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Apostila-Workshop-Contação_FINAL

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A Arte de Ouvir e Contar Histórias
Olá, é uma grande alegria receber você neste Workshop On - line de Contação de Histórias. Hoje iniciamos uma jornada por uma das 
artes mais lindas e significativas: A Contação de Histórias.
Percorreremos juntos uma trilha de conhecimentos e de técnicas desen-
volvidas por mim ao longo de 11 anos como Professora e Contadora de 
Histórias. Confesso que em alguns momentos da minha vida misturei 
tanto as duas profissões que não sabia quando terminava a Professora e 
começava a Contadora de Histórias.
Mas posso confessar uma coisa? Essa mistura entre Professora e Conta-
dora de Histórias é algo tão mágico que me encantei quando arrisquei 
algo novo dentro da minha sala de aula.
Vejam só, foi amor a primeira vista. S2. Após 10 anos trabalhando com 
a Contação de Histórias percebi ao meu redor a quantidade de Profes-
soras que queriam seguir esta linda arte, porém desconheciam as técni-
cas envolvidas que garantiriam o sucesso da sua Contação.
Por medo de falharem, ou mesmo após uma Contação malsucedida, vi 
amigas queridas desistirem de Contar Histórias em suas aulas Neste mo-
mento meu coração foi invadido por uma certeza: “Eu preciso fazer algo.”
E fiz. Criei do zero os cinco requisitos para ser uma Contador de His-
tórias, adaptei dinâmicas de Neurolinguística, busquei recursos visuais 
e musicais no Nordeste, reavivei brincadeiras a muito tempo perdidas.
Tudo isso, somado ao esforço de ajudar centenas de Professores, me 
possibilitaram criar um Workshop com Brincadeiras Cantadas e Ritma-
das dedicado a formação de novos Contadores.
APRESENTAÇÃO
2
A Arte de Ouvir e Contar Histórias
Este Workshop que iniciamos hoje é o aprofundamento teórico e prático das 
técnicas mais avançadas que criei e desenvolvi nestes 11 anos. Vamos juntos 
embarcar nessa deliciosa aventura pela Contação de Histórias.
INTRODUÇÃO
O QUE É UM CONTADOR DE HISTÓRIAS?
Os seres humanos adquiriram a capacidade de se expressar por meio 
de uma linguagem. Tal capacidade foi adquirida com o surgimento dos 
primeiros hominídeos que necessitavam urgentemente condensar estí-
mulos e mensagens em um conjunto de códigos em que todos os mem-
bros daquele grupo tivessem acesso e conhecimento.
A fala, importante mas não o único instrumento de comunicação, se 
constituiu no primeiro código trocas de informações dos seres huma-
nos. Uma criação tão poderosa e revolucionária como o surgimento 
da fala aconteceria somente após milhares de anos com o surgimento 
da escrita. A escrita por sua vez foi tão importante para a humanidade, 
que ela separou a história em duas: antes da escrita e depois da escrita.
Talvez você não esteja familiarizado com estas duas expressões “an-
tes da escrita” ou “depois da escrita”, porém os historiadores criaram 
um termo técnico para estas duas expressões, os quais são: pré-histó-
ria e história.
Sim, a história foi dividida em duas: A Pré-História e a História, ou 
trocando em miúdos, em “Época antes da escrita” e “época depois da 
invenção da escrita”.
Sabendo disso, todo ser humano já nasce com duas revoluções criadas 
por seus antepassados mais distantes: A Fala e a Escrita.
Porém a leitura dos parágrafos acima deixa-nos uma dúvida: entre o 
desenvolvimento da fala e a criação da escrita transcorreram milhares 
de anos, o que aconteceu nesse intervalo? Exatamente neste intervalo 
surgiram os primeiros Contadores de Histórias.
3
A Arte de Ouvir e Contar Histórias
Antes da criação da escrita, todos os conhecimentos adquiridos pela 
humanidade eram transferidos pela oralidade (fala) dos mais 5 velhos 
aos mais novos, constituindo assim em uma história oral. Ou seja, to-
dos os nossos antepassados eram Contadores de Histórias.
Então podemos concluir que já nascemos Contadores de Histórias? Sim 
e não, e vou explicar o porquê. Apesar de nossas primeiras experiên-
cias com a História serem por meio da oralidade dos nossos pais, avós, 
tios, irmão entre outros, agimos na primeira infância como “receptores” 
de histórias desconexas e desorganizadas, pois elas podem fazer refe-
rência a tudo, desde “por que usamos roupas” a “por que o céu é azul”
Tal desorganização nas transferências destes conhecimentos cria uma 
confusão na cabeça da criança, pois ela nunca saberá o que é real e o 
que é imaginário, devendo somente com o seu próprio desenvolvimen-
to intelectual separar a realidade da ficção. Contar Histórias em sala de 
aula se constrói de uma maneira completamente diferente, utilizando 
técnicas adequadas, noções de oralidade, utilizando fórmulas de entra-
da e fórmulas de saída, entre outras técnicas.
Aprenderemos e aplicaremos diversas fórmulas e técnicas no transcor-
rer deste Workshop.
