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Semiologia Neurológica

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Júlia Maria Vasconcelos | Semiologia II 
ANAMNESE 
o Início da doença (Se é recente - horas, dias, meses ou 
anos); 
o Modo de instalação da doença (se foi por traumatismo, 
distúrbio vascular, instalação lenta – suspeita de processo 
degenerativo ou neoplásico); 
o Evolução cronológica dos sintomas (saber quando e como 
os sintomas foram surgindo ou desaparecendo); 
• Tumor cerebral (gradativo) 
• Doenças degenerativas (lento e progressivo) 
• Acidentes vasculares e poliomielite (súbito) 
• Esclerose múltipla (doença desmielinizante) 
• Epilepsia e enxaqueca (crises) 
o Caracterizar: localização, duração, intensidade, frequência, 
fatores que desencadeiam, agravam ou atenuam e 
manifestações associadas; 
o Exames e tratamentos realizados com os respectivos 
resultados; 
o Estado atual do enfermo; 
o Antecedentes → Ex: convulsões na infância, aneurismas, 
dores de cabeça, desmaios. Nos familiares - especial 
ênfase dada às doenças musculares e 
heredodegenerativas do sistema nervoso. Nos pessoais - 
condições pré-natais (ocorrência de traumatismo, toxemia 
gravídica, infecções, uso de medicamentos teratogênicos, 
tentativas de abortamento, movimentos fetais), condições 
de nascimento (Hipóxia cerebral, Pré-maturidade, 
Complicações do parto), condições de DNPM, vacinações 
(poliomielite, meningite), doenças anteriores, hábitos de 
vida (abuso de drogas, alimentação, hábitos sexuais). 
*Perguntar se já abusou de benzodiazepínicos, antidepressivos. 
SINAIS E SINTOMAS 
Os principais sinais e sintomas das afecções do sistema 
nervoso são distúrbios da consciência, cefaleia, dor na face, 
tonturas e vertigens, convulsões, ausências, automatismos, 
amnésia, movimentos involuntários, distúrbios visuais, distúrbios 
auditivos, náuseas e vômitos, disfagia, distúrbios da marcha, 
paresias, paralisias, distúrbios da sensibilidade, dores radiculares, 
distúrbios esfincterianos, distúrbios do sono e distúrbios das 
funções cerebrais superiores. 
DISTÚRBIOS DA CONSCIÊNCIA 
o Obnubilação → consciência é comprometida de modo 
pouco intenso, mas seu estado de alerta é discreto a 
moderadamente comprometido. 
o Sonolência → paciente é facilmente despertado, 
responde mais ou menos apropriadamente e volta logo a 
dormir. 
o Confusão mental e delirium → perda de atenção, o 
pensamento não é claro, as respostas são lentas e não 
há percepção normal temporoespacial, podendo surgir 
alucinações, ilusões e agitação. 
o Alucinações 
o Esturpor ou torpor → alteração de consciência é mais 
pronunciada, paciente é despertado por estímulos mais 
fortes, tem movimentos espontâneos e não abre os 
olhos, caracteriza-se o estupor ou torpor. 
o Estado de coma → Se não há despertar com 
estimulação, e o paciente está sem movimentos 
espontâneos. 
 
Coma leve, vigil ou grau I: comprometimento leve da 
consciência; atende a ordens simples, deglute e tem reflexo 
doloroso +, reflexos + 
Coma de grau médio ou grau II: perda da consciência é quase 
total; deglute com dificuldade, reflexos doloroso + com 
estimulação grande, reflexos + 
Coma profundo ou grau III: perda de consciência total, sem 
reflexo doloroso, sem deglutição, arreflexia, relaxamento total 
da musculatura 
Coma grau IV: grau III + comprometimento das funções vitais 
(parada respiratória/ apneia). 
 
*Saber escala de coma de Glasgow. 
CEFALEIA 
o Causas: Enxaqueca, HAS, infecção, AVE, TCE, aneurisma, 
por uso de substâncias. 
o Primária (cefaleia vascular) ou secundária (secundárias a 
alguma patologia prévia - TCE, Neoplasias, Distúrbios 
vasculares). 
o Anamnese: localização, duração, frequência, irradiação, 
qualidade e caráter, sintomas associados, fatores 
predisponentes, agravantes e de alivio, incluindo 
medicamentos, história pregressa, pessoal e familiar. 
o Exame físico: Exame neurológico → inspeção da cabeça 
e pescoço, palpação dos músculos cervicais e cranianos 
e das artérias carótidas e temporais, exame das 
articulações temporomandibulares, pesquisa da mobilidade 
cervical, pesquisa de anormalidades da sudorese, das 
pupilas e outras alterações autonômicas na cabeça e no 
tronco. 
 Júlia Maria Vasconcelos | Semiologia II 
 
