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APS - Direito Tributário Aplicado

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Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU 
Giovanna Borges da Silva | RA 2413120 | Turma 003208A04 
Direito Tributário Aplicado -APS 
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS PREVISTAS NO ART. 150, VI DA CF 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
VI - instituir impostos sobre: 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; 
b) templos de qualquer culto; 
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, 
sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; 
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. 
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas 
brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. 
IMUNIDADE RECÍPROCA TEMPLOS PARTIDOS E 
ENTIDADES 
SINDICAIS 
LIVROS, JORNAIS E 
PERIÓDICOS 
FONOGRAMAS E 
VIDEOFONOGRAMAS 
 
PREVISÃO LEGAL 
 
art. 150, VI, a da CF art. 150, VI, b da CF art. 150, VI, c da CF art. 150, VI, d da CF art. 150, VI, e da CF 
 
CARACTERÍSTICAS 
 
Um ente federativo tem 
incompetência para cobrar 
impostos dos outros entes 
federativos, entendendo-se 
às autarquias e fundações de 
direito público. Logo, um 
ente federativo não pode ser 
contribuinte de outro ente. 
Aqui, temos como valor 
protegido a forma federativa 
de Estado. 
fica proibida a incidência de 
tributos sobre os tempos e 
atividades religiosas. Assim, 
por exemplo, não se cobra 
imposto sobre dízimo, venda 
de imagens de santos, terços, 
bem como IPTU do imóvel 
de propriedade do templo 
utilizado para atividades 
ligadas ao culto. Temos como 
valor protegido a liberdade 
religiosa (art. 5º, VI, da CF). 
fica vedada a cobrança 
de imposto sobre renda, 
patrimônio e serviços 
das entidades acima 
mencionadas, tendo 
como valor protegido a 
liberdade de expressão. 
por meio desta restam 
isentos de impostos 
incidentes na produção, 
na circulação e na 
importação dos itens 
supramencionados. 
Tem-se como valor 
protegido a liberdade de 
pensamento e liberdade 
de expressão artística e 
científica. 
inserida pela EC 75/13, 
estabelece-se a 
impossibilidade de cobrar 
tributos sobre os itens 
acima expostos. Tem 
como valor protegido a 
liberdade de expressão 
artística nacional. 
INTRODUÇÃO 
A imunidade tributária consiste num importante instrumento de efetivação dos desígnios constitucionais, pois o legislador constituinte ao salvaguardar da 
incidência tributária algumas situações previstas na CF, proporcionou o pleno exercício das atividades das entidades imunizadas, impedindo, assim que o óbice 
tributário pudesse comprometer a realização de suas finalidades precípuas e, por conseguinte, fosse possível efetivar os preceitos perseguidos pelo Estado 
Democrático de Direito. 
Ademais, tenha-se presente que a imunidade tributária consiste em um conjunto de regras jurídicas, que se encontram dispostas exclusivamente no seio 
constitucional, de modo a determinar a incompetência das pessoas políticas para instituírem tributos incidentes sobre certas materialidades ou indivíduos 
salvaguardados pela CF. 
A Constituição Federal, em seu art. 150, define claramente as pessoas, instituições e situações nas quais existe imunidade tributária, ou seja, que não serão 
tributadas em função de seu papel social, democrático e no intuito de proteger direitos sociais e fundamentais de todos os indivíduos (MACHADO, 2009). As 
imunidades gerais são aquelas que incidem sobre impostos de modo geral (art. 150, VI, a, b, c, d, e). 
Desta forma, as imunidades tributárias definem um rol de instituições sobre as quais o Estado é incompetente para tributar. Sua intenção é muito clara, 
permitir que essas instituições, cujo intuito e existência são voltados aos indivíduos e seus direitos possam atuar de forma ampla, alcançar seus objetivos e levar 
a melhorias nas condições de vida dos indivíduos de toda uma nação (CARVALHO, 2005). 
CONCEITO DE IMUNIDADE TRIBUTÁRIA 
As imunidades referem-se como regras constitucionais, detentoras de características de normas estruturais, atinentes a estabelecer o modo como novas 
regras serão inseridas no sistema normativo. 
A Constituição Federal não institui qualquer tributo, mas outorga competência aos entes federativos para tanto. Com isso, União, Estados, Distrito Federal 