AUTORES DA CONTAÇÃO QUE ME INSPIRAM
BETTY COELHO SÔNIA BELLOTO NELLY NOVAES
4
A Arte de Ouvir e Contar Histórias
JESUS CRISTO
SÓCRATES
GANDHI CORA CORALINA
HIPÁTIA PITÁGORAS
ROSSINI TAVARES LIMAYOLANDA REIS
SÁBIOS DA HISTÓRIA QUE ME INSPIRAM
5
A Arte de Ouvir e Contar Histórias
PLATÃO
HERMES TRISMEGISTO
MARIA TERESA DE 
CALCUTÁ
MÁRIO SERGIO 
CORTELLA
MACHADO DE ASSIS
RUBEM ALVES
MOZART
LEONARDO DA VINCI
HELENA BLAVATSKY
LÚCIA HELENA GALVÃO
6
A Arte de Ouvir e Contar Histórias
MEDIAÇÃO DE LEITURA X CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
MEDIAÇÃO DE LEITURA: 
A mediação de leitura se transforma em um diálogo articulado, a partir 
da qual o leitor em formação é visto como um individuo cujas ideias e 
expectativas são relevantes.
CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS:
Sob os olhos e ouvidos atentos das crianças, os contadores de histórias 
dão vida às palavras e personagens dos contos, poemas e crônicas. Por 
meio do olhar, tom de voz e dos movimentos corporais, os contadores 
dão força a um texto.
PIAGET VIGOSKTY EDGAR MORIN
MARIA MONTESSORIPAULO FREIRE
AUTORES DA EDUCAÇÃO QUE ME INSPIRAM:
7
A Arte de Ouvir e Contar Histórias
CARACTERISTICAS:
MEDIAÇÃO DE LEITURA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
• dialogo;
• imaginação;
• personagem;
• senso crítico;
• criatividade;
• livro;
• atividade;
• desenho;
• humanizadora.
• improvisação;
• recursos;
• imaginação;
• reflexão.
O que EMPOBRECE uma mediação de leitura e a contação de história?
MEDIAÇÃO DE LEITURA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
• julgamento antes de ler a 
história;
• excesso de inho (patinho, 
florzinha...)
• não dar ritmo a história;
• sempre depois da mediação 
propor a mesma atividade;
• livros com personagens da 
atualidade;
• nunca uma roupa deve 
chamar mais atenção que 
uma história;
• contador de história é 
diferente de palhaço e 
recreador infantil;
• não usar adequadamente as 
técnicas de oratória;
8
A Arte de Ouvir e Contar Histórias
Como adequar a contação de história e mediação de leitura as 
minhas videoaulas e aulas presenciais?
Contação de História: uma vez por semana, com cenário ou recursos, 
usar a improvisação e sem livro. Fazer com que a sua contação de his-
tória leve uma mensagem para o seu ouvinte.
DICA: CRIE O SEU PROPRIO PERSONAGEM COM SUA PERSONA
Mediação de Leitura: uma vez por semana, trabalhando a história 
todos os dias. Ouvindo das crianças seu personagem preferido; Críti-
cas e sugestões para um outro final da história; Quem é o autor, onde 
nasceu? Quantos livros escreveu? Qual época ele escreveu? O que é 
ilustração? Etc.
DIREITOS AUTORAIS PARA EDUCAÇÃO
Os contadores de histórias e os professores são importantes divulgadores de livros 
no Brasil. Aliás, agem de acordo com os eixos e diretrizes do PNLE – POLÍTICA 
NACIONAL DE LITERATURA E ESCRITA (LEI Nª 13.696/2018 em 13 de julho de 
2018, a chamada Lei Castilho), cujo conteúdo é resultado de discussões realiza-
das ao longo de 10 anos por meio das atividades do Plano Nacional do Livro e 
Leitura (PNLL).
Também os Planos Estaduais e Municipais do Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca 
assim definem os eixos de suas propostas legislativas:
Eixo I – Democratização do acesso;
Eixo II – Fomento à leitura e à formação de mediadores;
Eixo III – Valorização institucional da leitura e incrementodo seu valor simbólico;
Eixo IV – Desenvolvimento de economia do livro;
A Lei 9.610/1998 veio consolidar e regulamentar os direitos do autor e dispõe no seu 
art.46 que “não constitui ofensa aos direitos autorais:
VI – a representação teatral e a execução musical, quando realizadas no recesso 
familiar ou, para fins exclusivamente didáticos, nos estabelecimentos de ensino, não 
havendo em qualquer caso intuito de lucro.”
Mais adiante, o art.53 estabelece alguns deveres do editor, a saber:
9
A Arte de Ouvir e Contar Histórias
“Art.53. Mediante contrato de edição, o editor, obrigando – se a reproduzir e a divul-
gar a obra literária, artística ou científica, fica autorizado, em caráter de exclusivida-
de, a publicá – la e a explorá – la pelo prazo e nas condições pactuadas com o autor.
Paragrafo único. Em cada exemplar da obra o editor mencionará:
I – autor e o título da obra;
II – no caso da tradução, o titulo original e o nome do tradutor;
III – o ano de publicação;
IV – o seu nome ou marca que o identifique.”
REQUISITOS DE UM CONTADOR DE HISTÓRIAS:
1) SORRISO;
2) EXPRESSÃO CORPORAL / FACIAL;
10
A Arte de Ouvir e Contar Histórias
3) HUMILDADE;
4) CONTEÚDO;
5) SEGURANÇA:
TECNICAS: CONSTRUINDO UMA HISTÓRIA NA VIDEOAULA E 
PRESENCIAL;
TECNICAS DE MEMORIZAÇÃO;
Por favor, caro aluno acompanhar as técnicas nas videoaulas
SUGESTÕES: Vídeo de como ler um 
livro e Supere o medo, vergonha e 
timidez na hora de falar em público.
COMO CHAMAR ATENÇÃO DAS 
CRIANÇAS NAS SUAS VIDEOAULAS
• CRIE UM PERSONAGEM
• ABUSE DE RECURSOS
• VESTIMENTAS NAS CORES AZUL, 
AMARELO E LARANJA
• BRINCADEIRA CANTADA
• USE TÉCNICAS DE ORATÓRIA
Fo
to
 c
ria
do
 p
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 P
ro
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le
h/
br
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pi
k.c
om
11
A Arte de Ouvir e Contar Histórias
Histórias, uma forma de comunicação
Qualidade da mensagem
As histórias podem ser usadas com as mais diversas intenções, e uma delas 
é como uma forma de comunicação entre pais e filhos, professores e alu-
nos etc. Principalmente, porque os adultos têm sempre muitas coisas que 
gostariam de falar para as crianças e, às vezes, não sabem como fazê-lo.
Não se preocupe, as histórias têm propriedade de interessar a criança, 
e por isso elas irão ouvir atentamente e aprender com elas.
Compreender a história irá significar compreender situações, razões e 
resultados, além dos elementos que se deseja transmitir. O contador 
de história deve se preocupar em discernir no seu conteúdo a que tipo 
de conclusões ela levará, quais sentimentos despertará, se ela poderá 
incentivar ou inibir determinada conduta. Se não houver essa preocu-
pação inicial, corre-se o risco de estar comunicando, até comunicando 
bem, algo indesejado, que não está de acordo com os valores do que se 
está narrando, ou até mesmo o risco de entrar em contradição.
Deve-se tomar o cuidado de analisar a história não só pelo seu roteiro 
principal, mas também pelos acontecimentos periféricos, secundários.
Exemplo: uma história poderá estar valorizando a coragem de determina-
do príncipe, que luta pela salvação de seu povo. Mas, se, na intimidade, 
esse príncipe for arrogante e mandão a história estará valorizando a cora-
gem, mas também comprometendo a cortesia que um cavaleiro deve ter.
Linguagem
Você já leu alguma história em que há uma determinada fala que a 
personagem repete sistematicamente? Um poema, uma sequência de 
números, saudações, um diálogo?
As palavras nos ajudam a compreender as ideias, porque, enquanto 
leitores, a obra nos instiga pelo conteúdo e não pela forma.
Mas sabemos que são as palavras que nos permitem absorver tudo isso, 
elas estão lá. E, quanto mais lemos, mais adquirimos formas rebuscadas 
12
A Arte de Ouvir e Contar Histórias
de compreender o que está escrito. As palavras permitem ampliar a re-
presentação mental das coisas, ampliar a capacidade de abstrair, tornar-
-se mais hábil para utilizar o pensamento complexo quando necessário.
A partir dos 6 anos, as crianças vão se tornando mais aptas a entender 
a comunicação escrita, oral e a fazer-se entender.
Observa-se também um aumento progressivo do seu vocabulário e uso 
mais preciso de verbos. A linguagem escrita é percebida como meio de 
obter informações e a literatura e gêneros textuais diversos tornam-se 
recursos importantes neste contexto.
Sugestões
• Ao preparar a história, selecione palavras ou expressões que você 
considere relevantes. Ao contar, imprima uma entonação/ritmo di-
ferente à(s) palavra(s) em questão: fale mais alto, mais baixo, mais 
lentamente, mais rapidamente, repita a palavra como se fosse parte 
do texto. Quando perceber que as crianças já se familiarizaram, faça 
uma breve pausa antes de falar a palavra ou expressão. A prática tem 
mostrado que as crianças, ao seu breve silêncio, antecipam a situa-
ção e pronunciam a palavra ou expressão prevista pelo contexto da 
história. Cabe também fazer de conta que esqueceu a palavra/expres-
são em questão, gera o mesmo efeito. Ao antecipar, na preparação da 
história, que elas terão dificuldade para compreender alguma palavra 
ou expressão, mencione algo do tipo “palavra difícil essa, hein!”, 
“esta palavra eu não conhecia, tive que olhar no dicionário... Sabe o 
que significa?” e a partir daí você pode direcionar a história.
• Visualização do que está sendo narrado: Diga aos ouvintes algo 
como: “agora vocês vão fechar os olhos e imaginar o que eu vou 
dizer” (exemplo): “Paulinha colocou a plantinha no quarto e quando 
saiu ela ouviu a plantinha gritando Sacola! Sacola! Sacola!”. (pausa). 
“Imaginaram? Pois é, e depois...” (continua a história).
• Objetos ou figuras: A depender da arte gráfica do livro que você esti-
ver usando, siga a sequência da história e aponte para alguma figura 
que represente o que você quer dizer. As crianças falarão por você.
13
A Arte de Ouvir e Contar Histórias
Histórias e Desenvolvimento
Atenção e Raciocínio
Como muitos já sabem, as histórias têm o poder mágico de prender 
a atenção da criança. Mas, além disso, elas despertam o raciocínio 
quando a criança se coloca no lugar do personagem, fazendo ques-
tionamentos: Como o personagem irá fazer para sair daquela situa-
ção? A princesa encontrará o príncipe e será feliz novamente? E fará 
suposições para a resolução de conflitos propostos na história. Com 
o seu desfecho no final, irão compará-la com as suas suposições. Isso 
fará com que exercitem a relação de causa e efeito, que faz parte do 
seu amadurecimento.
Além desses elementos, a memória também é ativada. As maldades fei-
tas pela rainha má serão relembradas, no final da história, quando esta 
for castigada. A criança, por estar interessada no enredo, gravará ele-
mentos e detalhes que sabe que lhe trará satisfação em outra parte da 
história. A cada vez que a história é repetida, ela saboreará melhor es-
tes elementos. E elas têm predileção por ouvir a mesma história muitas 
vezes, isto porque elas querem ter a certeza de que o mal foi derrotado 
e de que tudo acabou bem no final.
