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REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO

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CAPÍTULO 2: REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO
-- O regime jurídico administrativo é o conjunto das prerrogativas e restrições a que está sujeita a Administração e que não se encontram nas relações entre particulares.
- É o conjunto de todos os princípios e normas pertencentes ao direito adm.
- Como este ramo não é codificado, os princípios exercem as funções sistematizadora e unificadora de leis.
- Princípios são regras gerais que a doutrina identifica como condensadoras dos valores fundamentais de um sistema.
- Informam (armazenam e comunicam o núcleo valorativo essencial da ordem jurídica) e enformam (dão forma, definem a feição de determinado ramo).
- função hermenêutica: ferramenta de esclarecimento sobre o conteúdo do dispositivo analisado.Dupla funcionalidade dos princípios
- função integradora: supre lacunas, funcionando como instrumento para preenchimento de vazios normativos.
1) Supraprincípios do direito administrativo:
→ São os princípios centrais dos quais derivam todos os demais.
a) Supremacia do interesse público:
- Os interesses da coletividade são mais importantes que os individuais, razão pela qual a Administração, como defensora dos interesses públicos, recebe da lei poderes especiais não extensivos a particulares. Projeta a Administração Pública a uma posição de superioridade diante do particular.
→ Obs.: só existe a supremacia do interesse público primário sobre o interesse privado. Interesse secundário não tem supremacia.
 Exemplos de supremacia: desapropriação, prazos processuais em dobro, dever de o particular dar passagem no trânsito, presunção de legitimidade dos atos administrativos, impenhorabilidade dos bens públicos.
→ São também desdobramentos da supremacia do interesse público sobre o privado a imperatividade, a exigibilidade e a executoriedade dos atos administrativos, assim como o poder de autotutela (poder de anular e revogar seus próprios atos sem necessidade de autorização judicial).
b) Indisponibilidade do interesse público:
→ Art.2º, parágrafo único, inciso II, Lei 9784/99:
- Os agentes públicos não são donos do interesse por eles defendido. No exercício da função adm., estão obrigados a atuar não segundo sua própria vontade, mas do modo determinado pela legislação.
- Os interesses da coletividade são inapropriáveis = não se encontram à livre disposição de quem quer que seja.
2) Princípios constitucionais (explícitos):
→ Expressos no art.37, caput da CF + diversos dispositivos esparsos.
a) Princípio da participação (art.37, §3º): 
- A lei deverá estimular as formas de participação do usuário na adm pública direta e indireta, regulando as reclamações relativas à prestação dos serviços, o acesso dos usuários a informações sobre atos do governo, a representação contra exercício abusivo do cargo, emprego ou função.
b) Princípio da celeridade processual (art.5º, LXXVII): 
- Assegura a todos, nos âmbitos judicial e administrativo, a razoável duração do processo e os meios que garantam celeridade na sua tramitação.
Ex.: quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser decidido no prazo máximo de 30 dias (art.59, §1º, Lei 9784/99).
c) Princípio do devido processo legal formal e material (art.5º, LIV):
- A norma dispõe que a privação da liberdade ou de bens só poderá ser aplicada após o devido processo legal.
- Formal: exige o cumprimento de um rito predefinido na lei como condição de validade da decisão.
- Material: além de respeitar o rito, a decisão final deve ser justa, adequada e proporcional.
d) Princípio do contraditório (art.5º, LV): 
- As decisões administrativas devem ser tomadas considerando a manifestação dos interessados. É necessário dar oportunidade para que os afetados pela decisão sejam ouvidos antes do resultado final do processo.
e) Princípio da ampla defesa (art.5º, LV): 
- Assegura aos litigantes em processo judicial ou administrativo, a utilização dos meios de provas, recursos e instrumentos necessários para a defesa de seus interesses perante o judiciário e a Adm.
f) Princípio da legalidade:
- Representa a subordinação da Administração Pública à vontade popular.
- O exercício da função administrativa não pode ser pautado pela vontade da Administração ou dos agentes públicos, mas deve obrigatoriamente respeitar a vontade da lei.