EXANQUECA OU MIGRÂNIA 
o Paroxística, com ataques durando de 4 a 72h, intercaladas 
por períodos assintomáticos; 
o Cefaleia vascular/primária. 
o Sexo feminino, com primeira crise antes dos 30 anos de 
idade; história familiar positiva; 
o Em aproximadamente 2/3 dos casos, a dor é unilateral, 
mas alternante (cefaleias unilaterais que ocorrem sempre 
do mesmo lado não devem ser atribuídas a enxaqueca); 
o Cefaleias diárias e continuas tem poucas chances de ser 
unicamente enxaqueca; 
o A dor é pulsátil, de intensidade moderada a acentuada, 
piorando com exercícios físicos leves. Há também foto e 
fonofobia, náuseas e/ou eventualmente, vômitos. 
o Com aura e sem aura (mais comum); 
o Aura: sintomas neurológicos focais indicativos de 
alterações no córtex ou tronco cerebral, que se 
desenvolvem durante 5 a 20 min e duram menos de 60 
min. Na maioria das vezes, a aura é de natureza visual, 
caracterizada por escotomas e/ou cintilações, formando 
ziquezague que surgem no campo visual. Dentre outros 
tipos menos frequentes de aura, devem ser lembradas as 
parestesias, disartria e afasia de expressão. 
o Ataques de enxaqueca sem aura e com aura em um 
mesmo paciente são frequentes; 
o Crises podem ser desencadeadas por determinados 
alimentos e podem acompanhar os ciclos menstruais, 
melhorando durante a gestação. 
1ª Fase – premonitória (pródromo) 
✓ 7- 8% dos casos; 
✓ Fadiga, bocejo, dificuldade de concentração, 
irritabilidade, depressão, avidez por doce. Esses 
sintomas podem ocorrer até 72 horas antes da dor. 
2ª Fase – Aura 
Pode iniciar antes ou junto com a cefaleia, ocorrendo em 
cerca de 90% das pessoas com enxaqueca. Suas formas de 
manifestações são: escotomas, cintilações e espectros de 
fortificação, que surgem em uma parte do campo visual e 
pouco a pouco vão se espalhando e crescendo. 
3ª Fase – Fase álgica 
Geralmente unilateral, latejante, forte intensidade e pode durar 
de 4 até 72 horas. Costuma-se associar a náusea e/ou 
vômitos, fono e/ou fotofobia. 
4ª Fase – Resolução (Pósdromo) 
Também conhecida como “ressaca”; sensação intensa de 
fadiga, sonolência, dificuldade de concentração ou até uma dor 
em toda a cabeça leve e residual, podendo durar até 48 horas. 
CEFALEIA EM SALVAS 
o A dor é praticamente insuportável, caracterizada pelos 
pacientes como a maior jamais experimentada; 
o Cefaleia vascular/primária; 
o Os pacientes, na tentativa de obter alivio, batem a cabeça 
na a parede, socam a própria cabeça, em constante 
agitação. Não permanecem deitados, nem mesmo 
sentados, durante os ataques; 
o A dor é unilateral frontorbitária, eventualmente temporal, 
caracteristicamente descrita como vindo detrás do olho. 
Dura de 15 a 120 min, em uma frequência de 1 ataque a 
cada 2 dias ate 8 ataques por dia. 
o Distúrbios autônomos no lado da dor acompanham as 
crises, tais como edema conjuntival, lacrimejamento, 
obstrução nasal, rinorréia, sudorese na fronte e na face, 
miose, ptose pálpebral e edema das pálpebras; 
o Os ataques ocorrem por um período que varia de 
semanas a poucos meses, após a qual desaparecem 
completamente para ressurgir após meses ou anos, com 
as mesmas características. 
o Mais comum em idosos, mas podem ocorrer em jovens; 
o Os ataques tendem a acorrer durante um período 
determinado da noite; 
o Bebidas alcoólicas também podem provoca-las; 
o Curiosamente, a inalação de oxigênio puro por máscara 
corta as crises, o que serve não apenas para tratamento, 
mas também como prova diagnóstica. 
o Na minoria dos casos, os ataques podem ser crônicos, isto 
é, ocorrem sem períodos de remissão. 
o Alguns casos podem ser secundários a neoplasias ou 
malformações vasculares, o que indica a realização de 
exames complementares para o diagnóstico.CAFEALEIA TENSIONAL 
o Mais frequente, mulheres, qualquer idade; 
o A dor típica é bilateral, do tipo pressão ou aperto, não 
pulsátil, de intensidade leve a moderada, sem piorar com 
atividade física rotineira. Não há náuseas nem vômitos; 
 Júlia Maria Vasconcelos | Semiologia II 
fono ou fotofobia podem estar presentes, 
diferentemente da enxaqueca, os pacientes desse grupo 
tendem a continuar suas tarefas na vigência da crise, 
apesar do incômodo provocado pela dor. 
CEFALEIA DA HIPERTENSÃO INTRACRANIANA 
o Pulsátil, que toma a cabeça toda; 
o Geralmente, perdura dias ou meses, tornando-se cada 
vez mais intensa e com o passar do tempo, resistente 
aos analgésicos. 
o Quase sempre se exacerba pela manhã, quando passa a 
ser acompanhada de vômitos; 
o Os sintomas associados mais comuns são náuseas e 
vômitos (estes podem ser abruptos, sem náuseas, 
projetados a distância e chamados de vômito em jato ou 
vômito cerebral), diplopia, diminuição da acuidade visual, 
convulsões, alterações psíquicas que variam desde a 
apatia e indiferença até a excitação e agressividade. 
DOR FACIAL 
Podem ocorrer diversos tipos de dor facial, com variações de 
intensidade, caráter, irradiação e localização, conforme a 
etiologia (que podem ser afecções odontológicas, sinusais, 
oftalmológicas, defeitos da articulação temporomandibular, 
defeitos do septo nasal). 
NEURALGIA DO TRIGÊMEO 
o Dor extremamente intensa, evidenciada por meio de 
agulhada - Ataques breves do tipo choque elétrico na 
distribuição de um ou mais ramos desse nervo; 
o As dores são intensa e intercaladas por períodos 
assintomáticos; 
o É estritamente unilateral, podendo ser desencadeada por 
estimulação em uma determinada área (zona-gatilho), 
sendo a comissura labial o ponto mais comum. Este fato 
obriga o paciente a não sorrir, conversar ou mastigar, 
sempre com o intuito de não mover os lábios. 
o As mulheres são mais acometidas, mais comuns em 
idosos; 
o A dor pode ser desencadeada por estimulas superficiais 
em áreas sensíveis, tais como ao pentear-se, barbear-se, 
escovar os dentes ou mastigar, ou pelo simples toque. 
Ataques espontâneos também podem ocorrer. 
o Os ramos inferiores são mais acometidos que o primeiro 
ramo, e a dor permanece sempre do mesmo lado. 
TONTURA E VERTIGEM 
o Vertigem: tontura com nítida sensação de rotação (o 
paciente tem a sensação de girar em torno do ambiente, 
ou vice-versa); 
o Instala-se agudamente e é acompanhada de náuseas, 
vômitos, desequilíbrio, palidez e sudorese. Se estiver na 
posição vertical, parada ou andando, o paciente pode cair. 
Persiste, inclusive, quando o paciente está com os olhos 
fechados. 
o Causas: lesão ou disfunção das vias vestibulares 
(infecções, intoxicações, neoplasias e edema do labirinto. 
o Tontura com sensação de iminente desmaio – paciente 
se torna pálido, apresenta escurecimento visual e 
transpiração profusa. 
o Tontura manifestada com a sensação de desequilíbrio - 
Condição própria de descontrole do sistema motor e só 
aparece quando o paciente se põe a andar e regride 
quando sentado. 
o Tontura com sensação desagradável na cabeça (cabeça 
oca, leve ou grande) - Nessas circunstâncias, vale lembrar 
a possibilidade da presença de hiperventilação, depressão 
ou ansiedade. 
CONVULSÕES 
o Movimentos musculares súbitos e incoordenados, 
involuntários e paroxísticos, que ocorrem de maneira 
generalizada ou apenas em segmentos do corpo; 
o As crises epilépticas são manifestações neurológicas 
decorrentes de descargas bioelétricas, originadas em 
alguma área cerebral. 
- Generalizadas: convulsivas e não convulsivas, ou 
parciais/focais; 
- Convulsivas: tônicas, clônicas ou tônico-clônicas. 
o As convulsões tônicas se caracterizam por serem 
sustentadas e imobilizaram as articulações. As clônicas são 
rítmicas, alternando-se contrações e relaxamentos 
musculares em ritmo mais ou menos rápido. 
o Crises convulsivas generalizadas (grande mal): perda 
abrupta da consciência com queda ao solo, seguido de 
uma fase de enrijecimento global (fase tônica), substituída, 
por sua vez, por contrações musculares sucessiva, 
generalizadas e intensas (fase clônica). Ao final de 2 a 5 
min, a crise cessa, e o paciente entra em relaxamento 
total e sono profundo, do qual dificilmente é despertado. 
Acorda após algum tempo, confuso e atordoado, sem 
noção do que aconteceu. Durante o episódio convulsivo, 
observam-se, em geral, cianose, sialorreia, incontinência 
de esfíncteres, mordedura da língua e ferimentos 
diversos. 
- Ausência – não convulsivas: 
o Epilepsia tipo pequeno mal (não convulsiva): breves 
períodos de perda de consciência (de 5 a 30 segundos), 
que podem passar despercebidos pelo próprio paciente 
 Júlia Maria Vasconcelos | Semiologia II 
e pelos familiares. Ocorrem quase exclusivamente em 
crianças, sendo descritos como se o paciente estivesse 
parado como uma estátua. Às vezes, diz-se que a criança 
fica distraída ou "encantada”. Durante esse curto período, 
ela nem chega a cair; apenas interrompe brevemente 
suas atividades. Pode também apresentar um leve tremor 
de pálpebras. A recuperação da consciência é rápida, e 
prossegue a atividade prévia como se nada tivesse 
ocorrido. 
TETANIA 
Forma particular de movimento involuntário e caracteriza-se 
por crises exclusivamente tônicas, quase sempre localizadas 
nas mãos e nos pés, por isso denominadas espasmos 
carpopodais. 
FASCICULAÇÕES 
Contrações involuntárias de grupos de fibras musculares, 
visíveis durante o repouso. Breves, irregulares e não 
provocam deslocamento de segmentos corporais. As 
fasciculações acontecem em virtude da perda da inervação 
muscular, ocorrendo nas neuropatias periféricas e 
principalmente em doenças do corno anterior da medula. 
Patologias do neurônio motor. ELA (corno anterior da medula 
espinhal), Sirigomielia. 
AMNÉSIA 
o Não há perda da consciência de forma global, somente 
de uma das funções superiores (memória) 
o Síndromes demências (demência senil, Alzheimer — 
amnésia anterógrada grave) 
o Amnésia pós-traumáticas (parcial ou total) 
o Amnésia dissociativa 
 
