Defesas Maníacas

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Defesas Maníacas
Melanie Klein
No artigo de 1935 Klein trabalha com 4 termos assimétricos:
A diferença entre as posições e as defesas são que: “enquanto as posições implicam o conjunto de ansiedades derivadas de uma modalidade de relação objetal, as defesas são tentativas de se livrar dessas ameaças” (VERTZMAN; COELHO JUNIOR, 2019, p.94). 
 
Introdução
Posição paranoide
Posição depressiva
Defesas maníacas
Defesas Obsessivas
 Posição esquizo-paranóide:
O ego do bebê, na fase inicial do desenvolvimento, não tem a capacidade de perceber a realidade de forma integrada, e através de um olhar dicotomizado e sob a influência do mecanismo de Cisão (Spliting), os objetos internos e externos tornam-se bons ou maus (RIBEIRO; GERCHMAN, 2017). 
Posição depressiva:
Conforme o bebê se desenvolve, há uma maior capacidade do ego de lidar com a realidade interna e externa, assim, torna-se possível a integração dos objetos e a percepção do mundo como um todo (RIBEIRO; GERCHMAN, 2017).
Defesas maníacas
 “As Defesas maníacas desenvolvem-se na posição depressiva como defesa contra a experiência da ansiedade depressiva, da culpa e da perda. Baseiam-se na negação onipotente da realidade psíquica, e as relações de objeto caracterizam-se por triunfo, controle e desprezo”(SEGAL, 1975, p.140).
“Em muitas estruturas psíquicas de natureza melancólica, em que o ego do sujeito está submetido a uma opressão tirânica por parte de um superego rígido e, por vezes, cruel, o ego inconsciente lança mão de mecanismos defensivos com os quais o sujeito sente-se liberto das tiranias, procurando inverter os papéis de quem submete e quem é submetido”(ZIMERMAM, 2008, p. 259).
Existem duas categorias de defesas usadas contra as experiências de sofrimento intoleráveis: Repressão e Defesas maníacas
As defesas maníacas auxiliam o ego a suportar o sofrimento pois o protegem do desespero total. Quando o sofrimento e as ameaças diminuem, as defesas maníacas podem gradualmente dar lugar à reparação. Entretanto, se são excessivamente fortes, formam-se pontos de fixação que interferem no desenvolvimento futuro (SEGAL, 1975).
A organização das defesas maníacas na posição depressiva inclui mecanismos de defesa como divisão (spliting), idealização, identificação projetiva, negação, etc. Mecanismos estes que já estavam em evidencia na posição esquizo-paranóide. O que distingue uso dessas defesas é que elas são altamente organizadas devido ao desenvolvimento egóico e são dirigidas à ansiedade depressiva e culpa (SEGAL, 1975).
 De acordo com Segal (1975, p.96)
“Visto que a posição depressiva está vinculada à experiência de dependência do objeto, as defesas serão dirigidas contra quaisquer sentimentos de dependência, os quais serão obviados, negados ou invertidos. Visto que as ansiedades depressivas estão vinculadas à ambivalência, o bebê se defenderá contra a ambivalência por uma renovação da divisão (splitting) do objeto e do ego. E, visto que a experiência depressiva está vinculada a uma tomada de conhecimento de um mundo interno, que contém um objeto interno altamente valorizado que pode ser danificado pelos próprios impulsos, as defesas maníacas serão usadas contra qualquer experiência de ter um mundo interno ou de conter nele quaisquer objetos valorizados, bem como contra qualquer aspecto da relação entre o eu (self) e o objeto que ameace conter dependência, ambivalência e culpa”.
A relação maníaca com os objetos é caracterizada pela tríade de sentimentos (SEGAL, 1975):
Modo de negar a dependência, não reconhece-la. 
Negação dos sentimentos depressivos de valorizar e de se importar. Vincula-se a onipotência.
Negação do valor do objeto, e age como defesa contra a experiência de perda e de culpa.
Controle
Triunfo
Desprezo
Referências
RIBEIRO, F; GERCHMAN, F. Pacientes em cuidados paliativos sob a luz das Defesas Maníacas: relato de experiência. Rev. SBPH,  Rio de Janeiro,  v. 20, n. 1, p. 183-194, jun.  2017. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-08582017000100011&lng=pt&nrm=iso>. acessos em: 1 maio 2021.
SEGAL, H. Introdução à obra de Melanie Klein. Rio de Janeiro: Imago, 1975.
VERTZMAN, J; COELHO JUNIOR, N. MANIA: um bairro pouco visitado. Ágora (Rio J.),  Rio de Janeiro ,  v. 22, n. 1, p. 87-98,  Jan/Abr.  2019 .   Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-14982019000100087&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 1 Maio 2021. 
ZIMERMAN, D. Vocabulário contemporâneo de psicanálise [recurso eletrônico]. Porto Alegre : Artmed, 2008. Disponível em: <https://edsonsoaresmartins1973.files.wordpress.com/2018/07/vocabulc3a1rio-contemporc3a2neo-de-psicanc3a1lise-zimerman.pdf>.