e Municípios editam leis para instituírem os tributos constitucionalmente previstos em seus territórios nos limites dessa competência. 
Todavia, a própria Constituição Federal estabelece limitações ao exercício dessa competência outorgada. Isto é, traz situações em que, a despeito de 
aparentemente constarem neste espectro de atuação, não podem ser objeto de tributação. Essa norma negativa de competência é denominada “imunidade 
tributária”. 
Inúmeros são os doutrinadores que versão sobre o tema em comento. Entre eles, temos o entendimento do Amílcar de Araújo FALCÃO, que leciona que 
imunidade: 
“é uma forma qualificada ou especial de não incidência, por supressão, na Constituição, da 
competência impositiva ou do poder de tributar, quando se configuram certos pressupostos, 
situações ou circunstâncias previstas pelo estatuto supremo” 
ASPECTOS HISTÓRICOS E POLÍTICOS QUE ENSEJARAM A CRIAÇÃO DAS IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS 
A desoneração tributária não é matéria advinda na Constituição Federal de 1988. Mesmo no Brasil, ela já havia sido matéria inserida nas diversas Cartas 
Constitucionais que tivemos. Em um âmbito global, as imunidades apareceram à muito tempo. Desde o princípio da atividade social de um povo e administração 
desta sociedade de forma organizada, já existia a liberação de ônus tributário a alguns indivíduos ou instituições. 
Muitas obras acerca do tema comprovam que na Roma Antiga, alguns nobres romanos eram emantados por Imunidades, sendo totalmente desonerados 
do pagamento de tributos, sendo que abrupta carga tributária sempre recaía sobre os plebeus que sustentavam as luxúrias descabidas da nobreza da época. Diante 
do passar dos tempos e da evolução das sociedades formadas por todo o Mundo, a questão atinente às imunidades tributárias foi se desenvolvendo e criando 
contornos diversos. 
No período do Estado Absolutista, conceituado por Maquiavel, entre os Séculos XIII e XVI, o clero e a nobreza continuavam a ser encobertados pelo 
manto das imunidades, onde eram visíveis as arbitrariedades cometidas para a instituição delas, sendo que a plebe e a burguesia continuavam a sofrer imensuráveis 
cargas tributárias. 
Em um período seguinte, quando fora instituído o Estado de Direito em muitos países da Europa, as imunidades tributárias começaram a adquirir a 
aparência que tem hoje. Nesta época o regramento delas passou a observar princípios e normas que observavam não apenas o fim arrecadatório de outros tempos, 
mas também observavam os anseios sociais e à dignidade da população, que não suportava mais a carga tributária de outrora. 
São esses os princípios que até hoje norteiam as atividades tributárias existentes, de maneira que a instituição delas passou a ser atribuída de forma justa, 
preservando sempre o indivíduo. É neste momento histórico que surgem alguns princípios utilizados no âmbito tributário nos dias atuais, como por exemplo, o 
princípio da igualdade, da isonomia e da capacidade contributiva. 
E foi diante dessas inovações históricas das sociedades ocorridas há séculos atrás, que a norma vigente dos dias atuais foi construída. Claro que a 
complexibilidade do instituto atual das imunidades tributárias é imensamente maior do que noutros tempos, até porque a gama de princípios e temas que se 
relacionam aeste assunto foram desenvolvidos por interpretes do direito e analistas sociais durante muito tempo. 
A IMUNIDADE TRIBUTÁRIA NO ÂMBITO NACIONAL 
No Brasil, na Constituição do Império de 1824, já nasciam aspectos da capacidade contributiva e imunidade fiscal. Com a proclamação da República e a 
promulgação da Constituição de 1891, pela primeira vez no Brasil, aplicou-se o princípio da generalidade, pelo qual nenhum indivíduo que pratique um fato 
gerador tributado poderá fugir à tributação. As exonerações fiscais, compreendendo as isenções e imunidades, passaram, então, a ser exceções. Nesta Constituição, 
previa duas hipóteses expressas, porém, com terminologia inadequada para o Direito Tributário atual, uma vez que os dispositivos mencionavam “isenção” para 
casos em que hoje, tecnicamente denomina-se “imunidade”, quando o Estado exportar produtos produzidos em outros Estados, e, sobre tributos estaduais que 