Sugestões:
• O efeito das caixas
Se você for usar objetos para gerar maior impacto na narrativa com 
artefatos concretos, coloque-os numa caixa e vá retirando aos poucos 
enquanto conta. A caixa mobiliza a curiosidade e, a cada movimento 
de abri-la, o ouvinte estará relacionando suas hipóteses: o que será que 
vai sair da caixa desta vez?
• Crie um suspense
Você tem uma cena em mente para descrever. Não a descreva toda de 
vez. Faça uma pequena pausa antes de narrar um ponto culminante da 
história. Pergunte ou comente: Ah... vocês não sabem o que aconteceu... 
(pausa)... (continuação).
14
A Arte de Ouvir e Contar Histórias
• O contador de histórias está confuso
Coloque-se como um narrador confuso com o andamento da história. 
Pergunte ou comente: “Será que é isso mesmo?”, ou “... Eu não sabia 
que....”; ou ainda “Que maluquice, onde já se viu.....?”.
• Movimentos como códigos
Determine movimentos que serão sempre os mesmos para determinado 
personagem ou situação. A partir de determinadomomento, no an-
damento da história, apenas faça o movimento, como se fosse uma 
cena muda. Seus ouvintes irão descobrir do que se trata. Por exemplo, 
a garota Joana sempre se esconde quando vê o palhaço. As situações 
com palhaço se repetem na história e, então, você representa apenas 
a garota se escondendo, sem narrativa. Os ouvintes irão perceber que, 
se ela se escondeu, é porque viu um palhaço. O mesmo pode ser feito 
com efeitos sonoros.
• Adereços para o pensamento
Imagine que você está falando de uma mulher que tinha que resolver 
uma situação e queria ficar sozinha para pensar bastante. Você pode 
usar uma lupa para mostrar que ela queria olhar cada detalhe da si-
tuação, ver de perto para decidir melhor. Ou então o motorista está na 
estrada deserta com o pneu do carro furado e, de repente, tem uma ideia, 
uma luz. Utilize uma lâmpada para representar o insight do personagem.
Senso Crítico
As ingênuas histórias podem ser um motivo para os adultos discutirem 
com a criança comportamentos e posicionamentos, não de forma im-
positiva, mas sim convidativa, ao pensar. As crianças pequenas ficarão 
encantadas quando Cinderela se apaixonar imediatamente pelo prínci-
pe. Mas as mais velhas poderão ser questionadas se somente o fato de 
ser bonito, rico e poderoso é suficiente para alguém se apaixonar. O 
que importa é que as histórias vão trazer o contexto no qual o contador 
poderá fundamentar uma discussão que busque produzir reflexão e o 
exercício do senso crítico.
15
A Arte de Ouvir e Contar Histórias
Imaginação
As histórias conduzem o ouvinte às mais diversas paragens, e não há li-
mite. Uma boa narrativa pode levar ao fundo do mar, acima das nuvens, 
a países distantes, ao futuro e ao passado. A descrição detalhada fará 
com que o ouvinte sinta o cheiro das flores, visualize a grama verdinha e 
se encante com o cavalo alado que voa pelo céu estrelado. Porém este 
detalhamento não deve ser exagerado, permitir que o ouvinte coloque 
a sua “própria” cor do céu, enfeite o campo com árvores. A narrativa 
é um convite para que a imaginação se desencadeie e complemente o 
cenário. Caixas, baús e caldeirões estimulam ainda mais a imaginação 
da criança. Faz com que ela entre ainda mais dentro da história.
Criatividade
Sabe-se que a criatividade está diretamente ligada à quantidade de 
referência que uma pessoa possui. As histórias são capazes de dar es-
tas referências às crianças. E o importante é que essas referências não 
são apenas aquelas apresentadas a elas, prontas, de forma conceitual 
ou visual, mas também as que resultam de seu próprio raciocínio e de 
sua imaginação.
Após ouvirem uma história, podemos pedir a elas que façam um 
desenho da cena que mais gostaram, ou modelagem em massinha, 
ou uma cena de teatro, onde elas mesmas componham seu figurino 
e adereços. 
Transmissão de valores
As histórias são excelentes veículos para a transmissão de valores, por-
que dão contexto a fatos abstratos, difíceis de serem transmitidos isola-
damente. São um verdadeiro conjunto de fatos que enaltecem os valo-
res éticos. É preciso que o contador acredite realmente na veracidade 
das a afirmações que a história possui. Para que isso aconteça, cada um 
deve escolher as histórias que realmente lhe agradam, que coincidam 
com os seus valores pessoais, que estejam de acordo com aquilo que 
ele deseja transmitir. Somente desta forma, ele poderá transmitir o que 
deseja de forma convincente.
16
A Arte de Ouvir e Contar Histórias
Afetividade
O ato de contar histórias se transforma em momento de cumplicidade, 
companheirismo, e favorece a afetividade. A própria transmissão de 
valores provém de um ato de afetividade, de amor ao contar histórias.
Sugestões
• Utilize recursos que reforcem uma determinada atmosfera que você 
queira criar: uma luz apagada, uma música incidental para momen-
tos de tristeza/suspense/alegria, uma lanterna para reforçar o medo 
de alguém sendo interrogado pela polícia, ou que foi descoberto 
num esconderijo.
• Reproduza a fala das personagens ou da própria narrativa enfatizan-
do as emoções em questão: um garoto com raiva porque ficou de 
castigo, uma garota feliz porque vai a um baile.
