 
alcalinizado que dá uma adesividade ao 
material fecal. 
Digestão e absorção: 
▪ A digestão acontece devido as 
moléculas grandes, os macronutrientes. 
Dois processos são importantes no processo 
de digestão: quebra mecânica (processo 
de mastigação) e a quebra enzimática 
(atuação de enzimas digestivas, essa 
atuação é facilitada pela mastigação). 
▪ Após a etapa de quebra, os 
alimentos passam para o processo de 
absorção que é transferir do lúmen do 
sistema digestório para a corrente 
sanguínea. O principal local de absorção 
é o intestino devido ao seu epitélio 
perfurado, ela também ocorre no estômago, 
mas em menor proporção devido as junções 
de oclusão que impedem a passagem de 
moléculas hidrossolúveis. 
Digestão dos carboidratos: 
▪ Os carboidratos são constituídos 
como macronutriente na forma de 
 
polissacarídeos, formados a partir de uma 
reação química de condensação entre 
vários monossacarídeos, de modo que um 
monossacarídeo perde um hidrogênio e o 
outro uma hidroxila, liberando uma molécula 
de água; 
▪ A quebra é uma reação de hidrólise 
feita por enzimas digestivas que fornecem 
uma molécula de água restabelecendo o 
hidrogênio e a hidroxila nos 
monossacarídeos; 
▪ A digestão do carboidrato inicia na 
boca com a atuação da ptialina ou amilase 
salivar que hidrolisa 5% do amido. A ptialina 
segue até o estômago realizando essa 
quebra até hidrolisar 30-40% do amido, ao 
chegar no estômago a sua ação é 
bloqueada pela acidez gástrica; 
▪ No intestino delgado a amilase 
pancreática secretada pelo pâncreas em 
15-30 minutos que está em contato com o 
quimo já digere praticamente todos os 
carboidratos; 
▪ No intestino delgado, as enzimas 
presentes nos enterócitos, a lactase, 
sacarase, maltase e -dextrinase finaliza a 
digestão; 
▪ A absorção dos carboidratos é 
auxiliada pelas proteínas transportadoras 
GLUT2 e GLUT5 (difusão facilitada) e as 
proteínas que realizam o transporte ativo 
secundário que transporta junto ao sódio, 
por exemplo. 
 
 
 
Digestão das proteínas: 
▪ As proteínas são polipeptídeos que 
são formados por unidades de aminoácidos 
unidos e quebrados da mesma forma dos 
monossacarídeos; 
▪ A digestão das proteínas inicia-se no 
estômago com a atuação de pepsina que 
é ativada em pH 2,0 – 3,0 e é responsável 
por 10-20% da digestão total. A pepsina 
digere colágeno (proteína da carne) para 
que outras enzimas do TGI digiram outras 
proteínas da carne; 
▪ No intestino delgado existe a 
secreção das enzimas pancreáticas: tripsina, 
quimiotripsina, carboxipolipeptidfase e 
proelastase. A tripsina e a quimiotripsina 
clivam as proteínas em pequenos 
polipeptídeos, enquanto a 
carboxipolipeptidase libera AA individuais e 
a proelastase digere fibras de elastina 
(abundantes em carnes). Por último, as 
 
peptidases vindas dos enterócitos digerem 
todos dipepeptídeos em AA; 
▪ Não se absorve-se somente AA 
individuais, pode-se absorver pequenos 
peptídeos, di e tripeptideos, no caso, dos 
pequenos peptídeos a absorção é feita por 
meio de vesículas, pela endocitose. 
 
 
Digestão das gorduras: 
▪ Os triglicerídeos são formados pela 
união de três ácidos graxos mais um glicerol; 
▪ A digestão das gorduras não se inicia 
na boca, muito apesar de haver lipase 
lingual, ela não digere os lipídeos; 
▪ No estômago existe a lipase gástrica, 
mas devido o pH ácido ela não consegue 
atuar integralmente, acontece somente uma 
quebra de algumas ligações de ácidos 
graxos, além disso, os movimentos 
peristálticos do estômago promove a 
emulsificação mecânica das gorduras; 
▪ No intestino delgado primeiro ocorre 
a emulsificação das gorduras realizada 
pelos sais biliares, nele há liberação de 
lipase pancreática (mais importante) que em 
questõesde minutos digere todos os 
triglicerídeos, além dela há os enterócitos 
liberando lipase entérica, o colesterol 
causando a hidrolise de éster de colesterol 
e os fosfolipideos com a fosfolipase A2; 
▪ Para serem absorvidas, as gorduras 
são transportadas pelos enterócitos, sofrem 
reações se transformando em quilomícrons 
que passam para os vasos linfáticos e deles 
entram para a corrente sanguínea, se 
transformando em VLDL, LDL e HDL, as formas 
de lipídeos circulantes no sangue. 
 
Absorção de vitaminas e sais minerais: 
▪ Vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K): 
absorvidas junto com as gorduras; 
 
▪ Vitaminas hidrossolúveis: absorvidas 
por transporte mediado; 
▪ VitaminaB12: só é absorvida 
quando está acoplada ao fator intrínseco 
(receptores); 
▪ Sais minerais: transporte ativo. 
Reflexo da defecação 
É mediado pela medula espinal, mas 
envolve também SNC a nível de encéfalo. Há 
os receptores do neurônios sensoriais, do 
tipo mecanorreceptores que são ativados 
pelo estiramento (acúmulo de bolo fecal) 
que envia o sinal para o SNC, a medula 
espinal realiza a integração do sinal e 
realiza os estímulos, principalmente, nos 
esfíncteres de músculo esquelético (há 
também esfíncter de músculo liso que são 
controlados de acordo com um 
condicionamento). Além disso, há um 
componente emocional que pode interferir 
nesse controle.

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