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1Decisões na Administração e a Tomada de Decisão em Grupo Decisões na Administração e a Tomada de Decisão em Grupo Andressa Rocha Arana 2Decisões na Administração e a Tomada de Decisão em Grupo Sumário Introdução .................................................................................................. 03 Objetivos .................................................................................................... 04 Estrutura do Conteúdo ............................................................................. 04 Decisões na Administração e a Tomada de Decisão em Grupo Tópico 1: Estrutura e Decisão Organizacional ................................................ 05 Tópico 2: Dimensões Estruturais e Contextuais na Tomada de Decisão ... 11 Tópico 3: O Grupo Organizacional ......................................................... 13 Tópico 4: Interdependência e Relações entre Papéis ............................... 15 Tópico 5: Tomada de Decisão em Grupo ................................................ 22 Resumo ...................................................................................................... 25 Conteúdo de Fixação ................................................................................ 26 Leitura Complementar .............................................................................. 27 Referências Bibliográficas ....................................................................... 28 3Decisões na Administração e a Tomada de Decisão em Grupo Prezado(a) aluno(a), Seja bem-vindo (a) ao conteúdo “Decisões na Administração e a Tomada de Decisão em Grupo”. Neste conteúdo vamos falar sobre as Decisões na Administração e dos Grupos Organizacionais. Com base no conteúdo das Decisões na Administração, você vai entender como a estrutura organizacional e suas dimensões influenciam à tomada de decisão. Já na temática das Decisões em Grupo, você irá compreender como são formados os grupos; as redes de interdependência e a formações de papéis organizacionais, como também, analisar a importância do grupo no processo decisório. Bons estudos! 4 Estrutura do Conteúdo Objetivo s Decisões na Administração e a Tomada de Decisão em Grupo Ao final deste conteúdo, esperamos que você seja capaz de: 1. Observar a estrutura das organiza- ções e seu processo decisório; 2. Relacionar as dimensões estruturais e contextuais na tomada de decisão; 3. Entender as redes de interdependên- cia no ambiente de trabalho; 4. Perceber a importância da tomada de decisão em grupo. Para melhor compreensão do conteúdo estudado, este material está dividido de acordo com os seguintes tópicos: 1. Estrutura e decisão Organizacional 2. Dimensões Estruturais e Contextu- ais na Tomada de Decisão. 3. O Grupo Organizacional 4. Interdependência e Relações entre Papéis. 5. Tomada de Decisão em Grupo. 5Decisões na Administração e a Tomada de Decisão em Grupo 1. Estrutura e Decisão Organizacional As organizações estão em toda a parte e moldam a vida na sociedade de diversas formas. Elas foram criadas para reunir recursos financeiros, tecnológicos, humanos e materiais que permitam em seu conjunto atingir objetivos previamente estabelecidos. Elas se adaptam e influenciam os ambientes sociais e econômicos numa constante evolução. Segundo Daft (apud Oliveira e Silva, 2006, p. 48), as organizações são entidades sociais dirigidas por metas e são desenhadas como sistemas de atividades deliberadamente estruturados, coordenados e ligados ao ambiente externo. De acordo ainda com o autor, esta definição abrange uma ampla variedade de entidades como clubes esportivos, instituições religiosas, escolas públicas e particulares, órgãos governamentais, instituições financeiras, indústrias, etc. A finalidade de uma organização é contribuir com algo de valor para a sociedade. As organizações com fins lucrativos, que visam o lucro, geralmente fornecem bens e serviços, e as organizações sem fins lucrativos proporcionam benefícios públicos, como assistência médica, educação básica, segurança pública, entre outros. 