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A Arte de Ouvir e Contar Histórias Olá, é uma grande alegria receber você neste Workshop On - line de Contação de Histórias. Hoje iniciamos uma jornada por uma das artes mais lindas e significativas: A Contação de Histórias. Percorreremos juntos uma trilha de conhecimentos e de técnicas desen- volvidas por mim ao longo de 11 anos como Professora e Contadora de Histórias. Confesso que em alguns momentos da minha vida misturei tanto as duas profissões que não sabia quando terminava a Professora e começava a Contadora de Histórias. Mas posso confessar uma coisa? Essa mistura entre Professora e Conta- dora de Histórias é algo tão mágico que me encantei quando arrisquei algo novo dentro da minha sala de aula. Vejam só, foi amor a primeira vista. S2. Após 10 anos trabalhando com a Contação de Histórias percebi ao meu redor a quantidade de Profes- soras que queriam seguir esta linda arte, porém desconheciam as técni- cas envolvidas que garantiriam o sucesso da sua Contação. Por medo de falharem, ou mesmo após uma Contação malsucedida, vi amigas queridas desistirem de Contar Histórias em suas aulas Neste mo- mento meu coração foi invadido por uma certeza: “Eu preciso fazer algo.” E fiz. Criei do zero os cinco requisitos para ser uma Contador de His- tórias, adaptei dinâmicas de Neurolinguística, busquei recursos visuais e musicais no Nordeste, reavivei brincadeiras a muito tempo perdidas. Tudo isso, somado ao esforço de ajudar centenas de Professores, me possibilitaram criar um Workshop com Brincadeiras Cantadas e Ritma- das dedicado a formação de novos Contadores. APRESENTAÇÃO 2 A Arte de Ouvir e Contar Histórias Este Workshop que iniciamos hoje é o aprofundamento teórico e prático das técnicas mais avançadas que criei e desenvolvi nestes 11 anos. Vamos juntos embarcar nessa deliciosa aventura pela Contação de Histórias. INTRODUÇÃO O QUE É UM CONTADOR DE HISTÓRIAS? Os seres humanos adquiriram a capacidade de se expressar por meio de uma linguagem. Tal capacidade foi adquirida com o surgimento dos primeiros hominídeos que necessitavam urgentemente condensar estí- mulos e mensagens em um conjunto de códigos em que todos os mem- bros daquele grupo tivessem acesso e conhecimento. A fala, importante mas não o único instrumento de comunicação, se constituiu no primeiro código trocas de informações dos seres huma- nos. Uma criação tão poderosa e revolucionária como o surgimento da fala aconteceria somente após milhares de anos com o surgimento da escrita. A escrita por sua vez foi tão importante para a humanidade, que ela separou a história em duas: antes da escrita e depois da escrita. Talvez você não esteja familiarizado com estas duas expressões “an- tes da escrita” ou “depois da escrita”, porém os historiadores criaram um termo técnico para estas duas expressões, os quais são: pré-histó- ria e história. Sim, a história foi dividida em duas: A Pré-História e a História, ou trocando em miúdos, em “Época antes da escrita” e “época depois da invenção da escrita”. Sabendo disso, todo ser humano já nasce com duas revoluções criadas por seus antepassados mais distantes: A Fala e a Escrita. Porém a leitura dos parágrafos acima deixa-nos uma dúvida: entre o desenvolvimento da fala e a criação da escrita transcorreram milhares de anos, o que aconteceu nesse intervalo? Exatamente neste intervalo surgiram os primeiros Contadores de Histórias. 3 A Arte de Ouvir e Contar Histórias Antes da criação da escrita, todos os conhecimentos adquiridos pela humanidade eram transferidos pela oralidade (fala) dos mais 5 velhos aos mais novos, constituindo assim em uma história oral. Ou seja, to- dos os nossos antepassados eram Contadores de Histórias. Então podemos concluir que já nascemos Contadores de Histórias? Sim e não, e vou explicar o porquê. Apesar de nossas primeiras experiên- cias com a História serem por meio da oralidade dos nossos pais, avós, tios, irmão entre outros, agimos na primeira infância como “receptores” de histórias desconexas e desorganizadas, pois elas podem fazer refe- rência a tudo, desde “por que usamos roupas” a “por que o céu é azul” Tal desorganização nas transferências destes conhecimentos cria uma confusão na cabeça da criança, pois ela nunca saberá o que é real e o que é imaginário, devendo somente com o seu próprio desenvolvimen- to intelectual separar a realidade da ficção. Contar Histórias em sala de aula se constrói de uma maneira completamente diferente, utilizando técnicas adequadas, noções de oralidade, utilizando fórmulas de entra- da e fórmulas de saída, entre outras técnicas. Aprenderemos e aplicaremos diversas fórmulas e técnicas no transcor- rer deste Workshop. AUTORES DA CONTAÇÃO QUE ME INSPIRAM BETTY COELHO SÔNIA BELLOTO NELLY NOVAES 4 A Arte de Ouvir e Contar Histórias JESUS CRISTO SÓCRATES GANDHI CORA CORALINA HIPÁTIA PITÁGORAS ROSSINI TAVARES LIMAYOLANDA REIS SÁBIOS DA HISTÓRIA QUE ME INSPIRAM 5 A Arte de Ouvir e Contar Histórias PLATÃO HERMES TRISMEGISTO MARIA TERESA DE CALCUTÁ MÁRIO SERGIO CORTELLA MACHADO DE ASSIS RUBEM ALVES MOZART LEONARDO DA VINCI HELENA BLAVATSKY LÚCIA HELENA GALVÃO 6 A Arte de Ouvir e Contar Histórias MEDIAÇÃO DE LEITURA X CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS MEDIAÇÃO DE LEITURA: A mediação de leitura se transforma em um diálogo articulado, a partir da qual o leitor em formação é visto como um individuo cujas ideias e expectativas são relevantes. CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS: Sob os olhos e ouvidos atentos das crianças, os contadores de histórias dão vida às palavras e personagens dos contos, poemas e crônicas. Por meio do olhar, tom de voz e dos movimentos corporais, os contadores dão força a um texto. PIAGET VIGOSKTY EDGAR MORIN MARIA MONTESSORIPAULO FREIRE AUTORES DA EDUCAÇÃO QUE ME INSPIRAM: 7 A Arte de Ouvir e Contar Histórias CARACTERISTICAS: MEDIAÇÃO DE LEITURA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS • dialogo; • imaginação; • personagem; • senso crítico; • criatividade; • livro; • atividade; • desenho; • humanizadora. • improvisação; • recursos; • imaginação; • reflexão. O que EMPOBRECE uma mediação de leitura e a contação de história? MEDIAÇÃO DE LEITURA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS • julgamento antes de ler a história; • excesso de inho (patinho, florzinha...) • não dar ritmo a história; • sempre depois da mediação propor a mesma atividade; • livros com personagens da atualidade; • nunca uma roupa deve chamar mais atenção que uma história; • contador de história é diferente de palhaço e recreador infantil; • não usar adequadamente as técnicas de oratória; 8 A Arte de Ouvir e Contar Histórias Como adequar a contação de história e mediação de leitura as minhas videoaulas e aulas presenciais? Contação de História: uma vez por semana, com cenário ou recursos, usar a improvisação e sem livro. Fazer com que a sua contação de his- tória leve uma mensagem para o seu ouvinte. DICA: CRIE O SEU PROPRIO PERSONAGEM COM SUA PERSONA Mediação de Leitura: uma vez por semana, trabalhando a história todos os dias. Ouvindo das crianças seu personagem preferido; Críti- cas e sugestões para um outro final da história; Quem é o autor, onde nasceu? Quantos livros escreveu? Qual época ele escreveu? O que é ilustração? Etc. DIREITOS AUTORAIS PARA EDUCAÇÃO Os contadores de histórias e os professores são importantes divulgadores de livros no Brasil. Aliás, agem de acordo com os eixos e diretrizes do PNLE – POLÍTICA NACIONAL DE LITERATURA E ESCRITA (LEI Nª 13.696/2018 em 13 de julho de 2018, a chamada Lei Castilho), cujo conteúdo é resultado de discussões realiza- das ao longo de 10 anos por meio das atividades do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL). Também os Planos Estaduais e Municipais do Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca assim definem os eixos de suas propostas legislativas: Eixo I – Democratização do acesso; Eixo II – Fomento à leitura e à formação de mediadores; Eixo III – Valorização institucional da leitura e incrementodo seu valor simbólico; Eixo IV – Desenvolvimento de economia do livro; A Lei 9.610/1998 veio consolidar e regulamentar os direitos do autor e dispõe no seu art.46 que “não constitui ofensa aos direitos autorais: VI – a representação teatral e a execução musical, quando realizadas no recesso familiar ou, para fins exclusivamente didáticos, nos estabelecimentos de ensino, não havendo em qualquer caso intuito de lucro.” Mais adiante, o art.53 estabelece alguns deveres do editor, a saber: 9 A Arte de Ouvir e Contar Histórias “Art.53. Mediante contrato de edição, o editor, obrigando – se a reproduzir e a divul- gar a obra literária, artística ou científica, fica autorizado, em caráter de exclusivida- de, a publicá – la e a explorá – la pelo prazo e nas condições pactuadas com o autor. Paragrafo único. Em cada exemplar da obra o editor mencionará: I – autor e o título da obra; II – no caso da tradução, o titulo original e o nome do tradutor; III – o ano de publicação; IV – o seu nome ou marca que o identifique.” REQUISITOS DE UM CONTADOR DE HISTÓRIAS: 1) SORRISO; 2) EXPRESSÃO CORPORAL / FACIAL; 10 A Arte de Ouvir e Contar Histórias 3) HUMILDADE; 4) CONTEÚDO; 5) SEGURANÇA: TECNICAS: CONSTRUINDO UMA HISTÓRIA NA VIDEOAULA E PRESENCIAL; TECNICAS DE MEMORIZAÇÃO; Por favor, caro aluno acompanhar as técnicas nas videoaulas SUGESTÕES: Vídeo de como ler um livro e Supere o medo, vergonha e timidez na hora de falar em público. COMO CHAMAR ATENÇÃO DAS CRIANÇAS NAS SUAS VIDEOAULAS • CRIE UM PERSONAGEM • ABUSE DE RECURSOS • VESTIMENTAS NAS CORES AZUL, AMARELO E LARANJA • BRINCADEIRA CANTADA • USE TÉCNICAS DE ORATÓRIA Fo to c ria do p or P ro st oo le h/ br .fr ee pi k.c om 11 A Arte de Ouvir e Contar Histórias Histórias, uma forma de comunicação Qualidade da mensagem As histórias podem ser usadas com as mais diversas intenções, e uma delas é como uma forma de comunicação entre pais e filhos, professores e alu- nos etc. Principalmente, porque os adultos têm sempre muitas coisas que