- Conceito: a Administração Pública só pode praticar as condutas autorizadas em lei.
- Legalidade em sentido negativo: é o princípio da primazia da lei, ou seja, os atos administrativos não podem contrariar a lei.
- Legalidade em sentido positivo: é o princípio da reserva legal, ou seja, os atos administrativos só podem ser praticados mediante autorização legal. O ato administrativo deve ser expedido segundo a lei. Somente ela pode inovar no ordenamento jurídico.
Bloco da legalidade e princípio da juridicidade:
- Art.2º, parágrafo único, inciso I, Lei 9784/99: define a legalidade como o dever de atuação conforme a lei e o Direito.
- Obrigação de os agentes públicos respeitarem a lei e outros instrumentos normativos existentes na ordem jurídica. É uma ampliação do conceito tradicional de legalidade.
- As regras vinculantes da Administração emanam de outros veículos normativos: Constituições, emendas constitucionais, leis orgânicas, medidas provisórias, tratados e convenções internacionais, costumes, atos adm normativos (decretos e regimentos internos), decretos legislativos e resoluções do art.59,CF, princípios gerais de direito.
	Tríplice fundamento constitucional da Legalidade:
	Art.5º, II:
	O ato administrativo, por si só, está impossibilitado de criar deveres e proibições ao particular, pois ele nasce com um déficit democrático. “Ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa em virtude de ato administrativo”. Obs.: para os particulares que possuem vínculo especial com a Administração Pública (aluno de escola pública, usuário de biblioteca municipal), admite-se a criação de deveres e proibições por meio do ato adm.
	Art.84, IV:
	A parte final do dispositivo reforça o papel secundário reservado aos atos administrativos, ou seja, tais atos pressupõem a existência de uma lei a ser por eles regulamentada e, em decorrência, executada.
	Art.37, caput:
	A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte.
Legalidade privada e legalidade pública:
- Na Administração Pública, não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto que no âmbito particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza.
- Na vida privada, o silêncio da lei é recebido como permissão para agir. Por isso, normas permissivas no direito privado são desnecessárias.
- Na Administração Pública, a relação do agente público com a lei é de subordinação; a ausência de disciplina legal sobre certo comportamento significa uma proibição de agir.
· Exceções à legalidade:
a) Medida provisória (art.62, CF)
b) Estado de defesa (art.136, CF)
c) Estado de sítio (arts. 137 a 139, CF)
g) Princípio da impessoalidade:
- Dever de imparcialidade na defesa do interesse público, impedindo discriminações e privilégios indevidamente dispensados a particulares no exercício da função adm.
- A Administração deve tratar todos os administrados sem discriminações benéficas ou detrimentosas.
- Veda a promoção de agentes ou autoridades. Impede a propaganda dos atos, obras e programas de governo com caráter pessoal, por meio da realização de uma obra pública (subprincípio da vedação da promoção pessoal). V. art.37, §1º, CF.
- São derivações desse princípio o pagamento por precatórios (art.100, CF) e as regras sobre impedimentos e suspeições.
- batizar logradouro público com nome de parente;
Ofende a impessoalidade:
- imprimir logomarcas em equipamentos públicos ou uniformes escolares;
- manter a data de inauguração ao lado da obra.
QUESTÃO DE PROVA:
(TRE/SP – 2017)Considere a lição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro: A Administração não pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, uma vez que é sempre o interesse público que tem que nortear o seu comportamento. (Direito Administrativo, São Paulo: Atlas, 29ª edição, p. 99). Essa lição expressa o conteúdo do princípio da: 
R: impessoalidade, expressamente previsto na Constituição Federal, que norteia a atuação da Administração pública de forma a evitar favorecimentos e viabilizar o atingimento do interesse público, finalidade da função executiva.
h) Princípio da moralidade:
- Teoria do mínimo ético (Jellinek): as regras jurídicas têm a função principal de reforçar a exigibilidade de um conjunto básico de preceitos éticos. O direito faria parte de um complexo mais amplo de regras sociais pertencentes à Moral (figura dos 2 círculos concêntricos).
MORAL
DIREITO
→ O grande equívoco desta concepção está em supor que todas as regras jurídicas são morais. 
