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ESTÁGIO PRÁTICO I ATIVIDADE: ELABORAÇÃO DE RECURSO DE APELAÇÃO CASO PRÁTICO Em fevereiro de 2009, AMADO DA SILVA, adolescente de 13 anos, perdeu a visão do olho direito após explosão de aparelho de televisão, que atingiu superaquecimento após permanecer 24 horas ligado ininterruptamente. A TV, da marca LMS, fora comprada dois meses antes pela mãe da vítima. Exatos sete anos depois do ocorrido, em fevereiro de 2016, a vítima propõe ação de indenização por danos morais e estéticos em face da fabricante do produto. Na petição inicial, o autor alegou que sofreu dano moral e estético em razão do acidente de consumo, atraindo a responsabilidade pelo fato do produto, sendo dispensada a prova da culpa, razão pela qual requer a condenação da ré ao pagamento da quantia de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) a título de danos morais e R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) pelos danos estéticos sofridos. No mais, realizou a juntada de todas as provas documentais que pretende produzir, inclusive laudo pericial elaborado na época, apontando o defeito do produto, destacando, desde já, a desnecessidade de dilação probatória. Recebida a inicial, o magistrado da 1ª Vara Cível da Comarca de Vila Velha, ES, determinou a citação da ré e após oferecida a contestação, na qual não se requereu produção de provas, decidiu proferir julgamento antecipado, decretando a improcedência dos pedidos da autora, com base em dois fundamentos: (i) inexistência de relação de consumo, com consequente inaplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor, pois a vítima/autor da ação já alegou, em sua inicial, que não participou da relação contratual com a ré, visto que foi sua mãe quem adquiriu o produto na época; e (ii) prescrição da pretensão autoral em razão do transcurso do prazo de três anos, previsto no Art. 206, § 3º, inciso V, do Código Civil. Na qualidade de advogado(a) de AMADO DA SILVA, elabore a peça processual cabível para a defesa imediata dos interesses de seu cliente, indicando seus requisitos e fundamentos nos termos da legislação vigente, com o mínimo de duas laudas. Aluno: Roberta Fraga Brabosa Matrícula: 201801093962 Estágio I: 7º Período EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DE VILA VELHA/ES Nº do processo .... AMADO DA SILVA, por interposto de seu advogado e procurador, nos autos da Ação de Indenização por Danos Morais e Estéticos que promove em face de LMS, todos devidamente qualificados nos presentes autos, vem tempestivamente e respectivamente a presença de Vossa Excelência interpor RECURSO DE APELAÇÃO, com fulcro no art. 1.009 e seguintes do Código de Processo Civil, conforme razões em anexo. Requer ainda, a juntada de inclusa guia de preparo. Nestes termos, pede deferimento. Vila Velha/ES, data, mês e ano. Advogado OAB nº... RAZÕES DA RECURSAIS APELANTE: AMADO DA SILVA APELADO: LMS PROCESSO DE ORIGEM: 1 VARA CÍVEL DE VILA VELHA/ES EGRÉGIO TRIBUNAL, COLENDA CÂMARA. EMÉRITOS DESEMBARGADORES 1 FATOS Em fevereiro de 2016, a apelante propôs ação de indenização por danos morais e estéticos em razão do acidente de consumo, ocorrido em fevereiro de 2009, atraindo a responsabilidade pelo fato do produto. Ocorre que após a explosão da TV da marca do apelado, adquirido pela genitora do apelante, perdendo a visão do olho direito, na época possuindo apenas 13 anos de idade, sendo absolutamente incapaz, razão pela qual requer a condenação da recorrida na quantia de R$ 40.000,00 (quarenta mil) por danos morais e R$ 40.000,00 (quarenta mil) por danos estéticos. Destaca-se se desnecessário a delação probatória, uma vez que realizou a juntada de todas as provas documentais que pretende produzir, inclusive laudo pericial elaborado na época, apontando o defeito do produto. Após o oferecimento da contestação, o magistrado proferiu julgamento antecipado, decretando improcedente os pedidos formulados pelo requerente. No entanto, como será demonstrado a seguir, a sentença não merece prosperar, devendo ser reformada. 2 DOS DIREITOS 2.1 APLICABILIDADE DO CDC O código de defesa do consumidor estabelece em seu art. 2. caput, o conceito de consumidor, sendo toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final, afastando então a alegação do juízo sentenciante de que é improcedente a ação do autor, por não ter havido relação contratual com a ré, o que não é visto segundo o entendimento artigo transcrito. Ainda no código de defesa do consumidor, especificamente no seu art. 17., diz que se equiparam -se aos consumidores, todas as vítimas do evento, no caso em tela, ao fato do produto que teve como consequência o acidente sofrido pelo autor, reforçando então a relação consumista. Destacando também no art. 12. do código de defesa do consumidor a responsabilidade objetiva da ré, independentemente da existência de culpa, pelo dano causado em consequência do defeito do produto, nos quais foram incluídos aos autos do processo laudo pericial, apontando o defeito do produto, existindo portando a relação entre o dano. 2.2 PRESCRIÇÃO Conforme o art. 198, inciso I do Código Civil, não ocorre prescrição contra absolutamente incapaz, indicado no art. 3. do Código Civil, anulando então a tese do juízo a quo que fundamentou a prescrição em 3 (três anos), conforme o art. 206, §3, inciso V, do Código Civil, desta forma, requer-se o afastamento da prescrição. 3. PEDIDO Diante do exposto requer: 3.1 A reforma da sentença, para que seja julgada procedente a ação, condenando o apelado ao pagamento pelos danos morais e estéticos nos termos da inicial; 3.2 Que o julgamento seja realizado pelo Tribunal sem o retorno do processo ao Juízo de primeiro grau na forma do art. 1013., §4 do Código de Processo Civil. 3.3 A condenação do apelado ao pagamento das custas e despesas processuais, bem como dos honorários sucumbenciais que Vossa Excelência fixar, segundo critérios dosimétricos do art. 85 do Código de Processo Civil; Termos em que, Pede Deferimento Cidade, data, mês e ano. Advogado... OAB...
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