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síndrome ictérica A icterícia é caracterizada pela coloração amarelo-alaranjada que pode ser observada nas mucosas conjuntival e sublingual e na pele, em decorrência da elevação das concentrações séricas de bilirrubina, que é detectável a partir de 2,5 a 3,0 mg/dL. A presença da icterícia no adulto, diferente da criança, pode representar um problema gravíssimo. Está associada às hepatopatias, uma vez que a conjugação da bilirrubina ocorre em uma taxa relativamente constante no hepatócito, e a elevação dos níveis séricos desse metabólito pode ser marcador de alteração da função do fígado. Nesse contexto, devemos ressaltar que a icterícia pode ocorrer tanto em situações de agressão direta ao fígado como em condições sistêmicas, por exemplo, insuficiência cardíaca direita descompensada, septicemia e tireoidopatias ou, ainda, nas alterações do metabolismo da bilirrubina em níveis pré e pós-hepático. !! A icterícia precisa ser diferenciada de outras causas de pigmentação como hipercarotenemia que ocorre pelo consumo elevado de pigmentos carotenóides na corrente sanguínea, mas que não tinge as escleróticas. FISIOPATOLOGIA ❏ METABOLISMO DA BILIRRUBINA A icterícia é decorrente de distúrbios em uma ou mais etapas do metabolismo da bilirrubina, com elevação das concentrações de bilirrubina direta e/ou indireta. Por isso é tão importante pra gente, antes de entender a fisiopatologia, entender a fisiologia envolvida no processo. → Existem três etapas principais do metabolismo das bilirrubinas: pré-hepática, intrahepática e pós-hepática. Fase pré-hepática Quando as hemácias "envelhecem" (em média, após 120 dias em circulação), tornando-se muito frágeis para subsistir no sistema circulatório, elas acabam sendo sequestradas e destruídas na polpa vermelha do baço. A hemoglobina (Hb) liberada é fagocitada pelos macrófagos esplênicos e de outros órgãos e é dividida em GLOBINA e HEME. Essa heme é quebrada em ferro e protoporfirina. Essa protoporfirina vai formar a biliverdina, catalisada pela heme oxidase, que é rapidamente reduzida a bilirrubina indireta pela enzima biliverdina redutase. A bilirrubina indireta é praticamente insolúvel no plasma sanguíneo e por isso liga-se à albumina para chegar no fígado. Cerca de 96% da bilirrubina plasmática está na forma indireta!! Essa produção diária de bilirrubina no adulto é de aproximadamente 4 mg/kg de massa corpórea, 70 a 90% provenientes da reciclagem de hemácias senescentes degradadas em baço e fígado. O restante provém de outras fontes, como mioglobina, citocromo P-450, catalase e peroxidase. Fase intra-hepática Vai ocorrer 3 fases aqui no fígado: captação, conjugação e excreção. CAPTAÇÃO: no fígado, a bilirrubina indireta é captada para o espaço de Disse com auxílio do transportador OATP que está na membrana basolateral dos hepatócitos. CONJUGAÇÃO: a bilirrubina não conjugada é insolúvel em água e precisa ser convertida num derivado hidrossolúvel, para que possa ser excretada do hepatócito para a bile. Este processo é efetuado no citoplasma do hepatócito, por conjugação da bilirrubina + carboidrato glucoronídeo pela enzima glicuronil-transferase. Uma vez conjugada ao glucoronídeo, a bilirrubina passa a ser chamada de bilirrubina direta ou conjugada. EXCREÇÃO: a bilirrubina conjugada necessita sair do hepatócito para os canalículos biliares. Para isso, é necessário a presença da ATPase transportadora de bilirrubina chamada de MRP2 (proteína associada à resistência a múltiplas drogas ou cMOAT. Esse processo depende então de energia, o que significa que qualquer alteração nessa etapa fará acúmulo de bilirrubina no hepatócito que volta ao plasma. Fase pós-hepática Catarina Nykiel e Crislane Nogueira - MedManas Na bile, a fração direta representa 95% das bilirrubinas, 90% constituída por diglicuronato. A bilirrubina é conduzida pelos ductos biliar e cístico, atingindo a vesícula, onde pode permanecer