• Associe movimentos a ações de modo a aproximar as crianças da 
história: “Se os animais abraçaram Vivi, então vamos todos nos abra-
çar”. “Será que foi assim que eles fizeram?”. “As meninas torceram 
de alegria quando os meninos ganharam o campeonato de futebol. 
Como é que a gente faz quando está alegre assim?”
• Faça movimentos para compor uma cena. Sua linguagem não-verbal 
poderá auxiliá-lo na demarcação de emoções ao longo da história. 
Fique agachado, todo encolhido, ao falar de um garoto muito tímido 
que tinha medo de gente grande. Ou então, recoste-se na carteira 
como se estivesse tomando sol, ao falar de um rapaz que estava de 
férias e foi tomar um sol. Ao compor a cena com seus movimentos, 
os alunos terão melhor visão da narrativa, o sentido torna-se mais 
explícito e auxilia na atenção deles.
• Descreva ações do personagem que remitam seu estado emocional. 
Ao mencionar que Tia Vera estava nervosa, descreva o “nervosa”: an-
dava de um lado para o outro, a mão na testa franzida, o coração 
palpitando, dizendo “eu sabia que isso não ia dar certo!”.
17
A Arte de Ouvir e Contar Histórias
Antes de contar ...
1. Contar ou ler?
Após a escolha da história, o passo seguinte é o contador decidir se irá 
ler ou contar com suas próprias palavras. Leve em consideração aquilo 
que o deixará mais confortável e confiante de não perder sua credibili-
dade com os ouvintes. Se não estiver seguro do texto, é melhor estudá-lo 
mais antes de ser contado com suas palavras ou simplesmente lido.
A contação narrada proporciona maior interação com o ouvinte e tam-
bém possibilita maior flexibilidade. Na hora de contar com suas pala-
vras, alguns elementos podem ser introduzidos ao texto original, bus-
cando semelhanças a situações pelas quais a criança está passando, 
introduzir valores que se deseja abordar, ou mesmo, para dar mais co-
lorido ou humor. Esta posição não é radical, pois é importante preservar 
a preciosa ideia do autor. Podemos incrementar ao texto, dando ainda 
mais vida e fantasia, sem contradizer o autor, além de transmiti-la de 
modo respeitando o seu trabalho.
Dica: Você pode iniciar a história com o livro em mãos, depois guardá-
-lo para pegar seus recursos. Isto servirá para que a criança saiba que 
você não está contando tudo da sua cabeça, que está em livros e que 
eles são mágicos.
2. O que contar?
Para orientar a escolha das histórias é importante saber os assuntos pre-
feridos relacionados às faixas etárias:
• Até 3 anos: histórias de bichinhos, de brinquedos, animais com ca-
racterísticas humanas (falam, usam roupas, têm hábitos humanos), 
histórias cujos personagens são crianças. Abuse de histórias cantadas 
e musicalização;
• Entre 3 e 6 anos: histórias com bastante fantasia, história com fatos 
inesperados e repetitivos, histórias cujos personagens são crianças 
ou animais.
18
A Arte de Ouvir e Contar Histórias
• 7 anos: aventuras no ambiente conhecido (a escola, o bairro, a famí-
lia etc.), histórias de fadas, fábulas.
• 8 anos: histórias que utilizam a fantasia de forma mais elaborada, 
histórias vinculadas à realidade.
• 9 anos: aventuras em ambientes longínquos (selva, Oriente, fundo 
do mar, outros planetas), histórias de fadas com enredo mais elabo-
rado, histórias humorísticas, aventuras, narrativas de viagens, explo-
rações, invenções.
• 10 a 12 anos: narrativas de viagens, explorações, invenções, mitos 
e lendas.
Mas essa orientação não é uma regra, pois direcionar corretamente 
as histórias depende mais da proposta do contador e da maturidade 
individual de cada criança, ou do grupo de crianças, do que propria-
mente da história em si. Essas dicas servirão como ferramentas iniciais 
em caso de dúvidas neste aspecto.
3. Onde e quando contar?
Estão enganados osque pensam que, só porque se prepararam, e até 
confeccionaram os recursos, poderão contar a história na hora e no lo-
cal que quiserem. A criança não vai querer ouvir histórias em um local 
com muito barulho, nem terá vontade se estiver com sono ou fome. Ela 
também poderá não querer se estiver ansiosa por algo que irá aconte-
cer, uma viagem, o início das aulas.
Ao local também é preciso ficar atento. Considerando que este mo-
mento extrapola muito o simples fato de contar uma história, é um 
momento de interação, de troca de amor. Ele deve ser preparado, deve 
ter um bom “clima”. Não deve ser em um local onde as pessoas não 
param de passar, com a televisão ligada, em ambiente quente, ou onde 
ambos estejam mal acomodados. O lugar deve ser tranquilo e confor-
tável. As luzes podem se apagar, pode haver um tapete sobre o qual as 
crianças fiquem à vontade, pode ter bonecos espalhados, e o que mais 
o contador imaginar. 
19
A Arte de Ouvir e Contar Histórias
Procure um espaço:
• Tranquilo
• Confortável e aconchegante
• Com boa acústica
• Disponha os ouvintes de forma que todos visualizem as ilustrações
Como me preparar?
Em primeiro lugar, é preciso entender a história, destacar em que lugar se 
passa, em que época, quem são os personagens principais, os secundá-
rios, quais são suas características. Perceber se estes personagens e suas 
características irão permitir um toque especial na voz, uma imitação.
