Buscar

A importância da cultura afro-brasileira e indígena na construção de uma escola democrática

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Sistema de Ensino A DISTÂNCIA
CURSO DE LETRAS
leila gomes da silva 
A importância da cultura afro-brasileira e indígena na construção de uma escola democrática
Londrina
2020
LEILA GOMES DA SILVA
A importância da cultura afro-brasileira e indígena na construção de uma escola democrática
Trabalho Interdisciplinar apresentado à Unopar, como requisito parcial à conclusão do 20 semestre do Curso de Letra.
Disciplinas: Políticas Públicas da Educação Básica, Ética, Política e Cidadania, Psicologia da Educação e da Aprendizagem, Práticas Pedagógicas: Gestão da Aprendizagem e Educação e Diversidade.
Tutor Ead: Eraides Ribeiro do Prado
Londrina
2020
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	3
DESENVOLVIMENTO	4
CONSIDERAÇÕES FINAIS	10
REFERÊNCIAS	11
INTRODUÇÃO
No momento atual no Brasil muito se fala em democracia racial e se diz não existir preconceito racial e discriminação, embora exista, de um jeito velado, seja no trabalho, nas ruas ou na escola sem distinção de classe. O povo negro, mesmo após a abolição não obteve nenhum tipo de reparação, um povo que era a maioria no país assim que foi liberta, mas que não foi reinserido na sociedade brasileira, mas marginalizado. Os negros são parte integrante do povo brasileiro, não dá para falar de formação do povo brasileiro sem os negros, pois, a nossa cultura está alicerçada nas tradições africanas. Vale ressaltar que a cultura africana também incorpora traços indígenas e europeu. Assim, é possível dizer que esse grande intercâmbio cultural vai além de regiões para se tornar uma cultura única. Toda essa bagagem atravessou os mares e navios negreiros e, aos poucos, se incorporou (e influenciou) o povo brasileiro, e, com o tempo, fazendo do Brasil um país de grande miscigenação cultural e racial.
O presente trabalho irá abordar a temática “o papel da cultura afro-brasileira e indígena para a democratização social” visando expor os conteúdos interdisciplinares estudados nesse semestre, tais como: Políticas Públicas da Educação Básica, Ética, Política e Cidadania, Psicologia da Educação e da Aprendizagem, Práticas Pedagógicas: Gestão da Aprendizagem, Educação e Diversidade. Com o objetivo de afirmar a reflexão da necessidade de tornar os ambientes educacionais um espaço para discussão da riqueza e diversidade que a cultura afro-brasileira merece, principalmente sobre a necessidade de se respeitar as diferenças existentes.
Utilizaremos como precursores do tema, os personagens citados na produção textual individual (PTI), Ana pedagoga e Fernando diretor, que expõem a necessidade de analisar o currículo escolar que deve estar estruturado a partir da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), ao qual iremos explorar no desenvolvimento deste trabalho em que é determinada a importância e obrigatoriedade da abordagem da cultura afro-brasileira e indígena. 
Para colaborar com o trabalho pedagógico dos personagens iremos elaborar uma postagem formativa na rede social da escola sobre a cultura afro-brasileira e indígena nas mídias digitais, pois os alunos estão sempre conectados nas mesmas e assim interagirão com o tema proposto. 
7
DESENVOLVIMENTO 
Ao longo do tempo o Movimento Negro, pós-abolição anulou inúmeras lutas para a formulação de atitudes em defesa da população negra, conforme descreve CUNHA JUNIOR:
Um foco de origem dos movimentos sociais negros é resultante das ações sociais de luta pela abolição do escravismo criminoso e da insatisfação dos resultados práticos da abolição. [...] Outra origem que deve ser considerada ao aparecimento destes movimentos sociais no meio negro foi o conjunto de políticas imigratórias europeias que se configuravam como políticas racistas contrarias aos interesses à estabilidade social, econômica e política das populações negras. Além destas organizações de protesto e formulação direta de luta política devemos considerar a existência de instituições culturais e religiosas que defendem, de certa maneira, a consolidação de uma expressão cultural negra. (CUNHA JUNIOR, 2008: p. 3)
 
Diversas vitórias foram alcançadas, entre elas a obrigatoriedade de se trabalhar nos currículos escolares o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, surgiu por meio de um conjunto de decisões políticas discutidas longamente com fortes repercussões pedagógicas, inclusive na formação de professores. No dia 09 de janeiro de 2003, foi aprovada a Lei nº 10.639/03-MEC que alterou a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira. Com essa iniciativa, com vista a reconhecer e garantir vagas para negros nos bancos escolares é preciso ainda valorizar devidamente sua história e a cultura manchada pelo trabalho escravo ao longo de séculos em nosso país. A Lei 10.639/03 diz ainda que: 
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira.