incidiriam sobre produtos estrangeiros importados. 
Promulgada a Constituição Federal de 1934, houve um alargamento significativo de hipóteses de imunidade na Carta Política em relação à Constituição 
anterior. Dentre elas, pode-se destacar: taxas sobre produtos que sobre os quais já houvesse incidido o imposto de importação; impostos de vendas e consignações, 
quando da primeira operação efetuada por pequeno produtor; sobre a incidência de adicionais sobre a exportação de mercadorias e sua exportação; sobre os 
combustíveis produzidos no país; a vedação de tributos que obstem o livre trânsito de veículos e bens ou pessoas; sobre emolumentos e custas aos necessitados à 
assistência judiciária; para as profissões de escritor, jornalista e professor; a gratuidade do casamento; o reconhecimento de filhos naturais; sobre as instituições 
de educação particulares de ensino primário ou profissional gratuito. A Constituição de 1934 representou uma ruptura profunda com um sistema de dominação 
política, econômica e cultural da sociedade, representada pela elite tradicionalista e avessa aos anseios sociais da época. Com esse documento foram abertos os 
portões para a industrialização brasileira. 
Na Constituição Federal de 1937, pouca coisa mudou, permanecendo o disposto na Constituição anterior quase que intocável. Dentre as alterações, pode-
se destacar a possibilidade que tinha a União de “decretar” impostos sobre a importação de mercadorias vindas do exterior, sobre o consumo de quaisquer bens, 
sobre as rendas e os proventos quaisquer que fossem, sobre as transferências e fundos para o estrangeiro, e, por fim, sobre os atos originados em seu próprio 
governo, além de também sobre os seus negócios atinentes a própria economia, bem como instrumentos ou contratos regulados em legislação federal. 
No que diz respeito às limitações ao poder de tributar, na CF/46 ocorreu um alargamento do número de casos beneficiados pela imunidade tributária e foi 
o texto que mais se aproximou do texto da Constituição Federal de 1988. 
Com o advento da Constituição Federal de 1967, ampliou-se as imunidades tributárias estabelecidas na Constituição anterior, sobre o imposto de renda 
incidente sobre a ajuda de custo e diárias pagas pelos cofres públicos; à incidência de outros tributos sobre as mesmas operações; sobre os direitos de garantia no 
imposto de transmissão a qualquer título de bens imóveis ou de direitos reais sobre imóveis; sobre impostos de qualquer dos entes da federação incidentes sobre 
a transferência de propriedade decorrente de desapropriação de imóvel rural; do imposto de transmissão da incorporação de bens e direitos na realização de 
capital, ou transmissão decorrente na fusão, incorporação ou extinção de capital de pessoa jurídica; no imposto sobre a circulação de mercadoria incidente sobre 
produtos industrializados para o exterior; a não-inclusão do imposto sobre produto industrializado quando configure a incidência deste e do imposto sobre 
circulação de mercadoria. 
Com a Constituição Federal de 1988, o Brasil foi alçado ao Estado Democrático de Direito, no qual foram inscritos os direitos fundamentais do homem 
em resposta às reclamações advindas da sociedade, sendo a democracia seu elemento orientador. Nesta Constituição, é acolhido o direito de propriedade, a livre 
concorrência e livre iniciativa. Também, há uma nítida continuidade nos âmbitos do Sistema Tributário Nacional, da Administração Pública e em muitas outras 
áreas. As imunidades tributárias recebem um tratamento exaustivo e específico. 
ESPÉCIES DE IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS E SUAS PARTICULARIDADES 
• IMUNIDADE RECÍPROCA: A Constituição Federal, em seu artigo 150, inciso VI, alínea a, preceitua que é vedado à União, Estados, Distrito Federal 
e Municípios instituírem impostos sobre o patrimônio, renda e serviços, uns dos outros. Este primado jurídico visa resguardar o Pacto Federativo adotado pelo 
Estado Brasileiro, que foi instituído como forma de se promover a distribuição do poder entre os entes políticos da Nação, de modo que cada uma das unidades 
federativas pudesse desempenhar suas atividades precípuas autonomamente, contudo, limitado à competência atribuída pelas regras constitucionais. 