DISTÚRBIOS AUDITIVOS 
o Hipoacusia → perturbações auditivo-deficitárias parcial 
podendo situar-se em um ou em ambos os lados. 
o Acusia → perturbações auditivo-deficitárias total. Perda 
da audição. 
o Distúrbios de condução → cerume, corpo estranho, 
atrésia da orelha externa, otite, otosclerose, colesteatoma 
na orelha média. 
o Defeitos neurossensoriais (congênitos, prebiacusia, 
neoplasia do ângulo pontocerebelar, síndrome de 
Meniere, traumatismos, labirintite) referentes a orelha 
interna. 
o Zumbidos → estimulação anormal do ramo coclear do 
VIII nervo craniano 
DISTÚRBIOS VISUAIS 
o Amaurose → perda total da visão; 
o Ambliopia → redução da acuidade visual; 
 
*Tanto a ambliopia como a amaurose podem ter caráter uni 
ou bilateral, definitivo ou transitório, súbito ou gradual, e estão 
habitualmente na dependência de lesões da retina (oclusão da 
artéria central, obstrução da carótida, coriorretinite macular), 
da papila ou do nervo óptico (papilite, neurite retrobulbar, 
neoplasia, hipertensão intracraniana), deslocamento da retina, 
hemorragia e glaucoma. 
o Hemianopsia → defeito campimétrico. Perde a visão da 
metade do campo visual. Defeito é por lesão no quiasma 
óptico, distúrbios vasculares, neoplasias, doenças 
desmielinizantes. 
o Diplopia → visão dupla. Ocorre nos casos de estrabismo 
convergente e divergente, uni ou bilateral, refletindo 
paresia ou paralisia de um ou mais músculos ligados aos 
movimentos dos olhos (UI, IV e VI). 
 
NÁUSEAS E VÔMITOS 
o Sensação de mal-estar, tanto na região epigástrica como 
na faríngea. 
o Acompanhadas de palidez cutânea, bradicardia, sudorese, 
repulsa à ingestão de alimento e quase sempre 
precedem os vômitos. 
o Ambas as manifestações são frequentes em distúrbios do 
aparelho digestivo, naslabirintopatias e na enxaqueca, mas 
podem ser encontradas em doenças neurológicas, agudas 
ou crônicas, que aumentam a pressão intracraniana 
(meningite, neoplasia, hemorragia, traumatismo 
cranioencefálico). 
o Contudo, é importante destacar que, nas encefalopatias, 
o vômito não é precedido de náuseas. É o chamado 
vômito central ou cerebral ou também, impropriamente, 
vômito em jato. 
DISFAGIA 
o Alterações do transporte de alimento da boca ao 
estômago 
o Podendo culminar ou não na entrada dos alimentos na via 
respiratória 
o Causas neurológicas, mecânicas ou até psicológicas 
o Paralisia da língua (n. XII) e do palato faríngeo (IX e X) 
 
DISTÚRBIOS DA COMUNICAÇÃO 
o Disfonia: alteração do timbre da voz, que se torna rouca 
ou bitonal, e depende da disfunção das cordas vocais por 
lesão do nervo vago (X par). Quando a lesão for bilateral, 
o paciente torna-se afônico. A disfonia pode também 
ocorrer por lesões estruturais das cordas vocais. 
o Disartria: alteração da articulação da palavra falada. Causas: 
paralisia pseudobulbar (misto de anasalada e explosiva), 
parkinsonismo (arrastada, lenta), síndrome cerebelar 
(escandida). 
 Júlia Maria Vasconcelos | Semiologia II 
o Dislalia: perturbação da articulação da palavra falada, sem 
que as causas estejam localizadas no sistema nervoso. A 
fisiológica observa-se na criança até 4 anos de idade e 
consiste na troca de sílabas ou letras ("papato" por sapato, 
"potão, por portão); a que é acompanhada de retardo 
psicomotor, prolongando-se, em geral, até os 10 anos de 
idade; a secundária a lesões do palato, língua, dentes, 
lábios e mandíbula, de interesse da fonoaudiologia. 
o Disritmolalia: trata-se da perturbação do ritmo da fala, 
destacando-se: (a) taquilalia, na qual se observa a alteração 
do ritmo da fala, tornando-a imprecisa, e (b) gagueira, em 
que há interrupção do ritmo da fala, observando-se a 
gagueira fisiológica ou evolutiva, até os 3 anos de idade, 
e a que se prolonga pela idade adulta. 
o Dislexia: dificuldade de capacitar-se para a leitura 
convencionalmente ensinada. É comum a inexistência de 
alterações neurológicas e psíquicas, mas boa parcela das 
crianças disléxicas tem antecedentes de retardo na 
aprendizagem da fala. A dificuldade se mostra mais na 
composição das palavras do que na identificação das 
letras isoladas. 
o Disgrafia: grafia é basicamente irregular, fragmentada, a 
ponto de, muitas vezes, tornar-se ilegível. Existem a 
disgrafia espacial ou de evolução, na qual não se 
observam distúrbios neurológicos, e a disgrafia secundária 
a problemas orgânicos, como o parkinsonismo 
(micrografia) e a cerebelopatia (macrografia). 
o Afasia: perda total da fala. 
o Disfagia: perda parcial da fala. 
AFASIA 
Engloba distúrbios da expressão verbal (fala e/ou escrita), em 
que se observa desintegração dos mecanismos que propiciam 
a palavra falada e/ou escrita; da recepção verbal (áudio e/ou 
visual), nos quais é evidente a dificuldade de compreensão das 
ideias-símbolos; e da atividade gestual, também denominada 
linguagem corporal, excluindo-se, todavia, os distúrbios mentais 
patentes. 
AFASIA MOTORA OU VERBAL (BROCA): 
Afasia de broca, em que há dificuldade de variável intensidade 
par expressar-se pela fala ou escrita e, habitualmente, associa-
se a hemiparesia ou hemiplegia direita, por lesão de opérculo 
frontal e da área motora adjacente do hemisfério esquerdo. 
Em suma, a afasia de broca interfere principalmente na 
produção da fala, não em sua compreensão. 
AFASIA RECEPTIVA OU SENSORIAL (WERNICKE): 
Afasia de Wernicke, na qual o paciente apresenta de leve a 
extrema dificuldade para a compreensão da fala e da escrita 
desacompanhada de outro déficit motor, por 
comprometimento do giro superior e posterior do lobo 
temporal esquerdo. Nessa forma clínica, o paciente pode 
apresentar parafasia, na qual os vocábulos ou as frases estão 
erroneamente colocados; perseveração, que é a repetição de 
um mesmo vocábulo; jargonofasia, cuja manifestação é o uso 
de palavras novas e incompreensíveis. 
Portanto, podem produzir um discurso aparentemente fluente, 
mas falam coisas sem sentido. 
AFASIA DE CONDUÇÃO: 
A maior dificuldade é a repetição de palavras. Embora consiga 
ler e falar razoavelmente, o paciente não é capaz de repetir 
frases que llhe são ditas. 
AFASIA GLOBAL: 
A compreensão e a expressão da linguagem ficam 
amplamente reduzidas. Estes doentes praticamente não 
produzem discurso e apresentam um grave déficit de 
compreensão auditiva, apesar de poderem cumprir ordens 
devidamente contextualizadas e muito frequentes. A 
hemiparesia ou hemiplegia direita está presente. 
 
