Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PROCESSOS CONTÁBEIS Profª Paloma Corrêa Bacharel em Ciências Contábeis (Gama Filho) Mestre em Economia Empresarial (UCAM) paloma.correa@uva.br ESTRUTURA DO PLANO DE CONTAS É uma relação lógica e ordenada de todas as contas que serão utilizadas na escrituração dos diversos atos e fatos ocorridos na azienda. Tem como composição básica: Elenco - é a relação das contas, podendo ser apenas por código ou por título ou ainda a composição de ambos; Função - refere-se à finalidade de cada conta; Funcionamento - informa como a conta será movimentada a Débito e a Crédito. ESTRUTURA DO PLANO DE CONTAS Na estrutura desenvolvida pela lei societária brasileira, um Plano de contas analítico poderia ter a seguinte estrutura de 1º nível: Código 1 - Ativo Código 2 – Passivo Código 3 - Patrimônio Líquido Código 4 – Receitas Código 5 – Custos Código 6 - Despesas e Outros Resultados Código 7 - Despesas pré-operacionais Código 8 - Contas de filiais Código 9 - Outras contas de controle e análise ESTRUTURA DO PLANO DE CONTAS Grau da conta O grau da Conta aponta a posição na hierarquia do grupo que a conta pertence. 1 Ativo – Subdivisão do Balanço Patrimonial 1.1 Ativo Circulante – Grupo das contas que se divide o Ativo 1.1.1 Disponível – Subgrupo das contas que se subdivide o Ativo Circulante 1.1.1.01 Caixa – Conta Principal ou de Primeiro Grau MODELO PLANO DE CONTAS MODELO PLANO DE CONTAS MODELO PLANO DE CONTAS CONTAS Representam registros de débitos e créditos da mesma natureza ou espécie, identificadas por nomes (títulos) que qualificam elementos patrimoniais (bens, direitos, obrigações, patrimônio líquido, receitas e despesas). Ou ainda, representa um conjunto de transações diferentes, mas de mesma natureza. As contas sintéticas indicam grupo de contas da mesma natureza. As contas analíticas indicam uma subclassificação das contas sintéticas, individualizam os registros. EXEMPLOS: Sintética: Analítica: Banco Conta Moviment Banco Real, Itaú, Banco do Brasil e etc. Duplicatas a Pagar IBM, Metal Leve, Casa Cruz e etc. Estoque EPA, EPE, Matéria Prima, mercadorias e etc. Duplicatas a Receber Casa Nunes Martins, Mc Donalds e etc. PARTIDAS DOBRADAS A essência deste método, universalmente aceito, é que o registro de qualquer operação implica que a um débito em uma ou mais contas, deve corresponder um crédito equivalente, em uma ou mais contas, de forma que a soma dos valores debitados seja sempre igual à soma dos valores creditados, ou, simplificando: Não há débitos sem créditos correspondente ou vice e versa. Total de débitos = Total de créditos Razonete Modelo de Conta Resumida (Razonete) ou conta em forma de “T”: MOVIMENTAÇÕES DA CONTA A movimentação das contas se dá por meio de débitos e créditos. Por isso é imprescindível o entendimento dessas expressões em Contabilidade. Vamos relembrar que a representação gráfica de um elemento patrimonial é o T. Assim, a sua esquerda temos o lado do débito e a sua direita é o lado do crédito. A expressão débito não significa propriamente algo desfavorável em Contabilidade, assim como crédito não pode ser tomado como algo favorável. Isto porque essas denominações são convenções contábeis. O que irá indicar aumentos e diminuições no saldo das contas será a natureza desta. MOVIMENTAÇÕES DA CONTA Sabendo que as contas possuem naturezas credoras ou devedoras, vamos compreender essa diferença. As contas de natureza devedoras são aquelas que se encontram do lado esquerdo do Balanço Patrimonial (Contas do Ativo) ou aquelas que geram redução do PL (Despesa e custo). As contas de natureza credoras são