Desta feita, a imunidade recíproca ao promover a imunização dos entes políticos, no que tange as suas propriedades, bens e serviços utilizados na 
consecução de suas finalidades precípuas, permitiu a esses signatários do poder, desempenhar as atividades constitucionais que lhe foram entregues, sem que a 
incidência tributária pudesse consistir em óbice a sua realização. Por igual turno a vedação constitucional que imuniza os entes políticos, visa promover a 
igualdade, a harmonia e a independência das unidades federadas. 
Assim, seria um contrassenso aceitar que a imposição de regras tributárias pudesse obstar o livre exercício das prerrogativas constitucionais entregues a 
cada um dos entes da federação. 
Em verdade, dada a importância da forma federativa adotada pelo Estado, que os legisladores constituintes atribuíram a ela o status de cláusula pétrea, 
insculpida no inciso I, §4º do artigo 60, da Magna Carta, cuja regra determina que não seja discutida pelas Casas do Congresso Nacional a proposta de emenda 
constitucional que objetive extinguir a forma federativa adotada pelo Estado Brasileiro. 
• A IMUNIDADE DOS TEMPLOS DE QUALQUER CULTO: A Constituição Federal concedeu imunidade aos templos de qualquer culto visando à 
consecução dos valores trazidos pelo princípio da liberdade de crença e da prática religiosa, disciplinada pelo Texto Maior, em seu art. 5ª, incisos VI a VIII. 
 Sendo assim, nenhum impedimento poderá ser criado visando impossibilitar ou dificultar a promulgação da atividade religiosa pelos cidadãos, quanto 
mais se tratando da instituição e cobrança de tributos, consoante dispõe o art. 150, inciso VI, alínea b, da CF/88. Impende salientar que, a expressão “templos de 
qualquer culto” empregada no Texto Constitucional, afirma que a imunidade em questão deve alcançar todas e quaisquer formas de manifestação religiosa, sem 
que essa esteja adstrita, tão somente aquelas praticadas por um número expressivo de fiéis. 
• A IMUNIDADE DOS PARTIDOS POLÍTICOS E SUAS FUNDAÇÕES, DAS ENTIDADES SINDICAIS DOS TRABALHADORES E DAS 
INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL: O artigo 150, caput e inciso VI, alínea “c”, da Constituição Federal estabelecem que seja 
vedado às autoridades tributantes instituírem impostos incidentes sobre o “patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das 
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei”. 
 Impende salientar que, nesse caso, estamos diante de espécie de imunidade tributária que prescinde do preenchimento de certos requisitos, para que seja 
concedida ou mantida a benécie constitucional aos entes tutelados. 
 Sendo assim, tais entidades deverão comprovar que os exercícios de suas funçõesnão estão voltados à exploração de atividade em caráter mercantil, ou 
seja, a obtenção de lucro com a finalidade de redistribuição entre os responsáveis por sua administração (requisito material). 
• IMUNIDADE DOS LIVROS, JORNAIS E PERIÓDICOS E DO PAPEL DESTINADO À SUA IMPRESSÃO: A base constitucional que rege 
esta espécie de imunidade tributária encontra-se inserida no artigo 150, VI, da Constituição Federal. O pensamento do legislador constituinte, quando estabeleceu 
esta espécie de imunidade tributária, pretendeu proteger direitos e garantias fundamentais, insculpidas no artigo 5º da mesma norma constitucional, como fazem 
as demais imunidades tributárias já comentadas. 
 Segundo a melhor doutrina, esta imunidade teve como prerrogativas fundamentais a proteção à liberdade de expressão e de pensamento, e a pretensão 
de assegurar a difusão da cultura brasileira, e o fácil acesso à educação por todas as camadas sociais. 
 Tendo em vista este cunho social da imunidade que versa este tópico, vejamos que a CF dispôs que são imunes os livros, jornais e periódicos, bem como 
o papel destinado à sua impressão. Dessa forma, não se pode excluir dessa imunidade nenhum objeto que se enquadre nessas condições, pois o que realmente é 
relevante para a instituição da imunidade é o destino ou finalidade que o objeto irá proporcionar. 
 Em outras palavras, o objeto aqui descrito no enunciado prescritivo constitucional deve atender aos requisitos de acesso à cultura e à educação, bem 
como preservar os direitos e garantias constitucionais de liberdade de expressão e pensamento. 
JURISPRUDÊNCIAS DO STF 
 
