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1 Urgência e Emergência IV – 2021.1 Avaliação inicial ao politraumatizado Trauma: todo tipo de lesão causada por agente externo a um indivíduo. Diferentemente de mal súbito ou doença pré- existente (ACLS). Estatística: Principal causa de morte entre 1 e 44 anos de idade Mata 9 pessoas por minuto 5,8 milhões de mortes/ano 12% do custo das doenças no mundo (500 bilhões de dólares/ano) Colisões automobilísticas sozinhas causam mais de 1 milhão de mortes por ano e estima-se que causem de 20 a 50 milhões de lesões significativas Distribuição trimodal do trauma: 1º pico são segundos a minutos, que representa o momento em que independente do tempo de atendimento, o paciente vai morrer, ele apresenta lesão incompatível com a vida. São chamadas mortes imediatas. Hora de Ouro! Nesse momento é necessário atuar em PREVENÇÃO! 2º pico são minutos a horas, que representa o GRANDE momento. Nesse momento é possível reduzir a mortalidade. São chamadas mortes precoces. 3º pico que são semanas, onde infelizmente o paciente vai morrer decorrente de causas tardias, por infecções e afins. Mecanismos de prevenção: - Cinto de segurança - Cadeirinha de bebê - Criança no banco de trás - Air bags - Freios ABS - Controle de estabilidade Sempre lembrar: Não se atende uma vítima, se atende uma cena, uma situação. O ambiente pode e deve alterar seu atendimento. O atendimento da vítima começa após todas as prevenções. Cena SEGURA, Equipe SEGURA! Taxa de mortalidade por trauma no mundo Prevenção secundária, SE acontecer o trauma. 2 O tempo é fator crucial! Hipóxia = lesão cerebral definitiva. Hemorragia = choque circulatório. Hipotermia + Acidose metabólica + Distúrbio de coagulação = TRÍADE LETAL. PHTLS: atendimento avançado ao politraumatizado no pré-hospitalar X ATLS: atendimento avançado ao politraumatizado no ambiente hospitalar Princípios no Atendimento Pré-Hospitalar (APH): garantir a segurança dos socorristas e do paciente. Cena – Segurança – Situação *PCR em trauma fechado é basicamente óbito! Não se transporta paciente morto em ambulância. Iniciar gerenciamento dos riscos e o controle da cena Sinalização do local Isolamento da cena Estabilização de veículos (freio de mão, madeiras) Controle de tráfego Desligamento de motores automotivos (tirar chaves) Desativação de cabos elétricos energizados Remoção de vítimas em situação de risco iminente Resgate: é o grupo de providencias técnicas para a retirada de vítimas de locais de onde não conseguem sair por si só e sem risco. O APH é o conjunto de procedimentos técnicos realizados no local da emergência e durante o transporte da vítima. O objetivo é a manutenção da vida e em situação mais próxima possível da normalidade, até a sua chegada ao hospital com a minimização das sequelas. ‘Para o oxigênio chegar aos tecidos é necessária uma via aérea pérvia, para levar o oxigênio à circulação são necessários pulmões funcionantes e para a realização das trocas gasosas é necessário sangue circulante para levar o oxigênio aos tecidos de todo o corpo, principalmente ao cérebro, coração e rins’. Regulação médica: Avaliação da gravidade Liberação do veículo adequado Disponibilidade de leitos hospitalares *fratura de fêmur pode sangrar até 1,5 litros Avaliação Primária X – Controle da hemorragia grave (PHTLS) Airway – Via aérea com proteção da coluna cervical Breathing – Respiração e ventilação Circulation – Circulação com controle da hemorragia Disability – Disfunção: estado neurológico Exposure e Environmental – Exposição e Controle do Ambiente ORDEM QUE MATA MAIS RÁPIDO! Questão: Paciente vítima de acidente automobilístico, da entrada no PS, trazido pelo corpo de bombeiros. Paciente está agitado, alcoolizado e xingando toda a equipe de atendimento. Está com colar cervical aplicado. Na ausculta pulmonar tem MV abolido em hemitórax direito e FC de 30 irpm. A FC é de 120 bpm e PA de 110x70 mmHg. Tem fratura exposta de fêmur direito com atadura compressiva. Qual a medida prioritária no atendimento