1º O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.
2º Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e Histórias Brasileiras. 
No entanto, convém esclarecer que estar normatizado não significa que se efetivarão os direitos, visto que umas séries de elementos estão envolvidas, como: A capacitação dos professores acerca das temáticas, materiais didáticos, estrutura das escolas, assessoria pedagógica, entre outros fatores. Cabe aos sistemas de ensino em geral ampliar, criar projetos, ações, implementar currículos voltados para educação racial e investir na formação continuada dos seus professores. O trabalho da escola, e empenho dos profissionais da educação é de extrema importância para que possa colocar em prática a Lei e exterminar o racismo social.
De acordo com as Diretrizes das Relações Étnico-Raciais o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana deverá dar-se de várias maneira fazendo parte das atividades curriculares de forma que se busque conhecer as raízes da cultura africana, propiciar o diálogo, bem como diferentes formas conceituais de valorização e de respeito às diferentes culturas, para que os indivíduos sejam encorajados a defender sua especificidade étnico-racial, conforme aponta em seu contexto: 
O ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana se fará por diferentes meios, em atividades curriculares ou não, em que: - se explique, busque compreender e interpretar, na perspectiva de quem o formule, diferentes formas de expressão e de organização de raciocínios e pensamentos de raiz da cultura africana; - promovam-se oportunidades de diálogo em que se conheçam, se ponham em comunicação diferentes sistemas simbólicos e estruturas conceituais bem como se busquem formas de convivências respeitosas, além da construção de projeto de sociedade em que todos se sintam encorajados a expor, defender sua sociedade especificidade étnico-racial e a buscar garantias para que todos façam; - sejam das atividades em que pessoas – estudantes, professores, servidores, integrantes da comunidade de externa aos estabelecimentos de ensino - de diferentes culturas interatuem e se interpretem reciprocamente de cada um. (BRASIL, 2013, p. 485)
Estas trazem entre suas determinações que as atividades desenvolvidas deverão ocorrer durante todo o ano letivo no âmbito escolar, onde deverão contribuir para o conhecimento cultural e social do continente africano e a participação dos africanos, suas influências na construção dahistória mundial abrangendo as diferentes áreas do conhecimento. 
O ensino de História e Cultura Africana se fará por diferentes meios, inclusive a realização de projetos de diferentes naturezas, no decorrer do ano letivo, com vistas à divulgação e estudo da participação dos africanos e de seus descendentes na diáspora, em episódios da história mundial, na construção econômica, social e cultural das nações do continente africano e da diáspora, destacando-se a atuação de negros em diferentes áreas do conhecimento, em atuação profissional, de criação tecnológica e artística, de luta social [...] BRASIL, 2013, p. 487).
Vários autores têm se voltado para a análise da inclusão da história e cultura dos afro-brasileiros e dos africanos. Bernard fala da necessidade de diretrizes que orientem a formulação de projetos empenhados na valorização da história e da cultura dos afro-brasileiros e dos africanos, também comprometidos com a educação de relações étnico raciais positivas, que tais conteúdos devem produzir. No contexto das reflexões curriculares, ressalta-se a contribuição de Silva (1999) e Moreira (2000) no sentido da análise do currículo escolar como instrumento de manutenção das desigualdades sociais.
Passos afirma que a definição comum sobre racismo – entre a maioria dos autores, correntes e escolas de pensamento na atualidade - está sustentada no seu caráter ideológico, ou seja, a imputação das características negativas reais ou supostas a um determinado grupo social. As Diretrizes Curriculares defendem o pressuposto de que é papel da escola desconstruir a representação de que o afrodescendente tem como único atributo a descendência escrava, subalterna ou dominada.