A- IMUNIDADE RECÍPROCA - ART. 150, VI, A DA CF 
 
RE 594015 
Órgão julgador: Tribunal Pleno 
Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO 
Julgamento: 06/04/2017 
Publicação: 25/08/2017 
Ementa 
IMUNIDADE – SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA ARRENDATÁRIA DE BEM DA UNIÃO – IPTU. Não se beneficia da imunidade tributária 
recíproca prevista no artigo 150, inciso VI, alínea “a”, da Constituição Federal a sociedade de economia mista ocupante de bem público. 
Decisão 
recurso, vencidos os Ministros Edson Fachin, Celso de Mello e Cármen Lúcia (Presidente). Em seguida, o Tribunal, por maioria, vencidos os Ministros Marco 
Aurélio (Relator), Edson Fachin e Alexandre de Moraes, fixou a seguinte tese de repercussão geral, sugerida pelo Ministro Roberto Barroso: “A imunidade 
recíproca, prevista no art. 150, VI, a, da Constituição não se estende a empresa privada arrendatária de imóvel público, quando seja ela exploradora de atividade 
econômica com fins lucrativos. Nessa hipótese é constitucional a cobrança do IPTU pelo Município”. Ausentes, justificadamente, os Ministros 
Tese 
A imunidade recíproca, prevista no art. 150, VI, a, da Constituição não se estende a empresa privada arrendatária de imóvel público, quando seja ela 
exploradora de atividade econômica com fins lucrativos. Nessa hipótese é constitucional a cobrança do IPTU pelo Município. 
 
B- IMUNIDADE DOS TEMPLOS DE QUALQUER CULTO - ART. 150, VI, B, DA CF 
 
MI 7069 AgR-ED 
Órgão julgador: Tribunal Pleno 
Relator(a): Min. LUIZ FUX 
Julgamento: 16/06/2020 
Publicação: 06/07/2020 
Ementa 
Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO INTERNO EM MANDADO DE INJUNÇÃO. DIREITO CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. 
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ARTIGO 150, VI, B, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. TEMPLOS DE QUALQUER CULTO. MAÇONARIA. 
INEXISTÊNCIA DE IMPOSIÇÃO CONSTITUCIONAL EXPRESSA DO DEVER DE LEGISLAR. OMISSÃO, CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE OU 
ERRO MATERIAL. INEXISTÊNCIA. EFEITOS INFRINGENTES. IMPOSSIBILIDADE. ARTIGOS 1.022 E 1.024 DO CPC/2015. MANIFESTO INTUITO 
PROTELATÓRIO. CARÁTER INFUNDADO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DESPROVIDOS. DETERMINAÇÃO DE TRÂNSITO EM JULGADO. 1. 
A omissão, contradição, obscuridade ou erro material, quando inocorrentes, tornam inviável a revisão da decisão em sede de embargos de declaração, em face 
dos estreitos limites do artigo 1.022 do CPC/2015. 2. In casu, o Plenário desta Suprema Corte negou provimento ao agravo interno interposto, mercê de a firme 
jurisprudência desta Suprema Corte consignar a inexistência, na Carta da República, de obrigação jurídico-constitucional expressa de regulamentação do art. 150, 
VI, “b”, da Constituição ou de concessão de imunidade tributária a templos maçônicos. Não obstante, o embargante aduz que “com base na doutrina e 
jurisprudência maçônica [,] o TEMPLO MAÇÔNICO é verdadeiramente o local onde se abriga a instituição filosófica, filantrópica, educativa, progressista e 
RELIGIOS”. 3. Deveras, percebe-se que o recurso é manifestamente protelatório, repetindo os mesmos argumentos já apresentados desde a petição vestibular. 
Trata-se, ainda, de pretensão absolutamente infundada, máxime de contrária à firme jurisprudência desta Suprema Corte quanto ao descabimento do pleito frente 
à estreita via processual eleita, razão pela qual é autorizada a determinação do trânsito em julgado da contenda. Precedentes. 4. Embargos de declaração 
DESPROVIDOS, com a determinação de certificação do trânsito em julgado e consequente baixa imediata dos autos, independentemente de publicação do 
acórdão. 
Legislação 
LEG-FED CF ANO-1988 ART-00150 INC-00006 LET-B CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
 