a este paciente? a) Intubação orotraqueal a. (A- não está rebaixado hemodinamicamente) b) Iniciar rapidamente 2000ml de Ringer-Lactato a. (C- circulação, sangramento, fazer a infusão) c) Fazer Raio-x da série do trauma a. (Tórax, coluna cervical e bacia) d) Drenagem torácica em selo d’agua hemitórax direito a. (B- hemotórax, drenar o tórax para voltar a ter expansão pulmonar) O tempo no APH: Tempo de notificação Tempo de resposta Tempo na cena Tempo de transporte Conclusão dos relatórios até o retorno à base 3 Atendimento Primário no Intra-Hospitalar Setor de atendimento: Salas de estabilização Sala de observação Setor cirúrgico: Central de materiais Centro cirúrgico Sala de recuperação pós anestésica (PO imediato) Na fase hospitalar: Planejamento antecipado à chegada do doente traumatizado é essencial Avaliar a área de reanimação que vai receber os doentes traumatizados Equipamento para abordagem da via aérea (checar os materiais, pilha e etc) Soluções cristaloides prontamente disponíveis (aquecidas) Convocação de mais médicos, se necessário Proteção da equipe de atendimento (máscara, óculos, avental impermeável, perneiras e luvas) Precauções padrão: gorro, avental, luvas, máscara, propés, óculos/protetor de face São 4 fases do atendimento ao paciente politraumatizado: 1. Exame primário e ressuscitação 2. Exame secundário 3. Reavaliação 4. Tratamento definitivo A avaliação primária deve ser repetida frequentemente, para identificar qualquer piora na situação do doente, que indique a necessidade de alguma outra intervenção. Cenário: Homem, 44 anos, motorista do carro, colisão frontal contra um muro. Inconsciente no local. Levado ao hospital por socorristas de suporte básico, com colar cervical, imobilizado em prancha longa, ventilado com máscara e ambú. Equipe protegida (tanto a que está entregando o paciente, como a que está recebendo) Equipe preparada Mecanismo de trauma é importante, mas não deve atrasar o atendimento. *Em trauma fechado é mais comum acontecer um pneumotórax e/ou hemotórax do que um tamponamento cardíaco. Este é mais comum em uma lesão por arma de fogo por exemplo. Conceitos da Avaliação Inicial: Preparação Avaliação primária com medidas auxiliares da reanimação (acesso venoso, Sat O2, monitorização) Reavaliação Avaliação secundária detalhada com medidas auxiliares da reavaliação (exames) Reavaliação Tratamento definitivo Setor de apoio diagnóstico: Radiologia (simples, USG, TC, arteriografia) Laboratório (análises clínicas, microbiologia, toxicologia) Outros exames (ecocardiografia, ECG, EEG, doppler transcraniano) 4 *Como estamos no INTRAHOSPITALAR, não temos mais o X (controle da hemorragia grave), que é do PHTLS (pré-hospitalar). Pois, entende-se que neste momento as situações ameaçadoras à vida já foram de certa forma controladas. Como avaliar um doente em 10 segundos de forma rápida e simples? Perguntar o nome. Perguntar o que aconteceu. Uma resposta apropriada confirma que existe uma via aérea pérvia (A), que tem reserva de ar suficiente para falar (B), que tem perfusão suficiente (C) e que tem sensório normal (D). Populações especiais: idosos (pode não ter uma resposta normal, como uma taquicardia, tanto pela idade como pelo uso de fármacos), neonatos e crianças, gestantes (evitar o choque para evitar aborto), obesos e atletas (conseguem manter uma resposta diferente ao choque, demora a ter taquicardia pois estão “acostumados” a uma hipóxia relativa). Airway – Via Aérea: via aérea pérvia e coluna cervical. Paciente está respirando? Tem ruídos? Secreções? *Qual a principal causa de obstrução de viasaéreas no trauma? R: Queda da base da língua. Oxímetro de pulso é uma medida auxiliar importante. Reanimação: vai de medidas simples como elevação do membro, tração da mandíbula, aspiração, sonda nasofaríngea/ orofaríngea, se não tiverem contraindicações e, por fim, a via aérea definitiva. O conceito de via aérea definitiva é um tubo com cuff insuflado dentro da traqueia, pode ser nasotraqueal ou orotraqueal, lembrando que