Dicas:
• Estude a história
Faça anotações, pequenos esquemas com sequência de ações – sua 
memória precisa de apoio principalmente para as histórias novas do 
seu repertório. Observe o foco a ser dado, considerando-se as dimen-
sões apresentadas e organize antecipadamente quais serão seus movi-
mentos, pausas, efeitos outros.
• Assimile a história
Estudar a história significa organizá-la em termos concretos. Todavia, 
esse estudo não elimina a condição de que a história seja assimilada 
por você, processada no interior de si mesmo identificando-se com as 
situações apresentadas, empatia com os personagens, associando a his-
tória a experiências pessoais. Ajudará você a imprimir um estilo próprio 
para contar a história.
• Aqueça sua voz
O aquecimento da sua voz significa cuidar de você frente a uma ativi-
dade que irá demandar uma entrega diferenciada sua em aula. As in-
terações enquanto contamos histórias podem ser intensas. Comer uma 
maçã para limpar as pregas vocais, hidratar-se com pequenos goles de 
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A Arte de Ouvir e Contar Histórias
água, praticar sons tipo “humming” por alguns 8 a 10 minutos antes da 
atividade farão a diferença.
• Encontre seu adereço
Contar histórias não requer nenhuma indumentária específica ou al-
guma fantasia que represente um personagem. Contudo, um adereço 
compõe seu papel como contador de histórias. Talvez um chapéu/ boné 
que você coloca quando vai começar? Um lenço? Um casaco? Um 
avental? Colocar o adereço no começo e retirar no final também ajuda 
a sinalizar o começo e o fim da história para seus ouvintes.
• Prepare seus ouvintes
Da mesma forma que, no cinema, as luzes se apagam vagarosamente 
e que, no teatro, ouvimos o sinal sonoro antes do espetáculo come-
çar, é preciso sinalizar a seus ouvintes. A história vai começar, estamos 
saindo do mundo real, ou a história terminou, estamos voltando para o 
mundo real.
Mais algumas dicas:
• Conheça e goste da história
• Conheça particularidades do público (idade, gostos)
• Treine muito
• Use um gravador para estabelecer as vozes
• Filme suas expressões
• Mantenha o texto com você para dar mais segurança
• Se der o famoso “branco”, não se desespere. Repita a última parte até 
que se lembre, ou improvise até que aquele trecho volte à memória.
Como começar?
A chamada
A postura do contador é de alguém que conta como se estivesse vivido 
ou presenciado o fato. Não posso despertar credibilidade se não passar 
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A Arte de Ouvir e Contar Histórias
convicção e confiança em minha fala. É como oferecer um pedaço de 
pudim fazendo cara de nojo.
Para começar, você pode usar, por exemplo, um instrumento musical 
ou dizer uma parlenda, respirar pausadamente e de olhos fechados, 
procurar o livro para que possa contá-lo. Para finalizar, você pode pe-
gar o livro e fechá-lo despedindo-se, encerrar enfaticamente com um 
movimento mais brusco, uma fala de efeito, falar um provérbio. As pos-
sibilidades são inúmeras.
Pode-se iniciar dizendo:
“Vocês não imaginam o que vou contar hoje...”;
“Ah! Por falar nisso, lembrei-me agora de uma história...”;
“Eu estava vindo para cá, hoje e encontrei...”.
Ou ainda usar os chavões: “Era uma vez...”, “Muito tempo atrás...”, 
“Numa terra distante...”, “Numa época que não é esta....”.
Na verdade, é trazer a história para si mostrando intimidade ou proxi-
midade com os fatos. Você não estará contando algo que ouviu, mas 
demonstrando fazer parte da trama. Para o ouvinte, soa familiar, interes-
sante, e não somente uma historinha qualquer. A ênfase da introdução 
pode estabelecer toda a trajetória de um conto.
Existem, também, as fórmulas para o início e para o fim de histórias, 
como:
“Fui ao moinho e moí a farinha, quem quiser que conte a sua, pois eu, 
já contei a minha.”
“Era uma vez uma vaca Vitória, deu um pum e acabou-se a história.”
“Entrou pela boca do sapo, saiu pela perna de pinto, e quem quiser que 
conte cinco.”
“Entrou por uma e porta saiu por outra, quem quiser que conte outra.”
Dica: Crie a sua fórmula e inspire as crianças a criarem as próprias 
também!
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A Arte de Ouvir e Contar Histórias
Cause expectativa:
Mesmo em uma narração simples, podem-se usar alguns elementos para 
criar surpresa e maior interesse nas crianças. De repente, a narradora se 
transforma na fada e coloca o seu chapéu cor-de-rosa! O coelho aparece 
em forma de dedoche, ou é preciso fazer um barquinho de papel para 
transportar a princesinha. Na utilização desses elementos, é preciso prestar 
atenção para não perder o foco – mesmo que as crianças, entusiasmadas, 
queiram interromper, o narrador deve estar firme e continuar a sua conta-
ção. Não antecipe os fatos antes de serem narrados; ao pegar um livro, leia 
seu nome, comente sobre o autor, ilustrador e dados sobre o mesmo, não 
fale sobre o conteúdo a ser lido/ contado, simplesmente leia/conte.
Como diz a poetiza Adélia Prado “Não basta ter queijo e faca, é preciso 
ter fome de queijo”. Cause fome, instigue o interesse pelo tema. Walter 
Benjamim, em Cacos da História, diz que as notícias e fatos não nos 
causam surpresas, por chegarem até nós cheios de explicações des-
necessárias. As explicações ou justificativas podem ser esclarecedoras 
posteriormente. O elemento surpresa é essencial para garantir o inte-
resse e o envolvimento numa audição de histórias.
Uso da voz
Volume:
• Medir a distância entre o narrador e sua plateia.