6Decisões na Administração e a Tomada de Decisão em Grupo De acordo com Oliveira e Silva (2006, p. 48), uma organização que funciona bem, atinge seus objetivos por meio dos benefícios da sinergia, ou seja, o todo deve ser maior do que a soma de suas partes. E para obter essa sinergia, as organizações dependem basicamente dos esforços das pessoas, ou seja, uma organização existe quando as pessoas interagem para realizar funções essenciais que a auxiliam a alcançar suas metas. Cada organização possui características únicas, assim como as pessoas, elas apresentam uma enorme variabilidade. No entanto, suas características gerais permitem a classificação em classes ou tipos. Na tipologia, como em qualquer esquema de classificação, a individualidade é deixada de lado para o alcance razoável de agrupamentos genéricos que facilitam a comparação. Recentes tendências em gerenciamento reconhecem a importância do fator humano, e a maioria das novas abordagens em Administração é desenhada para dar aos funcionários maiores oportunidades de aprender e contribuir à medida que trabalham juntos, visando metas comuns. 7Decisões na Administração e a Tomada de Decisão em Grupo Segundo Etzioni (apud Oliveira e Silva, 2006, p. 52) as organizações possuem as seguintes características: Organizações Divisão do Trabalho e Atribuição de Poder e Res- ponsabilidade: são definidas de acordo com um planejamento intencional para intensificar a reali- zação de objetivos específicos; Centros de Poder: controlam os esforços com- binados da organização e os dirigem para seus objetivos; precisam também reexaminar continu- amente a realização da organização e, quando necessário, reordenam sua estrutura, a fim de au- mentar sua eficiência e eficácia; Emprego de Pessoas: as pessoas podem ser de- mitidas ou substituídas por outras pessoas para a execução de suas tarefas. A organização pode realocar seu pessoal por meio de transferências e promoções. As organizações, como unidades sociais com finalidade específica, são consideradas unidades planejadas e deliberadamente estruturadas. O controle informal nas organizações não é considerado adequado, pois não se pode confiar que seus participantes se identifiquem com as tarefas que devem realizar. Por isso, as organizações impõem uma distribuição de recompensas e sanções para garantir obediência às suas normas, regulamentos e ordens. 8Decisões na Administração e a Tomada de Decisão em Grupo Organizações Coercitivas: o poder é imposto pela força física ou por controles baseados em prêmios e punições. A força, latente ou mani- festa, é utilizada como principal controle sobre os participantes de nível inferior. O envolvimento dos participantes tende a ser alienado. São exem- plos das organizações coercitivas os campos de concentração, prisões, institui- ções penas, etc. De acordo ainda com Etzioni (ibid.), em função dos meios de controle utilizados pelas organizações, pode-se classificá-las em três categorias: Organizações Utilitárias: o poder baseia-se no controle das pessoas por meio de incentivos econômicos. Nelas, a remuneração é a princi- pal forma de controle. Os participantes de nível inferior contribuem para a organização com um envolvimento calculista, ou seja, a dedicação deles está condicionada aos benefícios que esperam obter. As organizações indus- triais e de comércio estão incluídas nessa classificação. Organizações Normativas: o poder fundamenta-se no consenso em relação aos objetivos e métodos de organização. Nesse caso, é o controle moral que exerce a principal influência sobre os participantes, porque o envolvimento deles tem caráter moralista e motivacional. As orga- nizações normativas são chamadas “voluntárias” e incluem organizações religio- sas, não governamentais (ONG´s), políticas, etc. 9Decisões na Administração e a Tomadade Decisão em Grupo Segundo Oliveira e Silva (2006, p. 53), A tipologia de Etzioni enfatiza os sistemas psicossociais das organizações. Sua desvantagem é dar pouca atenção à estrutura, à tecnologia utilizada e ao ambiente externo, preocupando-se exclusivamente com os diversos tipos de controle. Uma estrutura proposta por Henry Mintzberg (apud Oliveira e Silva, 2006, p. 53-54), sugere que toda organização possua cinco componentes, que podem variar em tamanho e importância, dependendo do ambiente, tecnologia e outros fatores. Esses componentes são: Inclui os funcionários que realizam o trabalho básico da organização. Ele desempenha a função do subsistema de produção e é responsável por gerar as saídas de produtos e serviços da orga- nização. É nele que ocorre a principal transformação dos insumos em produtos