gostariam de falar para as crianças e, às vezes, não sabem como fazê-lo. Não se preocupe, as histórias têm propriedade de interessar a criança, e por isso elas irão ouvir atentamente e aprender com elas. Compreender a história irá significar compreender situações, razões e resultados, além dos elementos que se deseja transmitir. O contador de história deve se preocupar em discernir no seu conteúdo a que tipo de conclusões ela levará, quais sentimentos despertará, se ela poderá incentivar ou inibir determinada conduta. Se não houver essa preocu- pação inicial, corre-se o risco de estar comunicando, até comunicando bem, algo indesejado, que não está de acordo com os valores do que se está narrando, ou até mesmo o risco de entrar em contradição. Deve-se tomar o cuidado de analisar a história não só pelo seu roteiro principal, mas também pelos acontecimentos periféricos, secundários. Exemplo: uma história poderá estar valorizando a coragem de determina- do príncipe, que luta pela salvação de seu povo. Mas, se, na intimidade, esse príncipe for arrogante e mandão a história estará valorizando a cora- gem, mas também comprometendo a cortesia que um cavaleiro deve ter. Linguagem Você já leu alguma história em que há uma determinada fala que a personagem repete sistematicamente? Um poema, uma sequência de números, saudações, um diálogo? As palavras nos ajudam a compreender as ideias, porque, enquanto leitores, a obra nos instiga pelo conteúdo e não pela forma. Mas sabemos que são as palavras que nos permitem absorver tudo isso, elas estão lá. E, quanto mais lemos, mais adquirimos formas rebuscadas 12 A Arte de Ouvir e Contar Histórias de compreender o que está escrito. As palavras permitem ampliar a re- presentação mental das coisas, ampliar a capacidade de abstrair, tornar- -se mais hábil para utilizar o pensamento complexo quando necessário. A partir dos 6 anos, as crianças vão se tornando mais aptas a entender a comunicação escrita, oral e a fazer-se entender. Observa-se também um aumento progressivo do seu vocabulário e uso mais preciso de verbos. A linguagem escrita é percebida como meio de obter informações e a literatura e gêneros textuais diversos tornam-se recursos importantes neste contexto. Sugestões • Ao preparar a história, selecione palavras ou expressões que você considere relevantes. Ao contar, imprima uma entonação/ritmo di- ferente à(s) palavra(s) em questão: fale mais alto, mais baixo, mais lentamente, mais rapidamente, repita a palavra como se fosse parte do texto. Quando perceber que as crianças já se familiarizaram, faça uma breve pausa antes de falar a palavra ou expressão. A prática tem mostrado que as crianças, ao seu breve silêncio, antecipam a situa- ção e pronunciam a palavra ou expressão prevista pelo contexto da história. Cabe também fazer de conta que esqueceu a palavra/expres- são em questão, gera o mesmo efeito. Ao antecipar, na preparação da história, que elas terão dificuldade para compreender alguma palavra ou expressão, mencione algo do tipo “palavra difícil essa, hein!”, “esta palavra eu não conhecia, tive que olhar no dicionário... Sabe o que significa?” e a partir daí você pode direcionar a história. • Visualização do que está sendo narrado: Diga aos ouvintes algo como: “agora vocês vão fechar os olhos e imaginar o que eu vou dizer” (exemplo): “Paulinha colocou a plantinha no quarto e quando saiu ela ouviu a plantinha gritando Sacola! Sacola! Sacola!”. (pausa). “Imaginaram? Pois é, e depois...” (continua a história). • Objetos ou figuras: A depender da arte gráfica do livro que você esti- ver usando, siga a sequência da história e aponte para alguma figura que represente o que você quer dizer. As crianças falarão por você. 13 A Arte de Ouvir e Contar Histórias Histórias e Desenvolvimento Atenção e Raciocínio Como muitos já sabem, as histórias têm o poder mágico de prender a atenção da criança. Mas, além disso, elas despertam o raciocínio quando a criança se coloca no lugar do personagem, fazendo ques- tionamentos: Como o personagem irá fazer para sair daquela situa- ção? A princesa encontrará o príncipe e será feliz novamente? E fará suposições para a resolução de conflitos propostos na história. Com o seu desfecho no final, irão compará-la com as suas suposições. Isso fará com que exercitem a relação de causa e efeito, que faz parte do seu amadurecimento. Além desses elementos, a memória também é ativada. As maldades fei- tas pela rainha má serão relembradas, no final da história, quando esta for castigada. A criança, por estar interessada no enredo, gravará ele- mentos e detalhes que sabe que lhe trará satisfação em outra parte da história. A cada vez que a história é repetida, ela saboreará melhor es- tes elementos. E elas têm predileção por ouvir a mesma história muitas vezes, isto porque elas querem ter a certeza de que o mal foi derrotado e de que tudo acabou bem no final. Sugestões: • O efeito das caixas Se você for usar objetos para gerar maior impacto na narrativa com artefatos concretos, coloque-os numa caixa e vá retirando aos poucos enquanto conta. A caixa mobiliza a curiosidade e, a cada movimento de abri-la, o ouvinte estará relacionando suas hipóteses: o que será que vai sair da caixa desta vez? • Crie um suspense Você tem uma cena em mente para descrever. Não a descreva toda de vez. Faça uma pequena pausa antes de narrar um ponto culminante da história. Pergunte ou comente: Ah... vocês não sabem o que aconteceu... (pausa)... (continuação). 