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METODOLOGIA PARA CARACTERIZAÇÃO DOS ESTÁGIOS SUCESSIONAIS DA MATA ATLÂNTICA POP nº 11/CTAF/BPMA/2011 Vegetação Primária (CONAMA) É aquela de máxima expressão local, com grande diversidade biológica, sendo os efeitos das ações antrópicas mínimos, a ponto de não afetar significativamente suas características originais de estrutura e de espécies, onde são observadas área basal média superior a 20,00 m2/ha, DAP médio superior a 25 cm e altura total média superior a 20 m. Vegetação Secundária (CONAMA) É aquela resultante dos processos naturais de sucessão, após supressão total ou parcial da vegetação primária por ações antrópicas ou causas naturais, podendo ocorrer árvores remanescentes da vegetação primária. Passos para Caracterização 1º Passo: Tipo de Intervenção 2º Passo: Dimensão da Área Atingida 3º Passo: Distribuição Diamétrica (DAP) 4º Passo: Distribuição Altimétrica (H) 5º Passo: Fisionomia 6º Passo: Sub-bosque 7º Passo: Trepadeiras 8º Passo: Diversidade Biológica 9º Passo: Epífitas 10º Passo: Serrapilheira 11º Passo: Espécies Indicadoras 12º Passo: Distribuição Basimétrica (AB) 4 Resolução CONAMA 04/94 Art. 5º - Os parâmetros de área basal média, altura média e DAP médio definidos nesta Resolução, excetuando-se manguezais e restingas, estão validos para todas as demais formações florestais existentes no território do Estado de Santa Catarina, previstas no Decreto no 750/93; os demais parâmetros podem apresentar diferenciações em função das condições de relevo, clima e solos locais; e do histórico do uso da terra. 1º Passo Verificar qual o tipo de intervenção ocorreu na área. 2º Passo Verificar a dimensão da área atingida, com o objetivo de definir o número de amostras necessárias para abranger os diferentes ambientes do local. 10 ha 2º Passo As parcelas devem ser de 200m² (20x10m). 2º Passo Na impossibilidade da avaliação ser efetuada no local atingido, se possível o levantamento dos dados poderá ser efetuada em área contígua que detenha características fitossociológicas semelhantes a do local atingido. 3º Passo Nas amostras, efetuar a medida do diâmetro de todas as plantas que estiverem no local que possuem diâmetro a altura do peito (DAP) superior a 4cm. Obs.: circunferência a altura do peito (CAP) superior a 12,6cm 3º Passo Para se obter a média diamétrica da amostra, somam-se todos os diâmetros coletados e divide-se pelo número de indivíduos medidos. 3º Passo Desta forma o DAP Médio (segundo a Resolução CONAMA 04/94): Até 8cm = Estágio Inicial Até 15cm = Estágio Médio Até 25cm = Estágio Avançado 4º Passo Nas amostras, efetuar a medida da altura de todas as plantas do local que foram amostradas no 3º Passo. 4º Passo Para se obter a média altimétrica da amostra, somam-se todas as alturas coletadas e divide-se pelo número de indivíduos medidos. 4º Passo Desta forma a Altura Média (segundo a Resolução CONAMA 04/94): Até 4m = Estágio Inicial Até 12m = Estágio Médio Até 20m = Estágio Avançado 5º Passo Nas amostras, verificar o aspecto da vegetação quanto a forma: herbácea, arbustiva ou arbórea. A B D C 5º Passo Herbácea: erva, planta não lenhosa, geralmente de pequeno porte, cuja porção aérea vive menos de um ano e cuja parte subterrânea pode ser perene. 5º Passo Arbustiva: vegetal lenhoso possuidor de um pequeno tronco, com ramificações desde a base, e apresentando altura compreendida entre 3-5m. 5º Passo Arbórea: árvore, vegetal lenhoso dotado de tronco robusto, geralmente com um sistema de ramos que divergem a partir de um certo nível, de onde se dispõem as ramificações de copa. 5º Passo Herbáceo/Arbustivo: Estágio Inicial. Predomínio arbóreo / arbustivo, possíveis indivíduos emergentes: Estágio Médio. Dominância do arbóreo com possíveis indivíduos emergentes: Estágio Avançado. 