ou serviços. O núcleo técnico pode ser o departamento de produção em uma organização fabril, os professores e clas- ses de uma organização educacional e as atividades médicas de uma organiza- ção hospitalar. Ajuda a organização a adaptar-se ao ambiente. Funcionários do suporte técni- co, como engenheiros e pesquisadores, sondam o ambiente em busca de proble- mas, oportunidades e avanços tecnoló- gicos. O suporte técnico é responsável pela criação de inovações no núcleo téc- nico, ajudando a organização a mudar e adaptar-se. Ele pode ser um trabalho desenvolvido por departamentos como os de tecnologia, pesquisa e desenvolvi- mento e pesquisa de marketing. 10Decisões na Administração e a Tomada de Decisão em Grupo É responsável pela operação uniforme e conservação da organização, abarcando seus elementos físicos e humanos. Essa função relaciona-se às atividades de recursos humanos, como as de recruta- mento e contratação; definição de remune- ração e benefícios; treinamento e desenvol- vimento dos funcionários e de manutenção, como limpeza de instalações e conser- vação e reparo de máquinas. As funções de suporte administrativo em organização podem incluir o departamento de recursos humanos, desenvolvimento organizacional, o refeitório de funcionários e o pessoal de manutenção. Responde pela implementação e coorde- nação departamental. Nas organizações tradicionais, os gerentes de nível médio são responsáveis pela mediação entre a alta administração e o núcleo técnico, como as atividades de implementação de regras e transmissão de informações para cima e para baixo da hierarquia. É responsável pela direção e coorde- nação de outras partes da organização. A alta administração fornece direção, estratégia, metas e políticas para toda a organização ou a suas principais divisões. 11Decisões na Administração e a Tomada de Decisão em Grupo 2. Dimensões Estruturais e Contextuais na Tomada de Decisão De acordo ainda com Daft (apud Oliveira e Silva, 2006, p. 54-56), as dimensões estruturais e contextuais de uma organização envolvem os seguintes aspectos: Dimensões Estruturais Formalização: diz respeito ao volume de documentação escrita de uma organização, como os procedimentos, descrições de cargos, regulamentos e manuais de políticas. Esses documentos escritos descrevem comportamentos e atividades. Especialização: é o nível em que as tarefas são subdivididas em cargos. Se a especialização for extensiva, cada funcionário desempenhará apenas um estreito leque de tarefas, se for baixa, o número de tarefas será grande. Por vezes, a especialização é chamada de divisão do trabalho. Hierarquia: define quem se reporta a quem e qual é a esfera de controle de cada gerente. A hierarquia é retratada pelas linhas verticais de um organo- grama e está relacionada com o limite de controle (o número de funcionários que se reporta a um ge- rente). Quando os limites de controle são estreitos, a hierarquia de autoridade tende a ser alta, quando são largos, ela pode ser baixa. Centralização: refere-se ao nível hierárquico que tem autoridade para tomar uma decisão. Quando a tomada de decisões é reservada para o nível mais elevado, a organização é centralizada. Profissionalismo: está relacionado ao nível de educação formal e de treinamento dos funcionários. É considerado elevado quando os funcionários recebem longos períodos de treinamento para assumir cargos na organização. Pessoal: refere-se à alocação de pessoas nas várias funções e áreas. 12Decisões na Administração e a Tomada de Decisão em Grupo Tamanho: é a magnitude da organização no que se refere ao número de pessoas que participam dela. Tecnologia: é a natureza do subsistema de produção, incluindo as ações e técnicas utilizadas para transformar as entradas organizacionais em saídas. Ela mostra como a organização realmente fabrica produtos e serviços que provêm os consumidores, por exemplo, a manufatura auxiliada por computador, o sistema avançado de informação e internet. Ambiente: são todos os elementos que se encontram além dos limites da organização. Entre os principais estão as organizações industriais, públicas, financeiras, fornecedores e, principalmente os clientes. Além disso, é importante considerar o ambiente político, social e econômico. Metas e Estratégias: definem o propósito e as técnicas competitivas que distinguem uma organização da outra. As