14 A Arte de Ouvir e Contar Histórias • O contador de histórias está confuso Coloque-se como um narrador confuso com o andamento da história. Pergunte ou comente: “Será que é isso mesmo?”, ou “... Eu não sabia que....”; ou ainda “Que maluquice, onde já se viu.....?”. • Movimentos como códigos Determine movimentos que serão sempre os mesmos para determinado personagem ou situação. A partir de determinadomomento, no an- damento da história, apenas faça o movimento, como se fosse uma cena muda. Seus ouvintes irão descobrir do que se trata. Por exemplo, a garota Joana sempre se esconde quando vê o palhaço. As situações com palhaço se repetem na história e, então, você representa apenas a garota se escondendo, sem narrativa. Os ouvintes irão perceber que, se ela se escondeu, é porque viu um palhaço. O mesmo pode ser feito com efeitos sonoros. • Adereços para o pensamento Imagine que você está falando de uma mulher que tinha que resolver uma situação e queria ficar sozinha para pensar bastante. Você pode usar uma lupa para mostrar que ela queria olhar cada detalhe da si- tuação, ver de perto para decidir melhor. Ou então o motorista está na estrada deserta com o pneu do carro furado e, de repente, tem uma ideia, uma luz. Utilize uma lâmpada para representar o insight do personagem. Senso Crítico As ingênuas histórias podem ser um motivo para os adultos discutirem com a criança comportamentos e posicionamentos, não de forma im- positiva, mas sim convidativa, ao pensar. As crianças pequenas ficarão encantadas quando Cinderela se apaixonar imediatamente pelo prínci- pe. Mas as mais velhas poderão ser questionadas se somente o fato de ser bonito, rico e poderoso é suficiente para alguém se apaixonar. O que importa é que as histórias vão trazer o contexto no qual o contador poderá fundamentar uma discussão que busque produzir reflexão e o exercício do senso crítico. 15 A Arte de Ouvir e Contar Histórias Imaginação As histórias conduzem o ouvinte às mais diversas paragens, e não há li- mite. Uma boa narrativa pode levar ao fundo do mar, acima das nuvens, a países distantes, ao futuro e ao passado. A descrição detalhada fará com que o ouvinte sinta o cheiro das flores, visualize a grama verdinha e se encante com o cavalo alado que voa pelo céu estrelado. Porém este detalhamento não deve ser exagerado, permitir que o ouvinte coloque a sua “própria” cor do céu, enfeite o campo com árvores. A narrativa é um convite para que a imaginação se desencadeie e complemente o cenário. Caixas, baús e caldeirões estimulam ainda mais a imaginação da criança. Faz com que ela entre ainda mais dentro da história. Criatividade Sabe-se que a criatividade está diretamente ligada à quantidade de referência que uma pessoa possui. As histórias são capazes de dar es- tas referências às crianças. E o importante é que essas referências não são apenas aquelas apresentadas a elas, prontas, de forma conceitual ou visual, mas também as que resultam de seu próprio raciocínio e de sua imaginação. Após ouvirem uma história, podemos pedir a elas que façam um desenho da cena que mais gostaram, ou modelagem em massinha, ou uma cena de teatro, onde elas mesmas componham seu figurino e adereços. Transmissão de valores As histórias são excelentes veículos para a transmissão de valores, por- que dão contexto a fatos abstratos, difíceis de serem transmitidos isola- damente. São um verdadeiro conjunto de fatos que enaltecem os valo- res éticos. É preciso que o contador acredite realmente na veracidade das a afirmações que a história possui. Para que isso aconteça, cada um deve escolher as histórias que realmente lhe agradam, que coincidam com os seus valores pessoais, que estejam de acordo com aquilo que ele deseja transmitir. Somente desta forma, ele poderá transmitir o que deseja de forma convincente. 16 A Arte de Ouvir e Contar Histórias Afetividade O ato de contar histórias se transforma em momento de cumplicidade, companheirismo, e favorece a afetividade. A própria transmissão de valores provém de um ato de afetividade, de amor ao contar histórias. Sugestões • Utilize recursos que reforcem uma determinada atmosfera que você queira criar: uma luz apagada, uma música incidental para momen- tos de tristeza/suspense/alegria, uma lanterna para reforçar o medo de alguém sendo interrogado pela polícia, ou que foi descoberto num esconderijo. • Reproduza a fala das personagens ou da própria narrativa enfatizan- do as emoções em questão: um garoto com raiva porque ficou de castigo, uma garota feliz porque vai a um baile. • Associe movimentos a ações de modo a aproximar as crianças da história: “Se os animais abraçaram Vivi, então vamos todos nos abra- çar”. “Será que foi assim que eles fizeram?”