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Esquistossomose mansônica Sinonímia: barriga d’água, doença de Pirajá da Silva, mal do caramujo, xistossomose, xistose, mal-do-caramujo, coceira do nadador Doença importada com o tráfico de escravos Posição sistemática � Reino: Animalia � Filo: Platelminthes � Classe: Trematoda � Ordem: Digenea � Família: Schistosomatidae � Gênero: Schistosoma �Espécie: S. mansoni � � S. haematobium � S. japonicum � S. intercalatum � S. mekongi � Importância em saúde pública � Distribuição geográfica Brasil: maior região endêmica: PB, BA, PE, AL, SE, RN, MG, ES, PR Área de focos: PA, MA, PI, CE, RJ, SP, SC, RS, GO e DF � Alta prevalência: Brasil: 4 milhões de indivíduos parasitados 964 municípios em 19 Estados da Federação Maior prevalência da doença: Nordeste e Sudeste �30 milhões de pessoas expostas à infecção �Formas clínicas graves: incapacidade e morte prematura �Tendência a redução do número de casos Distribuição geográfica Brasil Importância em saúde pública � � Difícil controle � � Denota ausência de condições sanitárias adequadas � � Aspectos sócio-econômicos: transmissão e controle � � Franca expansão no país: maior distribuição espacial Schistosoma mansoni � Schisto = fenda + Soma = corpo. � Schitosoma (corpo em forma de fenda) � Schistosoma mansoni � Ocorre na África, Antilhas e � América do Sul. � Hospedeiros intermediários: moluscos de água doce do gênero Biomphalaria S. haematobium � Esquistossomose vesical ou hematúria do Egito � África, Bacia do Mediterrâneo e Oriente Médio. � Hospedeiro intermediário � Moluscos do gênero Bulinus � Vivem nos ramos pélvicos do sistema porta � São eliminados pela urina. S. japonicum � Esquistossomose intestinal (moléstia de Katayama) � China, Japão, Ilhas Filipinas e sudeste asiático � Hospedeiro intermediário � Moluscos do gênero Oncomelania. � Vivem no sistema porta intra-hepático. � São eliminados pelas fezes. Morfologia do S. mansoni � Macho � 1 cm, esbranquiçado, tegumento recoberto de tubérculos, � corpo dividido em porções: Anterior � ventosa oral e ventral e Posterior � canal ginecóforo � Fêmea � 1,5 cm, cor mais escura, corpo dividido em 2 porções: Anterior � ventosa oral e ventral e Posterior � glândulas vitelinas e ceco � Ovo � 150 μm, oval e lateralmente com um espículo voltado para trás (longevidade do ovo:3 a 4 sem). � Miracídio� Cilíndrico e ciliado (vivem cerca de 8 a 10 horas). � Esporocisto � Cercária � 500 μm, possuem 2 ventosas � oral e ventral, possui corpo e cauda (vivem cerca de 8 a 12 horas) Esquistossômulo � Forma intermediária entre a cercária e forma adulta Ovo Miracidio Cercária Biologia � Habitat � Vermes adultos: sistema porta do homem � Longevidade: 5 a 6 anos – até 30 anos � Ciclo evolutivo � Heteroxênico: � Hospedeiro definitivo: homem, roedores, marsupiais, carnívoros, primatas, bovinos... � Hospedeiro intermediário: moluscos do gênero Biomphalaria Ciclo Biológico Transmissão � � Através da penetração ativa das cercárias na pele e mucosas � � Áreas mais atingidas � pés e pernas � � Locais de maior transmissão � Valas de irrigação, açudes, pequenos córregos (com presença do hospedeiro intermediário-HI- e do homem HV com esquistossomose contaminando as águas) � HI Moluscos transmissores (planorbídeos) � Biomphalaria glabrata � Biomphalaria tenagophila � Biomphalaria straminea Manifestações Clínicas ESQUISTOSSOMOSE AGUDA � CERCÁRIA � Dermatite cercariana: sensação de comichão, eritema, edema, pequenas pápulas e dor. � ESQUISTOSSÔMULOS � 3 dias após são levados aos pulmões e 1 semana depois estão nos vasos do fígado: febre, eosinofilia,linfadenopatia, esplenomegalia, hepatomegalia e urticária Forma toxêmica. � VERMES � Os mortos causam lesões no fígado Ação espoliadora � Consomem 2,5 mg de ferro por dia ESQUISTOSSOMOSE AGUDA �OVOS Fase pré-postural: 10 a 35 dias após infecção: � Assintomática ou inaparente � Mal estar, febre, tosse, hepatite aguda Fase aguda ou toxêmica: 50 a 120 dias após a infecção: � Disseminação miliar de ovos, provo- cando a formação de granulomas, caracterizando a forma toxêmica � Sudorese, calafrios, emagrecimento, fenômenos alérgicos, cólicas, hepato- esplenomegalia discreta, alterações das transaminases, etc. � ESQUISTOSSOMOSE CRÔNICA FORMA HEPÁTICA � No início: fígado aumentado e doloroso à palpação. Os ovos prendem-se nos espaços porta, com a formação de numerosos granulomas � � Fibrose com lobulações Parênquima íntegro Fibrose periportal�Obstrução dos ramos intra hepáticos da veia porta � Hipertensão portal. obs: os ovos ficam retidos nos capilares dos espaços porta do fígado. FORMA ESPLÊNICA � Devido a congestão do ramo esplênico � Esplenomegalia Consequências � Desenvolvimento da circulação colateral anormal intra-hepática e de anastomoses do plexo hemorroidário, umbigo, esôfago, região inguinal � Formação de varizes esofagianas Diagnóstico � Laboratorial parasitológico � Exame de fezes: Método de Kato-Katz Biópsia retal, biópsia hepática � Outros exames: Ultrassom hepática, ELISA, Fixação do complemento ?????, IFI, PCR APONTAR OUTROS MÉTODOS, dentre os abaixo, QUE PODEM SER ÚTEIS PARA O D I A G N Ó S T I C O D A E S Q U I S T O S S O M O S E M A N S Ô N I C A � MÉTODO DIRETO (Exame a fresco): mobilidade. Recomendado para o diagn óstico de infec ções por: ameb ídeos (formas trofozo íticas) e tricomonad ídeo intestinal FEZES “IN NATURA � MÉTODO DE BAERMANN – MORAES: mobilidade. Recomendado para o diagn óstico de infec ções por: S trongyloides stercoralis FEZES “IN NATURA � MÉTODO DE MIFC E DE HOFFMAN: Recomendado para o diagn óstico de infec ções por: Giardia lamblia (formas c ísticas e trofozo íticas), Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, Ancilostom ídeos, S. stercoralis, Hymenolepis nana e Taenia sp � MÉTODO DE TAMIZAÇÃO: Recomendado para o diagn óstico de infec ções por Taenia sp – BOLO FECAL Epidemiologia � Ampla distribuição geográfica, principalmente na África, Antilhas e América do Sul) � Idade (faixa etária mais jovem) �Meio ambiente favorável �Susceptibilidade do molusco (Biomphalaria) � Presença de pessoas infectadas eliminando ovos viáveis nas fezes. �Tratamento � � Oxamniquine (Age sobre as formas adultas do parasito) 15 mg/kg de peso do paciente, dose única, por via oral. Crianças com menos de 30 kilos � 20 mg/kg de peso, em duas doses de 10 mg/kg, com intervalo de 4 a 6 horas. � � Praziquantel (Age sobre as formas adultas do parasito) 40 mg/kg de peso do paciente, dose única, via oral. Medidas de controle e prevenção � Diagnóstico e tratamento � Saneamento básico � Combate aos moluscos presentes nos focos peridomiciliares (moluscocidas) � Não nadar em açudes ou córregos onde há ou suspeita-se da presença de caramujos planorbídeos � Não defecar ao ar livre e/ou próximo de rios, córregos e açudes � Educação sanitária