metas, muitas vezes, são escritas como uma declaração duradoura dos intentos da organização. Uma estratégia é um plano de ação que descreve a alocação de recursos e atividades para lidar com o ambiente e alcançar as metas organizacionais. Cultura: é o conjunto subjacente de valores, crenças, conhecimentos e normas essenciais compartilhadas pelos funcionários. Esses valores podem referir-se ao comportamento ético, compromisso com os funcionários, eficiência ou serviços aos clientes, e fornecem a cola para manter unidos os componentes da organização. Dimensões Contextuais Conteúdo On-line Acesse o Recurso Multimídia e exercite o conteúdo de Di- mensões Estruturais e Dimensões Contextuais. Veja também o vídeo ” Tomada de decisões”. 13Decisões na Administração e a Tomada de Decisão em Grupo Daft (ibid.) afirma ainda que as 11 dimensões contextuais e estruturais apresentadas são interdependentes. Elas fornecem uma base para a medição e a análise de característi- cas que não podem ser vistas pelo observador casual e revelam informações significativas sobre uma organização. Oliveira e Silva (2006, p. 244) definem a estrutura organizacional como o conjunto de unidades ou órgãos, interligado por meio de relações funcionais e hierárquicas, utilizado para integrar todos os recursos da organização (humanos, materiais, tecnológicos etc.), visando alcançar objetivos predeterminados. A estrutura organizacional define quem deve fazer o quê e quem é responsável pela realização das atividades, além de estabelecer os canais formais de comunicação. Portanto, nesse contexto, entende-se que esta estrutura se refere ao modo como as atividades de uma organização são divididas, desenvolvidas e coordenadas. Segundo Oliveira (2001, p. 80), a estrutura organizacional deve ser delineada de acordo com os objetivos e as estratégias estabelecidas, ou seja, é uma ferramenta básica para alcançar os objetivos almejados pela organização. 3. O Grupo Organizacional O grupo é amplamente reconhecido como uma importante unidade de análise no estudo do comportamento organizacional. O estudo de grupos é de fundamental importância quando sua dinâmica é também analisada. A dinâmica de grupo significa as interações e forças entre os membros de um grupo em uma situação social (CHIAVENATO, 2005, p. 279). Um grupo, segundo ainda Chiavenato (Ibid.), pode ser definido com duas ou mais pessoas que interagem e são interdependentes que se juntam para alcançar determinados objetivos particulares. Para compreender o comportamento das pessoas em uma organização, é preciso entender as forças que as afetam e como essas pessoas afetam a organização. Afinal, ocomportamento dos indivíduos influencia o grupo e suas realizações, assim como é influenciado por ele. 14Decisões na Administração e a Tomada de Decisão em Grupo Grupos de Amizade: nascem de relacionamentos cordiais entre os membros e do prazer de estarem juntos. Grupos de Inte- resse: se organi- zam em torno de uma atividade ou interesse co- mum, ainda que possa surgir ami- zade entre seus componentes. Grupos de Tarefas: é criado para realizar uma tarefa específica e é relativamente temporário. Grupos de Comando: é relativamente permanente e se caracteriza por relacionamen- tos funcionais, caso de um gestor e seus subordinados. Grupos por Afinidade: é relativamente permanente e reúne funcionários do mesmo nível da empresa, que se encontram periodica- mente para trocar infor- mações, enten- der oportunida- des emergentes e resolver problemas. Do ponto de vista da gestão, o trabalho desenvolvido em um grupo é o principal meio utilizado para coordenar o comportamento dos funcionários, a fim de atingir os objetivos organizacionais. Os gestores direcionam as atividades das pessoas, mas também direcionam e coordenam as interações dentro dos grupos. Segundo Griffin e Moorhead (2006, p. 220), os grupos podem ser classificados genericamente de acordo com seu grau de formalização (formal ou informal) e de permanência (relativamente permanente ou relativamente temporário). Os grupos formais são instituídos para realizar o trabalho de uma organização. Entre eles estão os grupos de comando (ou funcionais), os grupos de tarefas e os grupos por afinidade. 