 
AFASIA AMNÉSTICA (ANÔMICA): 
Paciente apresenta incapacidade para designar ou nomear os 
vocábulos ou o nome de objetos, conservando, contudo, sua 
finalidade. Assim, o indivíduo sabe para que se destina o pente, 
por exemplo, mas não consegue lembrar-se da palavra pente 
nem expressá-la. 
AFASIA TRANSCORTICAL: 
O achado mais relevante é uma repetição conservada. Pode 
ser sensorial, motora ou mista. 
✓ Na transcortical sensorial, existe transtorno importante 
da compreensão, com uma expressão verbal fluente, 
muitas vezes em forma de jargão semântico. A 
repetição, porém, está preservada. 
✓ Na transcortical motora, existe importante alteração da 
expressão verbal, com compreensão conservada e boa 
capacidade de repetição. 
✓ A transcortical mista é o transtorno grave da linguagem 
que se caracteriza por alteração tanto da compreensão 
como da expressão verbal, se bem que se conserva 
boa capacidade para a repetição. 
 Júlia Maria Vasconcelos | Semiologia II 
 
AGNOSIAS 
Gnosia significa reconhecimento, função específica do córtex 
cerebral. 
Dificuldade, incapacidade de reconhecer objetos ou sons, em 
que pese a ausência de alterações ópticas, auditivas ou táteis. 
As agnosias são provocadas por lesões cerebrais focais. AVCs, 
neoplasias, TCEs. 
o Agnosia auditiva: perda de reconhecimento dos sons 
o Cegueira cortical ou psíquica: perda da visão de objetos 
o Estereoagnosia: perda de reconhecimento dos objetos 
colocados em sua mão ao ser suprimida a visão 
o Somatoagnosia: perda de reconhecimento do próprio 
corpo em relação ao espaço 
o Prosopoagnosia: perda de reconhecimento da fisionomia 
alheia ou de sua própria (autoprosopoagnosia) 
 
 
APRAXIAS 
Praxia significa atividade gestual consciente e intencional, e a 
dificuldade ou incapacidade dessa atividade denomina-se 
apraxia. 
Alteração na atividade gestual. Excluir distúrbios paralíticos, 
atáxicos e coreatetóticos) 
o Apraxia construtiva: perda dos gestos normalmente 
organizados, tais como: desenhar, modelar ou copiar 
modelos. 
o Apraxia ideomotora: dificuldade ou a incapacidade para a 
execução de gestos simples, permanecendo inalteradas 
a atividade automática e a ideia do ato a ser realizado. 
Assim, quando se ordena que o paciente segure a sua 
orelha ou bata três vezes na porta ou sobre a mesa, ele, 
apesar do entendimento, não consegue realizar os atos 
determinados ou os faz com dificuldade variável. 
o Apraxia ideatória: ocorre quando diferentes gestos 
simples, realizados isoladamente, ao serem constituídos 
em um ato mais complexo, perdem ou reduzem a sua 
sequência lógica e harmoniosa. Dê ao paciente, por 
exemplo, uma caixa de fósforos e um maço de cigarros, 
e ele terá dificuldade ou incapacidade para executar todos 
os atos que o levariam a fumar: retirar o palito da caixa 
de fósforos e o cigarro do maço, levar o cigarro à boca, 
riscar o palito, acender o cigarro e fumar. 
o Apraxia do vestir: caracterizada pela dificuldade ou 
incapacidade para executar os atos habituais de despir-se 
ou vestir-se. O paciente apresenta dificuldade variável para 
abotoar a camisa, vestir a manga da camisa, dar o nó na 
gravata - ou a coloca antes da camisa. 
o Apraxia da marcha: dificuldadeda marcha, em especial o 
seu início. 
o Apraxia bucolinguofacial: alteração dos gestos da mímica 
facial, da boca e da língua, permanecendo inalterado o 
automatismo. O paciente não consegue realizar 
adequadamente atos simples, como mostrar a língua ou 
os dentes, colocar a língua em diversas posições, 
reproduzir a mímica de sorrir, chorar ou beijar. 
EXAME FÍSICO 
INSPEÇÃO: 
o Malformações crânio-raquianas: Macrocefalia, microcefalia, 
crânio bífido, meningoencefalocele, “Brevis collis”, lordose, 
cifose, escoliose, espinha bífida, meningocele 
meningomielocele. 
o Malformações congênitas dos pés e mãos (sindactilia, 
polifactilia, pés cavum, etc) 
o Fáceis, posturas e movimentos involuntários. 
*Avaliar se há rigidez da nuca ou se a nuca é livre. A primeira 
situação é frequentemente encontrada na meningite e na 
hemorragia subaracnóidea. 
Avaliação do estado mental → MEEM 
PESCOÇO E COLUNA CERVICAL 
o Carótidas → Procede-se à palpação e à ausculta de 
ambas as carótidas em separado, comparando-se a 
amplitude e averiguando se existe frêmito e/ou sopro. 
(avaliar existências de estenose ou oclusão arterial) 
o Limitação de movimentos: pede-se ao paciente que 
execute movimentos de extensão, flexão, rotação e 
lateralização da cabeça. Causas osteomusculares, 
radiculopatias, meningites. 
o Rigidez da nuca (meningite). 
 Júlia Maria Vasconcelos | Semiologia II 
PROVA DE BRUDZINSKI – com o paciente em decúbito dorsal 
e membros estendidos, o examinador repousa umas das mãos 
sobre o tórax do paciente e, com outra colocada na região 
occiptal, executa uma flexão forçada da cabeça, quando há 
uma rigidez da nunca essa manobra é confirmada (Positiva: 
paciente se encolhe quando eleva a cabeça) 
COLUNA LOMBOSSACRA 
o Dor lombo sacra; 
o Radiculopatias, discopatias, osteoartrose, neoplasias, 
síndrome miofascial, infecções, doenças reumatológicas, 
espondilolistese, estenose do canal medular, fraturas; 
o Avaliação dos movimentos (extensão, flexão, rotação e 
lateralização); 
o Avaliar comprometimento neurológico (força, 
sensibilidade, provas de estiramento da raiz nervosa); 
 
PROVA DE LASÉGUE - para diagnosticar compressão 
radicular – doença do nervo ciático. Paciente em decúbito 
dorsal. Levantar o membro inferior estendido até 30-45˚. 
Positivo quando dor irradiada na face posterior da coxa. 
 
PROVA DE KERNIG - Extensão da perna, estando a coxa 
fletida em ângulo reto com a bacia. Positiva quando dor em 
trajeto do nervo ciático. Essas provas são utilizadas para o 
diagnóstico de meningite, hemorragia subaracnóidea e 
radiculopatia ciática. 
 
MANOBRA DE PATRICK - Testa articulação coxo-femoral. O 
tornozelo é colocado ao lado medial do joelho contralateral, e 
o joelho ipsilateral é levemente deslocado em direção à mesa 
de exame. Isso força a articulação do quadril e, geralmente, 
não exacerba a compressão verdadeira das raízes nervosas. 
Positivo quando você empurrar e paciente tiver dor no quadril. 
Buscite, osteoartrose. 
 