as que estão do lado direito do Balanço Patrimonial (Contas do Passivo) ou aquelas que geram aumento do PL (Receita). Ribeiro (2010) explica o mecanismo de débito e crédito da seguinte forma: “As contas com saldo de natureza devedora serão debitadas sempre que ocorrer entradas de valores nas respectivas contas, ou seja, serão debitadas para registrar os aumentos em seus saldos; da mesma forma essas contas serão creditadas para registrar saídas de valores, ou seja, diminuição em seus saldos.” BALANÇO PATRIMONIAL RAZONETE DÉBITO CRÉDITO ATIVO PASSIVO PL ATIVO PASSIVO PL Natureza Devedora = aumenta do lado do Débito e diminui do lado do crédito Natureza Credora = aumenta do lado do Crédito e diminui do lado do débito DRE Receita de Vendas (-) CMV = Lucro Bruto (+/-) Receitas e Desp Oper (-) Desp c/ Vendas (-) Desp Gerais e Adm (+/-) Outras receitas e desp operacionais = Lucro Operacional (+) Receitas Financeiras (-) Desp Fnanceiras = LAIR (-) Impostos s/ lucro = Resultado Líquido Lucro ou Prej RECEITAS DESPESAS CUSTOS A empresa pegou o dinheiro do caixa e depositou em uma conta corrente que ela abriu R$ 500. 2. A empresa comprou máquina (imobilizado) por R$ 300 à vista por depósito bancário CAIXA (AC) BANCO (AC) Débito Crédito Débito Crédito 500 500 BANCO (AC) MÁQUINAS (ANC) 300 300 3. Compra de estoque no valor de R$ 100 sendo R$ 50 à vista e R$ 50 à prazo 4. Compra de estoque no valor de R$ 100 à prazo BANCO (AC) ESTOQUE (AC) 50 100 ESTOQUE (AC) FORNECEDORES (PC) 100 100 FORNECEDORES (PC) 50 5. Pagamento de fornecedores no valor de R$ 100. 6.A empresa adquiriu empréstimos junto ao banco no valor de R$ 50.000 BANCO (AC) FORNECEDORES (PC) 100 100 BANCO (AC) EMPRESTIMOS (PC) 50.000 50.000 7. A empresa foi fundada com o capital social de R$ 80.000 depositados no banco 8.A empresa foi fundada com o capital social de R$ 80.000 e aplicou R$ 40.000 banco R$ 20.000 estoque e R$ 20.000 em móveis e utensílios BANCO (AC) CAPITAL SOCIAL (PL) BANCO (AC) 80.000 80.000 CAPITAL SOCIAL (PL) ESTOQUE (AC) Moveis e Utens (ANC) 80.000 40.000 20.000 20.000 9. Despesa de energia elétrica paga a vista R$ 500 10. Despesa de energia elétrica paga a prazo R$ 500 11. Liquidação da dívida BANCO (AC) DESPESA DE EE (DRE) 500 500 Outras contas a pagar ou energia elétrica a pagar (PC) 500 DESPESA DE EE (DRE) 500 500 BANCO (AC) 500 80.000 20.000 25.000 80.000 50.000 30.000 MOVIMENTAÇÕES DA CONTA Resumindo o funcionamento das contas, temos: Como podemos ver os lançamentos contábeis serão feitos por razonetes contábeis. O razonete é uma ferramenta e uma representação gráfica em forma de "T" bastante utilizados por contadores. É um instrumento didático para desenvolver o raciocínio contábil. Através do razonete são feitos os registros individuais por conta. FATO GERADOR DE RECEITAS E DESPESAS (CONTAS DE RESULTADO) Na contabilidade temos duas formas de contabilizar as receitas e despesas: pelo regime de caixa e de competência. Vamos ver essa matéria mais para frente. Mas para o entendimento de razonete, vamos ao regime de competência que é o regime usado por todas as empresas. No Regime de competências, as receitas e despesas devem ser consideradas em função do seu fator gerador, independentemente dos recebimentos ou pagamentos. FATO GERADOR DE RECEITAS E DESPESAS (CONTAS DE RESULTADO) Fato Gerador de Receitas: Prestação de serviços e transferências de produtos Fato Gerador de Despesas: consumo de serviços ou recebimento de produtos. RAZONETES Fórmulas de Lançamento Há quatro fórmulas para o registro dos fatos contábeis, a saber: 1ª Fórmula: simples (uma conta debitada e uma conta creditada) Exemplo: Recebimento, em dinheiro, de clientes (contas a receber) no valor de R$ 5.000,00 Fórmulas de Lançamento 2ª Fórmula: composta (uma conta debitada e mais de uma conta creditada) Exemplo: Recebimento em dinheiro de clientes(contas a receber), no valor de R$ 5.000,00 mais 10% de juros devido ao atraso no pagamento efetuado pelo cliente. Fórmulas de Lançamento 3ª Fórmula: composta ( mais de uma conta debitada e uma conta creditada) Exemplo: Pagamento a fornecedores, em dinheiro, R$ 5.000,00, mais juros de 10% devido ao atraso no pagamento. Fornecedores (PC) Fórmulas de Lançamento 4ª Fórmula: composta (mais de uma conta debitada e mais de uma conta creditada). Exemplo: Pagamento a fornecedores, sendo 50% em dinheiro e 50% via depósito bancário, R$ 5.000,00, mais juros de 10% devido ao atraso no pagamento. Fornecedores (PC) MOVIMENTAÇÕES DA CONTA Para melhor entendermos o mecanismo de débito e crédito e de partidas dobradas, vamos observar os exemplos de lançamentos contábeis a seguir: EXEMPLO 1: A empresa A possui um saldo de R$ 150.000,00 em seu caixa, e de R$ 40.000,00 em seu estoque de mercadorias. Em uma determinada data comprou, à vista, mercadorias para revenda no valor de R$ 64.500,00. Fazer o lançamento em razonetes. RESPOSTA COMENTADA: O que aconteceu nesse fato contábil? Houve uma redução na conta Caixa (Ativo) e um aumento na conta Estoques (Ativo). O lançamento envolveu duas contas do ativo, que tem natureza devedora, dessa forma os saldos iniciais das mesmas devem ser registrados no lado esquerdo. Como os aumentos nas contas do ativo são registrados no débito (lado esquerdo) e as reduções no crédito (lado direito), o lançamento desse fato, em razonetes, fica assim: MOVIMENTAÇÕES DA CONTA EXEMPLO 2: A Empresa B comprou material de limpeza para utilização imediata, no valor de R$ 2.000,00, sendo 40% pago à vista e o restante para pagamento em 30 dias. Sabendo que o saldo da conta Caixa era de R$ 10.000,00, e da conta Contas a pagar era de R$ R$ 3.000,00, efetue o lançamento contábil em razonete. Efetuando os lançamentos abaixo, os saldos iniciais do caixa (ativo), por ter natureza devedora, fica do lado esquerdo; e do Contas a Pagar (Passivo), por ter natureza credora, fica do lado direito. As contas de despesa e receitas não apresentam saldos iniciais no começo do período. O lançamento diminuindo o Caixa é feito do lado direito e aumentando o Contas a pagar do lado direito também. Material de limpeza, como é uma despesa, tem o valor lançado no débito (lado esquerdo). DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) A DRE é a demonstração que evidencia todas as Receitas e Despesas ocorridas em um exercício social, de acordo com o seu fato gerador, independentemente do recebimento ou pagamento. gerando o resultado da entidade. O resultado da entidade pode ser lucro ou prejuízo: Reflexo no Balanço Patrimonial: O lucro ou prejuízo apurado será evidenciado no Patrimônio líquido. E assim, as receitas contribuem para o aumento do Patrimônio Líquido, enquanto que as despesas e custos contribuem para a redução. Isto ocorre em função da própria natureza das contas de resultado: DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) As receitas têm natureza CREDORA, logo, contribuem para o LUCRO! Enquanto que os CUSTOS E DESPESAS são contas de natureza DEVEDORA, logo, contribuem para a obtenção de PREJUÍZOS! Procedimentos para a apuração do resultado As operações de uma empresa ocasionam aumentos e diminuições no Ativo, no Passivo e no Patrimônio Líquido, devendo tais variações serem registradas em contas específicas. Sua função é acumular, de