armazenada. Pode, também, prosseguir através da ampola de Vater e atingir a luz do duodeno. Nos intestinos, a bilirrubina pode seguir dois caminhos: 1. É excretada com o bolo fecal; 2. Metabolização pela flora intestinal em urobilinogênios e é reabsorvido, que é a maior parte. Esse processo é feito por bactérias intestinais do cólon ascendente. Esse urobilinogênio é em parte filtrado pelos rins e excretado na urina. A!! com exposição do urobilinogênio no ar forma-se urobilina e nas fezes em estercobilina que dará as colorações dessas duas excretas. Quando tomamos muito ATB que mata essas células ou então temos secreção hepatobiliar reduzida por hepatite ou colestase os níveis de urobilinogênio reduzem e geram hipocolia ou acolia fecal (sem cor ou cor reduzida). ❏ Toxicidade da bilirrubina A bilirrubina não conjugada é tóxica para células e suas organelas. Alguns mecanismos fisiológicos protegem contra toxicidade da bilirrubina, como a ligação à albumina plasmática e a rápida entrada no hepatócito e conjugação. Porém, quando sua concentração aumenta muito, principalmente em neonatos, começam a surgir evidências de danos no sistema nervoso central, como encefalopatia severa. ETIOLOGIA ❏ Mecanismos causadores da icterícia Teremos alguns mecanismos básicos, como: 1. Superprodução: normalmente por hemólise ou eritropoiese ineficaz → predomina BI 2. Redução na captação: uso de medicamentos, infecções, doença hepatocelular e jejum → predomina BI 3. Redução na conjugação: síndromes hereditárias, icterícia neonatal fisiológica → predomina BI 4. Alteração na excreção: síndromes hereditárias, doença hepatocelular, infecção → predomina BD 5. Obstrução biliar: estenose, cálculos, corpos estranhos e tumores → predomina BD AUMENTO DA PRODUÇÃO DO HEME A hiperbilirrubinemia indireta resulta de desbalanço entre a massa de bilirrubina produzida a partir do heme e seu ritmo de conjugação em nível hepático. COMO OCORRE? em situações de estresse a eritropoiese aumenta até 10x e excede a capacidade hepática de conjugação. Exemplos disso: anemias s megaloblásticas por deficiência de ácido fólico ou de vitamina B12, sideroblástica e ferropriva grave, porfiria eritropoiética congênita, eritroleucemia, shunt primário, envenenamento por chumbo, doenças mieloproliferativas ou mielodisplásicas. No Brasil, malária e calazar também devem ser lembrados como causas prevalentes de icterícia associadas a anemia e hemólise. DIMINUIÇÃO DA CAPTAÇÃO PELO HEPATÓCITO Catarina Nykiel e Crislane Nogueira - MedManas O fígado pode ter sua capacidade de captar bilirrubina inibida pelo efeito competitivo de medicamentos como rifampicina, ácido flavaspídico, novobiocina e contrastes colecistográficos. Esse efeito desaparece em até 48 horas após a interrupção da medicação. DIMINUIÇÃO DA CONJUGAÇÃO DA BILIRRUBINA O mais comum é a icterícia neonatal, sendo considerada fisiológica quando ocorre entre o 2° e 5° dia após o nascimento. Decorre dos baixos níveis de UGT1A1, em virtude da imaturidade hepática do neonato, mais acentuada nos bebês prematuros e com hemólise. Outras condições neonatais em que há inibição da UGT1A1 são a icterícia do leite materno. Outras formas são as síndromes de Gilbert e de Crigler-Najjar tipos 1 e 2 que são formas hereditárias de icterícia por bilirrubina indireta, que resultam de diferentes mutações no gene UGT1A1. !! Dentre as desordens congênitas que resultam em aumento da bilirrubina não-conjugada, a síndrome de Gilbert é a mais frequente. É caracterizada por uma hiperbilirrubinemia indireta benigna que ocorre na ausência de hemólise ou doença estrutural do fígado. Manifesta-se por episódios intermitentes de icterícia, desencadeados por exposição a estressores físicos, baixa ingestão calórica, entre outros. Embora considerada uma condição benigna, a síndrome de Gilbert tem sido recentemente associada à hiperbilirrubinemia e outros efeitos colaterais na utilização de algumas drogas como o Indinavir e o Irinotecan. DIMINUIÇÃO