Candau demarca com precisão os desafios postos na reflexão e construção de ações que transformem a discriminação: mostra que estes processos estão profundamente internalizados na sociedade brasileira, e que se expressam através da pluralidade de linguagens, no plano simbólico, e das práticas sociais, e encontram-se carregados muitas vezes de ambiguidades e sutilezas, revestindo-se de grande complexidade. Para a autora, compreender como se dão estes processos é condição imprescindível para desvelá-los, na perspectiva da construção de uma cultura dos direitos humanos. Já Munanga e Gomes apontam elementos para uma melhor compreensão das transformações atuais da escola brasileira no que tange à inclusão. 
Em vigor a mais de quinze anos, a lei trouxe significativas mudanças que podem ser identificados no aumento da quantidade de materiais didáticos e paradidáticos para os alunos do ensino médio e fundamental. Amostras deste tipo é o livro de Marina de Mello e Souza “África e Brasil Africano”, vencedor do prêmio Jabuti de 2007. Também é perceptível o aumento sensível do consumo de romances de autores africanos por leitores brasileiros. Um bom exemplo é o escritor moçambicano Mia Couto, um dos mais lidos nesta categoria e homenageado na Feira Literária Internacional de Parati (FLIP) em 2009. A coleção “A África está em Nós” é uma valiosa contribuição didática sobre a história da África e dos africanos, sobre a africanidade do povo brasileiro, a luta dos afrodescendentes e a rica participação da cultura africana na formação da sociedade nacional.
Essas mudanças muito mais do que uma alteração no currículo de ensino, trata-se de mudanças de mentalidade, estimular a discussão sobre a cultura afro-brasileira dentro de sala de aula indicando atividades que podem ser desenvolvidas com esses materiais. Aos poucos o retrato do país ganha novos contornos e novas formas, em relação de mais respeito de igualdade entre os cidadãos. Aprender e entender a importância do continente africano para o Brasil e de seus descendentes é avançar na construção de um país mais democrático.
Em 10 de março de 2008, a Lei de Diretrizes e Bases – LDB nº 9394/96 sofre a sua segunda alteração, por meio da Lei nº 11.645 (BRASIL, 2008) que trata da inclusão da temática indígena. Portanto, a partir daí passa a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”, com os grupos étnicos que compõem a formação da sociedade nacional. Considera-se que as Leis n° 10.639/03 e nº 11.645/08 são leis afirmativas que reconhecem a escola como um lugar de mudança, pois ela é o lugar onde se formam cidadãos e promove a valorização das matrizes culturais brasileiras. Agora, além dos conteúdos relacionados à história e cultura dos africanos e afro-brasileiros, os estabelecimentos de ensino também devem obrigatoriamente trabalhar com a história e cultura dos povos indígenas de nosso país. Esses marcos legais, refletem a real necessidade de toda população brasileira conhecer a história dos negros e índios, que constituíram a formação de nossa nação, mas que foram deixados à margem da sociedade, da política e da educação. E o texto da nova lei, assim declara:
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena. § 1º O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil. § 2º Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de literatura e História Brasileira (BRASIL, 2008, p.01).
A lei enfatiza o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional. Resgata assim as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil. Estes conteúdos não serão ministrados em forma de disciplina específica, todavia, serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, principalmente através das aulas de Educação Artística e de Literatura e História do Brasil. (BORGES, 2010).
A literatura indígena ainda é muito escassa e sofreu intensas transformações em seu estilo. A dominação europeia acabou deixando de lado os costumes dos nativos brasileiros. Tal exclusão da história se manteve também na literatura. Os textos europeus, assim como as tradições e hábitos, foram se alastrando. Da literatura informática, do século XVI, ao Modernismo, do século XX e XXI, a literatura brasileira esteve fortemente influenciada pela literatura europeia, já que os textos escritos em XVI eram escritos por portugueses (TUFANO, 1983). Entretanto, muitas obras trataram o nacionalismo de maneira crítica e reflexiva, mesmo sem o distanciamento do humanismo ou do classicismo, do barroco e do romantismo português.