15Decisões na Administração e a Tomada de Decisão em Grupo Interdependência Agrupada Acontece entre pessoas que buscam recursos de uma fonte comum, mas que têm pouca coisa em comum. Os recursos agrupados nessa interdependência podem in- cluir dinheiro, equipamento, matérias-primas, informa- ções ou experiências. Sendo a forma mais simples, a interdependência agrupada, requer pouca ou nenhuma interação interpessoal. 4. Interdependência e Relações entre Papéis As pessoas compartilham uma grande variedade de inter-relações no ambiente organizacional. O trabalho exige na maior parte do tempo que haja associações entre os indivíduos como parte regular do desempenho de inúmeros cargos. A união pode surgir com objetivos de compartilhar recursos valiosos, como o acesso a equipamentos ou capital, conversas informais e formais entre as equipes de trabalho para a socialização de ideias, para formar opiniões diversas sobre o trabalho que desempenham e o ambiente que se relacionam. Entres as pessoas e os grupos, essas ligações assumem a forma de padrões ou redes de interdependência. De acordo com Wagner e Hollenbeck (2003, p. 183-185), no local de trabalho, a interdependência assume quatro formas: • Agrupada; • Sequencial; • Recíproca ou; • Inclusiva. 16Decisões na Administração e a Tomada de Decisão em Grupo Interdependência Sequencial É uma cadeia unidirecional de interações na qual as pessoas dependem daquelas que as antecedem. As pessoas que estão mais atrás na cadeia, porém, independem das que as sucedem. Por isso, diz-se que as relações sequencialmente interdependentes são assimétricas, ou seja, as pessoas envolvidas dependem de outras que não dependem delas. A interdependência sequencial normalmente envolve alguma forma de interação direta. Exemplo: As pessoas de uma linha de montagem, às vezes conversam entre si para passarem informações sobre o trabalho que está chegando pela linha. Embora a interdependência sequencial seja mais complexa do que a agrupada, sua assimetria unidirecional torna-a menos complexa do que outros tipos de interdependência. Interdependência Recíproca A interdependência recíproca sempre envolve um tipo ou outro de interação direta, como a comunicação face a face, conversas telefônicas ou instruções por escrito. Consequentemente, as pessoas reciprocamente interdependentes estão mais estreitamente ligadas do que os indivíduos que são interligados por interdependência agrupada ou sequencial. Além disso, a interdependência recíproca é significativamente mais complexa, pois incorpora interações simétricas e bidirecionais nas quais as pessoas dependem de outras que dependem delas. Exemplo: Os médicos dependem do trabalho das enfermeiras para checagem periódica dos pacientes, administração de medicamentos e informes de sintomas alarmantes. As enfermeiras dependem dos médicos para a prescrição de medicamentos e especificação dos sintomas a que devem atentar. 17Decisões na Administração e a Tomada de Decisão em Grupo Interdependência Inclusiva A interdependência inclusiva desenvolve-se numa estreita cadeia de interdependência recíproca. O que torna a interdependência inclusiva a forma mais complexa de interdependência é que todos os envolvidos são reciprocamente interdependentes. Como na interdependência recíproca, as pessoas que dependem umas das outras interagem diretamente. Na interdependência inclusiva, porém, as interações tendem a ser mais frequentes, mais intensas e de maior duração do que todas as outras. O tipo de interdependência que liga as pessoas em relações interpessoais possui várias e importantes implicações gerenciais. Existe uma probabilidade maior de conflito quando o nível de interdependência aumenta, tornando-se cada vez mais complexo. Compartilhar de um maior número de interligações e estar mais estreitamente ligado aumenta as diferenças de opinião, metas ou resultados. À medida que as pessoas inter- dependentes se associam umas com as outras e ganham experiência nas relações interpessoais, passam a es- perar que as outras se comportem de determinadas maneiras. Tomando como exemplo, relacionamento pro- fessor-aluno, os professores esperam que os alunos leiam o texto antes de virem para a aula, e os alunos, por sua vez, esperam que os professores administrem as provas com base no que foi dado. Quando qualquer das expectativas é violada, a relação evi- denciará tensão (WAGNER E HOL- LENBECK, 2003, p. 186). Segundo Biddle (apud Wagner e Hollenbeck, 2003, p. 186), expectativas como essas e os comportamentos que elas pressupõem constituem os papéis que os indivíduos ocupam nas relações interpessoais. 