nasotraqueal não pode ter fratura de base de crânio e fratura de nariz. Se não tiver condições anatômicas, como fraturas de mandíbulas ou dissociação anatômica maxilo-facial, não será possível intubar o paciente, necessitando providenciar uma via aérea cirúrgica que são as cricotireoidostomias. Lembrar das drogas hipnótico-sedativas em casos de o paciente não estar com Glasgow muito baixo, ou seja, tem resposta. Midazolam e Etomidato (o 2º garante maior estabilidade cardiológica, causa menos hipotensão, então se o paciente estiver instável hemodinamicamente é mais indicado). Fentanil como analgésico. Succinilcolina como relaxante muscular de ação rápida (leva à fasciculação). – Sequência de intubação mediada por drogas pelo novo ATLS. Breathing – respiração e ventilação: avaliar e manter a oxigenação e ventilação adequadas. Frequência respiratória Movimentação torácica Ausculta respiratória Percussão Saturação de oxigênio *Transformar um pneumotórax hipertensivo em pneumotórax aberto (punção de alívio). Há 2 tipos de lesões para se preocupar em relação ao tórax: 1. Lesões com risco de morte imediata – lesões que devem ser identificadas no exame primário 2. Lesões com risco iminente – lesões com repercussão semiológica um pouco menos, serão identificadas no exame secundário. Avaliação Primária Airway – Via aérea com proteção da coluna cervical Breathing – Respiração e ventilação Circulation – Circulação com controle da hemorragia Disability – Disfunção: estado neurológico Exposure e Environmental – Exposição e Controle do Ambiente 5 Tórax instável era considerada uma lesão com risco de morte e, até a 9ª edição do ATLS, deveria ser abordada no exame primário. Agora, na 10ª edição o tórax instável passou para exame secundário (risco iminente). E as lesões da árvore traqueobrônquica (traqueia, brônquios de grande calibre, lobo direito/esquerdo, próximos a carina) passaram a ser lesões do exame primário (risco de morte imediata), as quais estavam alocadas no exame secundário. *Pneumotórax Hipertensivo = acúmulo de ar no espaço pleural sob pressão, comprimindo os pulmões e diminuindo o retorno venoso para o coração. À medida que a pressão intratorácica aumenta, os pacientes apresentam hipotensão, desvio da traqueia e distensão da veia jugular. O hemitórax comprometido é hipertimpânico à percussão e muitas vezes parece um pouco distendido, tenso e pouco compressível à palpação. Diferente do tamponamento cardíaco, o pneumotórax hipertensivo tem ausência unilateral do murmúrio vesicular. O ar só entra na pleura e não sai, assim a pressão aumenta a ponto de jogar o mediastino para o outro lado, o qual “roda”, então, os grandes vasos venosos, de onde chegava o retorno venoso, torcem, e o sangue venoso não entra no AD. Assim, há uma situação de baixo débito cardíaco – choque obstrutivo. Conduta: punção descompressiva. Nas crianças 2ºEI e adultos 5ºEI entre a linha axilar anterior e média (menor distância da pleura com o meio externo). Pneumotórax iatrogênico = barotrauma na ventilação. *Pneumotórax aberto = ferimento por arma branca, por exemplo, e a parede torácica se abre. Assim, como a pressão pleural é negativa, é mais fácil entrar ar pelo ferimento do que pela via aérea, então o ar entrará por essa janela torácica, tendo dificuldade de entrar pela via aérea formal. Conduta: curativo de 3 pontas. *Lesões da árvore traqueobrônquica: drenagem de tórax após pneumotórax hipertensivo – raio-x evidencia que pulmão não expandiu direito. Checou e o dreno está bem posicionado, mas está borbulhando bastante, significando que: o buraco que foi feito na via aérea, na lesão, é maior do que o calibre do dreno. Normalmente são lesões traqueais ou após a bifurcação, nesse caso, pode-se colocar um segundo dreno de tórax para expandir melhor o pulmão. Realizar broncoscopia, porque se a lesão tiver mais de 1/3 do diâmetro da traqueia é necessário operar, caso não tiver, posiciona-se um segundo dreno, na hora que o tórax expandir, eventualmente ele vai fechar por segunda