DA CAPACIDADE DE EXCREÇÃO DA BILE As principais causas de excreção são: !! A síndrome de Dubin-Johnson é caracterizada por hiperbilirrubinemiadireta, não-hemolítica, de caráter autossômico recessivo. Geralmente, é diagnosticada após a puberdade e costuma exacerbar após quadros infecciosos ou após uso de alguns medicamentos. A histologia hepática apresenta pigmento localizado nos hepatócitos, o qual confere coloração típica ao órgão. Ela decorre de mutações no gene MPR2/cMOAT que codifica o transportador canalicular de ânions orgânicos dependente de ATP do qual falamos na fisiologia. !! A síndrome de Rotor é desordem congênita, autossômica recessiva que cursa com hiperbilirrubinemia conjugada. É rara, habitualmente diagnosticada durante a infância. Apresenta curso benigno. Os níveis de bilirrubina não costumam ultrapassar entre 2 e 5 mg/dL. A bilirrubina conjugada representa pelo menos 50% da total e ocorre bilirrubinúria. Apresenta histologia hepática normal. DOENÇAS HEPATOCELULARES As hepatopatias por vírus, álcool, medicamentos e autoimunidade podem causar icterícia. A inflamação lobular lesa o sistema de transporte das bilirrubinas conjugadas, bem como libera as bilirrubinas armazenadas no interior do hepatócito. Ocorrem também alterações das aminotransferases, das enzimas canaliculares e das provas de função hepática. A icterícia, nesses casos, tende ao padrão misto. CAUSAS PÓS HEPÁTICAS Normalmente se deve a obstruções das vias biliares. COMO OCORRE? As bilirrubinas podem sofrer glicuronidação reversa e difusão ou transporte de volta para o plasma por meio de uma ATPase MRP. Elevados níveis de bilirrubina direta e fosfatase alcalina sugerem essa obstrução. (FALAREMOS MAIS DELAS NO RESUMO DE DOENÇAS DAS VIAS BILIARES - DISPONÍVEL NO MEDMANAS). ICTERÍCIA NO CIRRÓTICO Vai ocorrer por conta de alterações em diversas etapas do metabolismo da bilirrubina. Há perda de capacidade de transporte das bilirrubinas conjugadas, bem como liberação das bilirrubinas hepatocitárias para a circulação pela agressão aos hepatócitos, em razão da hepatopatia crônica. Além disso, parte das bilirrubinas oriundas do baço não chega no fígado por conta das vias colaterais e quando chegam não conseguem entrar no sinousóide que fica fechado. A esplenomegalia pela hipertensão portal incrementa a hemólise, e a redução volumétrica de parênquima hepático diminui a capacidade de o indivíduo conjugar a bilirrubina. ICTERÍCIA AGUDA FEBRIL Icterícia acompanhada de febre são manifestações clínicas relativamente frequentes em infecções. Das etiologias mais frequentes, a dengue na forma de febre hemorrágica, malária, febre amarela, hepatites agudas de A-E, leptospirose e febre tifóide devem ser consideradas no diagnóstico diferencial. AVALIAÇÃO CLÍNICA ❏ Anamnese Catarina Nykiel e Crislane Nogueira - MedManas Idade: em jovens é mais frequente hepatites e doenças hemolíticas, adultos têm mais hepatites e doenças do trato biliar e em idosos as neoplasias. Sexo: em homens predominam cirrose, obtrução por neoplasias e hepatites e em mulheres há bastante cálculo, neoplasia da vesícula biliar e cirrose biliar primária. Ocupação contato com ratos pode levar a leptospirose íctero-hemorrágica, investigar outras toxinas História familiar: histórico de anemia, esplenectomia, colecistectomia, icterícia e hepatite Contatos de risco: perfurocortantes ou injeções contaminadas com hepatite Estilo de vida: alcoolismo que pode ser hepatite Cirurgia recente: estenose por trauma, hepatite pós transfusão sanguínea, cálculo residual Duração dos sintomas: hepatite gera icterícia de até 1 mês e neoplasias de muito mais, assim como cirrose biliar primária ou doenças hemolíticas; Sintomas prodrômicos: anorexia, mal-estar, febre antes da icterícia sugere hepatite Dispepsia anterior, cólica biliar: coledocolitíase Perda de peso: neoplasia ou cirrose, a perda de peso da cirrose pode ser mascarada pela ascite. Sangue oculto nas fezes: metástases