18Decisões na Administração e a Tomada de Decisão em Grupo As organizações são estruturadas em termos de comportamentos de papel e não em termos dos seus membros individuais específicos. Por conta disso, continuam estáveis em relação à rotatividade de pesso- al, pois as pessoas geralmente as- sumem esses papéis já definidos e planejados por elas. Sendo assim, os papéis são de fundamental impor- tância para as empresas. As normas são essenciais na administração do comportamento organizacional, elas constituem as ex- pectativas e dão forma às relações inter- pessoais no ambiente de trabalho. Tomando como exemplo novamente, o contexto de uma sala de aula, existem normas para que os estudantes sentem-se para o professor iniciar as atividades do dia. Sem essas normas, cada encontro em sala de aula exigiria que o profes- sor redefinisse regras básicas de comportamento e um programa de trabalho para aquele dia, em consequência disso, haveria menos tempo para as atividades de aprendizagem. Nas organizações existem normas tanto para as exigências formais do trabalho, como para suas regras informais de aceitação geral. Qualquer dos dois tipos de norma pode evoluir a partir de diversas origens. Muitas vezes, precedentes estabelecidos, eventos históricos críticos e transferência de outras situações persistem no decorrer do tempo e se convertem em normas. Por exemplo, uma secretária que deixe vazar informações importantes da sua empresa para um concorrente, em resposta a esse fato, pode surgir uma norma exigindo que todas as informações de caráter sigiloso sejam digitadas pelos gerentes e não passadas para as secretárias. Segundo Wagner e Hollenbeck (2003, p. 189),existem dois tipos de normas que se desenvolvem em todas as situações de trabalho: Normais centrais: é uma exigência absoluta para a continuidade das relações e para que o trabalho continue a ser executado sem maiores interrupções. A não adoção dessas normas ameaça a sobrevivência das relações interpessoais existentes e a continuidade da interdependência. 19Decisões na Administração e a Tomada de Decisão em Grupo Normas periféricas: são consideradas normas desejáveis, mas não essenciais. Normalmente as escolas dispõem de códigos de vestuário que favorecem o uso de uniformes. Uma vez que os alunos adiram às normas centrais, podem violar uma ou mais normas periféricas e, por exemplo, usar calça jeans e tênis de cor sem serem impedidos de estudar, mas usando devidamente a camisa da escola. O fato das pessoas adotarem normas centrais e periféricas tem consequências importantes para o seu comportamento e desempenho como membros de grupos e organizações. De acordo ainda com estes autores (2003, p. 189-191), o ajustamento individual ou a aceitação ou rejeição dessas normas, resulta em quatro padrões de comportamento: • Conformidade Quando os ocupantes do papel decidem acei- tar normas centrais e periféricas, a conformidade resultante é marcada por uma tendência a ajus- tar-se aos demais de um modo leal, mas sem criatividade. Na medida em que as tarefas per- maneçam inalteradas e a situação de trabalho permaneça estável, a conformidade pode facili- tar a produtividade e o desempenho. Entretan- to, ela pode colocar em risco a sobrevivência de longo prazo se houver mudanças significa- tivas nas tarefas ou na situação circundante. • Rebelião Subversiva Quando os indivíduos aceitam as normas periféricas, mas rejeitam as centrais, o resultado é a rebelião subversiva. As pessoas ocultam sua rejeição de normas cruciais à sobrevivência das relações interpessoais existentes, atuando segundo normas menos importantes. 20Decisões na Administração e a Tomada de Decisão em Grupo • Revolução Explicíta A revolução explícita pode eclodir se os ocupantes do papel decidirem rejeitar normas centrais e periféricas. Se apenas alguns indivíduos se revoltam, podem ser pressionados à conformidade ou a deixarem a organização. Entretanto, as relações interpessoais dominadas pela revolução explícita podem simplesmente se romper. • Individualismo Criativo No individualismo criativo, os indiví- duos aceitam as normas centrais, mas rejeitam as periféricas. Isso garante a continuidade da produtividade e da so- brevivência. Abre também espaço para a criatividade individual necessária a desenvolver novas