. “As meninas torceram de alegria quando os meninos ganharam o campeonato de futebol. Como é que a gente faz quando está alegre assim?” • Faça movimentos para compor uma cena. Sua linguagem não-verbal poderá auxiliá-lo na demarcação de emoções ao longo da história. Fique agachado, todo encolhido, ao falar de um garoto muito tímido que tinha medo de gente grande. Ou então, recoste-se na carteira como se estivesse tomando sol, ao falar de um rapaz que estava de férias e foi tomar um sol. Ao compor a cena com seus movimentos, os alunos terão melhor visão da narrativa, o sentido torna-se mais explícito e auxilia na atenção deles. • Descreva ações do personagem que remitam seu estado emocional. Ao mencionar que Tia Vera estava nervosa, descreva o “nervosa”: an- dava de um lado para o outro, a mão na testa franzida, o coração palpitando, dizendo “eu sabia que isso não ia dar certo!”. 17 A Arte de Ouvir e Contar Histórias Antes de contar ... 1. Contar ou ler? Após a escolha da história, o passo seguinte é o contador decidir se irá ler ou contar com suas próprias palavras. Leve em consideração aquilo que o deixará mais confortável e confiante de não perder sua credibili- dade com os ouvintes. Se não estiver seguro do texto, é melhor estudá-lo mais antes de ser contado com suas palavras ou simplesmente lido. A contação narrada proporciona maior interação com o ouvinte e tam- bém possibilita maior flexibilidade. Na hora de contar com suas pala- vras, alguns elementos podem ser introduzidos ao texto original, bus- cando semelhanças a situações pelas quais a criança está passando, introduzir valores que se deseja abordar, ou mesmo, para dar mais co- lorido ou humor. Esta posição não é radical, pois é importante preservar a preciosa ideia do autor. Podemos incrementar ao texto, dando ainda mais vida e fantasia, sem contradizer o autor, além de transmiti-la de modo respeitando o seu trabalho. Dica: Você pode iniciar a história com o livro em mãos, depois guardá- -lo para pegar seus recursos. Isto servirá para que a criança saiba que você não está contando tudo da sua cabeça, que está em livros e que eles são mágicos. 2. O que contar? Para orientar a escolha das histórias é importante saber os assuntos pre- feridos relacionados às faixas etárias: • Até 3 anos: histórias de bichinhos, de brinquedos, animais com ca- racterísticas humanas (falam, usam roupas, têm hábitos humanos), histórias cujos personagens são crianças. Abuse de histórias cantadas e musicalização; • Entre 3 e 6 anos: histórias com bastante fantasia, história com fatos inesperados e repetitivos, histórias cujos personagens são crianças ou animais. 18 A Arte de Ouvir e Contar Histórias • 7 anos: aventuras no ambiente conhecido (a escola, o bairro, a famí- lia etc.), histórias de fadas, fábulas. • 8 anos: histórias que utilizam a fantasia de forma mais elaborada, histórias vinculadas à realidade. • 9 anos: aventuras em ambientes longínquos (selva, Oriente, fundo do mar, outros planetas), histórias de fadas com enredo mais elabo- rado, histórias humorísticas, aventuras, narrativas de viagens, explo- rações, invenções. • 10 a 12 anos: narrativas de viagens, explorações, invenções, mitos e lendas. Mas essa orientação não é uma regra, pois direcionar corretamente as histórias depende mais da proposta do contador e da maturidade individual de cada criança, ou do grupo de crianças, do que propria- mente da história em si. Essas dicas servirão como ferramentas iniciais em caso de dúvidas neste aspecto. 3. Onde e quando contar? Estão enganados osque pensam que, só porque se prepararam, e até confeccionaram os recursos, poderão contar a história na hora e no lo- cal que quiserem. A criança não vai querer ouvir histórias em um local com muito barulho, nem terá vontade se estiver com sono ou fome. Ela também poderá não querer se estiver ansiosa por algo que irá aconte- cer, uma viagem, o início das aulas. Ao local também é preciso ficar atento. Considerando que este mo- mento extrapola muito o simples fato de contar uma história, é um momento de interação, de troca de amor. Ele deve ser preparado, deve ter um bom “clima”. Não deve ser em um local onde as pessoas não param de passar, com a televisão ligada, em ambiente quente, ou onde ambos estejam mal acomodados. O lugar deve ser tranquilo e confor- tável. As luzes podem se apagar, pode haver um tapete sobre o qual as crianças fiquem à vontade, pode ter bonecos espalhados, e o que mais o contador imaginar. 