NERVOS RAQUIDIANOS 
o Palpar nervos cubital, radial, fibular, auricular. 
o Deve ser palpado para suspeita de diagnóstico de 
neurites onde há espessamento dos nervos periféricos 
(hanseníase). 
MARCHA OU EQUILÍBRIO DINÂMICO 
A todo e qualquer distúrbio da marcha, da-se o nome de 
disbasia. A disbasia pode ser uni ou bilateral. 
o Marcha helicópode, ceifante ou hemiplégica → Ao 
andar, o paciente mantém o membro superior fletido 
em 90º no cotovelo e em adução, e a mão fechada 
em leve pronação. O membro inferior do mesmo lado 
é espástico, e o joelho não flexiona. Devido a isso, a 
perna tem de se arrastar pelo chão, descrevendo um 
semicírculo quando o paciente troca o passo. Esse 
modo de caminhar lembra o movimento de uma foice 
em ação. Aparece nos pacientes que apresentam 
hemiplegia, cuja causa mais comum é o acidente 
vascular cerebral (AVC). 
o Marcha anserina ou do pato (grávida) → A paciente 
para caminhar acentua a lordose lombar e vai inclinando 
o tronco ora para a direita, ora para a esquerda, 
alternadamente, lembrando o andar de um pato. É 
encontrada em pacientes com doenças musculares e 
grávidas e traduz diminuição da força dos músculos 
pélvicos e das coxas. 
o Marcha parkinsoniana → O doente anda como um 
bloco, enrijecido, sem o movimento automático dos 
braços. Passos miúdos e rápidos, com a cabeça 
permanentemente inclinada para a frente, parecendo 
que corre atrás do seu centro de gravidade. 
o Marcha cerebelar ou marcha do ébrio; (zigue zague) 
→ Ao caminhar o paciente ziguezagueia. Ele alarga bem 
a base para manter o equilíbrio e não consegue 
caminhar em linha reta. 
o Marcha tabética (passos fortes) → Para se locomover 
o paciente mantém um olhar fixo no chão, os membros 
inferiores são levantados abrupta e exclusivamente e ao 
serem recolocados no chão os calcanhares tocam o 
chão de modo bem pesado. Com os olhos fechados a 
marcha apresenta acentuada piora ou se torna 
impossível. Indica a perda de sensibilidade proprioceptiva 
por lesão no cordão posterior da medula. 
o Marcha de pequenos passos → É caracterizada pelo 
fato de o paciente dar passos muito curtos e ao 
caminhar arrastar os pés como se estivesse dançando 
marchinha. Aparece na paralisia pseudobulbar e na 
atrofia cortical da senilidade. (marcha dos idosos) 
o Marcha vestibular (estrela) → o paciente apresenta 
lateropulsão quando anda; é como se fosse empurrado 
para o amplo e lhe for solicitado ir de frente e voltar de 
costas, com os olhos fechados, ele descreverá uma 
 Júlia Maria Vasconcelos | Semiologia II 
figura semelhante a uma estrela, daí denominada 
também marcha em estrela. Ele vai ser empurrado pro 
lado da lesão. 
o Marcha escarvante → quando o doente tem paralisia 
dos movimentos e flexão dorsal do pé, ao tentar 
caminhar, toca com a ponta do pé o solo e tropeça. Par 
evitar isso, levanta acentuadamente o membro inferior, 
o que lembra o passo de ganso dos soldados prussianos 
→ lesão do nervo fibular comum. Essa não altera com 
o paciente de olho aberto ou fechado, se ele andar vai 
observar que ele tem paralisia na dorso flexão, é um pé 
caído, então tem que levantar para ele não atropelar, 
se pedir para fechar os olhos não altera. 
o Marcha claudicante → ao caminhar, o paciente manca 
para um dos lados. Ocorre na insuficiência arterial 
periférica e em lesões do aparelho locomotor. Se tiver 
uma lesão no aparelho locomotor por exemplo, a gente 
termina direcionando o peso do corpo para o outro lado. 
o Marcha em tesoura ou espástica → os dois membros 
inferiores enrijecidos e espásticos permanecem 
semifletidos, os pés se arrastam e as pernas se cruzam 
uma na frente da outra quando o paciente tenta 
caminhar. O movimento das pernas lembra uma tesoura 
em funcionamento. Esse tipo de marcha é bastante 
frequente nas manifestações espásticas da paralisia 
cerebral. 
EQUILÍBRIO ESTÁTICO 
Terminado o estudo da marcha, solicita-se ao paciente 
continuar na posição vertical, com os pés juntos, olhando para 
frente. Nessa postura, ele deve permanecer alguns segundos. 
Em seguida, ordena-se a ele que feche as pálpebras. A isso 
se denomina PROVA DE ROMBERG. 
No indivíduo normal, nada se observa, ou apenas ligeiras 
oscilações do corpo são notadas (prova de Romberg 
negativa); 
Na vigência de determinadas alterações neurológicas, ao cerrar 
as pálpebras, o paciente apresenta oscilações do corpo, com 
desequilíbrio e forte tendência à queda (prova de Romberg 
positiva). 
A tendência para a queda pode ser: (1) para qualquer lado e 
imediatamente após interromper a visão, indicando lesão das 
vias de sensibilidade proprioceptiva consciente; (2) sempre 
para o mesmo lado, após transcorrer pequeno período de 
latência, traduzindo lesão do aparelho vestibular. 
Em algumas ocasiões, sobretudo nas lesões cerebelares, o 
paciente não consegue permanecer de pé (astasia) ou o faz 
com dificuldade (distasia), alargando,então, sua base de 
sustentação pelo afastamento dos pés para compensar a falta 
de equilíbrio. Tais manifestações não se modificam quando se 
interrompe o controle visual (prova de Romberg negativa). 
A PROVA DE ROMBERG é positiva nas labirintopatias, na tabes 
dorsalis, na degeneração combinada subaguda e na 
polineuropatia periférica. 
MOTRICIDADE VOLUNTÁRIA 
Atos motores: voluntários, involuntários e reflexos. 
A motricidade voluntária é estudada por meio de duas 
técnicas, uma para a análise da MOTRICIDADE ESPONTÂNEA 
(avaliar marcha e motricidade) e outra para a avaliação da 
FORÇA MUSCULAR (através de testes). 
A motricidade voluntária se faz através do sistema piramidal, e 
a involuntária através da extrapiramidal. 
MOTRICIDADE ESPONTÂNEA 
 
o Primeiro pedir para o paciente caminhar, analisando a 
marcha. 
o Solicitar ao paciente que realize movimentos ativos: abrir 
e fechar mão, estender e fletir o antebraço, abduzir e 
elevar o braço, fletir a coxa, fletir a perna ou o pé 
o Afastar condições extraneurológicas 
o Síndromes piramidais há diminuição da velocidade do 
movimento 
o Síndromes extrapiramidais há diminuição da velocidade e 
da amplitude do movimento 
o A redução ou abolição do movimento espontâneo é 
representada por lesão dos neurônios motores ou suas 
vias (piramidal, coluna ventral da medula, nervos 
periféricos) 
 
FORÇA MUSCULAR 
o Realiza os mesmos movimentos da motricidade 
espontânea só que com resistência aplicada pelo 
examinador; 
o Testar de maneira geral, MMSS e MMII. 
 
 
 
*O grau 4 é subdividido em: (4+) contra forte resistência; (4) 
contra moderada resistência e (4-) contra insignificante 
resistência. 
Normal: força muscular preservada total (Grau V). 
 Júlia Maria Vasconcelos | Semiologia II 
A fraqueza a depender da localização vai ajudar ao examinador 
entender qual o padrão de acometimento neurológico que ele 
tem, podendo ser: lesão hemisférica, lesão do tronco cerebral, 
lesão da medula espinal, polineuropatia (mãos e pés), miopatia 
(cintura escapular e pélvica). 
PROVAS DEFICITÁRIAS: 
Testes de força muscular 
 
o Manobras de Mingazzini (membro inferior) 
Faz ângulo de 90° da coxa com a bacia, deixa durante 30s – 
1min para ver se o paciente aguenta. 
o Manobra de Barré (membro inferior) 
Paciente em decúbito ventral, levanta a perna. Se o paciente 
não aguentar e começar a baixar a perna, tem alguma 
deficiência. 
 
o Prova dos braços estendidos (membro superior) 
 
MASSA MUSCULAR 
• Atrofia – denervação por lesões no motoneurônioinferior 
(corno anterior da medula ou nervo periférico) 
• Fasciculação 
TÔNUS MUSCULAR: 
Tônus pode ser considerado o estado de tensão constante a 
que estão submetidos os músculos, tanto em repouso (tônus 
de postura), como em movimento (tônus de ação). 
Exame do tônus: paciente deitado; 
Inspeção – musculatura boa, simétrica, ver se tem 
abaulamento, hipertrofia, etc. 
Palpação das massas musculares - Avalia consistência da massa 
muscular (grau de consistência muscular) → hipotonia e 
hipertonia. 
o Massa muscular com consistência diminuída – hipotonia 
o Massa muscular com consistência aumentada – hipertonia 
Movimentos passivos: balanço passivo (segura o membro do 
paciente e movimenta, observando se a extremidade balança 
de forma normal, exagerada (hipotonia) ou diminuída 
(hipertonia). 
Alterações do tônus muscular: 
Hipotonia: achatamento das massas musculares, consistência 
muscular diminuída, passividade aumentada. Lesões do 
cerebelo, coma profundo, lesões de vias de sensibilidade 
proprioceptiva, lesão da coluna anterior da medula, lesão dos 
nervos motores periféricos, encefalopatias. 
 