forma ordenada, os débitos e créditos da mesma natureza, de maneira que seu saldo represente, no momento considerado, a situação do elemento patrimonial ou da variação patrimonial a que se refere. Cada uma dessas contas será distinguida das demais pela sua denominação e estão classificadas em: Contas Patrimoniais (Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido); Contas de Resultado (Receitas, Custo e Despesas). No desenvolvimento das operações da empresa, todos os fatos serão registrados à medida que ocorrerem, obedecendo ao Princípio da Competência. Após lançamento e apuração dos saldos de todas as contas, iremos identificar as contas de resultado para proceder com a apuração. Procedimentos para a apuração do resultado Na apuração, as contas que possuem saldo credor (receitas) serão transferidas mediante um lançamento a débito de igual valor, em contrapartida da conta “APURAÇÃO DO RESULTADO”, conhecida com a abreviatura ARE. Enquanto que as contas que possuem saldo devedor (custos e despesas) serão transferidas mediante um lançamento a credito de igual valor, em contrapartida da conta “APURAÇÃO DO RESULTADO”. Se no final, o saldo desta conta for credor, significa que as receitas foram maiores que as despesas e custos, portanto o resultado foi Lucro, do contrario a empresa teve Prejuízo. Ao final, o seu saldo será transferido para o Patrimônio Liquido, na conta Lucros ou Prejuízos Acumulados. Para melhor compreensão, vamos acompanhar a resolução de um exemplo prático! Consideremos os seguintes fatos: Despesa com aluguel do mês corrente no valor de R$ 1.000, para pagamento no mês seguinte; Despesa com folha de pagamento no valor de R$ 5.000, para pagamento no mês seguinte; Despesa com telefone no valor de R$ 100, a ser pago no mês subsequente; Receita decorrente de serviços prestados, com prazo de pagamento de 1 mês. Procedimentos para a apuração do resultado Agora, observe a movimentação dos fatos citados, com o registro nas suas respectivas contas: Procedimentos para a apuração do resultado Para a apuração do resultado, o primeiro passo será identificar as contas de resultado que serão transferidas para a apuração: Receitas e Despesas. As demais contas, Salários a pagar e Contas a Pagar, terão seus saldos transferidos para o Balanço, pois são contas patrimoniais. Em seguida, iremos transferir os saldos das contas devedoras (despesas), debitando na conta de apuração (ARE) e os saldos das contas credoras (Receitas), creditando na conta de apuração (ARE). Vejamos o PASSO A PASSO! Procedimentos para a apuração do resultado Procedimentos para a apuração do resultado Nos razonetes, encerramos as contas de despesas e receitas, transferindo os saldos para o ARE (Apuração do Resultado do Exercício). Transferindo as despesas para o ARE, temos: Procedimentos para a apuração do resultado Transferindo as receitas para o ARE: A diferença entre os saldos resultará num lucro de 13.900. Pronto, apuramos o resultado do exercício que ocasionou num Lucro. Procedimentos para a apuração do resultado Agora, o próximo passo é transferir o saldo da conta ARE para a conta de lucro ou prejuízos do exercício. Como dito anteriormente, as contas de resultado são contas transitórias, que servem para apurar o resultado a partir da conta ARE, sendo o seu saldo transferido para a conta Lucros Acumulados, que é uma conta patrimonial e fica localizada no grupo Patrimônio Líquido, do Balanço Patrimonial. Feita a apuração, toda a movimentação será apresentada na Demonstração do Resultado do Período, também conhecida por Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
Compartilhar