• Verificar o tamanho da sala para medir volume.
• A acústica da sala influencia no aspecto do volume que irá utilizar.
• Ruídos externos exigem que o volume de voz seja ajustado.
Exercícios de dicção:
• Escolher um texto e fazer a sua leitura pausadamente e em voz alta.
• Colocar uma caneta entre a arcada dentária superior e inferior, e falar 
o texto.
• Ler novamente o texto sem a caneta.
• Se possível, acompanhar o exercício com um gravador ou filmadora.
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A Arte de Ouvir e Contar Histórias
Velocidade: Está muito ligada à boa dicção. Variar a velocidade da voz 
pode auxiliar na interpretação do texto – falar mais rápido pode passar 
mais emoção, um sentimento de urgência, e falar mais devagar é ade-
quado quando se deseja passar um sentimento de paz, harmonia, sere-
nidade. Tonalidade: Graves e agudos podem ser utilizados para conse-
guir efeitos surpreendentes.
Vocabulário: Use palavras simples, as quais se tem a certeza absoluta 
de que as crianças entenderão. Jamais use palavras vulgares: isto des-
prestigiará o conto e poderá dispersar a atenção das crianças.
Pausas: Elas são muito utilizadas para ampliar a expectativa da criança 
na história.Cuidado para não usá-las por um período muito longo ou 
repetitivamente.
Expressão facial e corporal:
A expressão corporal e facial é importante, pois acentua a troca dos 
personagens e das atitudes diversas do contador. Dificilmente você vê 
um contador de histórias sentado. Não que manter-se ereto seja regra, 
mas, ao contar uma história, o contador é invocado a utilizar todo seu 
corpo como ferramenta, possibilitando o estímulo e a assimilação dos 
vários sentidos (visual, auditivo, olfativo, tátil). No momento da narrati-
va, o que é usado pelo narrador, seja um tecido, adereço, pedra, luzes, 
entre outros, torna-se de significado para ele e para o ouvinte, cabendo 
somente aos dois o interpretar de forma íntima e significativa esse objeto.
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A Arte de Ouvir e Contar Histórias
A viagem da minhoca
Minhoca dentro da toca, vivia escondida 
Porque dentro da terra é minhoca
E fora da terra vira comida. 
Coitadinha da minhoca
Ficava sempre com muito medo,
Mas precisava sair um pouco 
Pra buscar um lugar fresco 
No caminho ela encontrou 
Um pequeno passarinho 
E num instante ele pensou:
— Olha só que coisa boa,
Eu vou levar ela pro ninho
Ao chegar no ninho a minhoca
Quis fazer um pedido 
Mas o pássaro com muita fome
Chamou ela de atrevida 
E lhe avisou que viraria comida
Brincad
eiras e Histórias
Cantadas por Gestos
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A Arte de Ouvir e Contar Histórias
Explicou a pobrezinha 
Que durante o caminho
Viu um mundo tão bonito
De dentro do bico do passarinho 
O passarinho ficou mal-humorado
Pois estava esfomeado
Mas ficou com pena da minhoca
Que nunca viu o mundo de fora da toca
Ajeitou ela no bico
Se tornaram grandes amigos
E saíram pelo mundo afora 
O que parecia o fim foi o belo começo 
De uma longa história.
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A Arte de Ouvir e Contar Histórias
Jacaré Piloto
Era uma vez um jacaré 
Que queria ser piloto de avião
O seu sonho era voar
E com os pássaros brincar 
O seu sonho era voar 
E de pertinho as estrelas enxergar 
Tentou voar em um balão
Mas nada disso funcionava 
Porque o balão estourava
Tentou então voar com a bicicleta
E em uma ladeira se jogou
Mas isso não funcionou
Pois ele caiu e a testa machucou
Foi quando ele teve uma ideia
Construiu um avião
Foi o primeiro piloto da floresta
E voou mais alto que um gavião
Voa, voa, jacaré
Que coragem você tem!
Lutou tanto pelo seu sonho
Vou lutar pelo meu também. 
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A Arte de Ouvir e Contar Histórias
As cores de chapeuzinho
Quando chapeuzinho
era apenas um bebê
O lobo era bonzinho 
E também era magrelo
Quando ela o avistou 
O seu chapéu ficou amarelo
Um dia o lobo apareceu 
caminhando rumo ao sul 
E o chapéu da menininha ficou azul
Mas o lobo era bonzinho
E gostava de uma proza 
Então o chapéu ficou cor de rosa 
Conforme o lobo crescia 
Se tornou comilão e tinha muita sede
O chapéu da chapeuzinho 
Foi ficando verde
O lobo foi se transformando
Em malvado, afiando os seus dentes
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Crescendo os seus pelos 
E a mamãe de chapeuzinho dizia:
Cuidado com o lobo minha filha!
Excelente conselho, excelente conselho
E o chapéu de chapeuzinho ficou vermelho! 
A Baleia Leia
Era uma vez uma baleia
Que se chamava Leia
Ela sempre reclamava 
E estava muito brava
Tudo era motivo para dizer
Que estava triste
Não gosto disso,
Não gosto daquilo
Isso é muito chato
Eu queria ser um pato!
E de tanto reclamar 
Leia não viu o tempo passar
E quando ela se deu conta estava perdida no mar!
Foi quando apareceu o polvo
Bicho sábio, inteligente
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A Arte de Ouvir e Contar Histórias
E deu um conselho a ela 
Que serve pra muita gente
Pare já de reclamar 
E comece a agradecer 
As baleias vão te achar
E bem melhor você vai ser 
Leia ouviu com atenção 
O conselho daquele polvo 
E buscou no coração
A palavra gratidão, 
Se esforçou mais um pouquinho 
E cantou com alegria
Que a vida é muito bela
Ser feliz é o que interessa!