Ex.: é discutível a moralidade da regra que prevê prisão especial para pessoas com nível superior (art.295, CPP).
- Teoria dos círculos independentes (Kelsen): sustenta a desvinculação absoluta entre o Direito e a Moral, constituindo conjuntos diferentes de regras sociais. Não explica os casos em que visivelmente o comportamento exigido pelo Direito coincide com o preceito Moral. Ex.: proibição do homicídio (art.121, CP).
DIREITO
DIREITO
MORAL
- Teoria dos círculos secantes (Claude Du Pasquier): o Direito e a Moral seriam complexos normativos distintos com uma área de intersecção e áreas de independência. 
MORAL
DIREITO
 O que seria a Moralidade Administrativa? 
- É requisito de validade do ato administrativo.
- Difere da moral comum, orientada por uma distinção puramente ética, entre o bem e o mal. A moralidade administrativa é orientada por uma distinção prática, entre a boa e a má adm.
- Exige respeito a padrões éticos, de boa-fé, decoro, lealdade, honestidade e probidade.
- É dever imposto também aos administrados, que devem proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé (Lei 9784/99, art.4º,II).
→ Distinção entre boa-fé objetiva e subjetiva:
	Boa-fé subjetiva
	Boa-fé objetiva
	Leva em conta a vontade e intenção do indivíduo
	Manifesta-se externamente por meio da investigação do comportamento do agente, sendo irrelevante a sua intenção.
	Não interessa ao direito administrativo
	Interessa ao direito administrativo
Vedação ao NEPOTISMO é uma expressão da moralidade adm.: não exige lei, pois decorre dos princípios do art.37, CF. Logo, a sua regulamentação pode ser feita por resolução do CNJ.
A ideia de probidade administrativa equivale à de moralidade na medida em que ambas se relacionam à honestidade na administração pública, sendo, por isso, exigidas do agente público a observância dos princípios éticos e a consciência dos valores morais.
QUESTÃO DE PROVA:
VUNESP - TJSP/2017: O conteúdo jurídico do princípio da moralidade administrativa pode ser conceituado como aquele que vincula a administração pública a um comportamento ético, conforme discurso da modernidade, com dimensão autônoma em relação ao princípio da legalidade [ou seja, não fica adstrito ao estabelecido em lei, pois abrange também outras condutas imorais que prejudicam o interesse público].
i) Princípio da publicidade:
- É o dever de divulgação oficial dos atos adm (art.2º, parágrafo único, inciso V, da Lei 9784/99).
- livre acesso dos indivíduos a informações de seu interesse e de transparência na atuação adm.
- art.5º, incisos XXXIII, XXXIV, LXXII; art.3º, II, Lei 9784/99 (direito do administrado de ter ciência da tramitação de processos adm em que tenha a condição de interessado).
- Lei 12.527/11 (Lei de Acesso à informação): regulamenta o direito fundamental de acesso às informações públicas. Visa favorecer o controle social e a melhoria da gestão pública.
→ Subprincípios da Publicidade:
a) Princípio da Transparência: dever de prestar informações de interesse dos cidadãos e de não praticar condutas sigilosas.
b) Princípio da Divulgação Oficial: exige a publicação do conteúdo dos atos praticados atentando-se para o meio de publicidade definido pelo ordenamento ou consagrado pela prática adm.
Obs.: STF entendeu que não se considera atendida a obrigação de publicidade a simples divulgação do ato no programa A Voz do Brasil.
→ Natureza jurídica do dever de publicação dos atos:
- Condição de eficácia: só irradia efeitos após ser publicado (corrente majoritária) – Hely Lopes Meirelles.
- Condição de existência: antes da publicação, o ato não ingressa no mundo jurídico (corrente minoritária)
QUESTÃO DE CONCURSO:
CESPE – TJCE/2018: A publicidade é condição de eficácia dos atos administrativos, razão pela qual pode caracterizar prática de ato de improbidade administrativa a desobediência ao dever de publicação de atos oficiais.
Os atos da Administração Pública devem ser revestidos pelo atributo da publicidade, de modo que se negado, constituirá em ato de improbidade administrativa que atenta contra o princípio da publicidade.