Hipertonia: aumento da consistência muscular, passividade 
diminuída. Encontrado nas lesões piramidais (espasticidade) e 
extrapiramidais (rigidez). 
• Elástica e eletiva – lesão piramidal 
Apresenta predileção por algum grupo muscular → flexores 
do MMSS e extensores do MMII e apresenta dificuldade no 
início do movimento 
*Espasticidade 
*Postura de wernicke-man (músculos flexores do membro 
superior e músculos extensores do membro inferior) 
*SINAL DO CANIVETE (há resistência inicial em realizar o 
movimento e depois ele cede) 
 
• Plástica: lesão extrapiramidal 
Rigidez: Afeta globalmente todos os músculos, sem predileção 
Apresenta dificuldade em todo o movimento 
Sinal de roda dentada: resistência ao movimento do começo 
ao fim 
Caso: 
Inspeção – achatamento das massas musculares 
Palpação – conssitencia diminuída 
Movimentos passivos – passividade e extensibilidade 
aumentados 
Balanço passivo – exagerado 
Hipertonia ou hipotonia? 
Hipotonia! 
COORDENAÇÃO 
 
o Traduz funcionamento adequado do cerebelo e 
sensibilidade proprioceptiva 
o Perda da coordenação: ATAXIA 
✓ Cerebelar – marcha cambaleando (não anda em 
linha reta, não altera a marcha quando fecha os 
olhos). 
✓ Sensorial – alteração da sensibilidade proprioceptiva, 
marcha tabética (base alargada, olhar fixo no chão). 
Na prova de Romberg, paciente tem tendência à 
queda dos dois lados assim que fecha os olhos. Ex.: 
paciente com sífilis terciária 
Avaliação do equilíbrio: 
→ Avaliação estática – PROVA DE ROMBERG (paciente em 
pé de olhos fechados, alterado → +) – se cai para um 
lado e alguns segundos depois de fechar os olhos: lesão 
na via vestibular (marcha em estrela) / cai para os dois 
lados e assim que fecha os olhos: lesão sensorial 
→ Avaliação dinâmica – andar 
Provas: 
 Júlia Maria Vasconcelos | Semiologia II 
o Prova dedo – nariz (mais devagar, mais rápido e depois 
de olhos fechados) 
o Prova calcanhar joelho (mais devagar, mais rápido e 
depois de olhos fechados) 
* Paciente com os braços estendidos. Primeiro pede para tocar 
o nariz com os dedos de olhos abertos e depois ao fechar os 
olhos. Pede para tocar com calcanhar de uma perna no joelho 
da outra 
o Prova dos movimentos alternados: 
✓ Solicitar que o paciente realize movimentos rápidos 
e alternados; 
✓ Flexão e extensão dos membros, sentar, levantar, 
abrir e fechar a mão, supinação, pronação; 
✓ Avaliar movimentos realizados. 
Alteração: Dismetria (alteração da medida do movimento, ex.: 
ao nvés de tocar o nariz, toca o olho), disdiadococinesia 
(incapacidade de realizar movimentos rápidos e alternados, ex.: 
tocar o polegar com todos os dedos da mão, realizar 
movimentos de supinação e pronação). 
REFLEXOS 
Podem ser: 
 
REFLEXOS EXTEROCEPTVIOS OU SUPERFICIAIS: estímulos 
na pele ou mucosa externa (estímulo feito com um estilete 
rombo); 
- Cutâneo-plantar: estímulo feito do calcanhar em direção 
aos dedos, na porção lateral, formando um semicírculo. É 
esperado flexão de todos os dedos (normal) – abolido → 
lesão no neurônio motor. Decúbito dorsal, MMII estendidos. 
Estimular a região plantar fazendo um leve semi círculo na 
parte mais anterior. 
 
Sinal de babinski + → paciente realiza a extensão do hálux 
→ patológico → lesão na via piramidal (trato corticoespinhal), 
no AVE, por exemplo. OBS: normal em criança até o início da 
marcha. Criança apresenta extensão do hálux até começar a 
deambular (patognomônico da lesão na via piramidal – trato 
córtico-espinhal) → lesão piramidal ou corticoespinal. 
 
 
 
▪ Cutâneo-abdominais: estimula-se a pele do abdome com 
um objeto de ponta romba no sentido látero-medial em 
direção a cicatriz umbilical, havendo uma contração dos 
músculos psolaterais e desvio da linha alba e da cicatriz 
umbilical para o lado do estímulo. O normal é que os 
músculos se contraiam discretamente. 
OBS: abolido em lesão piramidal. 
✓ Reflexo cresmastério 
✓ Reflexo abdominal 
 
REFLEXOS PROPRIOCEPTIVOS, PROFUNDOS, MUSCULARES 
OU MIOTÁTICOS 
▪ Instrumento: martelo de reflexos 
▪ Aquileu, patelar, flexor dos dedos, supinador, pronador, 
biciptal e triciptal (variam sua área reflexógena – área do 
reflexo patelar é maior) 
REFLEXO AQUILEU 
REFLEXO PATELAR 
REFLEXO DOS FLEXORESDOS DEDOS 
o C8-T1 
o Nervos mediano e ulnar 
o Falange média do dedo médio do paciente é fixada entre 
o segundo e terceiro dedos que com seu polegar 
determina a flexão brusca da última falange do paciente, 
pressionando a unha e relaxando-a subitamente. 
o Manobra de Hoffmann 
o Resposta: contração dos músculos flexores dos dedos 
REFLEXO PRONADOR 
REFLEXO SUPINADOR 
REFLEXO TRICIPITAL 
REFLEXO BICIPITAL 
OS REFLEXOS MIOTÁTICOS podem estar: 
Arreflexia ou reflexo abolido: 0 
Hiporrelfexia ou reflexo diminuído: - (hérnia de disco, lesões 
periféricas (não estão conduzindo o estímulo) 
Normorreflexia ou reflexo normal: + 
Reflexo vivo: ++ 
Hiperreflexia ou reflexo exaltado: +++ (lesões extrapiramidais, 
lesões centrais) 
 
Arreflexia ou hiporreflexia: poliomielite, polineuropatia 
periférica, miopatias. 
Hiperreflexia: lesão piramidal (AVE, neoplasia, trauma). 
Reflexo pendular: lesão cerebelar. 
 
REFLEXO DE AUTOMATISMO OU DE DEFESA 
o Reação normal de retirada do membro a um estimulo 
nociceptivo, habitualmente aplicado ao pé. 
o Reação normal após estimulo no pé: permanece inalterado 
ou retira o membro discretamente 
o Reação anormal: tríplice flexão (flexão do pé sobre a perna, 
perna sobre a coxa e coxa sobre o quadril). 
o Lesão piramidal, a nível medular. 
 
 Júlia Maria Vasconcelos | Semiologia II 
VIAS AFERENTES OU SENSORIAIS 
Fibras A: tátil e pressão 
Fibras B: dor e temperatura 
Fibras C: vibratória, cinetico postural ⎯ Tátil discriminativa 
(paciente localizar onde e dizer o que o médico está fazendo 
nele) 
 
SENSIBILIDADE 
Testa o receptor nociceptor, termoreceptor (com calor e 
frio), testa mecanorreceptores, quimiorreceptores(sensações), 
fotorreceptor (pela pupila). 
Objetiva: geral ou específica 
 
SUPERFICIAL: tátil, dolorosa e térmica; 
PROFUNDA: vibratória (palestesia), pressórica (barestesia), 
cinético – postural ou propricepcao (batiestesia), dolorosa e 
profunda (comprime massas musculares e tendões - não há 
dor). 
 