C- IMUNIDADE SOBRE PATRIMÔNIO, RENDA OU SERVIÇOS DOS PARTIDOS POLÍTICOS, FUNDAÇÕES, ENTIDADES SINDICAIS 
DOS TRABALHADORES, INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, SEM FINS LUCRATIVOS - ART. 150, VI, C 
 
RE 611510 
Repercussão Geral – Mérito 
Órgão julgador: Tribunal Pleno 
Relator(a): Min. ROSA WEBER 
Julgamento: 13/04/2021 
Publicação: 07/05/2021 
Ementa 
EMENTA RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. DIREITO TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE. ART. 150, VI, “c”, 
DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. ENTIDADES SINDICAIS, PARTIDOS POLÍTICOS, INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E DE ASSISTÊNCIA 
SOCIAL SEM FINS LUCRATIVOS. IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS - IOF. 1. Segundo a pacífica jurisprudência desta Suprema Corte, a 
imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “c”, da Constituição da República alcança o Imposto sobre Operações Financeiras – IOF. 2. Os objetivos e 
valores perseguidos pela imunidade em foco sustentam o afastamento da incidência do IOF, pois a tributação das operações de crédito, câmbio e seguro, ou 
relativas a títulos ou valores mobiliários das entidades ali referidas, terminaria por atingir seu patrimônio ou sua renda. 3. A exigência de vinculação do patrimônio, 
da renda e dos serviços com as finalidades essenciais da entidade imune, prevista no § 4º do artigo 150 da Constituição da República, não se confunde com 
afetação direta e exclusiva a tais finalidades. Entendimento subjacente à Súmula Vinculante 52. 4. Presume-se a vinculação, tendo em vista que impedidas, as 
entidades arroladas no art. 150, VI, “c”, da Carta Política, de distribuir qualquer parcela do seu patrimônio ou de suas rendas, sob pena de suspensão ou 
cancelamento do direito à imunidade (artigo 14, I, e § 1º, do Código Tributário Nacional). Para o reconhecimento da imunidade, basta que não seja provado 
desvio de finalidade, ônus que incumbe ao sujeito ativo da obrigação tributária. 5. Recurso extraordinário da União desprovido, com a fixação da seguinte tese: 
A imunidade assegurada pelo art. 150, VI, ‘c’, da Constituição da República aos partidos políticos, inclusive suas fundações, às entidades sindicais dos 
trabalhadores e às instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, que atendam aos requisitos da lei, alcança o IOF, inclusive o incidente 
sobre aplicações financeiras. 
Decisão 
O Tribunal, por unanimidade, apreciando o tema 328 da repercussão geral, conheceu do recurso extraordinário, negou-lhe provimento e fixou a seguinte tese: "A 
imunidade assegurada pelo art. 150, VI, ‘c’, da Constituição da República aos partidos políticos, inclusive suas fundações, às entidades sindicais dos trabalhadores 
e às instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,que atendam aos requisitos da lei, alcança o IOF, inclusive o incidente sobre aplicações 
financeiras", nos termos do voto da Relatora. O Ministro Alexandre de Moraes acompanhou a Relatora com ressalvas. 
Tese 
A imunidade assegurada pelo art. 150, VI, ‘c’, da Constituição da República aos partidos políticos, inclusive suas fundações, às entidades sindicais dos 
trabalhadores e às instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, que atendam aos requisitos da lei, alcança o IOF, inclusive o incidente 
sobre aplicações financeiras. 
 