6º Passo Nas amostras, verificar a presença de vegetação no estrato inferior, vegetação que cresce sob as árvores, estratificação. 6º Passo Ausente: Estágio Inicial. Presente: Estágio Médio. Presente, mas menos expressivo: Estágio Avançado. 7º Passo Nas amostras, verificar a presença e o aspecto das trepadeiras, plantas que crescem se apoiando sobre suportes. 7º Passo Se presentes, geralmente herbáceas: Estágio Inicial. Se presentes, predomínio de lenhosas: Estágio Médio. Geralmente lenhosas: Estágio Avançado 8º Passo Nas amostras, verificar o aspecto da diversidade da vegetação (levantar o número de indivíduos por espécie), variedade de espécies existentes dentro de uma determinada região, objetivando verificar o nível antrópico do local. 8º Passo Poucas espécies arbóreas, podendo apresentar plântulas de espécies características de outros estágios: Estágio Inicial. Diversidade significativa: Estágio Médio. Diversidade muito grande: Estágio Avançado. 9º Passo Nas amostras, verificar a presença de epífitas, plantas que crescem sobre outras plantas sem retirar alimento. 9º Passo Se presentes são liquens, briófitas e pteridófitas: Estágio Inicial. Maio número e espécies que o estágio anterior: Estágio Médio. Grande número de espécies e grande abundância: Estágio Avançado. 10º Passo Nas amostras, verificar a presença e aspecto da serrapilheira, camada superficial de material orgânico que recobre os solos, consistindo de folhas, caules, ramos, cascas, frutas e galhos mortos em diferentes estágios de decomposição. 10º Passo Se presente em camada fina: Estágio Inicial. Presente e com espessura variada: Estágio Médio. Abundante: Estágio Avançado. 11º Passo Nas amostras, verificar as espécies indicadoras que são específicas para cada região fitoecológica: Floresta Ombrófila Densa (FOD), Floresta Ombrófila Mista (FOM) e Floresta Estacional Decidual (FED), determinados em legislação ou trabalhos científicos. 12º Passo Nas amostras, verificar a área basal, que expressa em metros quadrados a área que uma ou um grupo de plantas ocupa no terreno. 12º Passo Desta forma a Área Basal Média (segundo a Resolução CONAMA 04/94): Até 8m²/ha = Estágio Inicial Até 15m²/ha = Estágio Médio Até 20m²/ha = Estágio Avançado Depois de avaliados todos os passos descritos, será possível determinar o estágio sucessional da vegetação. Para tanto, é importante que 100% dos itens sejam analisados, formalizado todas as informações em documento próprio, denominado Auto de Constatação. Observação Estágio Inicial ou Capoeirinha: Surge logo após o abandono da área. Geralmente vai até 6 anos e em alguns casos pode durar até 10 anos, em função do grau de degradação do solo ou escassez de sementes. Complementação Empírica Possui grande quantidade de capins e samambaias de chão, predominando grandes quantidades de exemplares de árvores pioneiras de poucas espécies, a exemplo das vassouras e vassourinhas. Estágio Médio ou Capoeira: Alcança esse estágio depois dos 6 anos de idade até os 15 anos. Há predominância de espécies de árvores pioneiras como as capororocas, ingás e aroeiras. A presença de capins e samambaias diminui, mas em muitos casos resta grande presença de cipós e taquaras. Estágio Avançado ou Capoeirão: Inicia depois dos 15 anos podendo levar de 60 a 200 anos para alcançar novamente o estágio semelhante à floresta primária. Nesse estágio, os capins e samambaias de chão não são mais característicos, começando a emergir espécies de árvores nobres, como canelas, cedros, sapucaias e imbuias. Nas regiões abaixo de 600m do nível do mar, os palmiteiros aparecem com freqüência. Os cipós e taquaras passam a crescer em equilíbrio com as árvores. Quando não for possível a caracterização do estágio de sucessão ecológica pelo processo descrito, providenciar avaliação por técnico habilitado visando a elaboração de parecer técnico. Excepcionalidades
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