Cuidados: explicar e mostrar ao paciente o que vai ser feito, 
pedir para ele fechar os olhos e pesquisar o ponto a ser 
estudado. Cuidado para não tocar no paciente para não causar 
confusão. Perguntar se está sentindo e o local. 
 
SEMIOTECNICA 
Material utilizado: martelo, diapasão, algodão ou pincel 
pequeno, estilete rombo que provoque dor, sem ferir, água 
gelada e quente, odores fortes. 
Alterações: 
Hipoestesia – Diminuição da sensibilidade 
Anestesia – ausência da sensibilidade 
Hiperestesia – aumento da sensibilidade 
Dérmatomos → faixas de pele inervados por fibra sensitiva 
de um segmento da medula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SENSIBILIDADE SUPERFICIAL 
Paciente deitado com olhos fechados. Inicia pelo pé e vai 
subindo, para descobrir qual é o dermátomo lesado. É 
importante fingir que está tocando também. Fazer sempre 
bilateralmente. 
✓ Tátil (usar algodão ou pincel suave) 
✓ Térmica (usar dois tubos de ensaio quente e frio) 
✓ Dolorosa (usar estilete rombo que cause dor, sem 
ferir) 
 
Diminuição da sensibilidade tátil (hipoestesia, anestesia e 
hiperestesia). Parestesia = formigamento, sensibilidade 
incômoda. 
 
Alterações da sensibilidade dolorosa: 
Hiperalgesia = faz um estímulo doloroso, muita dor só de tocar 
no membro, dor muito maior que um paciente normal sentiria. 
Alodinia = dor a um estímulo que não é doloroso. 
SENSIBILIDADE PROFUNDA – OLHO FECHADO 
✓ Vibratória (realizada com diapasão em saliências 
ósseas) – paciente com pé diabético normalmente 
não sente. 
✓ Pressórica (verificada mediante compressão digital 
em qualquer parte do corpo); 
✓ Cinético-postural (é explorada colocando qualquer 
segmento do corpo em várias direções, flexão, 
extensão) 
✓ Dolorosa profunda: compressão moderada de 
massas musculares e tendões, o que, normalmente, 
não causa dor. Em caso de dor é sinal de que há 
neurites ou miosites. 
 
ESTEREOGNOSIA 
o Capacidade de reconhecer um objeto com a mão sem 
o auxílio da visão; 
o Função tátil discriminativa ou epicrítica com componente 
proprioceptivo; 
o Astereognosia ou agnosia tátil: lesão do lobo parietal 
contralateral. 
 
NERVOS CRANIANOS 
I - NERVO OLFATÓRIO 
▪ É um nervo sensitivo; 
▪ Em seu trajeto, passa através da lâmina crivosa; 
▪ É o menor dos nervos cranianos; 
▪ Não possui ligação com o tronco encefálico; 
▪ Lesão no nervo: ex. vítimas de fratura do etmoide. Sífilis, 
fratura de base de crânio, neoplasia; 
▪ Alterações: 
 Júlia Maria Vasconcelos | Semiologia II 
✓ Anosmia (não sente cheiro) 
✓ Hiposmia (diminuição do olfato) 
✓ Parosmia (perversão do olfato) 
✓ Cacosmia (é uma sensação olfatória desagradável na 
ausência de qualquer substância capaz de originar 
odor). 
✓ Alucinações olfatórias 
▪ Podem representar verdadeiras crises epilépticas. 
▪ Exame da olfação: de olhos fechados o paciente deve 
reconhecer odores como café, canela, cravo, tabaco, 
álcool. 
▪ Testar cada narina separadamente com os olhos 
fechados. 
I I - NERVO ÓPTICO 
▪ É um nervo sensitivo 
▪ Durante o exame desse par craniano, uma das avaliações 
estuda também a função do III par 
▪ Não possui ligação com o tronco encefálico 
▪ Exame: 
 
Acuidade visual: pede-se ao paciente que diga o que vê na 
sala de exame). Examina-se cada olho separadamente → 
Tabela de snellen. 
✓ Ambliopia: diminuição da acuidade; 
✓ Amaurose: abolição da acuidade. 
 
Campo visual: Sentado, o paciente fixa um ponto na face do 
examinador, postado à sua frente. O examinador desloca um 
objeto nos sentidos horizontal e vertical, e o paciente dirá até 
que ponto está "percebendo" o objeto nas várias posições. 
Cada olho é examinado separadamente. A isso se denomina 
avaliação do campo visual ou campimetria. As alterações 
campimétricas causadas por neoplasias, infecções e 
desmielinização são anotadas em relação ao campo visual, e 
não à retina. 
 
Fundoscopia: Com o oftalmoscópio, o fundo de olho toma-se 
perfeitamente visível. Alterações que podem ser encontradas, 
destacam-se: a palidez da papila, a qual significa atrofia do 
nervo óptico; a estase bilateral da papila, que traduz 
hipertensão intracraniana, e as modificações das arteríolas, que 
aparecem na hipertensão arterial. 
I I I , IV E VI - NERVOS OCULOMOTOR, TROCLEAR E 
ABDUCENTE 
▪ São examinados em conjunto, pois inervam os vários 
músculos que têm por função a motilidade dos globos 
oculares. Tais músculos compreendem o reto medial, o 
reto superior, o reto inferior, o oblíquo inferior 
(inervados pelo oculomotor), o oblíquo superior 
(inervado pelo troclear) e o reto lateral (inervado pelo 
abducente). O III nervo inerva também a musculatura 
elevadora da pálpebra. 
 
▪ Motilidade extrínseca: A posição do globo ocular é dada 
pelo funcionamento harmônico dos vários músculos. 
Caso haja predomínio de um deles (por paresia ou 
paralisia de seu antagonista), ocorre o que se chama 
estrabismo (desvio do seu eixo normal). 
▪ As causas mais frequentes de lesões dos nervos 
oculomotores são traumatismos, DM, aneurisma 
intracraniano, hipertensão intracraniana e neoplasias. 
▪ Motilidade intrínseca: A pupila é examinada por meio de 
um feixe luminoso (lanterna de bolso) e pela 
convergência ocular. 
✓ Discoria: irregularidade do contorno pupilar 
✓ Midríase: diâmetro se acha aumentado 
✓ Miose: diâmetro se acha diminuído 
✓ Anisocoria: desigualdade de diâmetros pupilares 
 