19 A Arte de Ouvir e Contar Histórias Procure um espaço: • Tranquilo • Confortável e aconchegante • Com boa acústica • Disponha os ouvintes de forma que todos visualizem as ilustrações Como me preparar? Em primeiro lugar, é preciso entender a história, destacar em que lugar se passa, em que época, quem são os personagens principais, os secundá- rios, quais são suas características. Perceber se estes personagens e suas características irão permitir um toque especial na voz, uma imitação. Dicas: • Estude a história Faça anotações, pequenos esquemas com sequência de ações – sua memória precisa de apoio principalmente para as histórias novas do seu repertório. Observe o foco a ser dado, considerando-se as dimen- sões apresentadas e organize antecipadamente quais serão seus movi- mentos, pausas, efeitos outros. • Assimile a história Estudar a história significa organizá-la em termos concretos. Todavia, esse estudo não elimina a condição de que a história seja assimilada por você, processada no interior de si mesmo identificando-se com as situações apresentadas, empatia com os personagens, associando a his- tória a experiências pessoais. Ajudará você a imprimir um estilo próprio para contar a história. • Aqueça sua voz O aquecimento da sua voz significa cuidar de você frente a uma ativi- dade que irá demandar uma entrega diferenciada sua em aula. As in- terações enquanto contamos histórias podem ser intensas. Comer uma maçã para limpar as pregas vocais, hidratar-se com pequenos goles de 20 A Arte de Ouvir e Contar Histórias água, praticar sons tipo “humming” por alguns 8 a 10 minutos antes da atividade farão a diferença. • Encontre seu adereço Contar histórias não requer nenhuma indumentária específica ou al- guma fantasia que represente um personagem. Contudo, um adereço compõe seu papel como contador de histórias. Talvez um chapéu/ boné que você coloca quando vai começar? Um lenço? Um casaco? Um avental? Colocar o adereço no começo e retirar no final também ajuda a sinalizar o começo e o fim da história para seus ouvintes. • Prepare seus ouvintes Da mesma forma que, no cinema, as luzes se apagam vagarosamente e que, no teatro, ouvimos o sinal sonoro antes do espetáculo come- çar, é preciso sinalizar a seus ouvintes. A história vai começar, estamos saindo do mundo real, ou a história terminou, estamos voltando para o mundo real. Mais algumas dicas: • Conheça e goste da história • Conheça particularidades do público (idade, gostos) • Treine muito • Use um gravador para estabelecer as vozes • Filme suas expressões • Mantenha o texto com você para dar mais segurança • Se der o famoso “branco”, não se desespere. Repita a última parte até que se lembre, ou improvise até que aquele trecho volte à memória. Como começar? A chamada A postura do contador é de alguém que conta como se estivesse vivido ou presenciado o fato. Não posso despertar credibilidade se não passar 21 A Arte de Ouvir e Contar Histórias convicção e confiança em minha fala. É como oferecer um pedaço de pudim fazendo cara de nojo. Para começar, você pode usar, por exemplo, um instrumento musical ou dizer uma parlenda, respirar pausadamente e de olhos fechados, procurar o livro para que possa contá-lo. Para finalizar, você pode pe- gar o livro e fechá-lo despedindo-se, encerrar enfaticamente com um movimento mais brusco, uma fala de efeito, falar um provérbio. As pos- sibilidades são inúmeras. Pode-se iniciar dizendo: “Vocês não imaginam o que vou contar hoje...”; “Ah! Por falar nisso, lembrei-me agora de uma história...”; “Eu estava vindo para cá, hoje e encontrei...”. Ou ainda usar os chavões: “Era uma vez...”, “Muito tempo atrás...”, “Numa terra distante...”, “Numa época que não é esta....”. Na verdade, é trazer a história para si mostrando intimidade ou proxi- midade com os fatos. Você não estará contando algo que ouviu, mas demonstrando fazer parte da trama. Para o ouvinte, soa familiar, interes- sante, e não somente uma historinha qualquer. A ênfase da introdução pode estabelecer toda a trajetória de um conto. Existem, também, as fórmulas para o início e para o fim de histórias, como: “Fui ao moinho e moí a farinha, quem quiser que conte a sua, pois eu, já contei a minha.” “Era uma vez uma vaca Vitória, deu um pum e acabou-se a história.” “Entrou pela boca do sapo, saiu pela perna de pinto, e quem quiser que conte cinco.” “Entrou por uma e porta saiu por outra, quem quiser que conte outra.” Dica: Crie a sua fórmula e inspire as crianças a criarem as próprias também! 22 A Arte de Ouvir e Contar Histórias Cause expectativa: Mesmo em uma narração simples, podem-se usar alguns elementos para criar surpresa e maior interesse nas crianças. De repente, a narradora se transforma na fada e coloca o seu chapéu cor-de-rosa! O coelho aparece em forma de dedoche, ou é preciso fazer um barquinho de papel para transportar a princesinha. Na utilização desses elementos, é preciso prestar atenção para não perder o foco – mesmo que as crianças, entusiasmadas, queiram interromper, o narrador deve estar firme e continuar a sua conta- ção. Não antecipe os fatos antes de serem narrados; ao pegar um livro, leia seu nome, comente sobre o autor, ilustrador e dados sobre o mesmo, não fale sobre o conteúdo a ser lido/ contado, simplesmente leia/conte. Como diz a poetiza Adélia Prado “Não basta ter queijo e faca, é preciso ter fome de queijo”. Cause fome, instigue o interesse pelo tema. Walter Benjamim, em Cacos da História, diz que as