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Aula 2 Tecido Adiposo

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Histologia 3 
Aula 2 – Tecido Adiposo 
 
O tecido adiposo é um tipo de tecido conjuntivo especializado, com predominância de células adiposas, os adipócitos. Em 
condições normais compões 20-25% do peso corporal das mulheres e 15-20% do peso corporal em homens. Os adipócitos 
são células que conseguem fazer um depósito energético na forma de triglicerídeos, ou gotas citoplasmáticas de gordura. 
Em suma, podemos dizer que o tecido adiposo é importante por: 
✓ Fonte de energia 
✓ Modelamento da superfície corpórea 
✓ Formação de coxins (pés e mãos) 
✓ Isolamento térmico do organismo 
✓ Secreção 
✓ Produção de calor 
 
Origem embriológica do tecido adiposo 
O tecido adiposo provém das células-tronco mesenquimais multipotentes que, ao serem excitadas, podem se especializar 
em fibroblastos ou lipoblasto. O lipoblasto é semelhante aos fibroblastos, porém, logo acumulam gotículas de lipídeo, ficando 
com um formato mais homogêneo posteriormente. O lipoblasto, devido a estímulos regionais, podem se diferenciar em 
adipócitos multilocular, formando o tecido multilocular, ou adipócitos uniloculares. Os adipócitos multiloculares apresentam 
diversas gotículas no seu citoplasma, geralmente de tamanho pequeno. Já o adipócito unilocular apresenta uma gota de 
tamanho notável, ocupando quase todo o volume celular. É importante ressaltar que os adipócitos, uma vez 
completamente diferenciados, não sofrem divisão celular e não há troca entre os tipos. 
 
Os adipócitos são importantes pois atuam na síntese e no armazenamento de triglicerídeos. O tecido adiposo é 
histologicamente composto por: 
• Adipócitos 
• Fibroblastos 
• Fibras reticulares 
• Macrófagos 
• Vasos sanguíneos 
• Nervos 
 
Em técnicas histológicas rotineiras não vemos as gotículas de gordura, apenas os espaços que elas ocupavam. O tecido 
adiposo geralmente é alvo de procedimentos estéticos, como lipoaspiração. Alguns estudos observam que, junto com as 
células aspiradas, encontravam-se células-tronco de derivação adiposa que, sob estímulos laboratoriais, podem se 
diferenciar em tecido adiposo, tecido muscular, tecido ósseo e tecido cartilaginoso. 
 
Tecido Adiposo 
O tecido adiposo pode ser classificado em duas classes de acordo com o adipócito dominante: 
Tecido adiposo comum, amarelo ou unilocular: Células com apenas uma gotícula de gordura, que ocupa quase todo o 
citoplasma 
Tecido adiposo pardo ou multilocular: Células com numerosas gotículas lipídicas e muitas mitocôndrias, sendo especializadas 
na produção de calor. 
 