A literatura indígena só tomou uma proporção maior no século XX. Mesmo que ainda raramente utilizadas nas escolas, os textos escritos por índios brasileiros abordam o modo de viver desses povos. É uma forma de manter suas tradições vivas. Temos, atualmente, muitos autores, de descendência indígena, que escrevem livros sobre suas experiências e experiências de seus antepassados. Daniel Munduruku, por exemplo, é um escritor indígena com mais de 40 livros publicados, muitos “Altamente Recomendáveis” pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). “Escrevo para me manter índio”, disse o escritor em uma sessão da Bienal do Livro do Rio de Janeiro de 2013 (MINUANO, 2013). A afirmação é decisiva para entender o porquê desse tipo de literatura ser importante no processo de ensino-aprendizagem das crianças e dos adolescentes em idade escolar. É a forma encontrada pelos indígenas de manter suas tradições mesmo com grande influênciacultural das grandes cidades. 
A extinção de muitos grupos indígenas, o preconceito e as dificuldades de acesso a essa cultura são motivos que fazem necessário uma valorização desses estudos. Compreender a cultura dos povos responsáveis pelos primórdios de uma sociedade naturalmente brasileira é um meio para quebrar preconceitos, intolerâncias, adquirir conhecimento e entender os motivos dos nossos atuais hábitos. 
A atividade geradora de aprendizagem que tem como proposta ajudar a pedagoga e o diretor da escola em trabalhar um projeto que aborde a importância da cultura afro-brasileira e indígena, foi escolhido um curta-metragem, Dúdú e o Lápis Cor da Pele. Será postado no facebook na página da escola, onde os alunos poderão interagir, expor suas opiniões, seus argumentos, e compartilhar em suas redes sociais. 
O curta-metragem fala sobre Dudu, um garoto negro, inteligente e imaginativo, estudante de um colégio particular da classe média de São Paulo. Durante uma aula de educação artística, sua professora, Sônia, diz a ele que utilize o que ela chama de “lápis cor da pele” para pintar um desenho. A frase desperta em Dudu uma crise de identidade. Com toda a inocência de uma criança da sua idade, Dudu passa a carregar o lápis em questão consigo para encontrar alguém que possa sanar seus questionamentos. Dúdú é um filme bastante apropriado para o momento atual da sociedade brasileira, que cada vez mais luta pela aceitação, tolerância e fim dos abismos existente entre a vida real e os padrões estéticos impostos. O filme aborda, com muita sensibilidade, a questão do preconceito racial, já presente desde a infância e como as crianças vítimas desse preconceito, muitas vezes despercebido pela maioria, reagem a eles. 
O filme brasileiro “Dúdú e o Lápis Cor da Pele”, apoiado pela Comercial Zaffari através da Lei do Audiovisual foi o grande vencedor na categoria “Best Narative Short Film Award” no London Arthouse Film Festival. O London ArtHouse Film Festival tem como objetivo central incentivar produtores e diretores de filmes novos e emergentes de todo o mundo a contar histórias e produzir filmes independentes que reflitam a cultura e as características de seu país. Estimula os cineastas a explorar novas maneiras de contar histórias que podem influenciar o ambiente ou expô-lo ao mundo. 
Curta-metragem: Dúdú e o Lápis Cor da Pele
Curta-metragem: Produzido pela Take a Take Films
Direção: Miguel Rodrigues 
Roteiro: Cleber Marques 
Data: 12/10/2018
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Lei é baseada no princípio da igualdade, enquanto somos sujeitos participantes de uma história social. Essa ideia resgata a contribuição dos negros na formação e construção da nossa sociedade brasileira. O estudo da história e cultura afro-brasileira não se limita à população negra, ao contrário diz respeito a todos os brasileiros, uma vez que todos devem ser conscientizados e educados enquanto cidadãos atuantes no meio de uma sociedade multicultural e pluriétnica, sendo capazes de construir uma nação mais justa, igualitária e democrática.