Foi quando as baleias 
A encontraram e a partir daquele dia 
Ela aprendeu a lição:
Levamos a nossa vida 
De acordo com o nosso coração!
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A Arte de Ouvir e Contar Histórias
Polvo cabeludo
Lá no fundo do mar
De corais coloridos
Morava um polvo simpático 
E por todos conhecido
Mas, era bem diferente
Porque não era careca
Era um polvo cabeludo
E dizia todo mundo: 
Que esquisito! 
Olha aquilo!
Ele nem parece polvo 2x
Será que é um bicho perigoso?
Então a amiga baleia
Teve uma bela ideia
Polvo não fique sem graça
Vamos fazer uma festa
Convidou todos os bichos
E começou a cantar
Uma canção que falava 
Sobre respeito e amar
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A Arte de Ouvir e Contar Histórias
Escute bem meus amigos
Escute com atenção 
Não zombem do amigo polvo
Temos que ter mais compaixão
Faço aqui um convite
Se sintam como ele se sente 
É a festa do cabelo 
É normal ser diferente!
A partir daquele dia 
Todos se arrependeram 
Por zombarem de alguém 
Por causa do seu cabelo 
Pediram muitas desculpas
E o polvo os perdoou 
Hoje são grandes amigos
E ensinam sobre o que o amor!
Essa é a história do polvo
Mais respeito por favor! 2x
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As cores de chapeuzinho
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A Arte de Ouvir e Contar Histórias
Baleia Leia
Palitoche
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Polvo cabeludo
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Ao som dos animais
Essa dança é muito divertida
Aos sons dos animais 
Eu vou mexer minha barriga...
Levantando a mão 
E agora o pé.
Solte um grito forte
Imitando um Jacaré
Não tenha medo, 
Nem fique sem graça,
Pule bem alto 
Parecendo uma girafa
Agora rápido,
Em um instante,
Bata o pé bem forte 
Imitando um elefante
Brincade
iras Cantadas
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A Arte de Ouvir e Contar Histórias
Não fique de bobeira
E nem de reclamação
Imite o rugido de um leão. 
Dançando alegremente
Dançando numa boa,
Imite o sapo na lagoa.
Essa dança é muito divertida
Aos sons dos animais eu vou
Mexer minha barriga!
Uma folha de papel
Com uma folha de papel
Posso fazer um som legal
Com uma folha de papel eu faço assim...
Um som assim,
Um som assim,
Um sim assim,
Assim, assim... 
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A Arte de Ouvir e Contar Histórias
Pedrinhas
Pedrinhas, pedrinhas
Que fazem musiquinhas
Tocam, tocam, tocam 
De noite e de dia
Pedrinhas, pedrinhas
Que ficam caladas 
Gostam de silencio 
E não tocam mais nada... 
 
Dom Alfredo
Dom Alfredo baila 
Baila, baila, baila
Com Alfredo baila 
Baila com o dedo
Com o dedo, dedo, dedo
Assim baila Dom Alfredo
Dom Alfredo baila 
Baila, baila, baila
Dom Alfredo baila 
Baila, baila, baila
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A Arte de Ouvir e Contar Histórias
Dom Alfredo baila 
Baila, com a mão 
Com a mão, a mão, a mão
Com o dedo, dedo, dedo
Assim baila Dom Alfredo.
Dom Alfredo baila 
Baila, baila, baila
Dom Alfredo baila 
Baila, com o braço
Com o braço, braço, braço
Com a mão, a mão, a mão 
Com o dedo, dedo, dedo
Assim baila Dom Alfredo
Dom Alfredo baila 
Baila, baila, baila
Dom Alfredo baila 
Baila, com o peito
Com o peito, peito, peito
Com o braço, braço, braço
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A Arte de Ouvir e Contar Histórias
Com a mão, a mão, a mão 
Com o dedo, dedo, dedo
Assim baila Dom Alfredo
Seu mestre mandou
Preste atenção no que eu vou dizer
Tudo o que eu falar você vai ter que fazer
Preste atenção no que eu vou falar
Tudo que eu disser você vai ter que imitar
Levante bem devagar 
E comece a pular 
Pula, pula, pula
Pula sem parar
Preste atenção no que eu vou dizer
Tudo o que eu falar você vai ter que fazer
Preste atenção no que eu vou falar
Tudo que eu disser você vai ter que imitar
Levante bem devagar 
E comece a rodas
Roda, roda, roda
Roda sem parar
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Preste atenção no que eu vou dizer
Tudo o que eu falar você vai ter que fazer
Preste atenção no que eu vou falar
Tudo que eu disser você vai ter que imitar
Levante bem devagar
E em um pé só você vai ter que andar
Em um pé só, em um pé só
Em um pé só você vai andar...
(O professor é livre para dar os comandos à turminha) 
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REFERÊNCIAS
CAVALCANTI, Joana. Caminhos da literatura infantil e juventude: dinâmicas e 
vivencias na ação pedagógica. São Paulo: Paulus, 2002.
FARIA, Maria Alice. Como usar a literatura infantil em sala de aula. São Paulo: 
Contexto, 2010.
JOLIBERT, Josette. Formando crianças leitoras. Vol. 1; Tradução Bruno C. Magne. 
Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
SISTO, Celso. Textos e pretextos sobre a arte de contar histórias. Chapecó: Argos, 2001.
53
Que up
foi esse?
Virei
contadora
de histórias!