de tumor colorretal? Febre + calafrios + dor em QSD: pode se cálculo Febre + calafrios + cólica biliar (tríade de charcot) + hipotensão + alteração do nível de consciência (pêntade de reynolds): colangite por litíase ou estenose biliar Presença de prurido: colestase Episódios hemorrágicos: pode ser por icterícia obstrutiva que cursa com deficiência de vit K Mulher com histórico familiar + obesidade + meia idade: coledocolitíase Gestação associada: pode ser colestase gravídica, esteatose aguda da gravidez que costuma ser no 3° trimestre ou síndrome HELLP. ❏ Exame físico Embora os pacientes possam apresentar a queixa de “pele amarelada ou alaranjada”, a confirmação de icterícia se dá mediante achado de escleróticas e mucosas conjuntival e sublingual com tonalidade amarelada, examinadas à luz do dia ou em ambiente iluminado artificialmente com luz branca. É algo que vem entrando em desuso, mas vale ressaltar que a tonalidade pode nos indicar a etiologia, em alguns casos, como: icterícia verdínica ocorre relacionada aos processos obstrutivos das vias biliares. A icterícia flavínica, de tonalidade amarelo pálido, ocorre nos portadores de anemias hemolíticas. A icterícia rubínica resulta da soma da icterícia com um matiz vermelho da pele, podendo ocorrer nas hepatites virais. Níveis mais elevados de bilirrubina conjugada, por tempo prolongado, como ocorre nas colestases crônicas, podem se apresentar com uma tonalidade mais escura, marrom-alaranjada. Em resumo, é importante estar atento a alguns pontos que podem auxiliar na hipótese diagnóstica. Dentre eles: EXAME DO ESTADO GERAL + MUCOSAS: presença ou não de anemia que indica câncer, cirrose ou hemólise, presença de indícios de paciente alcoolista, desorientação temporoespacial com hálito hepático que pode indicar encefalopatia hepática, equimoses que podem ser do distúrbio de coagulação por déficit de síntese hepática, petéquias que sugerem cirrose hepática ou hipertensão portal, telangiectasias que sugerem cirrose, xantomas e xantelasmas que indicam colestases crônicas, anel de Kayser-Fleischer que sugere doença de Wilson. EXAME DO ABDOME: circulação colateral pode indicar hipertensão portal por cirrose, ascite também (figura ao lado demonstra o sinal da cabeça de medusa, ascite e hérnia umbilical num paciente com hepatopatia crônica). Podemos ver também fígado aumentado, que exclui colestase extra-hepática, sopro arterial no fígado pode ser hepatite ou carcinoma hepatocelular, o toque retal pode sugerir tumor de reto, Murphy positivo pode ser colecistite aguda. ❏ Avaliação laboratorial Os exames incluem: 1. Dosagem sérica de bilirrubina total e frações Se a hiperbilirrubinemia for à custa de BI, devemos de imediato seguir um algoritmo de investigação de hemólise, mantendo como diagnósticos diferenciais as síndromes resultantes da deficiência de conjugação da bilirrubina (Gilbert e Crigler-Najjar). Se a hiperbilirrubinemia for à custa de BD, devemos manter em mente duas possibilidades:lesões dos hepatócitos (síndrome de lesão hepatocelular) e obstrução das vias biliares (síndrome de colestase). Catarina Nykiel e Crislane Nogueira - MedManas Aumento da bilirrubina indireta Após achado de aumento de BI, devemos analisar o nível de hemoglobina. Se ele for: 1. Baixo: pode ser que estejamos à frente de um processo hemolítico, outro fator que sugere o mesmo é a presença de reticulócitos (precursores de eritrócitos). Se a causa do aumento da BI é hemólise, deve-se diferenciar se é intra ou extravascular. Nesse momento, avalia-se o nível de haptoglobina, proteína que normalmente se liga aos produtos da lise dos eritrócitos. Quando diminuída, a causa da hemólise é intravascular; se normal, é extravascular. 