D- IMUNIDADE SOBRE LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS E O PAPEL DESTINADO A SUA IMPRESSÃO - ART. 150, VI, D 
 
RE 330817 
Repercussão Geral – Mérito 
Órgão julgador: Tribunal Pleno 
Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI 
Julgamento: 08/03/2017 
Publicação: 31/08/2017 
Ementa 
Tributário. Imunidade objetiva constante do art. 150, VI, d, da CF/88. Teleologia multifacetada. Aplicabilidade. Livro eletrônico ou digital. Suportes. 
Interpretação evolutiva. Avanços tecnológicos, sociais e culturais. Projeção. Aparelhos leitores de livros eletrônicos (ou e-readers). 1. A teleologia da imunidade 
contida no art. 150, VI, d, da Constituição, aponta para a proteção de valores, princípios e ideias de elevada importância, tais como a liberdade de expressão, 
voltada à democratização e à difusão da cultura; a formação cultural do povo indene de manipulações; a neutralidade, de modo a não fazer distinção entre grupos 
economicamente fortes e fracos, entre grupos políticos etc; a liberdade de informar e de ser informado; o barateamento do custo de produção dos livros, jornais e 
periódicos, de modo a facilitar e estimular a divulgação de ideias, conhecimentos e informações etc. Ao se invocar a interpretação finalística, se o livro não 
constituir veículo de ideias, de transmissão de pensamentos, ainda que formalmente possa ser considerado como tal, será descabida a aplicação da imunidade. 2. 
A imunidade dos livros, jornais e periódicos e do papel destinado a sua impressão não deve ser interpretada em seus extremos, sob pena de se subtrair da 
salvaguarda toda a racionalidade que inspira seu alcance prático, ou de transformar a imunidade em subjetiva, na medida em que acabaria por desonerar de todo 
a pessoa do contribuinte, numa imunidade a que a Constituição atribui desenganada feição objetiva. A delimitação negativa da competência tributária apenas 
abrange os impostos incidentes sobre materialidades próprias das operações com livros, jornais, periódicos e com o papel destinado a sua impressão. 3. A 
interpretação das imunidades tributárias deve se projetar no futuro e levar em conta os novos fenômenos sociais, culturais e tecnológicos. Com isso, evita-se o 
esvaziamento das normas imunizantes por mero lapso temporal, além de se propiciar a constante atualização do alcance de seus preceitos. 4. O art. 150, VI, d, da 
Constituição não se refere apenas ao método gutenberguiano de produção de livros, jornais e periódicos. O vocábulo “papel” não é, do mesmo modo, essencial 
ao conceito desses bens finais. O suporte das publicações é apenas o continente (corpus mechanicum) que abrange o conteúdo (corpus misticum) das obras. O 
corpo mecânico 
Decisão 
Barroso. Presidência da Ministra Cármen Lúcia. Plenário, 29.09.2016. Decisão: O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do Relator, apreciando o tema 
593 da repercussão geral, negou provimento ao recurso extraordinário e fixou a seguinte tese: “A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, da CF/88 
aplica-se ao livro eletrônico (e-book), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo”. Ausente, justificadamente, o Ministro Celso de Mello. 
Presidiu o julgamento a Ministra Cármen Lúcia. Plenário, 08.03.2017. 
Tese 
A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, da CF/88 aplica-se ao livro eletrônico (e-book), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para 
fixá-lo. 
 