intenção. *Hemotórax maciço (sangue na cavidade pleural): geralmente causado por ferimentos com arma branca, arma de fogo. Conduta: drenagem pleural, se sair um conteúdo maior que 1500 mL é um hemotórax maciço e então, deve-se operar (toracotomia). OU então, drenou e não saiu 1500 mL nas primeiras 4 horas, se em CADA HORA sair mais que 200 mL, é um hemotórax maciço e a conduta também é a toracotomia. *Tamponamento cardíaco: geralmente ferimentos de arma branca no precórdio (área de Ziedler). Sangue fica entre pericárdio e miocárdio, comprimindo o coração. Como identificar? Tríade de Back: turgência jugular, abafamento de bulhas cardíacas e hipotensão. Conduta: pericardiocentese. # Contusão pulmonar: funciona como um edema, comprometendo a troca gasosa. Precisa ser tratada com apoio ventilatório, sendo que não pode hiperhidratar o paciente para não ter consequências ventilatórias (edema pulmonar). 6 Lesão mais comum no politraumatizado, devido a energia cinética do trauma. Insuficiência respiratória Apoio ventilatório – inclusive mecânico Restrição hídrica Rx – tomografia # Tórax instável: fratura de vários arcos costais subsequentes, em mais de um lugar, que levam a respiração paradoxal. Assim, quando se inspira, ao invés da caixa torácica aumentar, ela afunda e na expiração, ao invés de voltar ao normal, a caixa torácica abaula. O problema do tórax instável é a contusão pulmonar. Tórax instável com contusão pulmonar: Fratura de 2 ou mais costelas Pelo menos 2 pontos Respiração paradoxal Problema: contusão pulmonar e dor Circulation – circulação incluindo controle da hemorragia: avaliar a perfusão orgânica. Determina se o paciente está em choque. O choque mais frequente é o hipovolêmico, assim se for pensar em “encher o tanque MAS fechar a torneira” – ou seja, repor a volemia E parar o sangramento. Nível de consciência Temperatura e cor da pele Frequência e características do pulso Controle da hemorragia Restauração da volemia (lembrar da hipotensão permissiva: pressão sistólica maior que 90) Reavaliação Cuidado com: idosos, crianças, atletas e medicamentos (ex. betabloqueador) *Monitorização cardíaca, ECG, sondagem vesical de demora (débito urinário = volemia). *parâmetro adicionado: gasometria arterial 9ª edição 10ª edição 7 Classe I: sangramento que a pessoa já tem uma história de perda, como se doasse uma bolsa de sangue = <15% da volemia. Os parâmetros clínicos estão todos NORMAIS, necessário apenas monitorizar. Eventualmente não é necessário expandir a volemia do paciente. Classe II: perda de 15 a 30% da volemia, e o paciente apresenta taquicardia e a diminuição da pressão de pulso (diferença entre a PAS e PAD – exemplo: PA 120 x 80, pressão de pulso é 40, sendo normal acima de 30). Porque há aumento da pressão diastólica? Na presença de sangramento, catecolaminas, vasoconstrição periférica, aumentam a resistência periférica, sendo que a pressão diastólica é a resistência periférica, então, sobe a pressão diastólica antes de haver hipotensão. Assim, se houver uma diminuição da pressão de pulso, tem-se choque GRAU 2. E se colher gasometria e o déficit de base está entre -2 e -6 mEq é necessário fazer cristaloide – 1000 mL de ringer lactato e observar a evolução do paciente. Classe III: 31 a 40% de perda devolemia. Parâmetro mais importante dessa classe é a HIPOTENSÃO. Nessa classe é necessário sangue tipo específico com prova cruzada, a qual demora 40 minutos, e vai correndo enquanto isso, 1000mL de ringer lactato. Classe IV: Acima de 40%, além do paciente estar hipotenso, na maioria das vezes o pulso periférico só aparece com pressão sistólica acima de 70mmHg, então se desaparece pulso periférico, paciente está severamente inconsciente, diaforético, com cianose, déficit de base <-10mEq = choque grau IV. Necessário fazer protocolo de reposição maciça = sangue universal O – ou O+ em homens e mulheres fora da idade fértil; reposição de hemoderivados, plasma fresco e plaquetas, sendo mais coerente a cada dois concentrados de hemácias um plasma fresco congelado (2:1) e plaqueta conforme mensuração laboratorial, sendo necessário a reposição abaixo de 50.000 plaquetas. Se tiver TCE <100.000 repor plaquetas. Objetivo da reanimação precoce com hemoderivados: redução da coagulopatia e redução de cristaloides. #Não é necessário HT ou Hemoglobina para transfusão sanguínea, pois quem indica a transfusão de sangue é a CLASSIFICAÇÃO DO CHOQUE, a qual serve também para: hemorragia digestiva alta e baixa, prenhez ectópica rota, descolamento de placenta e etc. Reposição volêmica inicial: Acessos venosos (abocath 22 ou maior) Colher exames de rotina e amostra de sangue Infusão inicial de 1000mL de ringer lactato Necessidade de infusão de concentrado de hemácias Escolha dos candidatos a hemoderivados Ácido tranexâmico (agente antifibrinolítico) – 1g até 3 horas do trauma – incluído na 10ª edição. Justificativa do uso: quando o paciente está sangrando, as plaquetas fazem a rede de fibrina e o trombo. Com o passar do tempo o trombo se desfaz devido a fibrinólise. Se tiver um sangramento muito intenso no choque hipovolêmico, o plasminogênio ativa os agentes fibrinolíticos e o coágulo dura menos tempo. Então se usar um agente antifibrinolítico o coágulo dura mais tempo. Um cuidado especial: Líquidos infundidos em temperatura entre 37°C e 39°C – para não causar hipotermia Hipotermia = impacto sobre coagulopatia, função plaquetária, vasorregulação e condução cardíaca. Aquecimento de soluções – menores calafrios pós-operatórios #Hipotensão permissiva: Se tiver com hemorragia expressiva, é necessário repor sangue até normalizar a PA para operar? Não! “Fechar a torneira” é importante, por melhor que se faça a reposição, perde-se vários elementos: proteínas, fatores de coagulação, então, por melhor que seja a reposição não é como os mecanismos fisiológicos. Assim é necessário interromper o sangramento o mais breve possível. Ficar tentando aumentar a PA, além de perder tempo, pode causar destamponamento de coágulos devido aumento da PA, predispondo a maiores sangramentos. Então manter a PA sistólica mínima entre 80 e 90, vai fazendo reposição e vai para o centro cirúrgico, não perder 8 tempo. PORÉM, se o paciente tiver TCE precisa de uma PA maior, não podendo usar o conceito de hipotensão permissiva. Efeitos deletérios de infusão de cristaloides Aceita-se PA sistólica mínima de 80 mmHg Postergar a reposição até que o foco esteja controlado Não deve ser aplicado caso tenha TCE Endpoints para reposição ideal: Até quando vai repor volume? Critérios clínicos: FC, presença de pulso radial, elevação da pressão Dados hemodinâmicos sujeitos a críticas (idosos, marcapasso, betabloqueadores) Excesso de base ≥ -5 mEq/L Lactato arterial < 3 mMol/L Se esses parâmetros forem atingidos pode interromper a reposição. SANGUE O NEGATIVO OU O POSITIVO? Concentrado de hemácias O negativo = mulheres em idade fértil Concentrado de hemácia O positivo = os demais Risco iminente de vida – choque grau IV Ambiente militar = sangue total fresco – menor letalidade do que uso de hemocomponentes Coagulopatia Hipoperfusão periférica = coagulopatia precoce Alteração dos níveis de fatores, II, VII, IX, X e XI Depleção acentuada de fator V Ativação de plasminogênio que resulta em hiperfibrinólise Medidas auxiliares Sonda gástrica – devido distensão gástrica aguda nos pacientes chocados, diminuição da consciência, vômito, aspiração. Garante proteção da via aérea. Sonda vesical – medida do débito urinário é a medida de restabelecimento da volemia. Contraindicada em uretrorragia junto as fraturas pélvicas. Antigamente se fazia toque retal para saber se tinha a possibilidade de lesão de uretra ou não ou próstata flutuante. Atualmente, a suspeita de lesão de uretra apresenta-se com hematoma escrotal, uretrorragia, e não se faz toque retal para ver se passa sonda ou não. Toque retal é para estudar tônus muscular, reflexo bulbocavernoso (exame neurológico). Resposta à reposição volêmica 9 Disability – disfunção, estado neurológico Avaliação neurológica basal Escala de