Tecido Adiposo Unilocular 
Esse tipo de tecido adiposo tem uma coloração que varia de branco a um amarelo escuro, principalmente sob influencia 
de dietas ricas de carotenos. É o tecido adiposo predominante em adultos, sendo sua distribuição influenciada por sexo e 
idade. 
Esse tecido adiposo é formado por células adiposas grandes e de formatos poliédricas quando compactadas no tecido 
adiposo. Durante a preparação histológica há a remoção da gotícula lipídica por solventes orgânicos, formando o “anel de 
Sinete” de citoplasma. O núcleo é deslocado para a periferia, uma vez que a gotícula é bem volumosa. Toda célula adiposa 
unilocular é envolta por lâmina basal, sendo que a gotícula lipídica não é envolvida por membrana. 
O tecido adiposo unilocular também possui septos de tecido conjuntivo contendo nervos e uma vasta rede vascular. As 
fibras reticulares (colágeno tipo III) sustentam as células adiposas. Os locais que mais achamos esse tecido são: Peritônio, 
Hipoderme, Mesentério, Coxins e ao redor ou internamente nos órgãos. 
Temos como suas funções: 
✓ Armazenamento de energia 
✓ Preenchimento, sustentação e proteção 
✓ Resistencia mecânica (coxins) 
✓ Isolamento (panículo adiposo ou 
hipoderme) 
✓ Secreção de hormônios (órgão endócrino) 
Ao nascermos possuímos uma camada 
homogênea de tecido unilocular, chamado de 
panículo adiposo. Conforme vamos crescendo, 
esses tecidos vão se rearranjando em diferentes 
locais, havendo diferenças entre gênero e idade e, 
quando temos um excesso de tecido adiposo, há um quadro de obesidade. O fibroedema geloide (celulite) é um edema 
do tecido adiposo, causado por ausência de elasticidade e associado a sobrepeso e causas hormonais. 
Da alimentação há a ingestão de triglicerídeos, sendo que no vaso sanguíneo há a quebra desses triglicerídeos em ácidos 
graxos e glicerol, que, separadamente, são absorvidos pela célula adiposa e, uma vez lá dentro, reconstituem triglicerídeos. 
Quando a célula necessita de energia, a Lipase Sensível ao Hormônio cliva os triglicerídeos em ácidos graxos e glicerol 
que entram nos vasos e irão ser utilizadas pelas células com demanda. 
Quando a ingesta de alimentos é maior do que o gasto energético há um armazenamento de triglicerídeos nos adipócitos. 
É importante essa grande vascularização tanto para receber quanto distribuir os ácidos graxos. Além disso, os tecidos 
adiposos são inervados, com liberação de adrenalina e noradrenalina, importante para estimular a quebra de gordura. Por 
isso que muitas pessoas usam anfetaminas como drogas para emagrecer, uma vez que são simpatomiméticos e estimulam 
a ativação da lipase sensível a hormônio, consequentemente, a perda de gordura. 
A remoção de lipídeos quando o corpo necessita de energia ocorre primeiro de depósitos subcutâneos, mesentério e 
órgãos retroperitoneais e, em quadro de extrema importância, retirarão os lipídeos presentes nos coxins de mãos e pés. 
O tecido adiposo unilocular está relacionado com um grave problema de saúde pública, a obesidade. Cerca de 39% da 
população mundial está em sobrepeso e 13% em obesidade. Ainda, sabe-se que cerca de 41 milhões de crianças sofrem 
com o sobrepeso antes mesmo da puberdade. 
Alguns pesquisadores pegaram um adipócito unilocular e fizeram diversos estímulos e, por fim, conseguiram que ele 
expressasse uma proteína que fazia ela se apresentar como uma célula semelhante a um adipócito multilocular. 
 
Papel endócrino do tecido adiposo unilocular 
• Leptina → Regulação da ingestão alimentar, sendo um fator de saciedade circulante, sendo aumentada em obesos 
e diminuída na privação de alimentos 
• Lipase proteica → Clivagem de triglicerídeos 
• Angiotensinogênio → Regulação da pressão arterial 
• Resistina → Aumento a resistência à insulina 
• Agentes pro-inflamatórios → IL, Prostaglandinas, TNF e TGF 
• Inibidor do ativador de plasmiogenio 
O tecido adiposo unilocular pode formar tumores, colo os lipomas (benignos), podendo ser convencionais, fibrolipoma ou 
angiolipoma). Há também os Lipossarcomas (malignos), raros, atingem pessoas com mais de 50 anos e tendem a sofrer 
um processo de metástase mais acentuado. 
 
Tecido Adiposo Multilocular 
O tecido adiposo multilocular, ou marrom, possui uma vascularização mais abundante e inúmeras mitocôndrias, sendo que 
os citocromos dessas organelas auxiliam na coloração. A sua distribuição é limitada, sendo abundante em recém nascidos 
e animais que hibernam, sendo importante para a termorregulação. 
É formado por células menores, com um citoplasma carregado de gotículas de lipídeos de vários tamanhos e com o 
núcleo de formato esférico. Possuem numerosas mitocôndrias com cristas longas e um arranjo epitelióide, lembrando uma 
glândula endócrina. 
Existem também tumores desse tecido, sendo raros e recebendo o nome de Hibernomas. 
As mitocôndrias apresentam uma proteína chamada de termogenina, localizada na membrana interna mitocondrial. Essa 
proteína possibilita a passagem de prótons do espaço intermembranas de volta para a matriz mitocondrial, mas sem gerar 
ATP, formando em seu lugar calor. Logo, há um aquecimento do sangue contido nos capilares adjacentes e distribuídos 
pelo organismo.

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