E- IMUNIDADE SOBRE FONOGRAMAS E VIDEOFONOGRAMAS MUSICAIS PRODUZIDOS NO BRASIL CONTENDO OBRAS 
MUSICAIS OU LITEROMUSICAIS DE AUTORES BRASILEIROS E/OU OBRAS EM GERAL INTERPRETADAS POR ARTISTAS 
BRASILEIROS BEM COMO OS SUPORTES MATERIAIS OU ARQUIVOS DIGITAIS QUE OS CONTENHAM - ART. 150, VI, E 
 
ARE 1244302 RG 
Repercussão Geral – Admissibilidade 
Órgão julgador: Tribunal Pleno 
Relator(a): MINISTRO PRESIDENTE 
Julgamento: 02/04/2020 
Publicação: 17/04/2020 
Ementa 
EMENTA Recurso extraordinário. Tributário. Imunidade tributária. Fonogramas e videogramas musicais. Importação. Emenda Constitucional nº 75/2013. 
Repercussão geral reconhecida. Possui repercussão geral a matéria relativa à incidência de norma imunizante na importação de suportes materiais produzidos 
fora do Brasil que contenham obra musical de artista brasileiro. 
Tema 
1083 - Alcance da imunidade tributária prevista no artigo 150, inciso VI, alínea e, da Constituição Federal, em relação a suportes materiais importados e 
produzidos fora do Brasil que contenham obras musicais de artistas brasileiros. 
CONCLUSÃO 
Ao longo deste estudo pudemos comprovar que as imunidades tributárias são regras constitucionais que definem a incompetência das pessoas políticas de 
Direito Público para produzirem regras jurídicas instituidoras de tributos, em relação a determinadas situações ou indivíduos salvaguardados pela CF. Podemos, 
ainda, afirmar que as imunidades atuam na delimitação da competência tributária das pessoas políticas de Direito Público, ainda que, de modo negativo, 
impossibilitando, assim que sejam instituídos tributos incidentes sobre as hipóteses descritas no Texto Constitucional. 
Ademais, tenha-se presente que a finalidade deste preceito constitucional é impedir que a instalação do gravame tributário pudesse comprometer o livre 
exercício das atividades das entidades imunizadas e, por conseguinte, impedir a consecução dos objetivos perseguidos pelo Estado Democrático de Direito. 
Todavia, pudemos demonstrar que a prerrogativa constitucional atribuída às entidades imunes, deve ser exercida dentro dos limites e condições impostas pelas 
CF e pela Legislação Complementar, haja vista se tratar de limitações ao poder de tributar (art. 146, II, da CF), não sendo tolerada que a imunidade tributária seja 
estendida aquelas situações alheias às finalidades precípuas dessas entidades. 
Por igual turno, pudemos comprovar que as regras imunizantes estão inseridas no rol daquelas regras jurídicas responsáveis por disciplinarem toda a 
produção legislativa, estando elas dispostas no patamar normativo, voltadas a regulação dos limites e condições em que serão exercidas as competências tributárias 
de cada uma das pessoas políticas. 
Além disso, restou-se, evidenciado que, apesar do Texto Constitucional mencionar que as materialidades ou pessoas eleitas são imunes, no que se refere 
tão somente à incidência dos impostos sobre o seu patrimônio, renda e serviços, entendemos que a imunidade também é extensível as taxas e contribuições. Haja 
vista ter sido demonstrado que a Carta Magna dispõe de uma série de preceitos confirmando a existência de imunidades aplicadas às taxas e contribuições, de 
modo a também impossibilitarem a instituição desses tributos pelas pessoas políticas de Direito Público, em relação às situações descritas como sendo imunes 
pela CF. 37 
Por fim, fato incontestável é que a imunidade tributária deve alcançar todo o conjunto patrimonial das pessoas, coisas e instituições salvaguardadas pela 
CF, pois, se assim não fosse, a incidência de outros tributos (que não os impostos), indubitavelmente, obstariam o livre exercício das atividades que se pretendeu 
imunizar, desse modo, inviabilizando a consecução dos preceitos constitucionais almejados pelo regime democrático.

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