maneiras de fazer as coisas. O individualismo criativo é particularmente desejável ao lidar com mudanças nas tarefas ou nas situações de trabalho. Ele dá a liberdade aos indi- víduos para inventarem respostas novas diante de condições em transformação. Estreitamente ligada ao processo de criar e assumir papéis encontra-se a socialização, que segundo Van Maanem e Shein(apud Wagner e Hollenbeck, 2003, p. 195), é um procedimento pelo qual as pessoas adquirem o conhecimento e habilidades sociais necessárias a assumirem corretamente seus papéis em um grupo ou organização. Segundo ainda Wagner e Hollenbeck (2003, p. 195), a socialização é o processo de “aprender as manhas” e envolve muito mais do que o simples aprendizado dos requisitos técnicos associados ao trabalho. Trata-se também de aprender sobre o grupo ou a organização, seus valores, cultura, história passada e potencial, e o lugar onde se encaixa o ocupante do papel. De acordo ainda com estes autores (2003, 195-197), a socialização ocorre toda vez que um indivíduo se move ao longo de alguma das três dimensões organizacionais: funcional, hierárquica e inclusiva. 21Decisões na Administração e a Tomada de Decisão em Grupo 1. Dimensão Funcional: reflete diferenças nas várias tarefas executadas por membros de um grupo ou organização. Os papéis desempenhados em cada um desses agrupamentos são bastante distintos, porque os ocupantes de cargos estão concentrados em aspectos diferentes da missão global da organização. 2. Dimensão Hierárquica: diz respeito à distribuição de posição e autoridade em um grupo ou organização. Em organizações tradicionais, essa dimensão assume a forma de uma pirâmide na qual os graus mais elevados são ocupados por menos pessoas. Os papéis desempenhados por pessoas nas posições mais altas da pirâmide diferem dos papéis de indivíduos de posições inferiores, em grande parte devido ao fato de que os primeiros detêm maior autoridade e poder. Numa organização altamente centralizada como a de um exército, o triângulo costuma ser bem mais íngreme, entretanto, numa organização mais descentralizada, onde existem menos níveis de autoridade, a pirâmide é mais achatada. 3. Dimensão Inclusiva: reflete o grau em que os trabalhadores de uma organização se veem no centro ou na periferia das coisas. Por exemplo, uma pessoa pode passar da condição de estranho, do lado de fora da periferia da organização, para um líder informal, no centro da organização, dependendo das relações interpessoais formadas com os outros membros organizacionais. 22Decisões na Administração e a Tomada de Decisão em Grupo 5. Tomada de Decisão em Grupo Segundo Maximiano (2004, p. 128-129), a principal característica do processo de decisão em grupos é a influência que cada pessoa recebe das demais e vai depender dos seguintes fatores: Habilidades de Liderança de Alguns Integrantes: a presença de uma ou mais pessoas com personalidade forte e habilidades de liderança pode influenciar profundamente o desempenho de um grupo. O líder pode facilmente fazer o grupo adotar suas decisões. Persuasão: é comum, em um grupo, uma pessoa mudar de opinião após ouvir as ideias e informações dos demais. A mudança de opiniões pode ocorrer devido às habilidades de comunicação e persuasão de alguns membros, que conseguem fazer os demais a aceitarem suas ideias. Formação de subgrupos: interesses comuns e amizade são os principais motivos que levam as pessoas a formar subgrupos dentro de um grupo formal. Em um processo de decisão coletivo, os membros de um subgrupo provavelmente apoiarão as proposições de seus amigos. Conteúdo On-line Para saber como montar uma equipe, acesse o conteúdo on-line e veja o vídeo: Saiba como montar uma equipe. 23Decisões na Administração e a Tomada de Decisão em Grupo Temperamento dos integrantes do grupo: a personalidade de cada integrante influencia no desenvolvimento do trabalho em grupo, por exemplo: alguns são mais extrovertidos e falantes; outros mais tímidos e conservadores, etc. A combinação destas personalidades pode ser uma força ou uma fraqueza para o grupo, dependendo como serão trabalhadas as mesmas. De acordo com Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 280-281) existem pontos fortes e fracos na tomada de decisões em grupo, como veremos a seguir: Pontos Fortes • Geram mais informações e conhecimentos; • Diversidade de pensamentos e