Reflexo fotomotor: incide um feixe de luz em uma pupila e 
observa-se resposta de ambas as pupilas. 
Reflexo fotomotor direto: contração da pupila a qual se fez 
estímulo. 
Reflexo fotomotor consensual: contração da pupila oposta. 
Reflexo de acomodação: aproxima-se um objeto dos olhos e 
as pupilas se contraem normalmente. 
O sinal de Argyll-Robertson consiste basicamente em miose 
bilateral, abolição do reflexo fotomotor e presença do reflexo 
de acomodação. 
Síndrome de Claude Bernard-Horner:miose, enoftalmia (olho 
mais para dentro) e diminuição da fenda palpebral. 
V - NERVO TRIGÊMEO 
▪ É um nervo misto 
▪ Raiz motora, representada pelo nervo mastigador, que 
inerva os músculos destinados à mastigação (temporal 
masseter e pterigóideos). Avalia-se a lesão unilateral da 
raiz motora pela observação dos seguintes elementos: 
✓ Atrofia das regiões temporais e masseterinas 
✓ A abertura da boca promove desvio da mandíbula 
para o lado da lesão 
✓ Ao trincar os dentes, nota-se debilidade do lado 
paralisado 
✓ Há dificuldade do movimento de lateralização da 
mandíbula ⎯ Raízes sensoriais que compreendem os 
nervos oftálmico, maxilar e mandibular. 
▪ O exame dessas raízes é semelhante ao da sensibilidade 
superficial, cabendo apenas acrescentar a pesquisa da 
sensibilidade corneana, feita com uma mecha de algodão 
que toca suavemente entre a esclerótica e a córnea. O 
paciente deve estar com os olhos virados para o lado 
oposto, a fim de perceber o menos possível a prova. A 
 Júlia Maria Vasconcelos | Semiologia II 
resposta normal é a contração do orbicular das pálpebras, 
daí a denominação de reflexo cómeo-palpebral. As 
alterações do trigêmeo podem ser consequência de 
herpes-zóster, traumatismo e neoplasias. 
▪ Comprometida a raiz sensorial, o paciente vai referir dor, 
limitada à área correspondente à sua distribuição. Em tais 
casos, usa-se a designação de neuralgia do trigêmeo ou 
de trigeminalgia. 
VI I - NERVO FACIAL 
▪ É um nervo motor 
▪ Musculatura da mimica facial 
▪ Sua lesão pode ocasionar diplopia. 
▪ Inerva o músculo reto lateral e o globo ocular. 
▪ Exame: solicita-se ao paciente enrugar a testa, franzir os 
supercílios, fechar as pálpebras, mostrar os dentes, abrir 
a boca, assobiar, inflar a boca e contrair o platisma ou 
músculo cutilar do pescoço. 
▪ A paralisia da face se chama prosopoplegia (unilateral) e, 
quando bilateral, fala-se em diplegia facial. 
▪ Paralisia unilateral: lagoftalmia (o olho sempre permanece 
aberto), ausência do ato de piscar, desvio da boca para o 
lado normal. 
▪ Tem importância prática a distinção entre a paralisia por 
lesão do nervo facial (paralisia infranuclear ou periférica) e 
aquela por lesão da via corticonuclear ou feixe geniculado 
(paralisia central ou supranuclear). No tipo periférico, toda 
a hemiface homolateral é comprometida, enquanto, na 
central, somente a metade inferior da face contralateral 
se mostra alterada. Este último tipo ocorre com 
frequência nos acidentes vasculares e nas neoplasias 
cerebrais. 
▪ Às vezes, na vigência de paralisia facial periférica, é 
possível caracterizar alguma anormalidade da gustação, 
seja por informação do paciente, seja mediante exame 
desse sensório. Para isso, são empregadas soluções 
saturadas com os sabores doce, amargo, salgado e ácido, 
colocadas na língua para serem identificadas pelo paciente. 
Não se esqueça de que, entre uma e outra prova, a boca 
deve ser lavada convenientemente. 
 
Paralisia facial central x periférica. 
✓ Central: paralisia do andar inferior, ex.: AVE. 
Mobilidade do andar superior está íntegra (porque 
recebe fibras dos dois lados) 
✓ Periférica: toda a metade da face está alterada 
✓ Pede para o paciente erguer as sobrancelhas para 
saber se está íntegra (paralisia central) ou não 
(periférica). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VI I I - NERVO VESTIBULOCOCLEAR 
▪ É um nervo sensitivo 
▪ É constituído por duas raízes: a coclear (audição) e a 
vestibular (equilíbrio). 
▪ A raiz coclear é avaliada pelos seguintes dados e 
manobras: 
✓ Diminuição gradativa da intensidade da voz natural 
✓ Voz cochichada 
✓ Atrito suave das polpas digitais próximo ao ouvido 
✓ PROVA DE RINNE, que consiste em aplicar o diapasão 
na região mastoide. Quando o paciente deixar de 
ouvir a vibração, coloca-se o aparelho próximo ao 
conduto auditivo. Em condições normais, o paciente 
acusa a percepção do som (Rinne positivo). 
Transmissão óssea mais prolongada que a aérea 
(Rinne negativo) significa deficiência auditiva de 
condução. 
✓ TESTE DE WEBER: coloca o diapasão no meio do 
rosto em vários pontos, e pergunta qual lado está 
escutando melhor. Se tiver lesão de condução o lado 
que você escutar melhor está lesionado. Se tiver 
lesão de via sensorial está lesionado do lado que você 
escutou menos. 
 
 
 Júlia Maria Vasconcelos | Semiologia II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As alterações auditivas são representadas por sintomas 
deficitários (hipoacusia) ou de estimulação (zumbido, 
hiperacusia e alucinações). O acometimento da raiz vestibular 
é reconhecível pela anamnese, quando as queixas do paciente 
incluem estado vertiginoso, náuseas, vômitos e desequilíbrio. 
Causas: rubéola, intoxicação alimentar, síndrome de Menière. 
 
A vertigem corresponde a uma incômoda e ilusória sensação 
de deslocamento do corpo ou dos objetos, sem alteração de 
consciência. 
 
Raiz vestibular: 
Pesquisa de nistagmo, desvio lateral durante a marcha, desvio 
postural, sinal de Romberg e provas calórica e rotatória. 
 
Nistagmo: consiste em movimentos oculares ritmados, com 
dois componentes: um rápido e outro lento. O nistagmo pode 
ser espontâneo ou provocado e compreende os tipos 
horizontal, vertical, rotatório e misto. 
 
Quando há desvio postural durante a marcha, observa-se 
lateropulsão para o lado da lesão. Se o paciente estiver de pé 
ou sentado com os olhos fechados e os membros superiores 
estendidos para frente e elevados em ângulo reto com o 
corpo, os braços irão desviar-se para o lado do labirinto lesado, 
e o corpo tenderá a cair para este mesmo lado. Sinal de 
Romberg positivo, com desequilíbrio do corpo para o lado 
lesado. 
IX E X - NERVOS GLOSSOFARÍNGEO E VAGO 
▪ Função motora e sensitiva da faringe; 
▪ Distúrbios da gustação do 1/3 posterior da língua 
▪ Glossofaríngeo: nervo misto. Sua lesão pode determinar 
a perda do reflexo do vômito. 
▪ Vago: nervo misto. É necessário analisar o palato e a úvula. 
▪ Lesão unilateral do glossofaríngeo: distúrbios de gustação 
1/3 posterior da língua. Podendo aparecer disfagia. 
▪ Lesão unilateral do IX e do X nervos: desvio do véu 
palatino para o lado normal, quando o paciente pronuncia 
as vogais A ou E, desvio da parede posterior da faringe 
para o lado normal (sinal da cortina) pela cuidadosa 
estimulação; disfagia com regurgitação de líquidos pelo 
nariz, e diminuição ou abolição do reflexo velopalatino. 
▪ Lesão isolada do X nervo: disfonia. 
▪ Causas de lesões do IX e X nervos: ELA, difteria, neoplasia 
de mediastino, traumatismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
XI - NERVO ACESSÓRIO 
▪ É formado por uma raiz craniana e outra espinhal. Nervo 
motor. 
▪ Uma de suas raízes inerva o músculo trapézio e 
esternocleidomastoideo. 
▪ Exame: rotação da cabeça. Fazer pressão no ombro e 
pedir para o paciente levantá-lo. 
▪ A lesão do acessório por traumatismo, ELA ou 
siringomielia tem como consequência atrofia desses 
músculos, deficiência na elevação do ombro (trapézio) e 
na rotação da cabeça para o lado oposto 
(esternocleidomastóideo) do músculo comprometido. 
XI I - NERVO HIPOGLOSSO 
▪ É um nervo motor 
▪ Participa da inervação da língua 
▪ Sua lesão pode determinar disartria 
▪ Exame: inspeção da língua - no interior da boca ou 
exteriorizada, movimentando-a para todos os lados, 
forçando-a de modo que vá de encontro à bochecha e, 
por fim, palpando-a, para avaliação de sua consistência. 
▪ Lesão unilateral: atrofia e fasciculação na metade 
comprometida. Ao ser exteriorizada, a ponta da língua se 
desvia para o lado da lesão. Às vezes, ocorre disartria para 
as consoantes linguais. 
▪ Lesão bilateral: atrofia, fasciculação, paralisia, acentuada 
disartria e dificuldade para mastigar e deglutir (a língua 
auxilia esses atos).

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