Coma de Glasgow o GCS 13-15 – TCE leve o GCS 9-12 – TCE moderado o GCS 3-8 – TCE grave Reação e padrão pupilar Ficar atento à possível piora neurológica *A avaliação das pupilas na escala de coma de Glasgow não foi ainda adotada pelo programa ATLS. Se tem um paciente com Glasgow 3, por exemplo, mas as pupilas são reagentes, ele continua 3. Exemplo: Paciente com Glasgow 3 mas as pupilas reagentes – permanece 3. Se as pupilas não estão reagentes à luz, nenhuma delas, subtrair 2 do Glasgow e aí o paciente fica com Glasgow 1. Utilizado em neurologia clínica e cirúrgica. Exposure e Environmental control – exposição e controle do ambiente: tirar toda a roupa do paciente. Prevenir a hipotermia Cuidados com lesões não percebidas *Sempre USAR as medidas auxiliares: sinais vitais, ECG, débito urinário, gasometria arterial, oximetria de pulso e detector de CO2, sonda vesical/gástrica. *Raio-X de tórax e pelve SÃO ESSENCIAIS! Hemotórax com velamento na base pulmonar E – trauma contuso. Localizando o sangramento: Algumas mudanças na Escala de Coma de Glasgow A pontuação continua a mesma, mas algumas nomenclaturas modificaram: - Na abertura ocular, a resposta a dor foi modificada para = resposta a pressão de abertura dos olhos (induzir a dor é politicamente incorreto). - Na resposta verbal = palavras incompreensíveis e sons inaudíveis – se tornaram palavras, sons apenas. - NT – não testável 10 OUTRAS PEQUENAS MUDANÇAS no ATLS 10ª edição Protocolo de retirada do colar cervical no trauma raquimedular (ou não): colocava-se o colar cervical de rotina, fazia-se o raio-x de perfil e se o paciente não tivesse diminuição do grau de consciência, examinava-se a coluna, e se não via nenhuma alteração/dor, solicitava a mobilização, retirava-se o colar = PROTOCOLO NEXUS. AGORA, NA 10ª EDIÇÃO – Regra Canadense (“mecanismos perigosos”) Queda > 1 m ou 5 degraus Colisão de veículo em alta velocidade Capotamento ou ejeção do veículo Colisão de bicicleta ou moto Nos casos acima: NÃO SE RETIRA O COLAR, MESMO QUE O PACIENTE NÃO ESTEJA COM DOR OU ESTIVER CONSCIENTE! - Realizar um exame minucioso da coluna cervical e fazer a tomografia cervical. Assim, vai retirar o colar cervical dos pacientes que não apresentarem os mecanismos perigosos. Queimaduras: Nas primeiras 24 horas de queimadura usa-se a fórmula de Parkland: Regra antiga: 2 a 4ml/kg/% de superfície queimada de 2º a 3º grau. Atual: 2mL/kg/% de superfície queimada acima de 14 anos 3mL/kg/% de superfície queimada <14 anos ou 30Kg 4mL/kg/% área de queimadura elétrica 1 º metade do cristaloide – administra-se nas primeiras 8 horas (contando desde a hora da queimadura e não do atendimento, queimou faz 2 horas? Administra nas próximas 6 horas a 1º metade). 2ª metade do cristaloide – outras 16 horas Trauma na gestante: - Considerar as causas de sofrimentofetal - Sangramento vaginal - Provável líquido amniótico vaginal pH >4,5 (sinal de rotura de membranas) Check-list do que mudou no ATLS 10ª edição: A. Sequência de intubação rápida mudou a NOMENCLATURA apenas para: SEQUÊNCIA DE INTUBAÇÃO MEDIADA POR DROGAS. B. - Tórax instável - antes era exame primário e passou a ser exame secundário e lesões da árvore traqueobrônquica são lesões do exame primário. - Punção descompressiva NO ADULTO: agora no 5º EI, entre a linha axilar anterior e média – anteriormente a punção era realizada no 2ºEI. - Rotura traumática de aorta – roturas tamponadas junto ao ligamento arterioso de Botallo, uma aorta que rompeu e fez um sangramento maciço: hemotórax maciço. Mas são roturas tamponadas, junto ao ligamento de Botallo, identificadas no raio-x. C. – simplificação da tabela de avaliação de choque hipovolêmica e adicionado gasometria arterial (déficit de base). - Inclusão do ácido tranexâmico no tratamento da hipovolemia. D. – Mudança na nomenclatura de alguns termos da escala de coma de Glasgow - Regra canadense para NÃO RETIRAR O COLAR CERVICAL em casos de mecanismos perigosos de lesão. # Trauma na gestante
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