É por meio da escola, ambiente em que o educando passa parte de sua vida, que o racismo deve ser combatido. Para isso a necessária formação, preparação do professor, reformulação dos currículos escolares, materiais de apoio pedagógico devem ser priorizados como forma de instrumentalizá-lo na realização das tarefas, do trabalho pedagógico, objetivando a valorização da cultura afro e a radicalização das práticas discriminatórias e racistas no espaço escolar. Pois, o professor é o principal agente transformador das diferenças sociais e educativas existentes. A função da escola é preparar para a promoção da igualdade, buscando mecanismos de superação das diferenças, tendo como base disso o respeito, situações preconceituosas são assuntos bastante complexos, mas não impede que algo seja feito.
Para viver a democracia na forma mais legítima é necessário que os indivíduos aprendam a respeitar as diferentes culturas que formam seu país o âmbito escolar é um dos locais para o conhecimento e a aprendizagem sobre essa diversidade cultural. Pelo conhecimento, os indivíduos podem aprender a respeitar os direitos de igualdade do seu semelhante, a valorizar as diferentes culturas que formam a sociedade do país e superar o preconceito que algumas vezes, é resultado da ignorância. As culturas indígenas e afro-brasileiras são importantíssimas para o Brasil, que se fez com uma contínua colaboração desses povos. Portanto, preservar e respeitar sua identidade cultural é imprescindível para percebermos quem são, hoje, os brasileiros e quem foram os grandes promotores da construção dessa gente brasileira e desse país chamado Brasil. 
REFERÊNCIAS
PREVITALLI, Ivete Miranda; VIEIRA, Hamilton E. Santos. EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017.
BORGES, Elizabeth Maria de Fátima. A inclusão da história e da cultura afro-brasileira e indígena nos currículos da educação básica. Vassouras. v. 12. n. 1. p. 71-84. 2010. Disponível em: https://www2.olimpiadadehistoria.com.br/vw/1IN8l5YjrMDY_MDA_606d5_/05A_Incl usaodahistoriaculturaafro.pdf Acesso em: 20 de novembro de 2020.
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais Brasília, DF, p. 1-37, 2004. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/informacao-da-publicacao//asset_publisher/6JYIsGMAMkW1/document/id/488171 Acesso em: 20 novembro de 2020.
Lei nº 11.645 de 10 de março de 2008. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena. Diário Oficial da União, DF. 2008. 
Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11645.htm Acesso em: 20 de novembro de 2020.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF. 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/historico/BNCC_EnsinoMedio_embai xa_site_110518.pdf Acesso em: 20 de novembro de 2020.
GRESPAN, Rosana Pimentel de Castro; Novack, Maria Simone Jacomini. CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA NA ESCOLA: da Legislação à Prática Pedagógica Mediada Pelo Plano de Trabalho Docente. Artigos Volume I, versão On-line ISBN 978-85-8015-093-3 Cadernos PDE. Paraná 2016. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2016/2016_artigo_ped_unespar-paranavai_rosanapimenteldecastrogrespan.pdf Acesso em: 20 de novembro de 2020.
OLIVEIRA, Manoel Luiz de. O ESTUDO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA, COMO DISCIPLINA OBRIGATÓRIA NOS CURRÍCULOS ESCOLARES. Blog: FCE – Faculdade Campos Elíseos. São Paulo 28/05/2018 Disponível em: https://fce.edu.br/blog/o-estudo-de-historia-e-cultura-afro-brasileira-como-disciplina-obrigatoria-nos-curriculos-escolares/
Acesso em: 20 de novembro de 2020.
DÚDÚ e o lápis cor da pele. Direção de: Miguel Rodrigues. São Paulo: Take a Take films, 2018. 1 vídeo “Curta Metragem” (18 min.). Disponível em: http://www.takeatakefilms.com/portfolio-view/curta-dudu-e-o-lapis-cor-da-pele/ 
https://www.youtube.com/watch?v=-VGpB_8b77U Acesso em: 20 de novembro de 2020.
DIÁRIO DA MANHÃ, POR FONTE EXTERNA. “Filme Dúdú e o Lápis Cor da Pele” ganha prêmio em Londres. 2019 Disponível em: https://diariodamanha.com/noticias/filme-dudu-e-o-lapis-cor-da-pele-ganha-premio-em-londres/ Acesso em: 20 de novembro de 2020.

Continue navegando

Outros materiais