· Exceções à publicidade:
É autorizado o sigilo nos casos de:
- risco para a segurança do estado e da sociedade (art.5º, XXXIII);
- risco para a intimidade dos envolvidos (art.5º, X)
j) Princípio da eficiência:
- Acrescentado à CF pela EC 19/98 (implementou a Reforma Administrativa e o modelo de Adm Pública gerencial voltada para um controle de resultados na atuação estatal).
- Valores relacionados: economicidade, redução de desperdícios, qualidade, rapidez, produtividade, rendimento funcional.
- Conteúdo jurídico: obrigar a Adm a buscar os melhores resultados por meio da aplicação da lei.
 José dos Santos Carvalho Filho:
	
- Eficiência: modo pelo qual se exerce a função adm.
	- Eficácia: meios e instrumentos empregados pelo agente.
	- Efetividade: resultados de sua atuação.
3) Princípios Infraconstitucionais
Art.2º, parágrafo único, Lei 9784/99: A Adm Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
a) Princípio da autotutela ou da sindicabilidade:
- Tutelar: proteger, zelar. 
- Autotutela: possibilidade de autoproteção sem a necessidade de intervenção judicial.
- Controle interno que a Adm Pública exerce sobre seus próprios atos.
- Todos os atos administrativos são passíveis de controle pela própria Adm.
- A Adm não precisa recorrer ao Judiciário.
Art.53, Lei 9784/99: A Adm deve ANULAR seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode REVOGÁ-LOS por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
	- ANULAR: atos ilegais
- REVOGAR: atos legais inconvenientes ou inoportunos (não interessa mais)
b) Princípio da obrigatória motivação:
- impõe à Adm Pública o dever de indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinaram a prática do ato (art.2º, parágrafo único, VII; art.50, ambos da Lei 9784/99).
- a validade do ato está condicionada à apresentação por escrito dos fundamentos fáticos e jurídicos que justificam a decisão.
Fundamentação per relationem: NÃO viola o princípio da motivação.
- Corrente majoritária: defende que a motivação é necessária tanto nos atos vinculados, como nos atos discricionários.
* EXCEÇÕES: nomeação e exoneração de cargos comissionados não necessitam motivação.
- Deve ser apresentada simultaneamente ou no instante seguinte à prática do ato.
Teoria dos motivos determinantes:
- O motivo apresentado como fundamento fático da conduta vincula a validade do ato adm.
Ex.: se o infrator demonstra que a infração não ocorreu, a multa é nula.
QUESTÃO DE PROVA:
PCGO (2017): Após o término de estágio probatório, a administração reprovou servidor público e editou ato de exoneração, no qual declarou que esta se dera por inassiduidade. Posteriormente, o servidor demonstrou que nunca havia faltado ao serviço ou se atrasado para nele chegar. O ato administrativo de exoneração é NULO POR AUSÊNCIADE MOTIVO.
c) Princípio da finalidade:
- Art.2º, parágrafo único, II, Lei 9784/99: é o dever de atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei.
- A Adm fica obrigada a sempre agir visando à defesa do interesse público primário, proibida de utilizar de suas prerrogativas para alcançar objetivo diferente daquele definido na lei. Ex.: desapropriação para fins de perseguição de inimigo do prefeito.
Teoria do desvio de finalidade (desvio de poder ou tredestinação ilícita):
- Defeito que torna nulo o ato adm quando praticado visando fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência (Lei 4717/65, art.2º, parágrafo único, alínea “e” – LEI DA AÇÃO POPULAR).
- Surgiu na França quando foi anulado o exercício de um poder usado para atingir objetivo diverso daquele que foi conferido pela lei.
Ex.: remoção de servidor como forma de punição; estrada construída somente para valorizar fazendas do governador.
	DESVIO DE PODER (de finalidade)
	EXCESSO DE PODER
	Ambos são espécies do gênero “abuso de poder” (crime tipificado na Lei 4898/65)
	- O agente competente atua visando interesse alheio ao interesse público.