notícias e fatos não nos causam surpresas, por chegarem até nós cheios de explicações des- necessárias. As explicações ou justificativas podem ser esclarecedoras posteriormente. O elemento surpresa é essencial para garantir o inte- resse e o envolvimento numa audição de histórias. Uso da voz Volume: • Medir a distância entre o narrador e sua plateia. • Verificar o tamanho da sala para medir volume. • A acústica da sala influencia no aspecto do volume que irá utilizar. • Ruídos externos exigem que o volume de voz seja ajustado. Exercícios de dicção: • Escolher um texto e fazer a sua leitura pausadamente e em voz alta. • Colocar uma caneta entre a arcada dentária superior e inferior, e falar o texto. • Ler novamente o texto sem a caneta. • Se possível, acompanhar o exercício com um gravador ou filmadora. 23 A Arte de Ouvir e Contar Histórias Velocidade: Está muito ligada à boa dicção. Variar a velocidade da voz pode auxiliar na interpretação do texto – falar mais rápido pode passar mais emoção, um sentimento de urgência, e falar mais devagar é ade- quado quando se deseja passar um sentimento de paz, harmonia, sere- nidade. Tonalidade: Graves e agudos podem ser utilizados para conse- guir efeitos surpreendentes. Vocabulário: Use palavras simples, as quais se tem a certeza absoluta de que as crianças entenderão. Jamais use palavras vulgares: isto des- prestigiará o conto e poderá dispersar a atenção das crianças. Pausas: Elas são muito utilizadas para ampliar a expectativa da criança na história.Cuidado para não usá-las por um período muito longo ou repetitivamente. Expressão facial e corporal: A expressão corporal e facial é importante, pois acentua a troca dos personagens e das atitudes diversas do contador. Dificilmente você vê um contador de histórias sentado. Não que manter-se ereto seja regra, mas, ao contar uma história, o contador é invocado a utilizar todo seu corpo como ferramenta, possibilitando o estímulo e a assimilação dos vários sentidos (visual, auditivo, olfativo, tátil). No momento da narrati- va, o que é usado pelo narrador, seja um tecido, adereço, pedra, luzes, entre outros, torna-se de significado para ele e para o ouvinte, cabendo somente aos dois o interpretar de forma íntima e significativa esse objeto. 24 A Arte de Ouvir e Contar Histórias A viagem da minhoca Minhoca dentro da toca, vivia escondida Porque dentro da terra é minhoca E fora da terra vira comida. Coitadinha da minhoca Ficava sempre com muito medo, Mas precisava sair um pouco Pra buscar um lugar fresco No caminho ela encontrou Um pequeno passarinho E num instante ele pensou: — Olha só que coisa boa, Eu vou levar ela pro ninho Ao chegar no ninho a minhoca Quis fazer um pedido Mas o pássaro com muita fome Chamou ela de atrevida E lhe avisou que viraria comida Brincad eiras e Histórias Cantadas por Gestos 25 A Arte de Ouvir e Contar Histórias Explicou a pobrezinha Que durante o caminho Viu um mundo tão bonito De dentro do bico do passarinho O passarinho ficou mal-humorado Pois estava esfomeado Mas ficou com pena da minhoca Que nunca viu o mundo de fora da toca Ajeitou ela no bico Se tornaram grandes amigos E saíram pelo mundo afora O que parecia o fim foi o belo começo De uma longa história. 26 A Arte de Ouvir e Contar Histórias Jacaré Piloto Era uma vez um jacaré Que queria ser piloto de avião O seu sonho era voar E com os pássaros brincar O seu sonho era voar E de pertinho as estrelas enxergar Tentou voar em um balão Mas nada disso funcionava Porque o balão estourava Tentou então voar com a bicicleta E em uma ladeira se jogou Mas isso não funcionou Pois ele caiu e a testa machucou Foi quando ele teve uma ideia Construiu um avião Foi o primeiro piloto da floresta E voou mais alto que um gavião Voa, voa, jacaré Que coragem você tem! Lutou tanto pelo seu sonho Vou lutar pelo meu também. 27 A Arte de Ouvir e Contar Histórias As cores de chapeuzinho Quando chapeuzinho era apenas um bebê O lobo era bonzinho E também era magrelo Quando ela o avistou O seu chapéu ficou amarelo Um dia o lobo apareceu caminhando rumo ao sul E o chapéu da menininha ficou azul Mas o lobo era bonzinho E gostava de uma proza Então o chapéu ficou cor de rosa Conforme o lobo crescia Se tornou comilão e tinha muita sede O chapéu da chapeuzinho Foi ficando verde O lobo foi se transformando Em malvado, afiando os seus dentes 28 A Arte de Ouvir e Contar Histórias Crescendo os seus pelos E a mamãe de chapeuzinho dizia: Cuidado com o lobo minha filha! Excelente conselho, excelente conselho E o chapéu de chapeuzinho ficou vermelho! A Baleia Leia Era uma vez uma baleia Que se chamava Leia Ela sempre reclamava E estava muito brava Tudo era motivo para dizer Que estava triste Não gosto disso, Não gosto daquilo Isso é muito chato Eu queria ser um pato! E de tanto reclamar Leia não viu o tempo passar E quando ela se deu conta estava perdida no mar! Foi quando apareceu o polvo Bicho sábio, inteligente 29 A Arte de Ouvir e Contar Histórias E deu um conselho a ela Que serve pra muita gente Pare já de reclamar E comece a agradecer As baleias vão te achar E bem melhor você vai ser Leia ouviu com atenção O conselho daquele polvo E buscou no coração A palavra gratidão, Se esforçou mais um pouquinho E cantou com alegria Que a vida é muito bela Ser feliz é o que interessa! Foi quando as baleias A encontraram e a partir daquele dia Ela aprendeu a lição: Levamos a nossa vida De acordo com o nosso coração! 