ideias; • Aumentam as chances de uma aceitação de uma solução. Pontos Fracos • Consomem mais tempo para a tomada de decisão, pois os grupos demoram muito mais para chegar a uma solução; • Existem pressões para a conformidade; • As discussões podem ser dominadas por uma pessoa ou um pequeno subgrupo. • Segundo ainda estes autores (ibid.), os grupos oferecem um excelente veículo para a realização de diversas etapas do processo decisório, por inúmeras razões, entre elas: • Eles são um meio de reunir as informações de forma mais ampla e profunda; • Se o grupo for composto de pessoas com formações diferentes, as alternativas geradas serão mais extensivas, e a análise, mais crítica; • Quando a solução final for escolhida, haverá mais gente do grupo de decisão para apoiá-la e implementá-la. 24Decisões na Administração e a Tomada de Decisão em Grupo As técnicas mais utilizadas nas decisões em grupo são: brainstorming (tempestade de ideias);matriz de prioridade; análise de vantagens e desvantagens, além das mais tradicionais: debates, reuniões, simpósios, conferências e mesa redonda. Conteúdo On-line Para entender mais sobre os grupos organizacionais, aces- se o conteúdo on-line e leia o artigo: Grupos e Equipes de Trabalho nas Organizações. 25Decisões na Administração e a Tomada de Decisão em Grupo As organizações estão em toda a parte e moldam a vida na sociedade de diversas formas. Elas foram criadas para reunir recursos financeiros, tecnológicos, humanos e materiais que permitam em seu conjunto atingir objetivos previamente estabelecidos. De acordo com Daft (apud Oliveira e Silva, 2006, p. 54-56), as dimensões estruturais e contextuais de uma organização envolvem os seguintes aspectos: dimensões estruturais (formalização; especialização; hierarquia; centralização; profissionalismo e pessoal); dimensões contextuais (tamanho; tecnologia; ambiente; metas e estratégias; cultura organizacional). Segundo Griffin e Moorhead (2006, p. 220), os grupos podem ser classificados genericamente de acordo com seu grau de formalização (formal ou informal) e de permanência (relativamente permanente ou relativamente temporário). De acordo com Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 281), os grupos oferecem um excelente veículo para a realização de diversas etapas do processo decisório, por inúmeras razões, entre elas: Eles são um meio de reunir as informações de forma mais ampla e profunda; Se o grupo for composto de pessoas com formações diferentes, as alternativas geradas serão mais extensivas, e a análise, mais crítica; Quando a solução final for escolhida, haverá mais gente do grupo de decisão para apoiá-la e implementá-la. 26Decisões na Administração e a Tomada de Decisão em Grupo Rabelo Santos, Marcos; Pereira da Silva, Débora Eleonora. Tomada de Decisão na Inovação em Serviços em Empresas de Tecnologia da Informação do Estado do Sergipe. Disponível em: http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/admmade/article/viewFile/541/454 Silva, Patrícia. Implicações do comportamento organizacional sobre os indivíduos e os grupos no atual mundo do trabalho: perspectivas conceituais. Disponível em: http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2012_TN_STO_160_932_19975.pdf Sin Oih Yu, Abraham; Hoppe de Sousa, Willy. Planejando a tomada de decisões: a abordagem das meta-decisões. Disponível em: http://www.anpad.org.br/admin/pdf/2012_ESO933.pdf 27Decisões na Administração e a Tomada de Decisão em Grupo CHIAVENATO, Idalberto. Comportamento Organizacional: a dinâmica do sucesso das organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. GRIFFIN, Ricky W.; MOORHEAD G. Fundamentos do Comportamento Organizacional. Tradução: Fernando Moreira Leal, André Siqueira Ferreira. São Paulo: Ática, 2006. MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Introdução à Administração. São Paulo: Atlas, 2004. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Sistemas, organizações e métodos: uma abordagem gerencial. São Paulo: Atlas, 2001. OLIVEIRA, Jayr Figueiredo de; SILVA, Edison Aurélio da. Gestão Organizacional: descobrindo uma chave de sucesso para os negócios. São Paulo: Saraiva, 2006. WAGNER III, John A; HOLLEMBECK, John R. Comportamento Organizacional: criando vantagem competitiva. Tradução: Cid Knipel Moreira. São Paulo: Saraiva: 2003.
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