2. Normal: devem-se analisar os valores dos testes de função hepática. Se a alanino aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST) e fosfatase alcalina (FA) estão normais, conclui-se que o problema está na entrada da bilirrubina no hepatócito ou na sua conjugação. MAS, se houver aumento dos valores de teste de função hepática, conclui-se que há danos no hepatócito que fica incapaz de conjugar bilirrubina. Aumento da bilirrubina direta Alguns sinais que indicam aumento de bilirrubinadireta são a presença de prurido e de bilirrubina na urina, pois essa é solúvel em água. Após achar bilirrubina direta aumentada, devemos pedir fosfatase alcalina e gamaglutamiltransferase (GGT). Quando os dois estão elevados junto com a BD suspeita-se de problema na árvore biliar e pensar em causas obstrutivas como colelitíase, tumor pancreático e outras. Porém, BD aumentado com FA normal a causa provável é defeito na secreção do hepatócito como nas síndromes de Dubin-Johnson e de Rotor já citadas. Na etiologia alcoólica, há elevação desproporcional da AST (> 2 vezes) em relação à ALT, geralmente ambas < 500 UI/L. Indicadores de severidade da doença hepatocelular são moléculas relacionadas à função hepática, como albumina e tempo de atividade da protrombina (TAP), nesse caso, evidenciam-se hipoalbuminemia e prolongamento do TAP que não é passível de correção com administração de vitamina K. 2. Hemograma, reticulócitos, haptoglobina e LDH. 3. Hepatograma É dividido entre as: a. Enzimas hepáticas: são as transaminases como ALT (TGP) e AST (TGO). Na síndrome de lesão hepatocelular (hepatite aguda), encontramos grande aumento das transaminases (5-20x) e pouco aumento da fosfatase alcalina e da gama-GT. Já na síndrome de colestase (coledocolitíase, por exemplo) encontramos exatamente o inverso: pouco ou nenhum aumento das transaminases (2-3x) e grande aumento da fosfatase alcalina e da gama-GT. b. Provas de função hepática: importante pedir albumina e tempo de protrombina (INR) que conseguem medir o poder de síntese dos hepatócitos que reduzem albumina e fatores de coagulação quando estão lesionados. Outro marcador seria a amônia sérica que é eliminada pela função detoxificadora do fígado e por isso estará elevada na insuficiência hepática. OUTROS + ESPECÍFICOS Catarina Nykiel e Crislane Nogueira - MedManas ❏ Avaliação de imagem Quando a história, o exame físico e os exames laboratoriais iniciais sugerem obstrução da árvore biliar, exames de imagem estão indicados para diferenciar as causas extra-hepáticas das intra-hepáticas de colestase. ● USG de abdome: é de baixo custo, não usa radiação e é amplamente disponível e o passo inicial em um caso de possível icterícia colestática para tentar encontrar uma dilatação das vias biliares. Devemos buscar o que?? opacificação com sombra acústica → cálculo. A maior desvantagem é a dificuldade de realização em pacientes obesos e quando há interposição de alças intestinais com gás. ● TC: por ser mais caro e menos disponível é usada em casos nos quais a USG não é suficiente ou para melhor visualização de possíveis neoplasias de pâncreas. É necessário pedir com contraste venoso. ● Colangiografia por RM: é um método não invasivo importante que dispensa uso de contraste. ● USG endoscópica: sensível e específico para coledocolitíase e neoplasias. O transdutor fica no duodeno e possibilita a visualização do trato biliar sem que os gases atrapalhem. A desvantagem é ser caro e invasivo. ● Colangiopancreatografia retrógrada endoscópica: visualiza diretamente a árvore biliar e ductos pancreáticos, sendo melhor que a USG e TC para causas extra-hepáticas. ESCOLHA quando há coledocolitíase. Outra vantagem é possibilitar intervenção terapêutica, como extração de cálculos por papilotomia. Desvantagens: método mais caro que US e TC e invasivo. ● Biópsia hepática: feita principalmente quando há suspeita de etiologia intra-hepática. ● TC helicoidal: possui maior acurácia para avaliar imagens hepatobiliares. Ela não tem sensibilidade suficiente para detectar colelitíase, pois apenas cálculos calcificados são visualizados. Catarina Nykiel e Crislane Nogueira - MedManas
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