	- A autoridade, embora competente para praticar o ato, vai além do permitido e exorbita no uso de suas faculdades adm.
- Exagero e desproporcionalidade entre a situação de fato e a conduta praticada pelo agente.
→ O abuso de poder (desvio ou excesso) tbm pode ocorrer na forma omissiva. Ex.: superior hierárquico que se mantém inerte.
→ Natureza jurídica do desvio de finalidade: predomina a teoria objetiva, que defende que o desvio de finalidade é defeito no comportamento. 
§ Há uma intenção viciada + violação concreta do interesse público (teoria objetiva)
§ A intenção viciada é suficiente (teoria subjetiva).
Tredestinação lícita:
→ São casos raros em que a ordem jurídica autoriza a substituição de finalidade que motivou o ato adm.
Art.519, CC: “Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual da coisa.”
- Autoriza que o bem desapropriado receba qualquer destinação pública ainda que diferente daquela anteriormente prevista no decreto expropriatório, afastando a possibilidade de retrocessão (desfazimento da desapropriação).
- TJSP: entendeu não haver desvio de finalidade se o órgão expropriante dá outra destinação de interesse público ao imóvel expropriado.
- Tredestinação Ilícita: o poder público não dá destinação pública ao bem expropriado.
QUESTÃO DE PROVA
CESPE - TJPA/2019 - 2ª Aplicação: Assinale a opção que indica a denominação dada ao direito do expropriado de exigir de volta o imóvel objeto de desapropriação na hipótese de o poder público não dar o destino adequado ao bem desapropriado.
A desapropriação indireta 
B enfiteuse 
C tredestinação 
D retrocessão 
E servidão administrativa
QUESTÃO DE PROVA
FCC /DPE-AM/2018: Tendo o Estado desapropriado diversos terrenos para a construção de rodovia, constatou, ao final das obras, a existência de algumas áreas remanescentes que não se mostraram necessárias ou úteis para a instalação de equipamento público, estando, assim, sem destinação específica. Referidos terrenos podem ser alienados, mediante prévia autorização legislativa, observado o direito de preempção dos expropriados.
d) Princípio da razoabilidade
- Origem: direito processual norte-americano.
- Impõe a obrigação de os agentes públicos realizarem suas funções com equilíbrio, coerência e bom senso.
Exemplos de atos atentatórios à razoabilidade: 
· ordem emitida pelo Ministro da Previdência obrigando todos os aposentados a comparecer pessoalmente a um posto do INSS a fim de provar que estão vivos; edital de concurso para cargo de varredor de ruas que exige nível superior.
e) Princípio da proporcionalidade
- Aspecto da razoabilidade voltado à aferição da justa medida da reação adm diante da situação concreta.
- Proibição de exageros no exercício da função adm.
- Prevista expressamente na Lei 9784/99, art.2º, parágrafo único, VI: adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento ao interesse público.
 Exemplos de condutas desproporcionais: 
- Ordem de demolição expedida por causa de pintura descascada na fachada do imóvel (viola a proporcionalidade quanto à intensidade); 
- Ato que determina o fechamento de todas as lojas de jogos eletrônicos na cidade, devido a existência de várias delas no entorno de escolas infantis (viola a proporcionalidade quanto à extensão).
f) Princípio da proteção da confiança:
QUESTÃO DE PROVA:
CESPE – TJCE/2018: O princípio da proteção da confiança legítima não autoriza a manutenção em cargo público de servidor público empossado por força de decisão judicial de caráter provisório posteriormente revista, ainda que decorridos mais de cinco anos da investidura no cargo.
A posse ou o exercício em cargo público por força de decisão judicial de caráter provisório não implica a manutenção, em definitivo, do candidato que não atende a exigência de prévia aprovação em concurso público (CF, art. 37, II), valor constitucional que prepondera sobre o interesse individual do candidato, que não pode invocar, na hipótese, o princípio da proteção da confiança legítima, pois conhece a precariedade da medida judicial. Em suma, não se aplica a teoria do fato consumado para candidatos que assumiram o cargo público por força de decisão judicial provisória posteriormente revista. (RE 608482/RN, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado  7/8/14).

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