30 A Arte de Ouvir e Contar Histórias Polvo cabeludo Lá no fundo do mar De corais coloridos Morava um polvo simpático E por todos conhecido Mas, era bem diferente Porque não era careca Era um polvo cabeludo E dizia todo mundo: Que esquisito! Olha aquilo! Ele nem parece polvo 2x Será que é um bicho perigoso? Então a amiga baleia Teve uma bela ideia Polvo não fique sem graça Vamos fazer uma festa Convidou todos os bichos E começou a cantar Uma canção que falava Sobre respeito e amar 31 A Arte de Ouvir e Contar Histórias Escute bem meus amigos Escute com atenção Não zombem do amigo polvo Temos que ter mais compaixão Faço aqui um convite Se sintam como ele se sente É a festa do cabelo É normal ser diferente! A partir daquele dia Todos se arrependeram Por zombarem de alguém Por causa do seu cabelo Pediram muitas desculpas E o polvo os perdoou Hoje são grandes amigos E ensinam sobre o que o amor! Essa é a história do polvo Mais respeito por favor! 2x 32 A Arte de Ouvir e Contar Histórias 33 A Arte de Ouvir e Contar Histórias34 A Arte de Ouvir e Contar Histórias 35 A Arte de Ouvir e Contar Histórias36 A Arte de Ouvir e Contar Histórias As cores de chapeuzinho 37 A Arte de Ouvir e Contar Histórias38 A Arte de Ouvir e Contar Histórias Baleia Leia Palitoche 39 A Arte de Ouvir e Contar Histórias40 A Arte de Ouvir e Contar Histórias Polvo cabeludo 41 A Arte de Ouvir e Contar Histórias42 A Arte de Ouvir e Contar Histórias 43 A Arte de Ouvir e Contar Histórias44 A Arte de Ouvir e Contar Histórias Ao som dos animais Essa dança é muito divertida Aos sons dos animais Eu vou mexer minha barriga... Levantando a mão E agora o pé. Solte um grito forte Imitando um Jacaré Não tenha medo, Nem fique sem graça, Pule bem alto Parecendo uma girafa Agora rápido, Em um instante, Bata o pé bem forte Imitando um elefante Brincade iras Cantadas 45 A Arte de Ouvir e Contar Histórias Não fique de bobeira E nem de reclamação Imite o rugido de um leão. Dançando alegremente Dançando numa boa, Imite o sapo na lagoa. Essa dança é muito divertida Aos sons dos animais eu vou Mexer minha barriga! Uma folha de papel Com uma folha de papel Posso fazer um som legal Com uma folha de papel eu faço assim... Um som assim, Um som assim, Um sim assim, Assim, assim... 46 A Arte de Ouvir e Contar Histórias Pedrinhas Pedrinhas, pedrinhas Que fazem musiquinhas Tocam, tocam, tocam De noite e de dia Pedrinhas, pedrinhas Que ficam caladas Gostam de silencio E não tocam mais nada... Dom Alfredo Dom Alfredo baila Baila, baila, baila Com Alfredo baila Baila com o dedo Com o dedo, dedo, dedo Assim baila Dom Alfredo Dom Alfredo baila Baila, baila, baila Dom Alfredo baila Baila, baila, baila 47 A Arte de Ouvir e Contar Histórias Dom Alfredo baila Baila, com a mão Com a mão, a mão, a mão Com o dedo, dedo, dedo Assim baila Dom Alfredo. Dom Alfredo baila Baila, baila, baila Dom Alfredo baila Baila, com o braço Com o braço, braço, braço Com a mão, a mão, a mão Com o dedo, dedo, dedo Assim baila Dom Alfredo Dom Alfredo baila Baila, baila, baila Dom Alfredo baila Baila, com o peito Com o peito, peito, peito Com o braço, braço, braço 48 A Arte de Ouvir e Contar Histórias Com a mão, a mão, a mão Com o dedo, dedo, dedo Assim baila Dom Alfredo Seu mestre mandou Preste atenção no que eu vou dizer Tudo o que eu falar você vai ter que fazer Preste atenção no que eu vou falar Tudo que eu disser você vai ter que imitar Levante bem devagar E comece a pular Pula, pula, pula Pula sem parar Preste atenção no que eu vou dizer Tudo o que eu falar você vai ter que fazer Preste atenção no que eu vou falar Tudo que eu disser você vai ter que imitar Levante bem devagar E comece a rodas Roda, roda, roda Roda sem parar 49 AArte de Ouvir e Contar Histórias Preste atenção no que eu vou dizer Tudo o que eu falar você vai ter que fazer Preste atenção no que eu vou falar Tudo que eu disser você vai ter que imitar Levante bem devagar E em um pé só você vai ter que andar Em um pé só, em um pé só Em um pé só você vai andar... (O professor é livre para dar os comandos à turminha) 50 A Arte de Ouvir e Contar Histórias 51 A Arte de Ouvir e Contar Histórias REFERÊNCIAS CAVALCANTI, Joana. Caminhos da literatura infantil e juventude: dinâmicas e vivencias na ação pedagógica. São Paulo: Paulus, 2002. FARIA, Maria Alice. Como usar a literatura infantil em sala de aula. São Paulo: Contexto, 2010. JOLIBERT, Josette. Formando crianças leitoras. Vol. 1; Tradução Bruno C. Magne. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. SISTO, Celso. Textos e pretextos sobre a arte de contar histórias. Chapecó: Argos, 2001. 53 Que up foi esse? Virei contadora de histórias!